Marcos de Araújo Oliveira


OS SUPER-HERÓIS NA SALA DE AULA: AÇÃO PEDAGÓGICA E DIÁLOGOS COM CULTURAS JOVENS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO INTERDISCIPLINAR



Sabe-se que entre os desafios da escola do século XXI, uma educação interdisciplinar – com diálogos e trocas entre as disciplinas, torna-se um dos principais pontos debatidos por vários educadores. Na área das ciências humanas escolar, buscam-se ressignificações de metodologias que podem contribuir com a construção de conhecimentos que dialoguem.

De acordo com Paulo Freire (1996) quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, seja diretiva, política, ideológica e pedagógica, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.

Sendo assim, ensinar exige autenticidade, ou seja, ofertar ao aluno diferentes formas de aprender possibilitando novas visões sobre o conteúdo, e isso pode ocorrer na interdisciplinaridade. Ao analisarmos em sala de aula, os super-heróis na Guerra Fria, temos a oportunidade de trabalhar novas reflexões no conhecimento da Geografia e História.

Essa metodologia ao ser aplicada na turma de 9° ano da COOPEJ em Jaguarari-Ba trouxe ferramentas potencializadoras tanto no ensino como na aprendizagem, validando a ação pedagógica interdisciplinar e valorizando o universo cultural desses estudantes, ao evocar figuras do seu cotidiano e que colaboram para a autenticidade do ensinar-aprender.

A interdisciplinaridade entre História e Geografia na sala de aula

O modo de se construir o conhecimento em sala de aula passa por constante transformações e atualmente há novas perspectivas pedagógicas através da interdisciplinaridade, conceito que para Fazenda (2011, p. 35) consiste  “num trabalho em comum tendo em vista a interação das disciplinas científicas, de seus conceitos diretrizes, de sua metodologia, de seus procedimentos, de seus dados e da organização de seu ensino”.

Segundo Ströher (2019) o termo interdisciplinaridade surgiu na Europa, principalmente na França e na Itália, na década de 1960 e influenciou sutilmente a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 5692/71), quando os governos militares do Brasil uniram a História e a Geografia em Estudos Sociais, formando uma aglutinação de conteúdo, sem propósitos de compartilhamento de conhecimentos de diferentes áreas.

Porém, com as transformações dos currículos em educação, História e Geografia não são mais estudadas como uma aglutinação de conteúdos e sim como disciplinas separadas que são fundamentais para a elaboração do conhecimento sobre o mundo, permitindo aos alunos uma leitura crítica sobre vários aspectos referentes as conjunturas sociais e espaciais.

Sobre esse ensino da Geografia na escola, Visentini (2009, p.79) enfatiza:

“Isso, [...] é ou deveria ser ensino de geografia. Um conhecimento do mundo – sem nunca negligenciar o local onde vivem os alunos, – que aborde os seus reais problemas geoeconômicos, geopolíticos, culturais e ambientais. Um conhecimento que não deve ficar restrito à assimilação de conteúdos, de conceitos e informações, mas, principalmente, que implique no desenvolvimento de competências e hábitos apropriados para a cidadania ativa e para a sociedade democrática”.

Já a História por conta da historiografia tradicional que almejava uma “História Total”, durante muito tempo tentava englobar cada vez mais aspectos da Geografia. Isso foi se transformando com as renovações historiográficas dos séculos XX e XXI, pois compreende-se que a História, enquanto uma área das ciências humanas, não deva (ou consiga) abordar todos os aspectos referentes ao universo do ser humano, daí se faz necessário o estudo da História e Geografia em campos separados, mas que podem sim vir a se comunicar e ter trocas positivas.

A História sempre tem muito a contribuir, pois a sua busca do conhecimento sobre o passado não pode escapar dos anseios do próprio presente. Desse modo, segundo Leandro Karnal (2007) fazer um texto de História é estabelecer o diálogo entre o passado e o presente:

“A representação do passado e do que consideramos importante representar é um processo constante de mudança. Se a memória muda sobre fatos concretos e protagonizados por nós, também muda para fatos mais amplos. A História está envolvida em um fazer orgânico: é viva e mutável”. (KARNAL, 2007, p. 8).

Cada disciplina na rede básica do ensino, possui seus paradigmas e linguagem própria; o ensino de História apesar de muitas vezes abordar assuntos semelhantes, não se restringe a ter a mesma linguagem, aplicação e método da Geografia. Entretanto, isso não anula o fato de que muitos conteúdos abordados em História e paralelamente em Geografia apresentam similaridades, porém com abordagens diferentes.

Percebemos então que mesmo sendo um professor de História, o educador precisa vir a explicar os fatores importantes para as configurações espaciais entre os blocos socialista e capitalista no contexto da “Guerra Fria”, assunto também trabalhado pelo professor de Geografia. “Dessa forma, acredita-se que um professor, seja formado em História ou Geografia, pode trabalhar em uma perspectiva interdisciplinar, sem abandonar sua área de referência” (STRÖHER, 2019, p. 57). Desse modo, tanto os professores de História como os de Geografia ao trabalharem conteúdos similares precisam adotar essa perspectiva interdisciplinar.

Porém é necessário estar apto para acompanhar os mecanismos didáticos que possibilitem esse ensino expandido, moldando sua ação pedagógica. Segundo Karnal (2007, p. 9):

“A ação pedagógica muda porque mudam seus agentes: mudam os professores, mudam os alunos, mudam as convenções de administração escolar e mudam os anseios dos pais. Ainda que a percepção sobre as mudanças na escola sejam mais lentas do que as de outras instituições da sociedade, ela certamente muda, e, eventualmente, até para melhor”.

Cada campo de estudo possui suas especificidades e os seus próprios métodos para a produção e transmissão de conhecimentos, bem como suas fontes. Contudo, é preciso salientar que a interdisciplinaridade entre História e Geografia é possível, tornando as aulas bem mais dinâmicas em ambas as disciplinas, ao proporcionar um conhecimento mais interligado ao aluno.

Os Super-Heróis na educação: a valorização do universo do aluno para a construção do conhecimento interdisciplinar

Atualmente, sabe-se que a educação tem um papel não só de levar os conhecimentos acerca de determinadas matérias da grade curricular, mas também de formar cidadãos preparados para se adaptar a sociedade e ao mundo cada vez mais globalizado.

Vesentini (2009) aponta que ser competitivo neste mundo globalizado dos nossos dias também passa por conhecer geografia, conhecer o mundo, os demais países, continentes e mercados regionais, e até mesmo os nossos problemas e potenciais – tanto do município como do país como um todo, passando pelas demais escalas geográficas intermediárias.

Podemos apontar que nessa importância do saber geográfico, também está a necessidade de se ter o conhecimento histórico, enfatizando que sempre há novas transformações no modo de se produzir este conhecimento. Karnal (2007) explica que o fazer histórico é transformado pelas mudanças sociais, pelas novas descobertas arqueológicas, pelo debate metodológico, pelo surgimento de novas documentações e por muitos outros motivos.
Portanto, é necessário neste trabalho interdisciplinar estar preparado para oferecer um ensino que torne o aluno protagonista dessa construção do saber geográfico e do fazer histórico, permitindo que a sua realidade seja também valorizada dentro da sala de aula e assim sirva de canal para a aplicabilidade do conteúdo.

“Dessa forma, o professor deve ter um olhar sensível para a realidade de seus alunos, para que possa auxiliar da construção da identidade histórico-cultural desses sujeitos, e que assim seja possível também instrumentalizá-los para que formulem e construam seus próprios projetos de vida. Ignorar esse universo prejudica a ação do professor, ao construir conhecimentos sem aplicabilidade, desconectando os saberes dessas áreas de conhecimento com o mundo real dos alunos”. (STRÖHER, 2019, p. 58)
Estabelecer uma conexão com o universo que permeia a vivência desse aluno torna-se algo bastante válido, tornado o uso dos super-heróis em sala de aula uma boa metodologia ativa para o processo de ensino interdisciplinar de História e Geografia, ao se trabalhar o tema “Ordem Bipolar e Guerra Fria” e o surgimento da “Nova Ordem Mundial”.

O estudo das histórias em quadrinhos e dos seus personagens principais que foram produzidas na segunda metade do século XX, permite com que sejam abordados vários aspectos reverberantes dos posicionamentos e comportamentos diante dos conflitos não armados entre Estados Unidos e União Soviética, no famoso período intitulado “Guerra Fria” (entre 1947 e 1990). Contexto marcado pelo jogo de influências entre as duas superpotências no controle pela hegemonia mundial, através das disputas entre o bloco capitalista (encabeçado pelos EUA) e pelo bloco comunista (liderado pela URSS) numa ordem mundial “bipolar”.

“É chamada [guerra]"fria" porque não houve qualquer combate físico, embora o mundo todo temesse a vinda de um novo conflito mundial por se tratarem de duas potências com grande arsenal de armas nucleares”. (NASCIMENTO, 2017, p. 2)

Ainda de acordo com Nascimento (2017) foi durante a Guerra Fria que explodiu uma onda gigantesca de super-heróis nos gibis norte-americanos, criados pela editora de quadrinhos, Marvel Comics.

Neste contexto de Guerra Fria, houveram infinitos fatores que influenciaram as histórias nas páginas dos quadrinhos: a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, a produção de armas nucleares, a espionagem, a aversão ao comunismo; todos esses aspectos foram expostos nas HQ’s desse período, evidenciando um viés também ideológico:

“Assim, as Histórias em quadrinhos assumiram também esta função seja na transmissão de ideologias, trabalhando assuntos respectivos a vida, a morte, alegria e tristeza, medo, insegurança, luta, agressividade, timidez, entre outros sentimentos na formação social do indivíduo. É notório, estas abordagens de cunho social através das páginas das revistas em quadrinhos”. (NASCIMENTO, 2017, p. 3)

Cabe destacar que os super-heróis do mundo dos quadrinhos possuem poderes especiais, como voar, hiper força, alta resistência, etc. mostrando sempre uma luta do bem contra o mal. Por terem sido criados nos Estados Unidos estes heróis muitas vezes batalhavam contra a ameaça comunista, logo, o cenário das HQ’s mostrava o mundo bipolar, no qual difundia-se que o estadunidense com “justiça e heroísmo” derrotaria os “vilões” soviéticos.
Nos diais atuais, esses super-heróis migraram das páginas dos quadrinhos para as telas dos cinemas, por meio de superproduções, que conquistam fãs de todas as idades no mundo, principalmente jovens. O filme “Vingadores: Ultimato”, por exemplo, lançado em 2019, tornou-se o filme com maior bilheteria na história (lucrando cerca de US$ 2,790,2 bilhões).
Por essa intensa popularização, seja nos quadrinhos ou em obras audiovisuais, os super-heróis tornam-se elementos relevantes dentro do universo dos adolescentes. Desse modo, podem contribuir para uma aprendizagem lúdica e interdisciplinar dentro da sala de aula, auxiliando nos debates das aulas de História e Geografia.

Os super-heróis numa ação educativa: a interdisciplinaridade aplicada no 9° ano da COOPEJ – Cooperativa Educacional de Jaguarari
Este relato de experiência, aborda como foi realizado um trabalho interdisciplinar dentro da disciplina de Geografia, utilizando-se o conhecimento da História, com o uso dos super-heróis em sala. Ele foi mediado por mim na turma de 9° ano (Turma única) da COOPEJ – Cooperativa Educacional de Jaguarari, localizada no município de Jaguarari, na Bahia.

Um dos assuntos estudados pelos alunos do 9° ano da COOPEJ durante a primeira unidade do ano letivo de 2020, foi o capítulo 1 do livro didático “Teláris – Geografia” (volume destinado ao 9° ano). O capítulo se intitula “Nova Ordem Mundial” sendo dividido nos seguintes textos: “1- O que é uma ordem mundial?”, “2- Do mundo multipolar ao bipolar” e “Crise do mundo bipolar”, “3- A nova ordem mundial” que tem como tópicos “Poderio Militar”, “Guerra Inteligente”, “Ciberespaço”, e encerrando o capítulo, temos o texto complementar “O que foi o muro de Berlim?” e algumas atividades.
Os autores do livro, Vesentini e Vlach, fazem uso de uma narrativa que busca reconstituir os fatos da história, narrando os conflitos da antiga ordem mundial e trazem uma perspectiva mais conectada a área da Geografia, ao falarem de aspectos como armamento, tecnologia e informática e seus usos na nova Ordem Mundial.

Os autores (2019, p. 21) definem uma ordem mundial como “um plano de correlação de forças no plano internacional, ou seja, o equilíbrio de poder entre os Estados Nacionais”. Vesentini e Vlach dão relevância aos fenômenos históricos que explicam a construção da nova ordem mundial e suas particularidades, demonstrando que o presente está conectado ao passado.

A maneira com que este conteúdo foi abordado dentro do livro didático, sempre evocando fatos históricos dentro dos textos explicativos, mostra que a Geografia e a História mantêm um diálogo muito importante para a educação. O livro aborda muito bem os aspectos dos conflitos entre bloco socialista e capitalista, como no desenvolvimento das armas nucleares ou na corrida espacial; porém ele não traz nenhuma abordagem sobre o uso dos quadrinhos na guerra fria, mesmo as HQ’s tendo um papel importante:
“Assim, para além das esferas militar – como as guerras, por exemplo, localizadas no Vietnã e na Coreia – e diplomática – como na questão dos mísseis de Cuba – a Guerra Fria também foi disputada com ações no âmbito da cultura de massas.[...] a retórica da Guerra Fria influenciou a criação de personagens que iriam povoar o universo dos quadrinhos”. (BRANDÂO, 2018, p. 2)
Essa povoação dos super-heróis no universo dos quadrinhos consegue demonstrar aspectos vivenciados neste conflito não armado, pois os episódios vividos pelos super-heróis eram reflexos das próprias tensões do período.

Sendo assim, a História também entrou como conhecimento fundamental dentro dessas aulas e a proposta da aprendizagem sobre a Guerra Fria em Geografia foi adotada em sala de maneira interdisciplinar.

Minha ação pedagógica consistiu então na análise de alguns super-heróis,por meio de vídeos e imagens, de modo a contextualiza-los em sala de acordo com os temas abordados no conteúdo, convidando os alunos a refletirem sobre os aspectos tratados por esses personagens. Entre os super-heróis utilizados, podemos destacar:

O Homem de Ferro: a criação dos quadrinhos do “Iron Man” se deu em 1963 sob autoria de Stan Lee e Jack Kirby. A origem do Homem de Ferro está ligada aos conflitos da Guerra do Vietnã (1960-1975), já que o personagem Tony Stark, milionário americano, trabalhava na indústria de armamentos. Ao ser capturado pelos vietnamitas, ele desenvolve então uma armadura tecnológica que lhe permite atuar como super-herói, levando a “proteção e justiça” aos EUA.
O uso desse herói em sala permitiu-nos o estudo da corrida armamentista nesse período da guerra fria, pois como descreve Sanzovo Filho (2017, p. 36) “O Homem de Ferro tem vários armamentos em sua armadura e novas invenções que os EUA e a URSS produziam para a corrida armamentista, quando se armavam até os ‘dentes’”.
O Quarteto Fantástico: A primeira publicação do Quarteto Fantástico foi em 1961, mostrando a jornada de quatro americanos que adquirem super poderes após um acidente no espaço. Essas HQ’s nascem no mesmo ano em que o soviético Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a viajar ao espaço. O uso da abordagem do Quarteto Fantástico no 9° ano, serviu como estudo da corrida espacial, competição acirrada entre as superpotências.
“As histórias do Quarteto Fantástico quase sempre acontecem no espaço sideral. Esse grupo de heróis alude à Guerra Fria, pois, no início da história, antes dos quatro futuros heróis viajarem para o espaço, consta que os EUA estão numa corrida espacial contra uma ‘potência estrangeira’ (URSS)” (SANZOVO FILHO, 2017, p. 30).
O Incrível Hulck: Criado em maio de 1962, o personagem Hulck trata-se na verdade do cientista Bruce Benner, que após um acidente com as “bombas gama” recebe um alto grau de radiação que lhe confere superpoderes. As HQ’s de Hulck foram utilizadas no estudo das armas nucleares e do desenvolvimento da biotecnologia, aspectos marcantes do mundo bipolar:
 “Sempre que se enfurecia ou entrava em pânico,[Bruce] transformava-se em Hulk, um brutamonte capaz de levantar toneladas e alterar seu estado humano para irracional, incontrolável e destrutível, comparável às “tensões” que envolviam os Estados Unidos e a União Soviética” (SANZOVO FILHO,2017, p. 35-36).
Além desses personagens citados e seus temas contextualizados, também foram abordados em sala para o estudo da ordem bipolar, a questão da espionagem através da figura do “Capitão América” e a luta contra o racismo e busca pela convivência harmônica por meio dos “X- Men”.
Debatemos ainda o alto investimento em tecnologia, Hackers e ciberespaço na “Nova Ordem Mundial” por meio da personagem “Batgirl”, da DC Comics; Sendo muito importante trazer também heroínas femininas para esses adolescentes (alunos com 14 e 15 anos), já que as lutas pela igualdade de gênero dialogam com o protagonismo das personagens femininas e a representatividade serve de incentivo para as próprias alunas da turma.

Contudo, vale destacar que diante dessa metodologia ativa na ação pedagógica, os alunos do 9° ano conseguiram aprender de forma lúdica e ainda obtiveram ótimos resultados na avaliação parcial da I unidade com o conteúdo “Nova Ordem Mundial” valendo 3 pontos; dos 17 alunos na turma, 13 obtiveram nota igual ou superior a 2 pontos (a menor nota foi 1,2 e a maior 3,0 pontos) atendendo as expectativas previstas.

Considerações Finais
De acordo com Vesentini (2009) a escola indicada para este novo século, do mundo globalizado e da revolução técnico-científica, não é aquela que dá conceitos, “macetes” ou modelos prontos; a escola deve se preocupar com a cidadania ativa – e não passiva– com indivíduos que pensem por conta própria, que aprendam determinadas competências, habilidades e inteligências múltiplas apropriadas para uma sociedade democrática e pluralista.

O uso dos super-heróis para o estudo da Guerra Fria e da formação da nova ordem mundial torna-se uma alternativa promissora para aulas interdisciplinares. Como foi evidenciado na experiência aplicada no 9° da COOPEJ, a análise desses super-heróis fez os alunos sentirem-se cada vez mais socializados em sala, pois elementos do universo jovem puderam ser utilizados para sua aprendizagem.

Dessa forma, o ensino interdisciplinar em Geografia e História pode torna-se uma metodologia ativa neste novo século, entretanto deve-se haver coerência com a aplicação dessas metodologias novas, já que elas devem servir para o auxílio dos alunos a desenvolverem ainda mais um protagonismo na construção do conhecimento em sala.

Referências:

Marcos de Araújo Oliveira é graduado em Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Petrolina).

BRANDÂO, Leonardo. A guerra fria nas histórias em quadrinhos: O caso dos super soldados soviéticos da Marvel Comics. In: XVII Encontro Estadual de História da ANPUH-SC. 17, 2018, Joinville. Anais eletrônicos... Joinville: FAPESC. 2018, 16 p. Disponível em:

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KARNAL, Leandro. Apresentação. In: ______ (org). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 7-16.

NASCIMENTO, Aparecida de Fátima Assis do. As histórias em quadrinhos e a utilização dos super-heróis da guerra fria como instrumento didático no ensino da História. In: VIII Congresso Internacional de História. 8, 2017, Maringá; Anais eletrônicos... Maringá, 2017, 8 p. Disponível em:
<http://www.cih.uem.br/anais/2017/trabalhos/3639.pdf>. Acesso em: 05 de Abr de 2020.

SANZOVO FILHO, E. R. Quadrinhos Marvel nos anos sessenta durante a guerra fria. 2017. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em História). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.

STRÖHER, Carlos Eduardo. Ensino de História e de Geografia: desafios e reflexões para a prática docente interdisciplinar. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; NETO, José Maria de Sousa (Orgs). Aprendendo História: Diálogos Transversais. União da Vitória: Edições Especiais Sobre Ontens, 2019. p. 55-62.

VESENTINI, José William. Repensando a Geografia Escolar para o século XXI.
São Paulo: Pléiade, 2009.

VESENTINI, J. W; VLACH, Vânia. Nova Ordem Mundial. In:_____. Teláris Geografia – 9° ano. 3. Ed. São Paulo, Ática, 2019, p. 20-35.

6 comentários:

  1. olá
    primeiramente parabéns pelo trabalho desenvolvido, principalmente pela interdisciplinaridade que fez entre as disciplinas de historia e geografia, algo que deveria ser mais utilizado pois ampliaria o conhecimento dos alunos. Utilizei essa estrategia com meus alunos no estágio , com alunos da educação de jovens e adultos, para explicar a mídia como forma de propagar ideias e valores durante a guerra fria através de filmes, desenhos criados nesse período. Seu trabalho contribui de forma significativa para se pensar na utilização da geografia também como recurso para que o aluno seja esse sujeito histórico que compreende não apenas o contexto , mais o espaço do que se está ocorrendo.
    parabéns pela contribuição , gostei bastante do seu texto, me possibilitou pensar em novas abordagens dentro da sala de aula.

    att: Mirian da Silva Costa
    Universidade Estadual do Maranhão-UEMA

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    1. Olá Mirian, obrigado pelas considerações.
      Realmente, quando se trata de educação acredito que buscar metodologias ativas seja algo fundamental para que possamos despertar o interesse e construir conhecimento em sala.
      Dessa forma, a internaciplirarida se configura como um meio positivo.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  2. Boa tarde, Marcos! Primeiramente, parabéns pelo excelente texto! Amei a junção de história e geografia e me encantei pela análise dos heróis, as informações do contexto histórico que foram criados e a referência com a realidade do período. Sou apaixonada por Hqs e filmes dessa temática e gostaria de futuramente introduzir esses conteúdos em minhas aulas. Então a minha pergunta é: Quantas horas aulas foram utilizadas para a abordagem desses temas? Levando em conta que há um tempo limitado em sala de aula, para abordagem e explicação de cada coisa.

    E parabéns novamente pelo seu trabalho!

    Cristielle Reis Santos.

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    1. Olá Cristielle, foi utilizado uma aula de 50 minutos para a exposição de vídeos que falavam sobre os heróis e imagens, e também tivemos um debate sobre esses heróis e os conteúdos que estudavam.
      Além disso. O conteúdo dos heróis sempre era evocado nas aulas para que eles assim fosse assimilando, de forma contextualizada.. até às avaliações parciais tiveram questões relacionadas aos heróis.
      Espero ter ajudado, não precisa ser algo que tome muito tempo, muitas vezes gastamos aulas corrigindo atividades do livro e acredito que essa dinâmica interdisciplinar possa ser até mais positiva

      Marcos de Araújo Oliveira

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  3. Saudações Marcos, primeiramente gostaria de dizer que o título e o tema do seu trabalho foi fora justamente o que me puxou direto para a sua leitura, me interesso muito pela abordagem da temática dos super-heróis em sala de aula, pois assim como você julgo imprescindível a aproximação do conteúdo mediada pelo professor para com a realidade do aluno na busca por uma experiência de ensino-aprendizagem mais rica, significativa e deveras mais marcante.

    A respeito do texto, apenas posso despejar elogios, curiosamente conforme fui lendo aqui, por ter grande interesse nessa temática dos super heróis, me foram vindo diversas questões para apresentar aqui como o cuidado que se deve haver com a dicotomia marcante dos quadrinhos, fruto evidente de seu contexto de produção, o "boom" que toda essa produção apresentou no cinema ao longo da última década ao ponto de dominar os recordes de bilheterias, a potencialidade da utilização das histórias dos x-men ao se tratar de temas como diversidade e intolerância; dentre várias outras questões, entretanto o próprio texto esplendidamente levantou tais pontos e mesmo que de forma breve os explicitou muito bem, então meus sinceros parabéns.

    No final da leitura me havia apenas restado apenas a dúvida do tempo despendido na atividade, entretanto já a respondera no comentário anterior. Logo me restaram apenas perguntas a título de curiosidade, como o que você acha da aplicação de mangás no ensino, como também de quadrinhos e super heróis para abordar outras temáticas além da que abordara. Por exemplo nunca me esqueço que no 9º ano havia uma imagem de um quadrinho do Capitão América no livro de geografia ou história, e conforme passava o ano eu basicamente "namorava" a página do livro na qual aquela figura se encontrava junto a um texto de curiosidades dobre a 2ª Guerra Mundial ou a Guerra Fria, e assim fiquei ansiosamente esperando a professora abordar aquela página do livro. Porém quando lá chegamos, ela simplesmente pulou o página (por questões de tempo ou simplesmente preferência) e eu jamais a perdoei por isso tanto é que já fazem 7 anos e ainda me recordo perfeitamente disso e levo comigo esse exemplo pessoal para ter sempre em mente a necessidade da aproximação para com a realidade do aluno, que aqui você sustentou brilhantemente em seu texto.

    Por fim gostaria de saber, como uma última curiosidade, se você pretende levar esse belo e genuíno trabalho à frente em futuras pesquisas. Pois achei sinceramente muito bom e parte de perspectivas muito semelhantes às que eu tenho em minhas pesquisas e trabalhos ainda incipientes com a utilização de uma franquia de quadrinhos e jogos de super heróis para a análise de elementos do totalitarismo e paralelamente pensando também sua aplicação em sala de aula.

    Atenciosamente e boa sorte nessa jornada e que a FORÇA esteja com você.

    João Matheus Ramos

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    1. Oi João, obrigado pelas considerações.
      Fico lisonjeado pelos elogios.
      Então, primeiramente, eu gostaria de parabenizar você por se preocupar com um ensino mais dinâmico aos alunos, isso é muito legal.
      Em relação a trabalhos com Mangás e outros quadrinhos para outras temáticas em sala, eu não tenho nada programado em mente por conta da Pandemia. Mas estou totalmente aberto a trabalhar qualquer metodologia que possa facilitar o ensinar/aprender com autenticidade como diz Paulo Freire. Acho válida a sua ideia desse uso de novas fontes em sala.
      Sobre alguns pontos terem sido abordados brevemente no texto foi em consequência das adequações a quantidade de palavras do evento. Mas tentei exprimir da melhor forma os principais aspectos dessa minha pesquisa e ação pedagógica interdisciplinar.
      Em relação ao seu trabalho, fiquei muito interessado.
      Qualquer possível troca de ideias, meu e-mail é:
      drmarcosaroeira@gmail.com

      Marcos de Araújo Oliveira

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