João Matheus Ramos e Júlia Ribeiro Nicolodi


“DEIXO A VIDA PARA ENTRAR NAS CHARGES”: O USO DE CHARGES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA SOBRE A ERA VARGAS




Getúlio Vargas, de figura carismática e notória habilidade quando o assunto é política, foi o presidente que mais comandou o Estado brasileiro, correspondendo a um total de quase duas décadas, se somado o seu período iniciado com a “Revolução de 30”, que perdurou por quase quinze anos ininterruptos até o final de outubro de 1945, com mais aqueles de quando, por sua destacada influência, foi eleito democraticamente em 1950, com um mandato que deveria durar cinco anos, mas que, por conta de seu suicídio, fora abreviado em 1954, como forma de “saída estratégica” para a crise pela qual seu governo passava no período.

Dada a grande importância que o conteúdo correspondente à “Era Vargas” denota nos livros didáticos de História, é válido pensar em diferentes ferramentas que auxiliem no ensino-aprendizagem e que possam despertar maior interesse nos alunos, visando assim não limitar a experiência unicamente à sala de aula e ao velho “decoreba” de “datas importantes” e dos feitos dos “grandes homens”.

Pensando nisso, propusemos aqui a utilização de charges como forma de incentivar o pensamento crítico e social nos debates em sala de aula. Partiremos do pressuposto de que o gênero textual charge é composto por elementos linguísticos (visuais e não-visuais) que transmitem valores e ideais, fazendo com que o aluno por si só possa interpretar a História a partir da observação e percepção crítica.

Era Vargas: Contexto Histórico
O período histórico designado como “Era Vargas”, que vai de 1930 a 1945 e 1950 a 1954, é sem dúvidas um dos mais destacados da história brasileira em sua fase republicana. O período inicia com a Revolução de 1930 quando rompe-se com o modus operandi vigente, caracterizado sobretudo pela política dos governadores, manejo político que culminava na famigerada “República do Café com Leite” que situava São Paulo e Minas Gerais como oligarquias de primeira grandeza, como explica Marieta de Moraes Ferreira e Surama Conde Sá Pinto [2003], alternando estas na condução dos rumos da política nacional, entretanto a Revolução de 1930 altera completamente as regras do jogo político e leva Vargas ao poder.

Getúlio Vargas, político de notório carisma, sobretudo com as classes urbanas e mais humildes, que lhe forneceram maior base de apoio eleitoral, demonstra grande habilidade de conciliar interesses dos mais diferentes setores da sociedade, muitas vezes conflitantes, o que acabou por lhe render indubitável fama e muitos apelidos ao longo do tempo por parte dos historiadores, tais como: “Geitúlio” (em alusão a sua habilidade de “dar um jeito nas coisas”) e “pai dos trabalhadores, mas também mãe dos empresários” (por conta de suas medidas trabalhistas por um lado e por outro suas políticas em prol das elites e do patronato).

A figura histórica de Vargas é marcada por diversas contradições que expressam toda a complexidade que remonta sua personagem, podendo-se citar aqui brevemente: a condução da política externa do país mediante a 2ª Guerra Mundial. Seguindo uma típica política de interesses, Vargas flerta com ambos os lados durante toda a primeira metade do conflito, valendo lembrar a entrega, pouco antes do conflito, de Olga Benário pelo presidente à Alemanha Nazista para seu trágico fim. Entretanto, ao fim, acaba acordando com os aliados após a doação estadunidense de recursos para a construção da primeira siderúrgica nacional, a CSN.

Outra contradição marcante da figura de Vargas, que pretendemos apresentar maior enfoque, é a contraposição do “Vargas ditador” para o “Vargas pai dos trabalhadores”, enquanto a primeira gera repugnância, a outra desperta apreço em boa parte da população até hoje. Dentre a obra da figura ditadora do presidente, podemos citar a instauração da censura com o “DIP” e o recrudescimento da repressão policial com o “DOPS”, que orientado pela Lei de Segurança Nacional, culminava muitas vezes em desaparecimentos, torturas e inclusive assassinatos. A respeito dessas medidas autoritárias proveniente do Estado Novo, a professora Maria Helena Capelato afirma em seu texto “O Estado Novo, o que trouxe de novo?”: “Mas a primeira preocupação do novo regime, oriundo de um golpe de Estado, foi assegurar a legitimidade. Para isso utilizou duas estratégias: a propaganda política e a repressão aos opositores.” [CAPELATO, 2003].
Evidencia-se assim a ampla atuação de tais órgãos repressores inaugurados. Por outro lado, podemos encontrar também a figura paternal no presidente, como especifica Angela Maria de Castro Gomes em seu livro A Invenção do Trabalhismo[1988], em que salienta que tal característica de Vargas pode ser atribuída ao seu protagonismo na causa trabalhista que, após ser apropriada, é deixada como uma herança cultural sua, questão ilustrada através da CLT, instrumento legislativo em prol dos trabalhadores que se mostrou um divisor de águas na vida de muitos. Diferente de muitos historiadores que analisam o período e resumem essa relação de Vargas para com o povo através do mero utilitarismo pragmático, a historiadora defende uma certa relativização para uma melhor análise do assunto, argumentando que tal relação não pode assim ser delimitada ao atestar que:

“O dado já conhecido e ressaltado é o da existência de relações materiais utilitárias entre Estado e classe trabalhadora, sob a forma de produção e gozo dos benefícios sociais. A questão é entender o tipo de relação social que se constrói em conexão com esta relação de troca econômica. Dito de outra forma, a lógica simbólica que preside e dá sentido a tais fluxos materiais e que está presente na ideologia do trabalhismo brasileiro. [...] A primeira indicação é a ‘ideologia da outorga’. Isto é, os benefícios sociais teriam sido apresentados à classe trabalhadora no pós-40 como um presente outorgado pelo Estado. A classe trabalhadora, mesmo antes de demandar, teria sido atendida por uma autoridade benevolente, cuja imagem mais recorrente é a da autoridade paternal.” [GOMES, 1988].
Contudo, essa série de contradições que impregnava o Brasil acabaram prejudicando em parte o presidente, a oposição constantemente criticava seu teor ditatorial, propagando ao final da guerra sua indignação com um país que lá fora lutara contra ditaduras, mas ainda sustentava uma em seu seio. Sucede-se assim uma crise política e por fim o presidente, há 15 anos no governo, é deposto em outubro de 1945, apesar de todo o apoio dos queremistas, como aponta Ferreira [1988], significativo grupo que enfaticamente advogava a permanência de Getúlio no poder por tê-lo muito mais como um pai – como sustenta Gomes [1988] – do que como um ditador, evidenciando a grandeza da imagem consolida do caricato presidente durante aqueles anos, que contava basicamente com apoio total dos trabalhadores urbanos.

Por fim, justamente essa imagem de peso do político, logo o devolve a presidência após cinco anos, porém democraticamente eleito em 1950. Podendo-se destacar a criação da Petrobrás em seu novo mandato, que somada à Vale do Rio Doce e a CSN, proporcionam a base para o notório desenvolvimento do país. Entretanto, devido às diversas promessas de sua campanha, as quais não lhe foram permitidas cumprir, uma nova crise submerge seu governo, encontrando Vargas a melhor resposta para esta em seu suicídio, deixando assim, em suas palavras, a vida “para entrar na história”, o que é mais que evidente através da robustez de seu legado que perpassa por desenvolvimento nacional, trabalhismo e ainda vai além. Levando inclusive alguns historiadores a apostarem que a tragédia de 54 retardara em 10 anos o estopim do golpe militar que dali já estava pronto, mas que não conseguira se suceder na época por conta do peso da perda de Getúlio.

Conhecer o gênero charge
A trajetória dos gêneros jornalísticos passa por uma transformação constante desde o desenvolvimento acelerado das redes de televisão e internet, fazendo com que haja a necessidade de separação entre o jornalismo informativo e o jornalismo opinativo. Para José Marques de Melo [1994], essa divisão acontece por conta dos núcleos de interesse dos leitores, divididos em: saber o que acontece e saber o que se pensa sobre o que acontece, ou seja, a informação e a opinião. Entre os gêneros inclusos no segundo grupo está a charge, gênero multimodal, construído pelo signo verbal e pelo signo visual, como afirma Dionísio [2003], que chama a atenção do leitor por opinar, criticar, de forma humorística.

O gênero charge, para o cartunista Fernando Moretti [2001], é uma forma de discutir questões políticas e sociais explorando recursos linguísticos, discursivos e visuais. Porém, como pontua Romualdo [apud Bressanin, p. 4, 2010], a charge “possui limitação temporal, tem curto prazo de validade [...], está em comunicação constante com a notícia, alimenta-se da novidade, dos acontecimentos sociais”, fazendo com que muitas vezes precise ser contextualizada para que haja entendimento completo. A partir disso, podemos afirmar que a charge tem como principal função satirizar e interpretar o momento histórico, capaz de modificar a interpretação de mundo dos leitores. Podemos afirmar, portanto, que a necessidade de um letramento crítico para a leitura deste gênero é indispensável aos leitores, fazendo-se necessário o uso das charges nas salas de aula.

Podolak e Schipanski [2016] trazem para discussão o uso das charges nas aulas de História como forma de aprofundar o conhecimento dos alunos, pois, para que a haja a leitura completa do gênero, os sensos de observação e percepção são usados de modo que a criticidade do aluno torne-se centro da interpretação histórica.

Incentivar o pensamento crítico por meio de charges pode proporcionar ao aluno a consciência histórica, isto é, o aluno pode perceber-se como individuo social e capaz de modificar a História por meio de valores e ideias, princípios que a charge tem como base para os leitores. Durante a Era Vargas, a maior parte dos jornais falava dos movimentos políticos, temos como exemplo a figura abaixo:


Figura 1- “Amigo americano 1”: Charge de Alfredo Storni, publicada na revista Careta em junho de 1930.

Storni retrata aqui a visita do candidato eleito em 1930, Júlio Prestes, aos Estados Unidos e, atrás de Prestes, temos a figura do personagem “Jeca da Comitiva” que logo abaixo, nesta edição da revista, comentaria sobre o cuidado com os afetos estrangeiros e seus juros. Pouco depois, Alfredo Storni publicaria uma nova charge chamada “Amigo americano 2”, em que Getúlio Vargas aparecia como o novo chefe do Governo Provisório, após Júlio Prestes ser impedido de tomar posse:

Figura 2- "Amigo americano 2": Charge de Alfredo Storni, publicada na revista Careta em novembro de 1930.

Essas charges são exemplos claros de como esse gênero está diretamente ligado aos acontecimentos sociais, como dito anteriormente, provando que as charges possuem um curto prazo de validade, visto que as duas imagens possuem apenas cinco meses de diferença e, ainda assim, precisam ser interpretadas de acordo com o momento histórico de sua produção. Portanto, podemos afirmar que o trabalho deste gênero é indissociável ao ensino de História, uma vez que sem o contexto histórico o aluno não seria capaz de compreender as críticas e apontamos que o chargista quis passar ao público.

A partir do pressuposto de que a charge tem como função atrair o leitor pela descontração dos assuntos mais sérios, entendemos que os alunos devem ser apresentados a novas visões de mundo, principalmente a partir de músicas, pinturas, propagandas e outras artes, produtos de um momento histórico e, pensando nisso, trazemos aqui alguns apontamentos sobre o trabalho do gênero charge no ensino de História.


Sugestão de aplicação no ensino de história
A atividade aqui descrita tem sua aplicação destinada, sobremaneira, às turmas de 9º ano do ensino fundamental, pois, seguindo a grade curricular, é nesta série que o conteúdo histórico programático aqui analisado é componente curricular, o que implica o concebimento de uma metodologia voltada para alunos, em sua maioria, na faixa etária dos 13 aos 15 anos de idade.

Propusemos aqui um exercício que possui como principais objetivos a fixação do conteúdo “Era Vargas”, no entanto sem assim nos restringirmos ao velho “decoreba”, de tal modo apresentando como grande finalidade possibilitar ao aluno sua percepção como sujeito histórico. Com este intuito se pauta a atividade por nós elaborada e que será agora descrita:
Em uma sala de 9º ano que está estudando a “Era Vargas” em História, partindo do pressuposto de que os alunos já viram o conteúdo e a atividade aqui proposta pauta-se em melhor desenvolvê-lo a partir da apresentação de uma nova perspectiva por meio da utilização de um conjunto de charges jornalísticas separadas especialmente para a atividade.

A aula procede então em um primeiro momento por meio de uma metodologia expositiva, apresentando o material à turma, porém não unicamente, já que constantemente busca-se um diálogo com os educandos, especulando suas impressões sobre as charges e a relação com o conteúdo, visando um resgate do trabalho feito nas aulas anteriores.
Levando em conta questões que nos limitam como o tempo disponível para a realização da atividade (sugerimos ser o de uma aula), por conta das exigências da grade curricular anual e do tempo já bastante limitado para a sua execução. Propomos então o emprego de cinco charges nesse primeiro momento para discuti-las no tocante ao seu conteúdo e em relação à matéria passada em sala, reservando-se uma média de 4 a 5 minutos para a obtenção de uma análise interessante junto à sala. Para ilustrarmos o que fora dito, apontamos abaixo algumas destas cinco charges para a utilização na proposta atividade:



Figura 3- Charge de Claudius sobre a figura populista de Vargas       Figura 4- Charge: “Vistas Largas- Autor desconhecido

Essas são algumas das charges que separamos para a aplicação da aula, enquanto a Figura 3 pode ser usada para explicar a notável habilidade conciliadora de Vargas, que lhe rendeu a alcunha de populista, a da Figura 4 pode ser utilizada para ilustrar a questão da censura e da repressão em seu governo, como também pode-se aperceber por meio do uso da charge da Figura 5:

Figura 5- Charge sobre a instauração da censura com o DIP

Concluído esse primeiro momento, e tendo em vista que mais da metade da aula já se passara, partimos então para o segundo momento da atividade, em que entregamos mais três charges aos alunos, sendo uma delas apontada abaixo como exemplo para uma melhor mentalização do exercício proposto. Nela podemos perceber, através das diferentes caras e bocas de Vargas, o desenvolvimento do regime varguista conforme o tempo em sua primeira metade.


Figura 6- Charge de Belmonete. História de um governo (1937)

Prosseguindo, solicitamos assim que os alunos elaborem um texto argumentativo, relacionando o conteúdo das charges com o que fora apresentado até ali sobre a “Era Vargas”, contendo entre 15 a 20 linhas, incitando os alunos a fazerem uma ponderação pessoal do que aprendera e da relevância do conteúdo histórico estudado como forma de uma conclusão. Pensamos para isso a solicitação de um texto não muito longo, pois o ideal seria que elaborassem em até 20 minutos para que assim sobrasse tempo suficiente para a realização de um “momento final”, em que o professor solicitaria um feedback oral da turma, convidando-os a expressar “o que ficou” daquela atividade.
A metodologia que empregamos de forma adaptada, para nos fornecer a base para execução da atividade aqui descrita, é a proposta por Circe Bittencourt no tocante ao uso de documentos (formais e informais) como fonte histórica e sua aplicação em sala de aula, de acordo com o seguinte esquema proposto:


Figura 7- BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história. Cortez editora, 2005, p. 334

Assim como propõe Bittencourt [2005], partimos em nosso primeiro momento da apresentação de nosso documento histórico, isto é, as charges exibidas para os alunos, e buscamos um diálogo para mobilizar suas impressões e conhecimentos prévios do que ali se expõe, para assim partirmos do que nos foi fornecido e desenvolver aquelas impressões, que se somado ao que foi passado aos alunos sobreo contexto de produção, e como são refletidas as questões sociais e políticas da época. Desenvolvendo, assim, o que nos fora dado por eles, que sempre possuem algo a nos oferecer – pois aqui não concordamos com a ideia do aluno “tábula-rasa” ou “sujeito sem luz” – e lapidando tais informações em conhecimento histórico, evidenciando assim, para os alunos, o seu papel como sujeito histórico.

Alguns apontamentos e considerações finais
Todas as charges aqui utilizadas, e algumas outras sobre o assunto, se encontram disponíveis na ala “Propostas” da plataforma Wix: “Ensino De História: Noções Básicas & Propostas De Inovações”, site ainda em fase de manutenção, desenvolvido pelos autores do presente artigo, mas que já conta com o material aqui mencionado disponível (link nas referências).
As charges do primeiro momento da atividade podem ser projetadas pelo professor na sala, enquanto que as do segundo podem ser impressas e entregue aos alunos, divididos em duplas, grupos ou mesmo individualmente.

Por meio desta proposta, pretendemos sobretudo a valorização de charges e fontes históricas alternativas como o caminho para um ensino de história mais dinâmico e prazeroso tanto para o educando como também para o educador.

Apontamos também como possível, a aplicação de uma atividade semelhante envolvendo charges e Era Vargas, para o 3º ano do ensino médio, desde que haja uma adaptação coerente ao nível destes, já que o conteúdo também é aprofundado na série. Assim também como se faz possível uma aplicação adaptada da proposta nas aulas de língua portuguesa quando se tratar do gênero charge, apenas fazendo o caminho inverso do que aqui realizamos, partindo então ao invés, da charge para resgatar o conteúdo histórico da Era Vargas, evidenciando assim o teor prontamente interdisciplinar da proposta.


Referências
João Matheus Ramos, graduando de História UEM
Júlia Ribeiro Nicolodi, graduanda de Letras UEM

ENSINO DE HISTÓRIA: NOÇÕES BÁSICAS & PROPOSTAS DE INOVAÇÕES. Disponível em:
<https://joaomatheusramos.wixsite.com/historiacomotiogibao/post/a-era-vargas-através-de-charges>

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história. Cortez editora, 2005.

BRESSANIN, Alessandra. Gênero charge na sala de aula: o sabor do texto. Artigo apresentado no Revista Galáxia, São Paulo, n. 19, p. 252-262, 2010.

CAPELATO, M. H. R. O Estado Novo: o que trouxe de novo?. O Brasil Republicano: o tempo do nacional-estatismo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003.

DIONÍSIO, A. P. & MACHADO, A. R. & BEZERRA, M. A. (orgs) Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. (p.194-207).

FERREIRA, Jorge. Quando os trabalhadores querem: Política e cidadania na transição democrática de 1945. História oral, n. 1, p. 169-193, 1998.

FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A crise dos anos 1920 e a Revolução de 1930. FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930, p. 387, 1930.

GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. São Paulo: Vértice. editora Revista dos Tribunais, 1988.

MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo brasileiro. 2. ed. Petrópolis : Vozes, 1994.

PODOLAK, Matilde; SCHIPANSKI, Carlos Eduardo. A charge e o riso no ensino de História. Cadernos PDE, Guarapuava, v. I, p. 2-19, 2016.

ROMUALDO, E. C. Charge jornalística: intertextualidade e polifonia: um estudo de charges da Folha de São Paulo. Maringá, PR: Eduem, 2000.

VARGAS, Getúlio. "Carta testamento." Publicado em Última Hora 24.08 (1954): 1954.

8 comentários:

  1. Olá Matheus e Julia, muito interessante e bem construído o texto de vocês, parabéns. Minha questão que eu coloco como reflexão, de que maneira trabalhar fontes críticas no Ensino de História, como as charges que apresentam, fugindo da errônea ideia que estão apresentando "verdades" daquele momento para os alunos?

    Att
    Arnaldo Martin Szlachta Junior

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, muito obrigado pelo comentário. Nós pensamos que, partindo do pressuposto de que o professor é o mediador do conhecimento, cabe a ele demonstrar aos alunos que existem diferentes interpretações da realidade/fato histórico. Pensamos que, se caso necessário, o professor pode apresentar aos alunos charges atuais que abordem o mesmo assunto, mas de diferentes perspectivas, como também para possível comparação com aquelas produzidas durante a Era Vargas.

      João Matheus Ramos & Júlia Ribeiro Nicolodi

      Excluir
  2. Olá!

    Uma das formas possíveis de se reconhecer a crítica política e social em alguns períodos históricos é através das artes produzidas pelas pessoas que viveram nestes períodos. Charges, caricaturas e cartuns nos oferecem um verdadeiro "prato cheio" para estas análises.

    O uso da charge em sala de aula, aliás, é um excelente "remédio" para aqueles e aquelas que colocam a História como “decoreba”, e não como uma ciência que promove reflexões sobre a sociedade, seja no passado ou nos dias atuais, observando rupturas e continuidades que a História promove.

    Isto posto, gostaria de saber qual se a sugestão ofertada no texto foi posta em prática pelos autores e, em caso positivo, quais foram os resultados obtidos.

    Grato pela atenção.

    Saudações!

    Willian Spengler

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, muito obrigada pelo comentário!
      No ano passado, utilizei a temática da Era Vargas para aplicação de regência de estágio e analisando os resultados dessa regência, nasceu a ideia deste trabalho, pois em prática pude perceber a necessidade de elementos extratextuais para "chamar" a atenção dos alunos para o conteúdo, visto que utilizei apenas uma charge de modo meramente ilustrativo e houve um maior apreço pelo que era apresentado.

      João Matheus Ramos

      Excluir
    2. Boa noite! Respondendo a sua pergunta, penso em colocar em prática a proposta do trabalho durante o estágio de Lingua Portuguesa, visto que o ensino de línguas é indissociável ao contexto de produção, mostrando aos alunos, de forma interdisciplinar, a importância do conhecimento histórico para a formação.

      Júlia Ribeiro Nicolodi

      Excluir
  3. Parabéns pelo texto João e Julia. Ótimos apontamentos, texto esclarecedor, mas me resta uma questão, gostaria de saber se as charges podem ser utilizadas como fonte histórica ou apenas como ilustração dos temas abordados em sala?
    Att, Julia Piovesan Pereira.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado Julia, sustentamos aqui a utilização das charges mais com o caráter de fontes históricas de fato do que com o tom meramente ilustrativo, pois pensamos a partir de seu emprego, refletir os elementos que as compõem, realizando uma primeira análise do que se apresenta em cada figura e em seguida a partir desta refletir seu contexto de produção, e como este influenciara na concepção e no concebimento de tais fontes, evidenciando assim como aquele momento histórico pode ser apreendido por meio destas criticamente, seja a partir de uma perspectiva positiva, ou de uma negativa, variando de acordo com o posicionamento do autor do conteúdo em relação à questão em voga.

      João Matheus Ramos & Júlia Ribeiro Nicolodi

      Excluir
  4. Muito obrigado Julia, sustentamos aqui a utilização das charges mais com o caráter de fontes históricas de fato do que com o tom meramente ilustrativo, pois pensamos a partir de seu emprego, refletir os elementos que as compõem, realizando uma primeira análise do que se apresenta em cada figura e em seguida a partir desta refletir seu contexto de produção, e como este influenciara na concepção e no concebimento de tais fontes, evidenciando assim como aquele momento histórico pode ser apreendido por meio destas criticamente, seja a partir de uma perspectiva positiva, ou de uma negativa, variando de acordo com o posicionamento do autor do conteúdo em relação à questão em voga.

    João Matheus Ramos & Júlia Ribeiro Nicolodi

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.