Tathianni Cristini da Silva


OS SENTIDOS DO CONHECER NA SÉRIE FONTES



O desejo de saber
Desde os tempos mais remotos o homem interage com seu meio social produzindo hábitos que por sua vez necessitam de objetos que tornem estes novos comportamentos mais fáceis de fazerem-se reais. Para estas novas premências culturais denominamos, tecnologia. Tecnologia é algo que desde a pré-história humana se vem buscando como instrumento para facilitar e proporcionar uma melhor condição de vida para o homem.

Esta ânsia por obter algo novo e cômodo para o cotidiano, pode ser observada no momento em que as pessoas modificam simples galhos e folhas de árvores em moradias, abrigos contra as intempéries que fazem com que o dia a dia seja alterado. Posto que, a partir do instante em que ocorre a fixação de núcleos humanos, novas realidades serão dispostas ao grupo, este adaptará o novo produzindo instrumentos geradores de soluções aos problemas desconhecidos até então.  

Conforme La Mettrie [1982], quando há o desenvolvimento de técnicas que viabilizam a fixação de grupos humanos, criam-se as primeiras comunidades que podem produzir instrumentos úteis à sua acomodação e crescimento no número de indivíduos. O aumento populacional produz novos costumes sociais, que por sua vez alteram o entendimento sobre as condições do local em que se vive. Neste momento dá-se a produção de novos conhecimentos acerca dos instrumentos que poderão tornar a vida da população mais agradável e promissora.

Segundo Duby [1999], é no século XVIII que se observa a percepção dos homens sobre seu mundo sendo modificada. É neste momento que as pessoas constatam que o progresso é atividade de comuns acerca de todo contexto que permeia sua visão, aparentemente simples, do desenvolvimento de tecnologias capazes de favorecer novas condições de crescimento social para uma determinada comunidade.

Já Norbert Elias [1994], escreve diversos trabalhos relatando como o “processo civilizador” vem ocorrendo na história da humanidade de maneira expressiva desde o advento do Renascimento, porém seu auge ocorre no século XVIII. Ser civilizado, viver em uma civilização, podem significar coisas diferentes para muitos povos, em especial para ocidentais e orientais. Por exemplo, para os franceses que viveram o Iluminismo, ser civilizado significava ter uma educação de boas maneiras (usar lenço ao pescoço, por exemplo) e possuir vasta cultura erudita (conhecer música, teatro, filosofia, entre tantas outras manifestações culturais). Os ingleses percebiam o termo civilização de forma um pouco diferenciada, contemplavam nesta também boas maneiras e cultura erudita, mas acrescentavam a ela os recursos tecnológicos utilizados para estudos e para os diversos tipos de trabalhos.

Conforme Revel [1994, p. 170], o “processo de civilização” é a transformação da sociedade e do comportamento, assim, existem “mecanismos de implantação e reprodução de normas sociais”, pois é na “interiorização da regra que se confere sua maior eficácia. A disciplina coletiva torna-se, assim, objeto de uma gestão pessoal e privada. ” É o momento de transfiguração de elementos motivadores de novas condutas.

Desta forma, Elias [1994] e Revel [1994], tem considerações condizentes, enaltecendo que as transformações sociais partem do meio social e cultural para a interiorização do indivíduo, da mesma maneira do conhecimento particular privado para o público. Havendo a migração daquilo que é externo e público, podendo ter sido produzido no privado individual, para o pessoal.

Para Foucault [1998], os espaços são locais nos quais as impressões são talhadas e nos quais os homens também controlam os demais e criam normas para que o conhecimento seja sistematizado, ou melhor, onde no caso deste trabalho, a tecnologia seja aplicada de forma viável e promissora. O PanoptismoFoucaultiano, traça as linhas objetivas de normatização de condutas para que uma sociedade ou um dado local possa ter sucesso em suas empreitadas.

Assim, para Foucault [1998] a ideia de panopticum significa a noção projetada em cada indivíduo da eterna vigilância alheia, como fundamental para que o homem desenvolva meios de sobrevivência e convívio. O Panóptico pode ser reconhecido no sistema de fábricas do século XVIII, quando um capataz do alto de uma bancada, observava as tarefas desenvolvidas pelos demais trabalhadores, assim, ninguém poderia deixar de fazer suas tarefas, pois, sempre havia alguém o observando. Por este meio, muitas vezes a bancada poderia estar vazia, mas a internalização da ideia de vigília produzia nos indivíduos o autocontrole.

Portanto, o panopticum, não se trata de um prédio ou local onde ocorre a vigia, mas o guarda privado que cada humano é de si mesmo e de seus semelhantes. Nota-se que os hábitos alterados no âmbito do lar, serão trazidos deste para os demais espaços, desta maneira, uma conduta isolada e solitária transformasse em costume universal, pois o olhar do outro gera conduta em si. As contradições são resolvidas pela acomodação do novo na repetição continua.

Neste contexto a educação está inserida. Os colégios em diversos momentos nos remetem ao panopticum Foucaultiano, onde janelas e portas estão constantemente dando visibilidade aos olhos externos de tudo que ocorre nestes ambientes. O olhar atento dos vigilantes presentes fisicamente, ou mesmo a memória guardada daqueles por eles observados, faz com que as ações sejam em diversos momentos contidas e reprimidas.

A escrita
Com a imprensa criada por Gutemberg, a disseminação do saber através dos livros tornou-se acessível a uma parcela vultuosa da população no mundo. Já nos séculos XVI e XVII, na Europa, educava-se na religião com livros escritos em língua pátria crianças, jovens e demais pessoas da comunidade. A imagem simples feita a bico de pena já cativava e as letras eram o baluarte do saber.

O avanço tecnológico próprio dos séculos XVIII, XIX e, que teve seu ápice no século XX, gerou o desenvolvimento da necessidade de um conhecimento mais imediato que poderia ser obtido nas escolas. A ordem social alterava-se. Assim como Rousseau ao escrever Emílio nos disse que o caráter e o saber humano podem ser modelados desde que haja um plano e métodos para isso, a educação cria seus instrumentos para “controle” e “criação” do cidadão.

Entre estes instrumentos, encontram-se os livros. Livros gerados especificamente para a educação (as famosas cartilhas, por muitos de nós conhecidas em nossos tempos de estudantes) preferencialmente em salas de aula seguindo o modelo Foucaultiano. Por meio do costume as cartilhas tornaram-se instrumentos essenciais ao ensino nas fases iniciais da infância, caso que na atualidade ainda ocorre. 

Cabe então constar que as primeiras tecnologias geraram um processo contínuo de alteração e criação humana e, que estas mudanças que continuam ocorrendo na atualidade, tem reflexos imediatos na educação formal, órgão executivo do processo civilizador pretendido por inúmeros intelectuais para obtenção de um mundo moderno, como podemos constatar no que segue.

A experiência catarinense


A primeira metade do século XX foi marcada por graves crises políticas, econômicas, sociais e culturais que modificaram o entendimento das pessoas sobre o mundo no qual viviam. Foram as Grandes Guerras, massacres em nome de uma raça superior, disputas territoriais, quedas de bolsas de valores e a busca pelo “moderno”.

Dinamizava-se também a busca por uma identidade nacional que pretendia criar uma nova nação brasileira, um novo povo brasileiro nos melhores moldes internacionais, sem perder a peculiaridade nacional. Teríamos em nosso país homens de porte grego, coragem e audácia romanas, criatividade inglesa, mas com nacionalismo e obstinação brasileiras.  

Em meio a estas mudanças e reformas na vida do brasileiro, houve um investimento no nacionalismo e naquilo que se imaginava fosse gerar o progresso nacional, mas para isso era necessário remodelar o povo que aqui estava.

A educação seria o meio de formação desta nova população brasileira e, para atingir esse ideal, dever-se-ia virilizar o povo, ou seja, dar a esta dignidade, força, coragem, civismo, entre outros atributos. Uma concepção completamente masculina, pois que o termo viril era e ainda é utilizado para designar um modo de ser masculino. Deste modo, o projeto de virilização nacional atingia de forma objetiva os homens e, ou meninos. Às mulheres, cabia o seu eterno papel de procriadoras, havendo assim um incentivo aos papéis femininos seculares.

A educação brasileira, passou por uma “transição” do ensino aristocrático para o democrático, ou seja, a socialização do ensino durante os anos de 1890 a 1920, proporcionalmente relacionada as mudanças sociais e políticas, já mencionadas, em que o trabalhador também passou a ter direito a educação dirigida pelo Estado.

A Escola era o segundo núcleo de cunho institucional em que o menino penetrava, e sua “lapidação”, enquanto cidadão, deveria ocorrer dentro deste ambiente, sendo que um dos conceitos de educação do período torna visível a importância do local de ensino para assimilação dos preceitos da época: “educar é dar-lhe [ao menino] vigor físico, ideias sãs e conhecimentos úteis” [SERVA: 1923, p. 87]. Caso ocorresse o contrário com o ensino, “a escola primária tal como a temos, é um foco de infecção espiritual” [SERVA: 1923, p. 87]. Assim, o meio intelectual deveria deter-se com imensa atenção à aprendizagem em estágio inicial, pois precavendo-se nas fases “intelectuais embrionárias”, estariam prescrevendo o futuro.
Paralelo ao ambiente nacional apresentado acima, em que a educação nacional é revalorizada, a educação catarinense recebeu para seu auxílio, através de Henrique da Silva Fontes, a Série Fontes, um conjunto que reunia uma cartilha e quatro livros de leitura, distribuídas nas escolas do Estado com ajuda do governo, durante as décadas de 1920, 30 e 40.

Esta Série se insere nos objetivos propostos pela nova vertente educacional, denominada “Nova Educação” que defende a socialização social-radical e se enraíza no princípio de que a pessoa existe para a sociedade, estreitamente relacionada aos objetivos governamentais getulistas.

Henrique da Silva Fontes [1885-1966] foi nos anos de 1919 a 1926 Diretor da Instrução Pública em Santa Catarina. Professor Fontes como preferia ser chamado, formou-se Bacharel em Ciências e Letras na cidade de São Leopoldo - R.S. e também Bacharel em Ciências Políticas e Sociais, no estado do Paraná. Ocupou diversos cargos públicos no estado de Santa Catarina desde 1918 quando foi encarregado do Serviço de Recenseamento Estadual. Passou a ser nos anos de 1926/29 Secretário da Viação e Obras Públicas, em 1932/34 Juiz Procurador do Tribunal Eleitoral, de 1934/37 Procurador Geral do Estado e nos anos de 1937/46 Desembargador do Tribunal de Justiça de S.C., no qual se aposentou [Ver, JAMUNDÁ, 1970; CORRÊA, 1995].

Correlato a isto, Professor Fontes, lecionou em diversos estabelecimentos escolares de Florianópolis. Foi eleito Presidente Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, e membro da Academia Catarinense de Letras, cadeira n. º 18. Ajudou também a fundar as primeiras universidades do estado, da Faculdade de Direito (1932) até a Universidade Federal de Santa Catarina.

Fontes organizou eventos e congressos, como o I Congresso Catarinense de História em 1948. Escreveu muitos livros, entre eles biografias, e o conjunto de livros didáticos, denominado Série Fontes.

Em 1920 foram editados os 3 primeiros volumes da Série Fontes: Cartilha Popular; Primeiro e Segundo Livros de Leitura, obtendo sucesso entre o meio acadêmico. No ano de 1929 é publicado o Terceiro Livro de Leitura e no florescer da década de 30 é lançado o Quarto Livro de Leitura. [FONTES, 1930].

O método e meio de leitura considerava que essa intervinha na conduta e no imaginário das pessoas e, a repetição contínua de temas e ideários, constrói ou reconstrói um “novo tipo de cidadão”. “Á força de ler os livros se aprende a doutrina que eles ensinam. Forma-se o espírito, nutre-se a alma com bons pensamentos; e o coração vem por fim experimentar um prazer tão agradável que não há nada com que se compare” [VIEIRA: 1930, p. 56]. O autor está ciente do caráter formador de suas cartilhas, ambição que ele mesmo escreveu no quarto livro de leitura como está citado acima.

Durante o período no qual escreve a cartilha e os dois primeiros volumes dos livros de leitura, Henrique da Silva Fontes é Diretor da Instrução Pública do Estado. Mas por quê escrever as cartilhas? Bem, ele mesmo responde: “A causa deste empreendimento foi a falta de livros de custo módico que, podendo ser adquiridos sem sacrifício pelos remediados, possam também, à larga, ser distribuídos gratuitamente entre aqueles para quem alguns tostões representam quantia apreciável”.

A Cartilha da Série Fontes é muito próxima das cartilhas utilizadas ainda nos dias atuais pelas crianças, onde se aprende as letras e depois a se formar palavras e posteriormente frases.

Lançando olhos pelo Primeiro e o Segundo Livro de Leitura, o autor trata de assuntos tais como: país, meios para tornar-se um bom homem, porque devemos trabalhar; as lições de ciências são muito frequentes, explicando o que é o órgão e a função de cada membro do corpo – o menino iria conhecer seu corpo, domesticando gestos e atitudes, tornando-se guardião de si mesmo -, noções de higiene, fábulas de cunho moral, referenciando assim diferentes temas.

Uma análise sobre os temas tratados nos dois primeiros livros, nos revelam o interesse sobre o corpo humano e à similaridade desde com a sociedade na qual se vive. O corpo de cada cidadão seria um diminuto do mundo.

No Terceiro Livro o autor insere novos elementos em seu contexto: ao pé da página brotam rápidos pensamentos, as máximas de pensadores e escritores como Pitágoras, Confúcio, Sólon, Emílio Littré, Aristóteles, Victor Hugo, Cowper, D. Aquino Corrêa, Olavo Bilac, Coelho Netto, Ruy Barbosa e muitos outros, buscando intensificar as ideias propostas no texto anterior. É algo relevante pensar em crianças lendo frases de figuras tão complexas de nossa literatura e filosofia. Neste livro também aparece um personagem que se torna a cada página mais visível e íntimo das histórias, o mito ou o herói nacional adquirindo força e espaço na narrativa, relatando tanto fragmentos de histórias vitoriosas quanto demonstrando até onde um homem com desejo de poder tende a chegar. 

No Quarto Livro, Professor Fontes retoma com dedicação quase total os arquétipos nacionais (D. Pedro I, Tiradentes, os proclamadores da República como Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto, etc.), dedica textos contando as aventuras destes, conclamando todos para servir à ordem nacional. Neste Livro ocorre um fato até então inédito na Série: o aparecimento de leis que referenciam fatos do cotidiano, como obrigatoriedade familiar, domiciliar, entre outras.

Os meninos também passavam a ter contato com as leis que regiam a nação. No final do Quarto livro encontra-se um vocabulário inédito esclarecendo o significado de inúmeras palavras, fato relevante, pois nos livros anteriores muitas palavras expostas não eram de uso comum e não existia um esclarecimento sobre estas. É possível que Henrique da Silva Fontes tenha recebido, como ele mesmo solicitou aos professores, a indicação do esclarecimento de palavras para um melhor entendimento por parte dos alunos.  

Assim, a educação como fonte de saber e de “modelagem” do caráter humano foi, e, inúmeras vezes ainda é utilizada, numa tentativa de moldar a forma viva da massa humana de acordo com os utilitários que deveriam, estes sim, serem transformados continuamente para se adaptarem as necessidades cotidianas. Ou, no mínimo uma via de mão dupla, onde houvesse uma interação mais vantajosa para todos aqueles que utilizam serviços que pretendem educar estas criaturas mutantes que somos.

Para finalizar, não se deve esquecer o importante papel que a educação teve no processo de formação da ideia de civilização na qual vivemos, sustentada por meio do costume e reiterada pela crença de que enfim: “somos modernos”.


REFERÊNCIAS

 

Doutora Tathianni Cristini da Silva é Bacharel e Licenciada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorado pela Cátedra Jaime Cortesão/FFLCH/USP. Docente na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) e pesquisadora associada ao projeto de Valorização Patrimonial do Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos (PRCEU/USP/BNDES) desde 2014.  tathianni@gmail.com



CORRÊA, Carlos Humberto. O Governo Vidal Ramos e a reforma do ensino público. DIÁRIO CATARINENSE. Suplemento Diário de cultura. Florianópolis, 04/03/1995, n. º 3243, p. 6-8.

DUBY, Georges. Para uma História das Mentalidades. Lisboa: Terramar, 1999.

ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: Uma História dos Costumes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. 1v.

FONTES, Henrique da Silva (org.). Cartilha Popular Série Fontes. Florianópolis, Imprensa Oficial do Estado, 1948.

FONTES, Henrique da Silva (org.). Segundo Livro de Leitura Série Fontes. Nova edição. Florianópolis, Imprensa Oficial do Estado, 1935.

FONTES, Henrique da Silva (org.). Terceiro Livro de Leitura da Série Fontes. Florianópolis, Typ. da Livraria Moderna, 1930. p. 05.

FONTES, Henrique da Silva (org.). Quarto Livro de Leitura Série Fontes.Florianópolis, Typ. da Livraria Moderna, 1930.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 18ª ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

JAMUNDÁ, Theobaldo Costa. História de Santa Catarina. II vol. Paraná, Gráfica e Editora Paraná Cultural LTDA, 1970. p. 23-24.

LA METTRIE. O Homem-Máquina. Lisboa: Editorial Estampa, 1982.

REVEL, Jacques. Os Usos da Civilidade. In: ARIÉS, Philippe; DUBY, Georges (org.). História da vida privada: Da Renascença ao século das Luzes. 4ª reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 169-210. 3 v. 

ROUSSEAU, Jean-Jaques. Emílio ou Da Educação. 3ª ed. São Paulo; Rio de Janeiro: DIFEL, 1979.

SERVA, Mário Pinto. A virilização da raça. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1923.

SILVA, Tathianni Cristini da Silva. Educação para condutas masculinas. Série Fontes (1920-1960). Beau Bassin/UM: Novas Edições Acadêmicas, 2018.



4 comentários:

  1. Percebo que o texto pretende destacar e valorizar os sentidos do conhecer pensando também um acompanhamento com a evolução do homem, afinal somos todos sujeitos da evolução que a cada dia nos perpassa. Vejo tal texto pertinente a ponto de sentir falta do dado tecnológico. Já que se fala nos sentidos do conhecer e se pensa a caminhada humana crescente porque também não abarcar a tecnologia, seja ela com seus pontos positivos ou negativos para tal contribuição? Vejo que Fontes mostra uma preocupação com aqueles que tinham mais dificuldade ao acesso dos livros, talvez não tinham até mesmo condições. O que pode ser pensado sobre esta situação atualmente, quando muitos não conseguem acompanhar a aprendizagem pela falta de recursos?

    Tobias de Oliveira Coelho.

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    1. Olá, Tobias.
      Para o período em que a Série foi escrita essa era a tecnologia de "ponta" em termos educacionais.
      A nossa situação é extremamente grave por um lado, pois com a pandemia é evidente a desigualdade de acesso no país a "tecnologias básicas" como internet e computadores. Por outro lado, hoje o número de pessoas com acesso a escola é imenso se comparado ao período de Fontes proporcionalmente. Honestamente, não vejo solução para a situação atual, uma vez que não temos projetos voltados para a educação que pensem a inclusão real da população brasileira.
      Obrigada,
      Tathianni Cristini da Silva

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  2. Olá Tathianni,
    Parabéns pela temática abordada, não conhecia essa Série Fontes e pelo teu trabalho pude ter uma noção de como eram essas cartilhas e livros para leitura. Gostaria de saber se nas suas pesquisas encontrou as cartilhas que são utilizadas atualmente, e caso tenha encontrado, se conseguiu fazer uma comparativo entre elas, entre essa educação cívica voltada apenas para os meninos e que atualmente se tornou mais abrangente de alguma forma.
    Samara Janine Boga

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  3. Olá, Samara!
    Eu continuo juntando cartilhas para fazer análises, sim. Eu amo as questões relacionadas ao ensino. Até 2018, a temática cívica era abordada de maneira mais democrática - para ambos os sexos -, mas nunca desapareceu por completo dos livros. É importante frisar que os livros escolares circulam durante muitos anos, isso perpetua suas ideias.Observe o número de edições dos livros escolares. É uma questão seríssima.
    Precisamos aguardar para ver o que acontecerá no atual governo.
    Abraço,
    Tathianni Cristini da Silva

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