Jonas Clevison P. de M. Júnior e Wirlanny Evelyn O. Barros


A QUEM PERTENCE ESSE PATRIMÔNIO? VIVÊNCIAS EDUCATIVAS NO ENSINO DE HISTÓRIA EM UM MUSEU ARQUEOLÓGICO



As reflexões acerca das vivências educativas em museus, atualmente acompanham as diferentes formas como estas instituições têm se consolidado no cenário cultural, e têm despertado especial atenção de inúmeros estudos, que a partir de proposições teóricas e metodológicas, fornecem debates sobre o papel educativo dos museus, e no caso específico deste trabalho, suas articulações com o campo da educação.

Buscando refletir sobre esse papel educativo que os museus exercem e sua relação com o ensino de história, apresentamos a experiência de atuação do Museu “Expondo Cultura – Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”, que através de uma exposição centrada no Patrimônio Arqueológico, apresenta uma possibilidade de articular a educação em museus e o Ensino de História.

Museus e suas concepções ao longo da história
Hoje, no cenário cultural, os museus representam uma das principais instituições destinadas a promover a salvaguarda e divulgação do Patrimônio Cultural. Procurados em momentos de lazer, de curiosidade, em atividades escolares ou por interesses científicos, e abrigando parte da história e da memória local, nacional ou internacional, essas instituições possuem reconhecida importância cultural e social, uma vez que “os museus sempre carregam a intenção de educar” [PACHECO, 2012, p. 65].
Segundo Oliveira [2008], os primeiros museus, enquanto instituições destinadas a conservar obras antigas e permitir sua divulgação ao público, remontam à segunda metade do século XVIII, embora, como destacam Funari e Pelegrine [2009], objetos como esculturas gregas e romanas, valorizadas a partir do Renascimento, já eram coletadas, catalogadas e expostas por colecionadores na prática do antiquariado, atividade que ocasionou a criação dos primeiros museus nacionais no século XVIII.
Esse processo de valorização do passado, a partir do conjunto de bens materiais que passaram a ser recuperados, estudados e apresentados em exposições, desde o Renascimento, sofreu forte impacto da Revolução Francesa. Como pontua Oliveira [2008], a datar deste acontecimento histórico, objetos pertencentes à realeza, a nobreza e a igreja, antes de propriedade privada, passaram à tutela do Estado, tornando-se bens nacionais, como uma forma de proteger essa herança material da reação revolucionária contra o Antigo Regime. Surgia então, em fins do século XVIII, baseado na necessidade de preservar os bens materiais que representavam a memória nacional, os museus.

Durante o século XIX, no contexto de fortalecimento do Estado Nacional e do nacionalismo, os museus passaram a ter o comportamento, como pontuam Funari e Pelegrine [2009], de inventar o cidadão, difundir o sentimento de pertencimento à nação e promover a construção de uma identidade nacional.

Portanto, na sua origem, a atuação dos museus esteve ligada a uma função utilitária, enquanto espaço para guardar objetos antigos, e uma premissa ideológica, buscando transmitir a identidade nacional, fazendo com que as possibilidades de se pensar o museu enquanto um espaço para se promover o reconhecimento da diversidade de identidades e da liberdade de manifestação cultural, ficassem à margem. Assim, como pontua Caetano [2012, p.1]:

“O museu por muito tempo carregou a ideia de lugar de velharias, esperando por visitantes curiosos de ver ou rever objetos obsoletos e há muito sem utilidade. Hoje os museus são entendidos como um ambiente dinamizador de memórias, e se tornou um ambiente de conhecimento e de aprendizagem”.

Com a mudança de entendimento dos museus de lugar de “velharias” para ambiente de conhecimento e aprendizagem, sobretudo no seio de novas proposições desenvolvidas a partir de fins do século XX, novas concepções passaram a ser propostas com o objetivo de conceber um entendimento acerca do papel que os museus desempenham na sociedade. O Instituto Brasileiro de Museus – [Ibram], fundado em 2009, com o intuito de desenvolver projetos voltados à organização e gestão dessas instituições, bem como promover a valorização desses espaços, a fim de preservar o direito às memórias, define os museus como:

 “Instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valores históricos, artísticos, científicos, técnicos, ou de qualquer outra natureza cultural, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento” [IBRAM, 2009, p. x].

Essa proposta de definição, nos leva a pensar o caráter público dos museus e a importância que passaram a assumir em termos científicos, culturais e sociais, uma vez que fica explícito como os museus promovem a divulgação e construção de conhecimentos científicos e artísticos, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade. Assim:

“Os museus deixam de ser espaços de fruição estética apenas, ou de transmissores de curiosidades e exotismo[...] , e passam a ter um importante espaço de interpretação de culturas e de educação dos cidadãos, fortalecendo a cidadania e o respeito às diferenças culturais” [COSTA; WAZENKESKI, 2015, p. 65].

Valorizados socialmente, os museus desempenham papel fundamental na valorização do patrimônio cultural de um povo, merecendo especial atenção da sociedade, em relação ao seu desenvolvimento e atuação. Inúmeros são os museus presentes nos mais variados lugares do mundo, construídos para levar o público à ter contato com patrimônios diversos, que constituem memórias e histórias que marcaram as gerações passadas, e continuam marcando as gerações atuais.

A renovação na concepção de Patrimônio Cultural e de museu, bem como do papel social e científico que exercem, começou a se desenvolver no contexto pós-Segunda Guerra Mundial, como pontuam Funari e Pelegrine [2009], a partir da segunda metade do século XX, quando também o conceito de cultura passou por renovações, o que possibilitou que novos olhares fossem lançados sobre a relação entre essa instituição e o Patrimônio Cultural, bem como, com a sociedade.

Para além de monumentos históricos e obras de arte antigas, as mais variadas manifestações e produções culturais passaram a ser valorizadas, como exemplo: do chamado Patrimônio Imaterial – ou Intangível -, que no início do século XXI ganhou destaque, recebendo atenção de inúmeras instituições e agentes culturais.

Portanto, com a valorização do Patrimônio Cultural, inúmeros projetos passaram a ser desenvolvidos, com ênfase na criação de novos museus e em novas ações educativas a serem promovidas em museus já existentes. Museus em prédios históricos e outros espaços variados, museus a céu aberto, ecomuseus, entre outros, passaram a fazer parte da realidade cultural das mais variadas sociedades, contribuindo para o processo de divulgação de patrimônios salvaguardados e reconhecidos socialmente, em um constante diálogo com pessoas, comunidades, instituições sociais e científicas.

O Museu "Expondo Cultura - Patrimônio arqueológico de Pernambuco"
Entre muitos projetos que se destacam na valorização do Patrimônio Cultural atualmente, temos o Museu “Expondo Cultura - Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”, que apresenta uma proposta que rompe com a antiga concepção de que prédios históricos são os lugares por excelência para abrigar museus, dialogando com as novas tecnologias à serviço da divulgação do Patrimônio Cultural.

O projeto “Expondo Cultura” foi fruto do Programa de Salvamento Arqueológico na área da Refinaria Nordeste - Abreu e Lima, Município de Ipojuca - PE, empreendimento realizado pela empresa Petrobras. A partir dos resultados das pesquisas arqueológicas na região, surgiu a ideia de criar um museu itinerante sediado dentro de um ônibus [ver imagem 1], idealizado e coordenado pelas professoras e arqueólogas Ana Nascimento e Suely Luna, ambas da Universidade Federal Rural de Pernambuco [UFRPE], com o objetivo de divulgar e ampliar o conhecimento histórico e cultural da sociedade sobre a história de Pernambuco, através dos vestígios arqueológicos oriundos das escavações realizadas na área. Fazendo parte do Projeto de Educação Patrimonial, o museu integrou um conjunto de ações a serem desenvolvidas nas escolas e comunidades próximas ao empreendimento.


Imagem 1:.Visão exterior do Museu.
Fonte: Arquivos NEPARQ, 2019.

De acordo com Nascimento e Luna [2015], a importância deste projeto surgiu a partir da necessidade de se repensar os caminhos das pesquisas arqueológicas e seu elo com a Educação Patrimonial, tendo como base o Patrimônio Cultural. Representando um equipamento cultural destinado a divulgar a memória e a história do Estado de Pernambuco, o museu assumiu um compromisso voltado para a cidadania, constituindo-se enquanto um projeto de Educação Patrimonial, pelo seu caráter “[...] permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo” [HORTA et. al., 1999, p. 4].

Com o sucesso do projeto, as ações de Educação Patrimonial, desenvolvidas pelo museu, passaram por inúmeros municípios de Pernambuco, como também por outros estados do Nordeste, como: Sergipe e Ceará. Atualmente, o projeto conta com o apoio institucional da Universidade Federal de Pernambuco [UFRPE] em parceria com o Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica [NEPARQ] para a realização de suas atividades.
Nascimento e Luna [2015] pontuam que o museu tem por objetivo, possibilitar ao público conhecer as transformações ocorridas na sociedade ao longo do tempo, ressaltando que, apesar da nossa dinâmica cultural ter se ressignificado ao passar do tempo, ainda assim, é importante conhecer as mudanças culturais que nos influenciaram e que permitiram que chegássemos ao que somos hoje.

Uma das principais questões observadas, a partir dos resultados do projeto “Expondo Cultura”, consiste no reconhecimento de que não basta apenas desenvolver projetos voltados para a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, bem como, pensar constantemente em diferentes propostas metodológicas que ajudem na inclusão social e na valorização das diferentes identidades culturais de cada povo, uma vez que:

“Não basta simplesmente serem concebidas leis que estabeleçam normatizações para proteção do patrimônio, são necessárias ações por parte do poder público bem como da sociedade como um todo, que propiciem ações educativas nas distintas faixas etárias que valorizem o patrimônio e que a noção de pertença seja incorporada em nossa cultura” [NASCIMENTO; LUNA, 2015, p. 101].

A visita começa na área externa do museu, em dioramas que representam uma aldeia indígena Pré-Colonial e um engenho colonial. Dentro do museu [ver imagem 2], o circuito expositivo apresenta vestígios dos períodos anteriores e posteriores à ocupação portuguesa no território pernambucano,  provenientes dos 31 pontos localizados na área da Refinaria, caracterizados como sítios pré-coloniais e coloniais, mostrando a diversidade cultural dos povos que ali se instalaram e se relacionaram. Dentre os vestígios pré-coloniais estão objetos como: vasilhas em cerâmica Tupi-guarani, materiais líticos diversos como: lâmina de machado polido, pontas de flechas em sílex, etc.


Imagem 2:.Visão interior do Museu.
Fonte: Arquivos NEPARQ, 2019.

De acordo com o Relatório Final do Projeto [2008], estas descobertas apresentam ao público aspectos do modo de vida das populações indígenas que habitaram a zona da Mata Sul de Pernambuco, possibilitando a compreensão das dinâmicas de ocupação do local e das relações culturais existentes entre os assentamentos dos povos que ali se estabeleceram.
Dentre os vestígios do período de ocupação colonial, temos objetos recuperados na área da Refinaria, de áreas do entorno do Paço Alfândega e antigo Cais do Lamarão, datados entre fins do século XVIII e meados do XIX, recuperados durante outro projeto desenvolvido pelo NEPARQ, integrados ao museu por fazerem parte da história urbana de Pernambuco. Os principais vestígios são: louças de variadas procedências produzidas entre o século XVIII e início do XX, garrafas em grés e vidro, moedas em cobre, peças de jogo em louça, pederneiras em sílex usadas em armas de fogo, cachimbos luso-brasileiros, etc.

O projeto oferece também, após a visitação, um material informativo e paradidático com o propósito de divulgar o projeto, trazendo curiosidades sobre os vestígios arqueológicos apresentados e algumas atividades para o público infantil [ver imagem 3].


Imagens 3:. Material informativo e paradidático.
Fonte: Arquivos NEPARQ, 2019.

Na área externa do museu, encontram-se também disponíveis recursos audiovisuais para a exibição de vídeos, documentários e um quiz com perguntas sobre o trabalho dos arqueólogos e o Patrimônio Histórico e Cultural existente em Pernambuco [ver imagem 4].


Imagem 4:. Alunos jogando o quiz.
Fonte: Arquivos NEPARQ, 2019.

Também é encenada a peça teatral: “Descobrindo Patrimônios” que retrata um momento de descoberta de um vestígio arqueológico por um escavador na área da Refinaria, abordando temas como patrimônio, identidade cultural, memória e meio ambiente.

O Museu Expondo Cultura, ao atuar na divulgação do conhecimento do Patrimônio Cultural em Pernambuco, a partir dos dados provenientes de ampla pesquisa arqueológica, apresenta o papel que as instituições museais desempenham na sociedade, demonstrando a necessidade de se desenvolver cada vez mais práticas educativas em ambientes que possibilitem o contato da sociedade com seus patrimônios.

Aprendendo história em um Museu Arqueológico
A partir da renovação nas concepções de Museu e Patrimônio Cultural, os projetos que passaram a ser desenvolvidos envolvendo essas instituições e esses bens culturais, passaram a se direcionar para acompanhar as novas demandas sociais. Como afirmam Costa e Wazenkeski [2015], os museus assumindo um novo compromisso sociopolítico enquanto instituição de serviço público e educacional possibilitou pensar o uso dos museus no campo da educação. 

A concepção de museu enquanto depósito de “velharias”, ou instituição destinada a transmitir uma “identidade nacional”, ficou no passado, e junto com as novas tendências museológicas, o museu, ou o que o compõe, enquanto responsável por salvaguardar o direito às memórias, tem sido constantemente valorizado, por um lado, e problematizado, por outro.
No campo do Ensino de História, as vivências educativas em museus já são marcantes, possibilitando ao aluno o contato com discussões como: o que compõe o Patrimônio Cultural de determinadas sociedades, a maneira como estes são selecionados e a relação desses patrimônios com os processos históricos vivenciados pelos grupos sociais que os produziram. Assim: “Quando visitamos um museu, temos em geral, contato com a exposição. Esta é constituída por objetos do acervo museológico dispostos de maneira a construir um discurso” [ALMEIDA; VASCONCELOS, 1997, p. 105].

É justamente na problematização desses discursos, historicamente construídos e apresentados nas exposições museológicas, que o aluno vivencia uma experiência de questionamento do que está sendo apresentado, e assim, de construção do conhecimento histórico nos museus.

Bondía [2002], analisando a experiência e o saber que dela resulta, considera a vivência como aquilo que nos “afeta”.  Partindo dessa análise podemos pensar sobre os museus , pois quando visitamos essas instituições, somos provocados por sentimentos, sejam eles de estranheza por alguns objetos que possam estar dispostos na exposição, de curiosidade por algo nunca visto antes, ou afeto por determinadas narrativas das quais nos identificamos, tornando o aprendizado histórico em museus possível e significativo.

O Museu “Expondo Cultura – Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”, elaborado a partir de pressupostos das novas tendências da Educação Patrimonial destinadas às comunidades nas quais as intervenções arqueológicas acontecem, também foi pensando como uma forma de promover um diálogo entre a educação para o Patrimônio e o Ensino de História. As experiências vivenciadas através das atividades do projeto, em escolas de Pernambuco, têm demonstrado o potencial dos museus no campo do Ensino de História [ver imagem 5].

Imagem 5:.Alunos visitando a exposição.
 Fonte:Arquivos NEPARQ, 2019.

Estudos como o de Nascimento e Luna [2015], Pacheco [2012] e Bittencourt [2011], apontam para esse caráter educativo dos museus, tanto no âmbito das experiências de Educação Patrimonial, como no campo do Ensino de História.

A exposição presente no Museu “Expondo Cultura – Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”, ao seguir um roteiro centrado na cultura material para contar a história desse Estado, apresentando objetos produzidos desde a pré-história até momentos mais recentes, numa perspectiva de longa duração, possibilitando aos visitantes uma reflexão de como as sociedades produzem ao longo de sua história objetos à serem utilizados nas mais variadas atividades do cotidiano.  

A proposta de possibilitar uma reflexão da relação entre a sociedade e o que ela produz, no contexto do museu, visa o conhecimento, a valorização e a necessidade de salvaguarda do patrimônio arqueológico, definidos por Morais e Mourão [2005, p. 335] como:

“[...] conjunto de expressões materiais da cultura dos povos indígenas pré-coloniais e dos vários seguimentos dos diversos setores da sociedade nacional (inclusive as situações de contato inter-étnico). Potencialmente incorporáveis a memória local, regional ou nacional, o patrimônio arqueológico compõe parte da herança cultural legada pelas gerações passadas às gerações futuras”.

Esses vestígios, integrando o conjunto de bens culturais de determinada sociedade, adquirem ainda o status de “documentos”, se constituído como suporte de informações à serem historicizadas ao longo da vivência educativa no museu. É por esse viés que a experiência no “Expondo Cultura” é direcionada, assim como em outros museus nos quais a materialidade presente no cotidiano e nas relações sociais é trazida à discussão.

Bittencourt [2011], analisando o uso dos documentos no Ensino de História, entre eles os objetos expostos em museus, considera que os alunos, a partir da reflexão sobre os processos que estiveram ligados à sua produção, às formas como os sujeitos históricos os utilizaram atribuindo sentidos e valores, e como esses objetos passaram a ser operados pelos historiadores, são levados a questionar como os documentos históricos são concebidos e interrogados pelos historiadores. Portanto:

 “objetos de museus que compõem a cultura material são portadores de informações de sobre costumes, técnicas, condições econômicas, ritos e crenças de nossos antepassados. Essas informações ou mensagens são obtidas mediante uma “leitura” dos objetos, transformando-os em “documentos”” [BITTENCOURT, 2011, p. 353].

Cabe ao professor, a partir da experiência vivenciada no circuito da exposição museológica, explorar esse viés da documentalização do patrimônio. Durante a visita ao museu, devem ser propostas reflexões que levem os alunos à problematizar os diferentes momentos históricos mediante os objetos dispostos na exposição, para que a vivência educativa no museu, não fique restrita à simples observação.

O Museu “Expondo Cultura”, ao abordar no seu circuito através do viés da documentação histórica, as peculiaridades da formação de Pernambuco, constitui-se enquanto espaço possível para se vivenciar experiências entre a educação em museus e o Ensino de História.

Considerações Finais
As experiências vivenciadas a partir das ações do Museu “Expondo Cultura – Patrimônio Arqueológico de Pernambuco” se inserem no atual contexto cultural, como um exemplo de que projetos que promovam a valorização e divulgação do Patrimônio Cultural são de extrema importância para o desenvolvimento social.

Se articulando ao Ensino de História, alcançando o público escolar, o museu apresentando objetos encontrados em escavações arqueológicas, revela a conexão entre pesquisa, ensino e extensão. Através desse circuito expositivo, centrado na reflexão sobre o papel que esse patrimônio exerce como veículo de informações sobre costumes, técnicas, relações econômicas e sociais, contribui para desenvolver naqueles que visitam o museu, um sentimento de pertencimento, necessário para que ocorra a valorização e salvaguarda desses bens, por parte da população.       
Referências
Jonas Clevison Pereira de Melo Júnior é graduando em Licenciatura Plena em História na Universidade Federal Rural de Pernambuco [UFRPE]. Membro do Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica [NEPARQ-UFRPE]. [http://lattes.cnpq.br/5369785841074865].
Wirlanny Evelyn Oliveira Barros é graduanda em Licenciatura Plena em História na Universidade Federal Rural de Pernambuco [UFRPE]. Membro do Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica [NEPARQ-UFRPE]. [http://lattes.cnpq.br/0220219826252278].
ALMEIDA, Adriana Mortara; VASCONCELOS, Camilo de Mello. Por que visitar museus? In: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997, pp. 104-116.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História:fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011.
BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. In: Revista Brasileira de Educação, n. 19, Jan-Abr, 2002, p. 20-28.
CAETANO, José Carlos Gonçalves. O museu histórico como um espaço de ensino e aprendizagem para a história: o museu Ernesto Bertoldi como proposta. CONGRESSO INTERNACIONAL DE MUSEOLOGIA. Maringá, 2012. p. 1-10.
COSTA, Heloisa Helena Fernandes Gonçalves da; WAZENKESKI, Verlaine Fátima. “A importância das ações educativas nos museus”. Ágora, vol. 17, n. 2, Jul-Dez, 2015, p. 64-73.
FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PELEGRINE, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
HORTA, Maria de Lourdes Parreira; Grunberg, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 1999.
IBRAM. Instituto Brasileiro de Museus.2009. Disponível em: <http://www.museus.gov.br/acessoainformacao/o-ibram/>. Acesso em: 04/02/2020.
MORAIS, José Luiz; MOURÃO Henrique A. Inserções do direito na esfera do patrimônio arqueológico e histórico cultural. In:WERNECK, Mário [Org.]. Direito Ambiental: visto por nós advogados. Belo horizonte: Del Rey, 2005, p. 341-393. 
NASCIMENTO, Ana; LUNA, Suely. Patrimônio Arqueológico e a Educação Patrimonial - Projeto Expondo cultura das relíquias arqueológicas ao conhecimento da História. História Unicap, vol. 2, n. 3, Jan-Jul, 2015, p. 99-107.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é patrimônio:um guia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.
PACHECO, Ricardo de Aguiar. O Museu na Sala de Aula: proposta para o planejamento de visitas aos museus. Tempo e Argumento, vol. 4, n. 2, Jul-Dez, 2012, p. 63-81.
RELATÓRIO Técnico Final – Projeto Prospectivo e Salvamento Arqueológico na área da Refinaria do NE: Abreu e Lima, Ipojuca-PE. Recife, 2008, p, 171.

3 comentários:

  1. Anderson Bezerra de Jesus19 de maio de 2020 às 18:15

    Boa noite Jonas e Evelyn, particularmente acho a temática patrimonial atrativa, certamente vocês devem ter diversas experiencias práticas da vivencia do Museu “Expondo Cultura – Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”, diante disto meus questionamentos são: Além do público escolar e sua relação com o ensino de história, para qual outro público vocês costumam fazer mediações? E para vocês o que um museu com esta temática pode vir a acrescentar ao visitante?
    Atenciosamente,

    Anderson Bezerra de Jesus

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    1. Estimado Anderson, boa noite! Além do público escolar, atendemos ainda comunidades através de ações culturais. Como discutido, o projeto busca através de ações de Educação Patrimonial levar para os diferentes espaços sociais do Estado de Pernambuco um pouco do seu passado histórico através da materialidade (bem como imaterialidade) recuperadas em contextos arqueológicos. Acreditamos no potencial positivo da temática apresentada no museu, pela forma como o roteiro expositivo é apresentado, partindo de objetos do cotidiano que no passado eram utilizados por grupos sociais específicos, e que hoje é de uso comum, e que apresentam usos diferentes, grande parte, de como são usados hoje. Na maioria das mediações podemos observar narrativas evocadas pelos visitantes em torno dos objetos apresentando, o que aponta para uma memória em torno de tais objetos no cotidiano dos visitantes. Outro ponto é o papel que o museu exerce na construção do conhecimento histórico a partir da partilha de vivencias e memórias em torno dos objetos, possibilitando que os visitantes (re)conheçam aspectos da história dos povos indígenas, dos povos afro-brasileiros e de outros povo que aqui se estabeleceram.

      Jonas Clevison Pereira de Melo Júnior

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