Israel de Lima Miranda


HISTÓRIA OU FICÇÃO? UMA REFLEXÃO ACERCA DOS FILMES HISTÓRICOS E O ENSINO DE HISTÓRIA


 

A sociedade passa por um momento em que as mídias visuais se tornam cada vez mais importantes na vida dos indivíduos, momento em que o ambiente virtual vem ocupando mais espaço nas relações de convivência e de aprendizagem. É possível destacar como principais meios de mídias visuais: o cinema, a televisão e, sobretudo, a internet. Dentre todas essas mídias destacamos o cinema e sua relação com o círculo social. Nesse contexto, identificamos a capacidade que as produções cinematográficas têm de encantar o grande público e atrair, também, os jovens às salas de cinema. Com isso, muitos pesquisadores/professores, como Marcos Napolitano, vêm desenvolvendo estudos que buscam ampliar a relação entre o cinema e o ensino de História. Mesmo com o crescimento de pesquisas neste tema Cristiane Nova sinaliza que:

“As relações existentes entre a história e o cinema não são recentes, pois datam do surgimento deste, há um século. No entanto, o seu estudo mais aprofundado remonta há apenas três décadas e ainda se encontra longe de alcançar uma situação de relativo conforto no que concerne à formulação de um arcabouço teórico sólido.” (NOVA, s.d.)

O cinema enquanto objeto de estudo para a ciência histórica é algo bastante recente. Somente a partir da década de 1970 os filmes passaram a ter um caráter de fonte, ou seja, começaram a serem vistos como uma fonte documental. Tal fato foi consequência da renovação historiográfica, movimento iniciado pela Escola dos Annales, fundada pelos historiadores Lucien Febvre e March Bloch. Neste contexto, alguns historiadores se debruçaram sobre a temática buscando dar conta da relação Cinema-História. Podemos destacar entre eles o pioneiro e um dos principais teóricos, o historiador Marc Ferro. Em consonância com este caminho percorrido pela produção historiográfica, buscamos neste escrito refletir sobre o papel dos filmes históricos no ensino de História, especificamente quais características presentes neste tipo de película e quais cuidados precisam ser observados pelo professor/historiador ao toma-los como ferramenta didática.

Desde meados do século XX os pioneiros da indústria cinematográfica intervêm na história com filmes, documentários ou ficcionais, que segundo Marc Ferro “sob a aparência da representação, doutrinam ou glorificam” (FERRO, 1992, p.13). O cinema também como todas as representações, “[...] trazem embutidos em si os elementos da narratividade, da ficcionalidade. Falar sobre o real é produzir um discurso que já é, a priori, ficcional, pois é narrativo, é representação.” (ROSSINI, 2008, p. 139). Este é um dos pontos principais acerca das discussões a respeito da função das películas, que buscam representar o passado. Diante disso, o professor de história deve compreender as diversas características que este tipo de documento possui, ao utiliza-lo em sala de aula. Dentre estas, destacamos: o papel do filme como fonte documental, isto é, um objeto de determinado período que carrega significados e valores de sua época e como uma representação do passado.

Filme histórico, cinema e o ensino de História.
O cinema deve ser aliado da escola em todos os âmbitos do conhecimento. Ele pode contribuir de forma significativa para o ensino de História, “pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados” (Napolitano, 2003), entretanto o professor precisa estar atento diante de seu uso, conforme Napolitano:
O professor deve levar em conta as duas armadilhas no uso do cinema na sala de aula: o anacronismo e o efeito de super-representação fílmica (ou seja, o que é visto é assimilado como verdade absoluta). O anacronismo ocorre quando os valores do presente distorcem as interpretações do passado e são incompatíveis com a época representada. (Napolitano, 2003, p11)

Nesse sentido, um dos aspectos presentes nas obras de cinema que propõem representar fatos ou personagens históricos são os valores de sua época. Como exemplo disso, podemos observar esses elementos nos filmes que tratam da personagem Joana D’Arc, que em diversos contextos foi representada de forma diferente. Em 1935, o filme Santa Joana D’Arc “[...] reconta a trajetória de Joana pelo olhar do nacional-socialismo. Dirigido pelo alemão Gustav Ucichy, foi um dos mais populares filmes da propaganda nazista. Ao evocar a imagem de Joana, faz paralelos entre a situação da França em 1429 e a da Alemanha em 1935.” (Baldissera; Bruinelli, 2016, p.62).

A imagem desta camponesa francesa foi bastante influenciada pelo campo ideológico que permeia a produção cinematográfica. Outro exemplo destas variações interpretativas está presente no filme Joana D’Arc, produzido em 1948, em que a personagem é construída com ares angelicais contrastando com uma postura de liderança e autoridade. Nesta obra, segundo Baldissera e Bruinelli:

“Joana discursou várias vezes, contribuindo dessa forma para elevar a moral das tropas, infundir coragem e abnegação. Convém lembrar que é um filme do pós-guerra. Época em que o mundo como um todo se recuperava dos revezes e da destruição da Segunda Guerra Mundial” (Baldissera; Bruinelli, 2016, p.66).

Observamos nestes aspectos que os filmes históricos não têm um compromisso com a verdade histórica e que a representação do passado esta perpassada por questões contemporâneas.  Ao adentrar ainda mais no universo dos filmes históricos percebemos uma gama de produções com temáticas do período medieval. Uma com grande relevância é obra de Umberto Eco, transformada em filme em 1986, O Nome da Rosa. O filme, dirigido por Jean-Jacques Annaud, apresenta características importantes quando se quer falar sobre a Idade Média. Os autores apontam que Umberto Eco e o diretor Jean-Jacques Annaud [...] “cada um a sua maneira, recriaram o medievo, destacando pontos diferentes, Umberto Eco primou por algo mais científico, enquanto Jean-Jacques Annaud, por algo mais emocional.” (Baldissera; Bruinelli, 2016, p.196). Tal aspecto tornou o filme mais acessível para a sala de aula, porém não devemos deixar de explicar com cuidado a riqueza de ideias que perpassam a obra. O Nome da Rosa (1986) “[...] pode ser útil para explicar a localização das abadias, prédios de pedra, em locais estratégicos [...] além de mostrar como funcionavam as bibliotecas e os monges copistas” (Baldissera; Bruinelli, 2016, p.197.). Quando tomamos conta disso, enquanto professores, é que podemos filtrar os possíveis equívocos e mostrar aos alunos que obra trata de uma leitura sobre o passado. Além disso, Napolitano reforça que:

“Respeitar e valorizar as abordagens (e interpretações) plurais de um mesmo fato ou processo histórico não significa se eximir diante do anacronismo, muito comum em alguns filmes. Há um limite para a interpretação, que deve estar coerente com a mentalidade, os valores e as visões de mundo da época estudada.” (Napolitano, 2003, p.31).

Os professores podem utilizar duas ou mais obras que tratam do mesmo período ou personagem histórico. A partir dai podemos estabelecer com os alunos relações e distinções sobre os fatos ou personagens. Como no exemplo analisado, podemos observar duas “Joanas” distintas, ora com um viés considerado nazista, ora com uma visão heróica e Joana sobre um cavalo branco e armadura brilhante. Além disso, o filme histórico, como qualquer outro filme, pode comunicar não apenas com palavras, cenários ou situações, ele comunica com iluminação, montagem, atuação dos personagens, etc. Elementos que também podemos observar nos filmes que tratam de Joana DÁrc.

É necessário que o professor faça um esforço para mostrar as concordâncias e divergências na forma em que o fato histórico é apresentado em diferentes épocas.  Ainda, o cinema é capaz de fazer com que os alunos compreendam de forma mais significativa diversos conceitos, o que é fundamental para a aprendizagem histórica. Como exemplo, citamos o clássico filme de Charles Chaplin “Tempos Modernos” (Modern Times, EUA, 1936) em que o personagem principal é um operário do início do século XX, Carlitos.

“O filme dá ao professor a possibilidade de trabalhar com o conceito de Fordismo, onde o operário trabalha na linha de produção de automóveis, [...] faz uma critica ao sistema de produção, que aliena o operário na fábrica, e ao capitalismo. Indo um pouco além, o filme também proporciona uma reflexão sobre a classe burguesa e o proletariado.” (LERA; ROSA, 2013, p.202).

Dependendo da temática que o professor estiver trabalhando em sala de aula os filmes podem nos mostrar mais do que uma história de ficção, não só os filmes históricos são importantes. “Algumas películas, por exemplo, podem ser muito úteis na reconstrução dos gestos, do vestuário, do vocabulário, da arquitetura e dos costumes da sua época, sobretudo aquela em que o enredo é contemporâneo à sua produção.” (NOVA, s.d.) Tais aspectos podem ser de grande valor não só para o historiador em suas pesquisas, mas também para o professor refletir com seus alunos e construir juntos novos caminhos de compreensão do passado. Com isso, observamos que um filme é capaz de dizer tanto quanto for questionado, ampliando as suas possibilidades quando utilizado em sala de aula, o que faz com que uma obra fílmica sirva para discussão de várias questões.

Enfim, sugerimos que o filme pode ser pensado como uma fonte importante tanto para o ensino de história quanto para a construção do conhecimento histórico, levando em consideração que o filme é produzido para um determinado público e está classificado de acordo com um determinado gênero. Os filmes da categoria filme histórico podem ser feitos em diversos gêneros, como comédia (por exemplo: “O incrível exército de Brancaleone”); drama (“A lista de Schindler”); aventura (“Rei Arthur”) e até mesmo infantil (elementos históricos presentes em desenhos animados do estúdio Walt Disney, como “A espada era a lei”).  Com essa gama de produçõs Baldissera ressalta que:

“centenas de filmes, documentários e telejornais exibem informações que penetram em nossas mentes sem que tenhamos tempo de processálas, fazendo-nos viver, atualmente, o que é chamado por historiadores de a era das imagens (essa situação da sensação de que as pessoas estão de fato bem-informadas neste mundo globalizado). As coisas, porém, não são tão simples assim, pois os excessos de luzes e de cores eliminam as ambigüidades e as complexidades daquilo que se vê e acabam transmitindo uma falsa segurança e um conhecimento superficial.” (Baldissera, 2006, p. 15).

Para além das análises dos filmes o professor precisa estar atento a algumas questões prática acerca do uso destes filmes em sala de aula. Ele deve observar o tempo de duração dos filmes que irá selecionar, pois nem sempre podem ser exibidos por completo. Pensar na idade dos alunos e quais seus interesses. Uma sugestão interessante é exibir o filme em partes, o que pode facilitar as discussões sobre o tema estudado.

Considerações

Sendo assim, refletir sobre a relação Cinema-História na prática de ensino é de extrema relevância para o momento em que vivemos. Além disso, o professor precisa trazer os alunos para esta discussão e apresentar a eles novas possibilidades de aprendizagem e ampliar a relação destes com o mundo e a produção de significados que os cercam. É necessário reforçar que os filmes podem e devem dinamizar o ensino da História e também trazer novos personagens e novos olhares sobre a cultura de um determinado contexto histórico. O ensino de História a partir dos filmes históricos pode contribuir de forma significativa no sentido de provocar o aluno, bem como despertar o seu olhar crítico também sobre a ideologia e valores presentes nas produções de cinema. E cabe ao docente um papel importante no processo de ensino-aprendizagem para prepara o indivíduo que possa lidar com a relação Cinema-História.

Neste sentido, o uso dos filmes se torna um desafio, pois se trata de uma busca de compreender outro campo, o cinematográfico, e dar conta de suas linguagens, suas imagens em movimento, as cores, as escolhas do diretor, etc. Entendemos que a construção e produção de um filme é um processo de criação, entretanto o importante, ao analisa-lo é compreender quais os significados propostos e os objetivos que permeia tais criações. Partindo desta concepção faremos com que os alunos possam entender que o cinema não é mais que uma representação do real e desenvolverem uma postura mais ativa frente aos filmes. Tal postura permitirá que os estudantes ampliem a capacidade de observar, identificar, relacionar, questionar, compartilhar, articular e produzir uma critica sólida em relação ao cinema. Ao agirem desta maneira eles não serão historiadores, porém poderão compreender que a história é fruto de uma construção do passado e que possuí uma carga de subjetividade.

 

Referências:

Israel de Lima Miranda - Graduado em História Licenciatura pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/RS


BALDISSERA, José Alberto; BRUINELLI, Thiago Oliveira: O sagrado, o profano, o maravilhoso: a idade média no cinema. Porto Alegre: Escritos, 2016.
BALDISSERA, José Alberto. A Idade Média através do cinema: entrevista com José Rivair Macedo e José Alberto Baldissera. Cadernos IHU em formação: Idade Média e Cinema, São Leopoldo, v. 2, n. 11, 2006.

FERRO, Marc. Cinema e História. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
LERA, Maria Caparrós; ROSA, Cristina Souza da. O cinema na escola: uma metodologia para o ensino de história. Revista Educação em foco, Juiz de Fora, v.18, n.2, p. 189-2010, jul/out. 2013.
NAPOLITANO,  Marcos.  Como usar o cinema na sala de aula.  4. ed.  São  Paulo: Contexto, 2003.
NOVA, Cristiane. O cinema e o conhecimento de História. Olho da História, n. 3, [s.d.].
ROSSINI, Mirian de Souza.   O Cinema e a história: ênfase e linguagens.   In: PESAVENTO, Sandra Jatahy; SANTOS, Nádia Maria Weber; ROSSINI, Mirian de Souza. (orgs.) Narrativas, imagense práticas sociais:percursos em história cultural. Porto Alegre: Asterisco, 2008.

25 comentários:

  1. Prezado Israel, primeiramente meus parabéns pelo belíssimo trabalho. É possível pensar sobre os diversos aspectos da utilização do cinema no ensino de história. A utilização das imagens em movimento em sala de aula é muito importante, pois elas sempre prendem a atenção, despertam muitos sentimentos e incentivam a reflexão. A parte que mais me chamou a atenção foi a sua sugestão de exibir o filme em partes. No entanto, fico com a sensação de que isso pode gerar uma ruptura da mensagem, ou seja, o aluno poderá não absorver toda a narrativa da película. Inclusive, conforme bem colocado no artigo, o professor deve portar-se como um mediador, a fim de destacar as distorções e simplificações que a linguagem cinematográfica às vezes é obrigada a utilizar para torná-la mais atrativos. Por isso, além do tempo despendido com o filme, é necessário reservar o tempo para as intervenções do professor. Peço, portanto, que esclareça se é realmente mais vantajoso exibir um filme em partes ou mostrá-lo na íntegra, para depois explorá-lo em sala de aula.

    Atenciosamente.

    Rafael Milani da Costa

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    1. Prezado Rafael, Obrigado pela excelente questão.

      Você levantou um ponto muito importante que sempre está presente quando nós professores resolvemos levar o filme para a sala de aula. Na maioria das vezes as disciplinas de História são sempre reduzidas na grade escolar, e surge a dúvida, como adaptar um filme ao conteúdo em pouco tempo? É neste aspecto que exibir o filme em partes pode ser a melhor solução. Entretanto é necessário um cuidado em como esse filme (ou a parte dele) vai ser enquadrada ao tema. Ao tratarmos sobre questões mais ilustrativas como vestimentas, arquitetura ou comportamento de época podemos optar pelas cenas de filmes capazes de auxiliar na visualização destes elementos. Acredito que a vantagem de exibir um filme na íntegra ou não vai depender, portanto, do objetivo do professor (mediador) a partir do filme.

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  2. Primeiramente gostaria de parabenizar pela escrita desse trabalho que traz considerações para o ensino de história e uso do cinema em sala de aula. Todavia, gostaria de destacar duas considerações sobre o seu artigo que me chamaram atenção. A primeira delas é em relação a uma verdade histórica, tendo em vista que o historiador não tem como resgatar o passado tal como ocorreu, pois o mesmo não estava lá para dizer da maneira que de fato ocorreu o acontecimento. Nós historiadores nos baseamos nos fatos e nas fontes que chegaram até nós e interpretamos através das percepções do presente, algo que para escola do Annales é identificado como um processo de verossimilhança, aquilo que se aproxima mais do cenário que buscamos apresentar. Apesar de outros historiadores influenciados pelas leituras foucaultianas entenderem a história enquanto a produção de discursos do passado que chegaram até nós. Essas duas percepções corroboram com a minha forma de pensar a mesma, quando penso em verdade histórica sempre me remeto a escola Metódica dita positivista. Dessa maneira, enfim, chego a minha segunda consideração, se o cinema é uma representação artística que encena um fato histórico, a mesma não pode interpretar o acontecimento a sua maneira? Cabe como você mesmo interpretou o olhar do historiador para identificar em que cenários essas películas foram produzidas e os acontecimentos daquela época que incentivaram a produção desses filme. Além de uma análise apurada da filmografia e biografia do diretor do longa que pode trazer considerações para criarmos uma reflexão mais apurada para nossos alunos.
    Ronyone de Araújo Jeronimo

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    1. Olá, prezado Ronyone, primeiramente obrigado pelas tuas considerações e por ler o meu trabalho.

      Quando citei que os filmes históricos não tem compromisso com a verdade histórica, na verdade, foi uma expressão indicando que o cinema na maioria das vezes não baseia suas produções narrativas em métodos, teorias e o rigor científico exigidos pelo meio acadêmico. Justamente por esse motivo que é importante, compreender quais os significados propostos e os objetivos que permeia as películas e como você mesmo mencionou a filmografia e biografia do diretor.
      abraço!
      Att
      Israel Miranda

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  3. Sabemos da importância de trabalhar com filmes em sala de aula, pois causa uma motivação para a aprendizagem, gostaria de saber como podemos explicar tal momento histórico em filmes que possuem ficção envolvida no roteiro do filme?
    Queria aproveitar para parabeniza-lo pelo exelentissímo trabalho e extremamente necessário.

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    1. Por Cibelle de Cássia Soares Franco

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    2. Olá, Prezada Cibele, ótima questão, obrigado por ler meu trabalho.

      Sabemos que atualmente existe um boom de filmes e séries de ficção que são ambientados em momentos históricos ou em alguns casos utilizam de personagens históricos para construírem suas narrativas. Um exemplo muito notável e já trabalhado por professores de história é o filme: O Senhor dos anéis. A película trata de uma história fictícia e utiliza vários recursos medievais construindo seu enredo a partir de representações de famílias nobres e suas relações. Este tipo de filme pode ser trabalhado de maneira ilustrativa, pois é capaz de mostrar ao aluno conceitos de vassalagem e suserania de forma lúdica e mais atrativa. Nestes casos o filme entra como uma peça lúdica trazendo o aluno para discussão do conteúdo.

      att
      Israel Miranda

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  4. As investidas em temas que incluem um acontecimento real em um filme fictício ou até mesmo um filme baseado em fatos reais tendem a formar ideias na mente de seus receptores. Com isso alguma divergência de informação pode ocasionar problemas de entendimento de quem vê esse tipo de conteúdo?

    att.

    Heigler Gil Marques de Aragão

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    1. Prezado Heigler.
      Acredito que sim, é grande o número de filmes que acabam distorcendo de forma bem clara a História e/ou os personagens históricos. Tais representações são levadas ao público e acabam sendo absorvidas como uma realidade do passado, construída e reproduzida. É importante que o professor busque desconstruir qualquer anacronismo ou interpretações equivocadas presentes nestes tipos de películas para evitar problemas de entendimento.
      Att.
      Israel Miranda

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  5. Sabemos que a aplicação desse tipo de conteúdo é uma saída para muitos alunos ouvintes. A identificação com esse material deveria ser mais usada no ensino ou não é aplicável de forma direta para entendimento de conteúdos históricos propriamente dito?

    att.

    Heigler Gil Marques de Aragão

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    1. Prezado Heigler, Obrigado pela contribuição.

      A utilização dos filmes no ensino de história tem um papel relevante quando se quer alcançar outros níveis de debate. Trata-se de uma ferramenta capaz de dinamizar o ensino e trazer o aluno para a discussão acerca dos conteúdos históricos. Sendo o professor um mediador ele pode ser uma ponte para aprofundar o conhecimento.
      Att.
      Israel Miranda

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  6. A apreciação do cinema nos dias de hoje é inegável, e aplicação da história nesse aspecto é de suma importância. No entanto esse tipo de conteúdo pode dificultar na reflexão racional daquilo que se está assistindo? pois não se criará uma realidade imaginada.

    att.
    Heigler Gil Marques de Aragão

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    1. Olá Heigler, primeiramente obrigado pela contribuição.
      Como mencionei no texto, baseado em Marc Ferro, o filme histórico é uma representação do passado e produz uma narrativa carregada de elementos de sua época de produção. Tais elementos são de extrema importância para entendermos de forma racional o contexto de produção e, sobretudo, a intencionalidade da obra. O papel do professor/mediador é justamente refletir em conjunto com os alunos sobre as nuanças entre História e a representação que permeia o meio cinematográfico.
      Att.
      Israel Miranda

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  7. FRANCIELE APARECIDA DE ARAUJO21 de maio de 2020 às 12:52

    Olá Israel, ótimo texto e análise teórica sobre o tema. Minha provocação vem no sentido da questão prática. Estes filmes citados no seu trabalho, são ótimos para trabalhar conteúdo de História, porém desconfio que apenas os professores pensam isso. Quando você exibe um filme que já tem mais de 20 anos de produção, a qualidade da imagem e efeitos especiais não são tão bons como os de agora, o filme muito longo ou se exibe pequenos trechos o desinteresse pelo assunto acaba sendo grande. Qual sua sugestão para fazer com que os alunos sintam interesse por tais filmes?
    At. Franciele Aparecida de Araujo

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    1. Prezada Franciele, obrigado pelas tuas considerações.
      Então, a questão que tu colocas é muito pertinente ao tema. Concordo contigo que na maioria dos casos o desinteresse dos alunos é grande. Acredito que este desinteresse, no ensino de História, tende a ser maior sem o uso de alguma ferramenta que torne a abordagem mais dinâmica. O professor deve construir um diálogo aberto com os educandos a fim de mostrar que o cinema é algo amplo e pode nos ajudar a entender não só a sociedade como também as concepções que criamos acerca do passado. É papel do professor, apresentar os vários “tipos” de cinema ao aluno. Uma recomendação a depender da turma seria iniciar o uso de filmes com uma narrativa de ficção, mas ambientada em algum período histórico, como “Senhor dos Anéis”. Ou filmes que trazem aspectos históricos da Grécia como “Percy Jackson”. São algumas maneiras de quebrar a resistência de alguns alunos.
      Espero ter respondido tua questão, novamente obrigado!
      Att.
      Israel Miranda

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  8. Olá Israel, belo texto! Gostei principalmente o foco do professor como um mediador entre a obra cinematográfica e o ensino de História, gostaria de saber um pouco mais sobre as habilidades requeridas pelo pelo professor ao utilizar um filme como ferramenta de ensino, neste sentido você acredita ser fundamental o domínio da linguagem cinematográfica para potencializar o ensino? Ou cabe ao professor selecionar o aspecto que pretende abordar para o ensino?
    Att,
    Suzi De Andrade Leite

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    1. O domínio da linguagem cinematográfica seria fundamental ao professor que buscasse trabalhar com cinema em sala de aula, porém sabemos que nossos professores carecem de formação e nosso país enfrenta uma crise também no âmbito da cultura. Neste sentido, acredito que pelo menos para que o docente possa ser um mediador entre o filme e o ensino de História ele deve conhecer a obra utilizada. Quando digo conhecer a obra me refiro à biografia do autor, crítica sobre o filme, construção do cenário, lugares em que foi gravado, etc... São diversos aspectos mínimos que podem fazer a diferença no momento em que a película será utilizada em sala de aula.
      Att
      Israel Miranda

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  9. Boa noite, Israel! Parabéns pelo trabalho!
    A minha questão é a seguinte: Você cita a utilização do "filme histórico" para compreensão de determinados fatos/períodos históricos a partir da mediação do professor. Um filme como "Cruzada" (2005), por exemplo, pode ser considerado um filme histórico, mas ele diz mais sobre a era Bush do que propriamente sobre a Idade Média. Sendo toda obra cinematográfica uma ficção e sendo o filme uma fonte que diz mais sobre o seu próprio período de produção do que do daquele retratado em seu roteiro, como você separa essas abordagens em sala de aula?
    Att,
    Clarissa Rodrigues Soares

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  10. Jheniffer Caroline Oliveira Souza21 de maio de 2020 às 21:30

    Primeiramente o parabenizo pelo excelente texto. E gostaria de perguntar se tem alguma metodologia que você julga mais efetiva para explicitar a linha tênue entre as representações históricas contidas na ficção e a historiografia em si para os alunos? E também,se você julga efetivo apontar a estrutura social na qual estão inseridos os produtores ou diretores dos filmes, enquanto influenciadora na maneira com que constroem a narrativa? Ou seja, como mostrar aos alunos o caráter ficcional de toda representação histórica, moldada pelas visões de mundo distintas, sem descaracterizar a importância histórica que os filmes podem carregar?
    Jheniffer Caroline Oliveira Souza

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  11. Ao longo da análise fílmica é essencial atentar-se para os diversos elementos que o constituem: o cenário, o figurino, os enquadramentos, os planos de câmera, a fotografia, as trilhas sonoras, etc. Juntos estes elementos constroem os discursos e interpretações de seus idealizadores. No entanto, na realidade escolar, é comum a falta de conhecimento sobre a linguagem cinematográfica por parte dos docentes que acabam por se concentrarem suas análises somente no roteiro, ignorando aspectos cruciais da narrativa cinematográfica ou utilizam filmes como mera ilustração para determinado tema da aula. O que você propõe para essas dificuldades que os professores enfrentam?
    MICHELE APARECIDA EVANGELISTA

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  12. As obras de ficção possibilitam a compreensão do imaginário, de diferentes visões de mundo, bem como das relações sócio-políticas e culturais de uma determinada sociedade e contexto. Ao analisar os filmes, como podemos discutir em sala de aula, de uma forma clara, os conceitos de ficção e realidade e sua relação com a História?
    MICHELE APARECIDA EVANGELISTA

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  13. Caro Israel de Lima Miranda,
    Seu trabalho é muito interessante. Eu acho que você pode incluir o uso de podcasts, para coletar opiniões dos alunos sobre momentos históricos; Assim, os professores poderiam identificar quais dados representativos do passado poderiam incorporar ao processo de aprendizagem. O que você acha do uso de podcasts, como uma ferramenta alternativa à que você propõe, em filmes documentais. É possível usar podcasts e reunir experiências sobre o que eles aprenderam com os filmes?

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