Willian Spengler


ENSINO DE HISTÓRIA E PODCAST: PORQUE CIÊNCIA HISTÓRICA TEM QUE SER DIVERTIDA




Desafio. Talvez este seja o termo que melhor define ensinar História na Educação Básica nos dias de hoje. Desafio este digno de Aquiles, Odisseu ou Héracles. Dos mais antigos alfarrábios históricos aos livros didáticos, perpassando pelos recursos audiovisuais mais modernos, professores/historiadores ainda esbarram em muita resistência por parte dos alunos, os quais, segundo Silva, “não enxergam sentido em conhecer aquelas situações do passado por não aparentarem possuir vínculos com o presente e com a realidade vivida por aqueles indivíduos” [Silva; Silva, 2017, p. 266]. Muito já se escreveu sobre esta questão e, seguramente, não se pode dizer que só a História a enfrenta.

O método tradicional de ensino, aquele baseado na ideia de que a História são os fatos do passado, e que seu estudo deve ser feito de maneira cronológica e sem espaço para interpretações outras que não a “oficial”, há muito perdeu sua pretensa eficácia. Ressalte-se que tal método não promove o que se pode chamar de educação histórica: “este conceito tem ligação com a teoria de história que a relaciona não somente ao conhecimento abstrato de fatos passados, mas como lidamos, cotidianamente, com as múltiplas visões, idas e vindas, no tempo e no espaço” [Silva; Silva, 2017, p. 268].

Todos carregam, em algum nível, um envolvimento com o passado, a história, um fenômeno que tem sido chamado de consciência histórica, algo que, segundo Jörn Rüsen seria: “[...] a suma das operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da evolução temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar intencionalmente, sua vida prática no tempo” [Rüsen, 2001, p.57].

Schmidt e Urban mencionam que:

“Na esteira do pensamento rüseniano assume-se o indicativo de que a consciência histórica pode ser analisada como um conjunto de operações mentais do pensamento histórico. Este pressuposto indica as possibilidades de investigar os conceitos de segunda ordem, tais como empatia, significância, orientação temporal, narrativa, intersubjetividade, interculturalidade, explicação histórica e evidência, como indicadores dos processos ou estratégias que conformam o pensamento histórico ou consciência histórica” [Schmidt e Urban, 2016, pp. 35-36].

Ora, o ato de narrar é inerente ao processo de convivência humana. Desde tempos imemoriais, os agrupamentos humanos sentavam ao redor da fonte de luz/calor enquanto os anciãos narravam o passado de seus ancestrais e suas origens. A partir de então, “os ouvintes tinham a tarefa de contar essas histórias aos seus descendentes. Ao transpassar gerações, as narrativas garantiam registro nas memórias coletivas da história desses grupos” [Alves, 2017, p. 1418].

Isto posto, percebe-se que o ato de pensar historicamente não é algo exclusivo do professor (algum dia foi?). Utilizar-se desta percepção de que todos trazem acerca do passado para construir os links com o presente e, dessa forma, promover a construção de conhecimento histórico significativo, deveria nortear a atividade do magister.

Mas, como estabelecer na educação básica a relação entre a história vivida e a história científica? De que maneira se pode levar para o cotidiano escolar atividades que possibilitem os alunos a questionar as memórias produzidas pela sociedade, como elas são produzidas e a relação delas com o mundo em que vivem?

Na prática cotidiana, quando se problematiza as questões do passado, este se torna presente na medida em que os alunos relacionam questões do seu próprio tempo. Entretanto, Ana Maria Monteiro ressalta:

“É muito frequente o uso, pelos professores, de atividades onde são desenvolvidas analogias com situações similares à estudada, e encontradas na ‘realidade do aluno’, em situações do tempo presente. Muitas vezes estas analogias induzem a erros, pois operam numa dimensão comparativa muito simplificada, conduzindo os alunos a atribuir à situação do passado o mesmo significado encontrado na situação do presente. Além disso, tendem a levar o aluno a ignorar as diferenças no tempo, suprimindo um aspecto fundamental no ensino da história que é fazer perceber e compreender as diferenças entre temporalidades. O anacronismo representa uma ameaça, portanto, seja do ponto de vista do significado daquilo que é objeto de estudo, seja do ponto de vista da própria construção do raciocínio histórico” [Monteiro, 2005, p. 343].

E ainda, como encaixar o uso das mídias neste intricando processo?

Não se trata de algo novo afirmar que as mais diferentes mídias sempre se apropriaram da História para produzir diferentes narrativas, por vezes rebatidas ou criticadas pelos historiadores; outras, utilizadas para enaltecer perspectivas e produzirem disputas teórico-ideológicas. A partir do surgimento das mídias mediadas pela internet, esse movimento de disputa pelo espaço de produção de narrativas históricas se intensificou. O lugar de produção do conhecimento histórico não é mais estanque (o interior das universidades e das instituições escolares) ou restrito à comunidade acadêmica. São inúmeros “lugares de fala” que se apresentam.

Raone Ferreira Souza comenta que:

“A relação entre história e os meios digitais são complexas e diversos campos da historiografia têm analisado essa relação a partir de definições teóricas distintas. [...] Sem dúvida a relação entre história e o digital desafiam as formas tradicionais do oficio do historiador e esses problemas criam diferentes enfoques na relação entre o digital e a história” [Souza, 2017, p. 46].

O sistema escolar não passa incólume por toda essa verdadeira revolução. A nova geração de alunos já nasce imersa no uso cotidiano de “gadgets”, refletindo em sua forma de interagir com o mundo. Mídias e educação são áreas que necessariamente precisam conversar em busca de soluções que otimizem a aprendizagem.

Evelyne Bévort e Maria Luiza Belloni defendem:

“[...] a ideia de que não pode haver cidadania sem apropriação crítica e criativa, por todos os cidadãos das mídias que o progresso técnico coloca à disposição da sociedade; e a prática de integrar essas mídias nos processo educacionais em todos os níveis e modalidades sem o que a educação que oferecemos às novas gerações continuará sendo incompleta e anacrônica, em total dissonância com as demandas sociais e culturais” [Bévort; Belloni, 2009, p. 1082].

“Tudo muda o tempo todo no mundo”, já diria o cancioneiro popular. É nítido perceber que houve uma grande mudança na relação entre produtores e consumidores de conteúdo informativo via web. O status de quem consome e produzia tornou-se mais tênue, na medida em que a popularização da internet se intensificou a partir dos anos 2000. É nesse momento que surge o podcast – uma das várias tecnologias/mídias que ampliam o escopo do processo de ensino aprendizagem, alvo destes breves escritos – mídia transmitida via feed RSS (ReallySimpleSyndication), tecnologia que permite que usuários assinem conteúdos e os recebam em seus computadores/smartphones.

De acordo com Freire [2017, p. 60], o termo podcast surgiu através da programação desenvolvida por Dave Winer e o ex-VJ da MTV dos anos 1980, Adam Curry. Este último, fascinado pelo potencial de distribuição online de áudio por demanda, debateu com Winer a possibilidade da criação de um “enclosure” – função de incorporação de arquivos de áudio digital – para inclusão de arquivos MP3 no RSS.

“A ferramenta foi elaborada e, em seguida, Adam Curry despendeu cerca de quatro anos na divulgação do potencial dessa elaboração. Para tanto, buscou aprimorá-la a fim de mobilizar ações de desenvolvimento prático pela inclusão do ‘enclosure’ em softwares de assinatura de áudio digital por demanda. [...] No entanto, Curry não conseguiu angariar apoio para o desenvolvimento de um softwareagregador que fizesse uso daquela ferramenta. Em virtude disso, o ex-VJ resolveu aprender a linguagem de programação Apple Scriptpara elaborar, ele mesmo, o primeiro agregador, denominado ‘iPodder’. [...] Acreditando no desenvolvimento livre, Curry disponibilizou o programa em código aberto” [Freire, 2017, pp. 60-61].

A liberdade da tecnologia proposta por Curry é de fundamental importância, pois, ainda que não pudesse ter controle sobre as apropriações futuras daquilo que desenvolvia, a opção pelo “opensource” fomentou a essência livre que hoje se constitui como um dos fatores potenciais educativos desta tecnologia. “A partir da abertura propiciada pelas particularidades do podcast, exercitam-se muitos dos novos campos que possibilitam a essa tecnologia constituir-se como um meio para práticas educacionais ausentes em outros cenários” [Freire, 2017, p. 61].

Segundo Souza, a principal característica do podcast e que o diferencia das demais mídias de áudio é o sistema de “pull”e “push”:

“O podcast possui uma especificidade tecnológica que permite aos usuários uma maior liberdade na sua relação com o conteúdo, permitindo que seja possível escolher seus programas preferidos sem depender exclusivamente de conteúdos previstos em uma grade de programação. As mídias tradicionais, como o rádio e a televisão, permitem apenas que os usuários recebam passivamente o conteúdo sem, no entanto, estabelecer uma relação interativa. Esse sistema é comumente chamado de ‘push’. Porém, o Podcast além de possuir a característica de ‘pull’ como qualquer outra mídia na internet, também possui o ‘push’ na medida em que o usuário permite que os agregadores de podcast façam download automaticamente dos programas assim que estes são lançados na podosfera” [Souza, 2017, p. 44].

A portabilidade cada vez maior dos dispositivos de áudio (que já são muito mais do que meros tocadores de mp3 ou simples telefones) facilita a reprodução e gravação do podcast, além de possibilitar tais ações em inúmeras situações e momentos do dia a dia. Esses fatores concedem ao podcast um teor produtivo facilitado, o qual é reforçado pela presença de diversos programas livres para a realização de gravação, bem como pela possibilidade de armazenamento gratuito na web.

Ainda segundo Freire, apesar dos aspectos técnicos de vinculação a arquivos digitais de áudio, considerando a apropriação pedagógica do podcast acima de um foco técnico, é possível caracterizá-lo como uma tecnologia de oralidade. “Por esse viés, o podcast pode ser definido como um ‘modo de produção/disseminação livre de programas distribuídos sob demanda e focados na reprodução de oralidade’” [Freire, 2017, p. 57].

Como forma de demonstrar o alcance e a potencialidade desta mídia, cabe aqui uma breve análise de dois podcast de divulgação científica, que poderiam servir como recurso educacional: o SciCast e o Fronteiras no Tempo.
Nascido em 2013 e com o slogan “por que ciência tem que ser divertida”, o SciCast originou-se da vontade de se fazer um trabalho voltado para a divulgação científica de massa. O objetivo do podcast é levar a ciência a todos, cientistas ou não, de forma clara e descomplicada, sem abrir mão da profundidade na abordagem do tema e do debate. Tudo com uma boa dose de humor, porque ciência tem que ser divertida!

Abrangendo temas atinentes a ciências físicas, naturais e sociais, o projeto foi iniciado por uma equipe de três divulgadores entusiastas, com um episódio semanal de podcast. Em 2015 houve um primeiro movimento de expansão, sendo que inúmeros profissionais de diversas áreas do conhecimento juntaram-se à equipe (inclusive este que vos escreve).

A dinâmica do SciCast emula uma conversa, um debate entre amigos (de três a seis participantes), na qual um tema específico é abordado. Previamente confecciona-se uma pauta do respectivo tema, para que uma linha mestra seja seguida durante o processo de gravação. Para que o produto final fique palatável é necessário que todos os defeitos como ruídos externos, chiados, respirações em volume alto, vícios de linguagem, gaguejadas, entre outros, sejam cortados e tratados. A partir daí, é necessário que uma narrativa coerente e com bom ritmo seja construída para só então serem inseridos a trilha e os efeitos sonoros e, finalmente, o episódio ser disponibilizado aos ouvintes (o programa possui cerca de 1h30min de duração).

No tocante aos temas relacionados à História, o SciCast traz em seu elenco um grupo de historiadores que baseiam seus comentários e falas em materiais produzidos pela historiografia de forma cuidadosa. Inclusive, na publicação de cada episódio – toda sexta-feira – os produtores disponibilizam referências (livros, artigos, sites institucionais, etc.) para os ouvintes que se interessem em se aprofundar no assunto alvo.

Nos últimos tempos, o projeto ganhou vida própria e cresce a cada dia no número de ouvintes – já são mais de 370 episódios (desses, quase uma centena relacionados a temas vinculados à História), com mais de 120 mil downloads a cada publicação – e menções em diversas mídias, sendo alvo de uma matéria na Revista Veja São Paulo, inclusive. O reconhecimento desse trabalho de divulgação científica tem se concretizado, inclusive, na participação recorrente do projeto em diversos eventos de abrangência nacional, além de parcerias com instituições como Fundação Oswaldo Cruz e Sociedade Brasileira de Nefrologia. Um projeto iniciado por uma modesta equipe de três divulgadores e um episódio semanal de podcast, hoje já conta com cinco novos programas recorrentes, um portal de divulgação científica para esses projetos – www.deviante.com.br –, outros podcasts, textos e uma equipe de mais de oitenta e oito voluntários, das mais diversas áreas do conhecimento, de todos os cantos do Brasil e fora dele.

Criado em 2014 pelos historiadores César Agenor Fernandes da Silva e Marcelo de Souza Silva, o Fronteiras no Tempo é um podcastque trata em seus episódios de temas exclusivamente históricos. Segundo esses autores,

“A criação do podcast nasceu quando notamos a possibilidade de poder falar para um público interessado, somada à percepção da necessidade de que o conhecimento produzido por profissionais da área ultrapassasse os muros da academia de forma acessível e palatável para pessoas que optaram por outros caminhos de formação e, até mesmo, aos jovens que estão iniciando seus estudos em história, tanto no ensino superior quanto na educação básica de nível médio” [Silva; Silva, 2017, p. 277].

A tônica é aproximar o público que gosta de História com a maneira como o conhecimento histórico é pensado e construído. Isso tudo de forma leve e descontraída.

O Fronteiras no Tempo teve sua estreia oficial no dia 31 de julho de 2014, com o lançamento da primeira parte do primeiro episódio que tratou sobre 2ª Guerra Mundial. A partir daí, inúmeros temas foram tratados, desde ensaios históricos, questões que envolvem a escrita da história propriamente dita a reflexões sobre gênero, racismo e criminalidade. Em 2017, este escriba foi convidado para juntar-se à equipe.

“A intenção de promover uma educação histórica por meio da historicidade de elementos importantes de nossa vida no presente não é apenas clara para os leitores profissionais deste texto, mas também foram deixadas as claras no produto final levado ao público ouvinte. Se um dos objetivos do ensino de história na educação básica é desenvolver as habilidades que levem a consolidação da competência chamada de ‘pensamento histórico’, o Fronteiras no Tempo e outros podcasts de história se prestam a esse papel” [Silva; Silva, 2017, p. 279-280].

Hospedado também no Portal Deviante e com uma dinâmica similar àquela do SciCast, o Fronteiras no Tempo conta hoje com mais de 46 episódios, com periodicidade mensal, além de um spin-off, o Historicidade, no qual estudiosos de temas relacionado à História são entrevistados.

A reflexão da historiadora Maria Lúcia Pallares-Burke, em estudo sobre a imprensa no século XIX, faz com que estabeleçamos paralelos. Pallares-Burke chamou a atenção dos historiadores da educação para as fontes de aprendizado disponibilizadas e criadas em uma sociedade, na qual observa que:

“Não obstante a crescente importância de instituições formais de educação na transmissão cultural de uma geração à outra, agências mais diversificadas e informais também podem estar envolvidas em tal processo. Romances, jornais, revistas, sermões, teatro, pinturas, etc. tem tido sempre sua quota de participação no processo educacional e podem, pois, ter muito a dizer sobre o modo complexo pelo qual as culturas são produzidas, mantidas e transformadas” [Pallares-Burke, 1998, p.145].

Não há como negar que o podcast poderia ser facilmente acrescentado ao seleto rol, no que toca ao desenvolvimento de uma educação histórica, que, sobretudo, por causa das novas tecnologias de informação não está mais restrita ao espaço formal de ensino, a escola. Todavia, tanto o SciCast como o Fronteiras no Tempo procuram sempre aproximar o público que gosta de História com a maneira como o conhecimento histórico é pensado e construído. Não se trata apenas de produzir uma narrativa escolar tradicional ou apelar ao entretenimento vazio sem problematização, mas de promover sempre uma reflexão e abrir espaços para a discussão por meio da interação com o público ouvinte. Evidentemente que o podcast não é um substituto para o ensino formal, mas ele faz parte das “fontes diversificadas e informais” que estão envolvidos no processo de educação.

A partir das perspectivas mencionadas, o podcastganha importância como recurso educacional por ser uma tecnologia apta a propiciar novos modos de realização de atividades educacionais.

“No âmbito escolar, o uso do podcast pode contemplar ações de ampliação temporal, associando a audição de falas expositivas a diversos tempos e espaços pelo uso de arquivos digitais de áudio, além de promover o reaproveitamento de materiais de outras tecnologias, como o rádio, demonstrando, ainda, colaborar com o exercício de atividades pedagógicas lúdicas, oriundas da associação dos recursos sonoros do podcast à expressividade da produção de programas pelos discentes” [Freire, 2017, p. 57].

De certa forma, produzir um podcast nas nossas salas de aula (por que não?!) poderia representar a criação um espaço privilegiado para os alunos desenvolverem discursos e quebrarem paradigmas a partir do desenvolvimento de experiências sociais e aprendizagens dinâmicas. Nos dizeres de Souza, “um veículo midiático de problematização de questões sociais e históricas produzidas pelos próprios estudantes que perpassam o ambiente escolar, trazendo cidadania e dando voz aos alunos em expressar seus anseios e suas ideias” [Souza, 2017, p. 56].

Os podcasts são produções que a cada ano ganham cada vez mais espaço e angariam novos ouvidos atentos. Eles possibilitam a produção de conteúdo de forma livre e, mais do que isso, no caso da História também abrem espaço para que profissionais da área se aproximem de um público não habitual ao qual está acostumado em seus ambientes profissionais tradicionais. Uma excelente forma de falar, ser ouvido e ouvir o retorno dos ouvintes. O podcast é o espaço que permite a ampliação da divulgação e da educação histórica. O SciCast e o Fronteiras no Tempo são umatentativa de contribuir nesse processo. Afinal de contas, porque ciência história tem que ser divertida!


Referências
Willian Spengler é professor da Rede Pública de Ensino de Santa Catarina, pós-graduado pela UFRJ, podcaster do SciCast [https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast] e do Fronteiras no Tempo [https://www.deviante.com.br/podcasts/fronteirasnotempo/].
ALVES, Thelma P; SILVA, Raphael de F. e; SILVA, André G. F. da. “Narrativas digitais em podcast: possibilidades, avaliativas no ensino de história”. In: Anais Eletrônicos 7º Simpósio de Hipertexto e Tecnologias na Educação. Recife, dez 2017, pp. 1414-1434. Disponível em http://www.nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2017/ANAIS%20HIPERTEXTO%202017%20Raphael%20de%20F%20e%20SILVA.pdf. Acesso em 04 fev. 2020.

BÉVORT, Evelyne; BELLONI, Maria Luiza. Mídia-educação: conceitos, história e perspectivas. Ed. Soc. Campinas, vol. 30, n. 109, pp. 1081-1102, set/ dez 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v30n109/v30n109a08.pdf. Acesso em 04 fev. 2020.

FREIRE, Eugênio Paccelli Aguiar. “Podcast: breve história de uma nova tecnologia educacional”. Educação em Revista, Marília, v. 18, n. 2, pp50-70, jul-dez 2017. Disponível em http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/7414. Acesso em 04 fev. 2020.

MONTEIRO, Ana Maria. “Entre o estranho e o familiar: o uso de analogias no ensino de história”. Cadernos Cedes, v. 25, n. 67, p. 333-347, 2005.

PALLARES-BURKE, Maria Lucia Garcia. A imprensa periódica como uma empresa educativa no século XIX. Cadernos de Pesquisa, FGV, n.104, p.144-161, jul., 1998, p.145.

ROSARIO, Mariana. A era dos podcasts: o sucesso dos programas de áudio on-line. Revista Veja São Paulo. São Paulo: Abril, 31 jul. 2019. Disponível em https://vejasp.abril.com.br/cidades/capa-podcasts-paulistanos. Acesso em 04 fev. 2020.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Ed. UnB, 2001.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; URBAN, Ana Cláudia. Aprendizagem e formação da consciência histórica: possibilidades de pesquisa em Educação Histórica. Educ. rev. [online]. 2016, n.60, pp. 17-42. Disponível em http://ref.scielo.org/99tcss. Acesso em 04 fev. 2020.

SILVA, Marcelo de Souza; SILVA, Cesar Agenor Fernandes da. “A divulgação científica em história por meio de podcasts: possibilidades de educação histórica pela internet”. In:  LARA, Renata Marcelle; CAMARGO, Hertz Wendel de (org.). Conexões: mídia, cultura e sociedade. Londrina: Syntagma Editores, 2017, p.257-285.

SOUZA. Raone Ferreira. “O podcast no ensino de história e as demandas do tempo presente: que possibilidades?” Revista Transversos. “Dossiê: As NTICs e a escrita da história no tempo presente”. Rio de Janeiro, nº. 11, pp.42-62, Ano 04. dez. 2017. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/transversos. Acesso em 04 fev. 2020.

7 comentários:

  1. Prezado Willian,

    Gostei bastante de seu texto e tenho certo interesse pela temática. Gostaria de registrar aqui dois pontos e, caso você ache que eles são pertinentes, você poderia comentá-los.

    Primeiro, no contexto de sua experiência de professor e podcaster, você avalia que a produção de um podcast poderia favorecer discussões, com os estudantes, acerca dos processos produtivos da história? Por exemplo, discutindo os conceitos de fonte e documento histórico, evidência e testemunho, seleção, análise e crítica de informações... O que você acha? O processo de produção de um podcast (fazer pauta, roteiro, gravar, editar, etc...) poderia fomentar também essa discussão?

    Segundo, do mesmo modo, a partir de suas referências, o que você poderia falar sobre o caráter de rede dos podcasts? Penso na podosfera, nas relações entre produtores de podcasts de diferentes programas que interagem, que participam de diferentes projetos,etc. Você acha que isso influencia na dinâmica dessa mídia, na sua repercussão, enfim, no seu papel contemporâneo?

    Mais uma vez, parabéns pelo trabalho!

    Abraço.


    Josias José Freire Júnior

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    1. Prezado Josias,

      Primeiramente, agradeço a leitura do texto.

      Sobre seu primeiro ponto, já tive experiência em desenvolver um pequeno projeto de podcast para a disciplina de História com turmas de 3⁰ Anos do Ensino Médio. A proposta era a selecionar um tema (Guerra do Contestado), buscar fontes, compará-las e apresentar para o público escolar o arquivo de áudio com os resultados obtidos. Para tanto, desenhamos uma pauta a ser seguida, sugerimos fontes como ponto de partida e o "trabalho de historiador" coube aos estudantes. O resultado foi bem proveitoso, especialmente no tocante ao choque de fontes e suas interpretações. Alguns alunos já conheciam podcast e acabaram ajudando a difundir a ideia entre aqueles que ainda não tinham tido contato. A gravação e edição acabou sendo um momento de união, com várias sugestões de como fazer, que músicas utilizar, etc. Acredito que os objetivos tenham sido alcançados.

      Sobre seu segundo ponto, penso que a interação entre produtores de podcast e o público ouvinte seja crucial. O feedback é necessário para que esses produtores possam analisar a suas ações, sugestões de melhorias, de novas pautas. A influência na dinâmica é total, pois a partir de críticas e sugestões, o produto final tem a ganhar em qualidade e disponibilidade. O podcast poderá se tornar uma ferramenta valiosa nas relações de ensino-aprendizagem, sem dúvida nenhuma.

      Espero ter respondido suas colocações.

      Grato pela atenção!

      Saudações!

      Willian Spengler

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  2. Olá, prezado Willian
    Primeiramente quero parabenizá-lo pelo excelente trabalho. Pois trata de um tema de extrema relevância para nós educadores e, sobretudo, para a Educação. Achei incrível teu trabalho com o podcast e acredito que essa ferramenta é capaz, sem dúvida, de levar a reflexão sobre o conhecimento para além dos muros da escola. Meu questionamento se dá acerca da universidade. Como você vê o meio acadêmico em relação a estas evoluções? Existe resistência por parte da academia, especificamente no âmbito da História?
    abraço!!
    Att
    Israel Miranda

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    1. Prezado Israel,

      De antemão, agradeço a leitura do texto.

      A Academia, num primeiro momento, ofereceu resistência ao podcast, especialmente quando ele era obra de pessoas não necessariamente ligadas a ela, como p. ex. o SciCast.

      Era visto como algo "menor", vez que não havia uma universidade encampando a atividade. Era algo feito por "leigos" ou "curiosos" (como se fosse possível não relacionar a formação de cada produtor com a Academia, seja na graduação ou em estudos posteriores). Conforme mencionei no texto, o lugar de produção do conhecimento histórico não é mais estanque ou restrito à comunidade acadêmica. São inúmeros “lugares de fala” que se apresentam.

      Hoje, essa situação felizmente vem se alterando, com novos olhares para a mídia. Mais e mais podcasts são criados, inclusive abordando a temática da História (muitos elaborados por Universidades e outras instituições de ensino). Outrossim, a própria Academia já vislumbra o podcast como um recurso que muito pode contribuir na formação dos futuros professores de história.

      Espero ter respondido sua colocação.

      Grato pela atenção!

      Saudações!

      Willian Spengler

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Prezado Willian, boa noite!

    Primeiramente, gostaria de parabenizar pelo texto muito bem escrito e pelo tema tão pertinente na atual situação.
    Em razão da pandemia, a Educação tem sido desafiada a encontrar diversos meios para chamar a atenção dos alunos, de forma que o ensino seja de qualidade e, ao mesmo tempo, prazeroso.
    O uso de Poadcasts no ensino de História e demais disciplinas pode ser uma ferramente que tem acalmado e auxiliado para que os alunos não fiquem prejudicados com a falta de aulas presenciais.
    Você acredita que a qualidade do ensino se mantém a mesma, ainda que não haja o contato físico, com a utilização de Poadcasts no ensino da História?

    Saudações!


    Luceli Santília Silva de Paula

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    1. Cara Luceli,

      Agradeço a leitura do texto, em primeiro lugar.

      A atual pandemia talvez tenha se tornado no mais recente desafio para a educação, os educadores e os estudantes. Pensar em um ensino "remoto", sem contato físico, que promova ou mantenha uma educação de qualidade e agradável. Como fazer?

      Felizmente temos as Tecnologias de Informação e Comunicação que podem e devem ser aplicadas ao ensino-aprendizagem. O podcast é uma ferramenta que transcende espaços de aprendizagem tradicionais, antes restritos somente às salas de aula, pois ele permite uma maior flexibilidade no seu uso, por parte do aluno, do professor, ou, até mesmo, de outro profissional que deseje usar esta mídia para aprimorar seus conhecimentos a partir dos episódios disponíveis na web. Devemos reconhecer que se trata de uma tecnologia que pode ser uma quebra de barreiras hierárquicas do saber, tão comum de ocorrer entre professor e aluno.

      Grato pela atenção!

      Saudações!

      Willian Spengler

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