Franciele Aparecida de Araujo e Rudy Nick Vencatto


EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: O USO DE MÍDIAS NO ENSINO DE HISTÓRIA



Vivemos em uma sociedade imbricada pelo uso de tecnologias, seja nas atividades domésticas simples ou transações complexas relacionadas a questão econômica. Este universo tecnológico proporciona diversão, distração, praticidade, informação, conhecimento e também pode e deve ser utilizado na educação.

Diante das conjunturas sociais da atualidade, percebemos que os sujeitos se tornam cada vez mais conectados à aparelhos, aplicativos e ao uso da internet.  As novas tecnologias e o acesso facilitado a elas têm proporcionado uma mudança comportamental na sociedade, principalmente entre os jovens. Este processo de transformação vem ocorrendo de uma forma lenta e gradual, porém, como aponta VAN DAL (2013), é um processo irreversível.

Para VAN DAL (2013, p. 2), ao longo da história da humanidade, o homem sempre procurou desenvolver métodos e técnicas de comunicação. Assim, desde a invenção das primeiras formas de comunicação em gestos, em pinturas nas paredes e nas primeiras formas de escrita o homem vem aperfeiçoando suas técnicas. Este aperfeiçoamento torna-se possível, concomitante ao surgimento de novas tecnologias.

Desta forma, as tecnologias atuais têm nos proporcionado um amplo leque de possibilidades de comunicação. É possível dizer que os usos das tecnologias e da gama de ferramentas que ela nos proporciona tem alterado a nossa forma de viver, de consumir e de se relacionar uns com os outros. Podemos dizer que, diante da realidade atual, as tecnologias, mídias e redes sociais tem se transformado na principal forma de comunicação.

Diante da velocidade das transformações tecnológicas em nossa sociedade, o modelo escolar, mesmo que, em sua maioria está engessada em modelos tradicionais de educação, também recebe influência das tecnologias no cotidiano escolar. Sendo assim, a escola não pode ficar de fora desse processo tecnológico. Pelo contrário, é necessário inserir-se neste movimento e elaborar estratégias para que os professores consigam desenvolver práticas pedagógicas utilizando as mais diversas ferramentas tecnológicas disponíveis.

É importante pensar que os usos das tecnologias em sala de aula tem como papel fundamental, potencializar a aprendizagem dos discentes, promovendo uma maior interação entre alunos, professores e a produção do conhecimento. Além disso, é imprescindível que os envolvidos no processo educacional tenham em mente que as ferramentas tecnológicas são meios metodológicos para processo de ensino-aprendizagem, proporcionando a melhor assimilação e apreensão dos conteúdos pelos alunos com a interlocução dos docentes e não pode ser visto como a educação pronta e acabada por ela mesma.

Uma das perguntas que se deve elaborar para reflexão acerca da prática pedagógica é sobre o papel da escola diante desta realidade. A atuação da escola neste processo é de auxiliar os discentes na melhor utilização das mídias e das tecnologias ensinando-os a interpretá-las com criticidade, principalmente conteúdos da internet e redes sociais, oferecendo subsídios para que sejam utilizadas a favor da educação e, não contra ela. Diante das diversas possibilidades de uso dos recursos tecnológicos, tanto na vida escolar como na vida social, pode-se dizer que as pessoas possuem “o mundo em suas mãos” e deveriam utilizá-lo para acrescentar informação, agregar conhecimento e não apenas diversão.

De acordo com Prensky (2001), mencionado por Campos e Giraffa (2011), atualmente os discentes podem ser considerados como “nativos digitais”. Nas palavras das autoras:

“Nativos digitais são aqueles que nasceram num mundo imerso em tecnologias digitais e desde sua infância convivem com aparatos diversos e associam um botão de mouse como porta para um grande mundo virtual. Enquanto seus professores observam o mouse como recurso a ser transposto, com habilidades a serem construídas, causando sérios problemas por não assumirem a necessidade de se criar modelos pedagógicos inovadores que incorporem essas possibilidades ofertadas pelo ciberespaço.” (CAMPOS; GIRAFFA, 2011, p.9).

Embora a expressão “nativos digitais” seja uma expressão datada por este autor no início do século XXI, refletir sobre os discentes hoje, inseridos nesta perspectiva, torna-se uma discussão atual e fundamental para compreender a realidade escolar que vivemos. De um modo geral, os professores não são “digitais natos” e, por isso, é preciso estar em constante processo de formação e busca de conhecimentos para que possa incorporar as diversas mídias em sua prática pedagógica. Um processo complexo, que demanda estudo e tempo, pois será necessário que o professor domine a ferramenta que utilizará em sala de aula, além de ter a capacidade para orientar os alunos a utilizá-la da melhor forma possível.

Um dos grandes desafios dos docentes na atualidade é elaborar aulas com conteúdos e práticas que sejam atrativas aos olhos dos alunos. Uma das alternativas para conseguir conquistar a tão desejada atenção dos alunos, pode ser o uso de ferramentas tecnológicas. Entretanto, o uso das ferramentas deve vir acompanhado da prática, ou seja, os alunos devem ser produtores de conhecimento, como por exemplo: produção de vídeos, elaboração de mapas mentais, apresentações interativas, ebooks, criação de histórias em quadrinhos, entre outros, ou seja, o professor mostrará aos estudantes que é possível utilizar o celular para buscar informações e produzir conhecimento, potencializando seu aprendizado escolar e na vida social como um todo.

Especialmente em escolas públicas, é possível perceber que o acesso à tecnologias não é homogêneo. Entretanto, este não deve ser um fator para não utilização das ferramentas tecnológicas, desde que os docentes e a escola estejam preparados para atender a diversidade social de sua realidade escolar. Em alguns momentos o professor encontrará turmas em que boa parte dos discentes estarão excluídos do universo digital e precisará rearticular suas estratégias em sala de aula, em outras, encontrará turmas que dominam o uso destas ferramentas com facilidade. Uma das formas de superar este desafio é conhecer a realidade socioeconômica e a partir disto, planejar e elaborar as metodologias a serem utilizadas, encontrando uma saída para que todos os alunos, mesmo os que não têm acesso às tecnologias consigam desenvolver as atividades e se sintam parte do processo educativo.

Os envolvidos com a educação na atualidade, deve-se levar em conta que o professor não é mais a única fonte de informação. Os alunos tem acesso a diversos meios de comunicação e chegam a eles a todo o momento, as mais variadas informações, verdadeiras e/ou falsas, boas e/ou ruins. Mas, uma questão crucial é que na maioria das vezes, os estudantes não conseguem fazer uma filtragem e ainda precisam de um amadurecimento para conseguir olhar para estas informações de maneira crítica e consciente.

Neste sentido, o professor tem o papel de direcionar e mediar o conhecimento orientando os alunos a olhar para os conteúdos de forma crítica, demonstrando que é importante buscar mais de uma fonte de informação, entender diversos pontos de vistas, para só depois, elaborar a sua visão sobre o assunto e construir o seu conhecimento ou compartilhar informações nas redes sociais.

É um grande desafio para nós, professores. Entretanto, é um desafio que deve ser superado com a busca constante pelo aperfeiçoamento pedagógico para conseguir fazer esta mediação do conhecimento e promover um ensino/aprendizagem crítico em que aluno e professor sejam capazes de utilizar as mídias para a construção do conhecimento.

Segundo Chartier (2010), a textualidade eletrônica transforma a maneira de organizar e analisar as argumentações históricas, bem como os critérios que podem orientar um leitor para aceitar ou rejeitar tais discursos. De acordo com este autor, para avaliar ou rejeitar o argumento, o leitor pode agora se apoiar na consulta de textos imagens, áudios que são o próprio objeto do estudo. Neste processo, o leitor tem a possibilidade de tornar-se pesquisador e refazer o percurso da pesquisa. Nas palavras de Chartier (2010):

“Esses três dispositivos clássicos da prova da história (a nota, a referência, a citação) estão muito modificados no mundo da textualidade digital a partir do momento em que o leitor é colocado em posição de poder ler, por sua vez, os livros que o historiador leu e consultar por si mesmo, diretamente, os documentos analisados.” (CHARTIER, 2010, p. 61).

No mundo da textualidade digital os três dispositivos clássicos utilizados como provas no campo da História são modificados na medida em que o leitor é colocado em posição de poder, pois consultar as fontes e a bibliografia do autor, dando-lhe autonomia nas análises, modifica profundamente as relações de construção e validação dos discursos. Ao mesmo tempo, promove uma alteração no próprio processo de investigação e produção do conhecimento histórico.

Portanto, podemos afirmar que nossos alunos em seu processo de aprendizagem também têm passado por transformações. O discente do século XXI não é mais um agente passivo, pelo contrário, agora ele também tem acesso às informações com mais facilidade e não aceita um argumento vazio. Agora ele questiona, investiga e participa ativamente de sua aprendizagem, sendo ao mesmo tempo, receptor e produtor do conhecimento. Assim, perceber o aluno enquanto um agente ativo neste processo de aprendizagem torna-se um elemento fundamental para a atuação em sala de aula, compreendendo que questionamentos e dúvidas permeiam seu universo em meio a um “furacão” de informações.

Diante do exposto, pensando nos desafios da profissão docente, os professores da disciplina de História enfrentam algumas dificuldades em relação ao conteúdo da sua disciplina e a forma de transmissão do conhecimento histórico aos seus alunos, principalmente por se tratar de uma disciplina teórica. Assim, é imprescindível que os professores de História elaborem diversos conteúdos e estratégias variadas para tornar suas aulas mais atrativas, ao mesmo tempo em que contribuem para construção do conhecimento de forma crítica, tornando-os cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.

É importante pensar que a linguagem e a mídia escolhida pelo professor de forma planejada e adequada proporcionará um melhor aprendizado aos alunos. Além disso, a utilização variada das diversas mídias aproximará os alunos do conteúdo com o seu cotidiano através de uma linguagem de fácil compreensão e interessante aos olhos de um adolescente que nasceu em uma era digital. Como aponta Moura (2009) é preciso estar ciente dos conteúdos que será ensinado e como o será. Em suas palavras:

“O professor de História antes de adotar novas tecnologias no seu trabalho educacional, precisa primeiramente, definir o que ensinar, por que ensinar e como ensinar a História. E com uma sólida fundamentação teórica para que suas práticas não se tornem meras repetições de conteúdos pouco atraentes.“ (MOURA, 2009, p.8)
          
Pensar o ensino crítico propõe um ensino autônomo, permitindo a construção do conhecimento de forma ativa, transformando o aluno em sujeito ativo, capaz de transformar sua realidade a partir das experiências vivenciadas na educação. Durante a prática docente, é comum encontrar professores de História reclamando da falta de motivação dos alunos em relação à disciplina. A falta de interesse nas aulas envolve diversas questões e, uma delas, pode estar relacionada a seleção de atividades e metodologias propostas aos educandos.

A reflexão que devemos nos propor é sobre quais formas de abordagens estamos utilizando para chamar atenção dos nossos alunos e tornar as aulas de História prazerosas e motivadoras? Quais metodologias e ferramentas podemos fazer uso para atingir estes objetivos? Segundo a perspectiva de Cano (et.al., 2009):

“A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, a abordagem histórica a partir de novos objetos de estudo, o uso de metodologias diferenciadas de ensino e a utilização de diferentes linguagens podem fazer o aprendizado de História tornar-se cada vez mais acessível e prazeroso para grande parte dos nossos alunos.” (CANO, et.al., 2009, p. 130).  


Cabe destacar, que com o uso de diferentes tecnologias e metodologias variadas, poderemos atingir “grande parte dos nossos alunos”, como aponta o autor, pois dificilmente o docente conseguirá atingir a atenção e interesse da totalidade dos discentes em todas as aulas. Pelos mais diversos motivos, existem alunos que não se sente parte do meio educacional ou não vê motivação nos estudos e não demonstrará interesse pelas aulas.

No entanto, quando conteúdos “velhos” são tratados com ferramentas novas, com uma linguagem acessível e elementos que fazem parte da cultura juvenil, temos aí o “frescor” do conhecimento, o cheiro do novo no ambiente escolar que pode fazer a diferença no desenvolvimento das aulas e proporcionar aos alunos um aprendizado que vai além dos livros didáticos, contribuindo para a constituição de um sujeito crítico em relação ao meio social em que vive e autônomo para a produção do conhecimento.
        
É importante frisar que a inserção do uso de tecnologias nas escolas deve ser um processo debatido no âmbito da comunidade escolar, pois leva certo tempo para adaptações. Além disso, é fundamental ter em mente que os docentes devem estar em processo contínuo de aprendizagem e a formação continuada deveria ser oportunizada com frequência para que todos aprendam, primeiramente a lidar com as ferramentas, para depois utilizá-las como recursos metodológicos.

É importante frisar que não existe uma “receita pronta” para uma boa aula de História, pois este é um caminho de descoberta trilhado pelo docente ao longo de sua prática. Entretanto, sugerimos a seguir alguns exemplos e propostas de atividades que podem ser realizadas utilizando variadas ferramentas tecnológicas, potencialmente úteis para tornar a disciplina de História, uma área do conhecimento atraente e inserida na nova era digital.

1) Produção de Vídeo: Começaremos com uma ferramenta simples e que pode facilmente ser utilizada pelos alunos, independente da etapa escolar. Trata-se da produção de vídeos pelos próprios alunos com o uso de seus celulares. O professor deve orientar os discentes para que escolham a temática que irá investigar. O objetivo do trabalho é que os alunos investiguem a sua localidade e produzam filmagens para editar um vídeo, contribuindo para que se percebam como parte da História e enquanto produtores do conhecimento histórico.

2) Visitas Virtuais: Há vários sites que oferecem a possibilidade de visitar virtualmente diversos lugares, como por exemplo, museus, templos, igrejas, locais históricos como a cidade inca de Machu Picchu ou o interior de pirâmides, entre outros. Estas ferramentas podem ser utilizadas de forma individualizada ou reproduzida com um projetor de mídia para toda a turma.

3) Rádio na Escola: Esta ferramenta tecnológica, embora não seja uma tecnologia recente, pode contribuir em diversos aspectos para a disciplina de História. A proposta é que se desenvolva pelo menos por algum período uma rádio na escola, para alegrar e tornar os intervalos mais divertidos. Promover uma visita de campo à uma rádio da cidade para que os alunos conheçam seu funcionamento. Após a visita, organizar os grupos para que elaborem uma programação e executem a rádio na escola durante o intervalo.

4) História em Quadrinhos (HQ): Esta ferramenta é uma ótima opção para trabalhar com os alunos diferentes conteúdos. Uma das características marcantes dessa ferramenta é a comunicação clara, direta e linguagem de fácil entendimento. Pode-se sugerir a confecção da HQ com algum aplicativo ou site, como também em forma de escrita e desenhos manuais. Com um pouco de dedicação, o docente de História pode criar diversas HQ para ilustrar e tornar suas aulas mais dinâmicas. Ao trabalhar com as HQs, o docente tem a possibilidade de despertar o interesse pelo conteúdo, ao mesmo tempo em que contribui também para desenvolver sua criatividade e criticidade.

5) Jogos Online: Os jogos apresentam-se como uma excelente ferramenta para trabalhar o conteúdo de forma lúdica. Com os jogos os alunos apreendem brincando e a aprendizagem torna-se mais divertida. O resultado da aprendizagem associando conteúdo e jogos são potencialmente satisfatórios. Na disciplina de História há vários jogos que podem ser utilizados pelo docente para tornar o conteúdo mais atraente e reduzir o peso da teoria que recai sobre a disciplina. É comum que em um primeiro momento, os alunos percebam a atividade apenas como diversão. Mas a partir do momento que o docente explicita seus objetivos, as associações com o conteúdo começam a ser desenvolvidas.

Há diversos jogos online que podem ser utilizados na disciplina de História. Elencamos alguns jogos que foram trabalhados com os alunos pelos autores: “Era Feudal” – permite ao docente apresentar a composição dos feudos, bem como a divisão e organização social durante o feudalismo; “Tríade” – possibilita ao docente discutir questões referentes à Revolução Francesa. O jogo possui elementos gráficos sofisticados o que acaba atraindo ainda mais a atenção dos adolescentes; “Comércio Colonial” – É possível identificar elementos relacionados ao comércio triangular, rotas marítimas e pirataria durante o século XVI; “Jogo da Memória sobre Iluminismo” – Associação entre os pensadores iluministas e suas principais ideias; “Stoneage Sam” – um jogo de ação e aventura que permite aos alunos perceber alguns elementos da vida na pré-história. Enfim, são diversas possibilidades de jogos de História que podem ser trabalhados em sala de aula. Além destes supracitados, existem outros que podem ser facilmente encontrado em sites de busca.

Após desenvolver diversas atividades com os alunos do ensino fundamental, chegamos a conclusão de que as ferramentas tecnológicas possuem um significado especial na disciplina de História. Foi possível observar o despertar do interesse pela disciplina, a curiosidade do que irá ser trabalhado no dia e de que forma aquele conteúdo seria discutido em sala.

Usar tais ferramentas em sala de aula é um grande desafio aos professores e as escolas do século XXI. Não podemos cercear os alunos destas atividades, ao mesmo tempo em que há a necessidade de uma conscientização a respeito do seu uso, dentro e fora do ambiente escolar. Para Schmidt:

“Os educandos poderiam adquirir a capacidade de realizar análises, inferências e interpretações acerca da sociedade atual, além de olhar para si e ao redor com olhos históricos, resgatando, sobretudo, o conjunto de lutas, anseios, frustações, sonhos e a vida cotidiana de cada um, no presente e no passado.” (SCHMIDT, 2010, p.65).

Para finalizar, faz-se necessário destacar que as ferramentas tecnológicas podem oferecer importantes avanços no processo de ensino/aprendizagem. Entretanto, se o docente não tomar o cuidado de elaborar suas aulas, de dominar as ferramentas que irá utilizar em sala e deixar claro quais as finalidades da atividade proposta, não alcançará os objetivos desejados. Lembrando que as novas ferramentas tecnológicas não substituem aulas expositivas, textos explicativos e nem o “bom” e “velho” planejamento. Outro elemento que merece destaque é o fato de que estas ferramentas devem ser utilizadas como recursos metodológicos pelo professor e de forma alguma substitui a presença e a importância do docente em sala de aula.

Referências:
Dra. Franciele Aparecida de Araujo. Doutora em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia-UFU. Docente da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED.

Dr. Rudy Nick Vencatto. Doutor em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Docente do Instituto Federal do Paraná.

BEZERRA, Esvertilana Bonfim; LOPES, Maria Aparecida Toledo de Melo. A Importância do professor na sociedade atual: desafios e perspectivas. Imperatriz, 2002. Monografia (Graduação Licenciatura em História) Departamento de História e Geografia, Universidade Estadual do Maranhão – Campus de Imperatriz.
CHARTIER, Roger. A História ou a Leitura do Tempo. 2ªed. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2010.

CAMPOS, Marcia de Borba; GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Do pó de giz ao byte: uma reflexão acerca do uso de tecnologias na sala de aula. In: Caderno Marista de Tecnologia Educacional. Brasília: Umbrasil, 2011, v.1.

COMERCIO COLONIAL. Disponível em:

ERA FEUDAL. Jogo disponível em: https://historiadigital.org/jogos/game-era-feudal/. Acessado em 15/03/2020.

IDADE DA PEDRA. Este jogo pode ser acessado no link:

ILUMINISMO, Jogo da Memória. Disponível em:

MOURA, Mary Jones Ferreira. O Ensino de História e as Novas Tecnologias: Da Reflexão à Ação Pedagogica. ANPUH, 2009. Disponível em:

PIXTON, Criador de HQ: Endereço Eletrônico: https://www.pixton.com/br/. Acesso em 12 abr. 2020.

SCHIMDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (Org.) O Saber Histórico na sala de Aula. 11.ed., 4ªreimp. – São Paulo: Contexto, 2010. P. (54-65).
TRÍADE, Revolução Francesa. Este jogo é um arquivo que pode ser facilmente baixado no computador. Basta acessar o site e clicar no link indicado. Disponível em: https://historiadigital.org/jogos/revolucao-francesa-no-triade/.  Acesso em 10/04/2020.

VAN DAL, Jorge Luíz Garcia. Convergência de mídias: o receptor como protagonista do processo comunicacional. 9º  Interprogramas de Mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, 2009.  Disponível. http://www.casperlibero.edu.br. Acesso em 20/11/2017.

14 comentários:

  1. Olá, Parabéns pelo excelente texto. Minha pergunta traz a discussão um pouco para o tempo presente, para o hoje. Em tempos de pandemia, onde as aulas tem sido, em muitos casos, mediadas pelo uso das tecnologias você acredita ser possível organizar uma aula em que todos os alunos possam ter acesso? Lembrando que cada aluno está em sua casa, com seu equipamento, com sua internet? Porque penso que na escola, no laboratório de informática todos acabam tendo o mesmo tipo de acesso e em "casa" fica mais difícil. Obrigada Juliana Favretto

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  2. Olá Juliana, Obrigada!!
    Bom, infelizmente eu não acredito que seja possível atingir todos os alunos com uma única aula. Tenho vivenciado esta realidade e percebo que as realidades dos alunos são muito distintas e distantes umas das outras. O acesso a internet, a celulares com capacidade para os app, a tv, o incentivo em casa para o estudo, as interferências cotidianas...tudo isso, acaba sendo um agravante para o aprendizado dos alunos. Estamos percebendo que o resultado desse período está sendo desastroso. Quando estamos no ambiente escolar, enquanto professores, estamos o tempo todo intermediando o debate, a aprendizagem, e tentando atender as necessidades específicas de cada um...enfim, participamos do processo como um todo. No modelo que temos no momento, não há essa interação entre aluno e professor. Nenhuma das partes estão preparados para essa realidade e adolescentes não tem maturidade suficiente para o EAD.

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  3. Partindo do momento em que estamos, se faz necessário utilizar os meios tecnológicos. Entretanto essas metodologias necessitam de um melhor aperfeiçoamento das práticas dos docentes, para que assim consigam ter autonomia em suas práticas. Como os docentes podem está se preparando, quando muitos não tem acesso a tecnologia? É se encontram com uma turma que faz uso contínuo em seu cotidiano.

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  4. Oi Lídia!!
    Acredito que a única maneira do docente estar preparado é uma formação contínua e de qualidade ofertada ao docente (seja pelo Estado ou escola privada), com condições que permita sua formação e não sobrecarregalá-lo. E obviamente, que esta formação seja valorizada de forma financeira. Em relação a outra pergunta, acredito que o professor sempre encontrará alguém (dificilmente uma turma inteira) que domina bem determinada tecnologia... quando isso acontecer, valorizar o conhecimento que o aluno traz consigo para escola, pois é sempre importante lembrar, que o aluno tem sua bagagem de conhecimento e cabe ao professor instigar os alunos a demonstrar e expor os seus conhecimentos, seja no domínio de jogos eletrônicos, edições de vídeos ou o seu conhecimento a partir de suas práticas cotidianas. Eu já aprendi muito com alunos meus sobre os mais variados temas (desde produção de leite e produção de vídeos em escola do campo, artesanato e religiosidade em escola indígena, comércio de drogas em escolas de periferia, como funciona o abate deede aves de um frigorífico no ensino de jovens e adultos... enfim, apenas alguns exemplos...) Penso que é importante estarmos abertos a ouvir o que eles tem a nos dizer também.
    Franciele Aparecida de Araujo

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  5. Gostei muito do seu texto, parabéns pela abordagem. O seculo XXI fez o professor passar por um processo de renovação curricular, tendo que incluir a tecnologia ativamente na sala de aula como forma de produzir um novo conhecimento. Sendo assim percebesse que o uso da tecnologia mexe com os procedimentos metodológicos de ensino de todas as disciplinas inclusive a de historia, e não ha duvidas de que é necessário a adoção de novos recursos tecnológicos no ensino, mas é possível um professor acostumado a muitos anos com métodos tradicionais, ou seja, aquele que costuma usar giz, lousa e livro didático que transforma o aluno em passivo e somente receptor de uma carga de informação tornasse um professor com métodos inovadores e adotar o uso de tecnologias?
    Deusilvania Gadelha Martins

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    1. Bom dia Deusilvania Gadelha Martins. Muito obrigado pela leitura e por compartilhar conosco este momento. É possível sim, de forma gradativa, ir incluindo elementos na formação deste docente que possam ampliar o leque de aplicação e construção de conhecimento em sala de aula. É importante ressaltar que os recursos por si só não alteram a forma de construir conhecimento historiográfico pois ele pode utilizar uma aula em vídeo e outra no quadro formal em sala de aula e ambas serem expositivas de maneira que mantenham os alunos com sujeitos coadjuvantes do processo. Não é este o caso que almejamos. É de extrema importância que este docente em um primeiro momento esteja aberto para aprender o uso de novas ferramentas metodológicas. Infelizmente no atual contexto pandêmico muitos estão fazendo isso de maneira atropelada. Hoje existem diversos cursos virtuais que facilitam conhecer estas ferramentas. Conforme novas ferramentas forem surgindo no currículo desse professor ele poderá rever e diversificar suas práticas cotidianas. Assim como não fazíamos o uso de aplicativos há 20 anos e hoje aprendemos a fazer, é possível conhecer e usar novas tecnologias. Cabe também destacar que o cotidiano docente com péssimas condições de trabalho e baixa remuneração muitas vezes se coloca como um grande obstáculo neste processo. Algo compreensível.

      Rudy Nick Vencatto

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  6. Olá, boa noite.
    Desde já quero parabenizar pelo excelente texto, devo confessar que amei.
    Bom... Eu sou professora e trabalho com alunos autistas. Portanto, minha dúvida é:
    Como passo trabalhar com meus alunos no presente tempo ao qual estamos, nesse período de pandemia, como posso fazer o uso da tecnologia para repassar conteúdos de uma forma que consiga prender a atenção dos mesmos, sem que precisem ser "forçados"? Pois estou realizando vídeos e aulas digitais, mas não estou conseguindo trabalhar da mesma forma que consigo em sala de aula.

    Maria Huberlândia Luz da Silva

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    1. FRANCIELE APARECIDA DE ARAUJO21 de maio de 2020 às 12:18

      Oi Maria, muito obrigada pela leitura e fico feliz que tenha gostado.
      Eu já trabalhei com alunos autistas também e confesso que é um grande desafio para nós, especialmente se não tem uma formação específica na educação especial. O que pude perceber é que as características de cada autista são bem distintas (um dos meus alunos tentava copiar tudo e anotar porque ele esquecia em casa, mas ele era um ótimo ouvinte e aprendia muito mais apenas ouvindo; o outro com enormes dificuldades de escrita, mas conseguia expor através de desenhos e a fala seu conhecimento) Acredito que neste período de pandemia e EAD você precisa procurar trabalhar com ele a partir das habilidades que ele possui, por exemplo: nas vídeos aulas faça mais curtas, se houver possibilidade faça chamada de vídeo com ele, peça que leia, que fale, que desenhe. Se ele gosta de jogos, disponibilize jogos relacionados ao conteúdos históricos, crie HQ (site Pixton), crie caça-palavras ou palavras cruzadas, peça que ele produza nuvem de palavras...Enfim, procure fazer atividades e aulas que seja interessante de acordo com a habilidade e o grau de autismo dele. Mas infelizmente, acredito que atingir e trabalhar da mesma forma que presencial seja difícil, mas é possível tentar chegar o mais próximo possível.
      Espero ter contribuído para o seu trabalho.

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  7. Olá, caríssimos

    Muitíssimo obrigado pela disponibilidade do texto. É imensamente desafiador para os professores se adequarem às novas tecnologias que o mundo globalizado apresenta. Minha dúvida, nesse sentido, diz respeito ao compartilhamento das informações, em especial do conhecimento histórico. Como é possível compartilhar o conhecimento sem deixar o uso da tecnologia monótona, haja vista, em vários casos, o a necessidade do uso completo das informações, em especial agora nesse momento pandêmico de quarentena e aulas remotas? Complementando, como posso usar o "Podcast" de forma metodológica e acessível?

    At.te

    José Carlos da Silva Ferreira

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    1. Olá José Carlos, acredito que qualquer ferramenta metodológica pode se tornar interessante ou causar desinteresse dos alunos, inclusive uma aula expositiva com o quadro e giz pode ser atrativa, tudo depende da maneira como o professor irá usar as ferramentas. O "podcast" pode ser uma excelente forma de compartilhamento de conteúdos, entretanto, se o professor usar apenas esta ferramenta isso se tornará monótono. Confesso que nunca utilizei o podcast em sala de aula, mas já ouvi alunos comentando sobre ele. Entretanto, é preciso levar em consideração que cada aluno apreende de forma diferente, ou seja, alguns possuem memória visual, outros precisam escrever, outros aprendem apenas ouvindo. E tudo depende com qual faixa etária irá trabalhar o podcast: se for entre alunos que trabalham de Ensino Médio, Jovens e Adulto ou graduação pode ser uma ótima opção,por permitir que ouçam o conteúdo fazendo outras atividades, mas com alunos de Ensino Fundamental, penso que não surtirá efeito.

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  8. Parabéns aos autores pelo excelente texto. Minha dúvida: Como o professor pode utilizar essas ferramentas de forma que os alunos entendam a sua importância, sem ser apenas "algo a mais"? O uso do podcast, por exemplo, que tem sido bastante discutido nos últimos tempos. Vocês acreditam que propor que os alunos assistam ou ouçam coisas previamente que complementem o que será dado em aula e a partir disso aquele conteúdo possa ser discutido fazendo essas intercessões seja uma boa forma de trabalhar?

    Maria Eduarda de Oliveira Dias

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    1. FRANCIELE APARECIDA DE ARAUJO21 de maio de 2020 às 23:07

      Olá Maria, obrigada pela leitura do texto. É sempre um desafio para os professores trabalhar com diversas ferramentas e aulas diferenciadas das fitas "tradicionais". Para resolver este desafio o professor precisa demonstrar aos alunos a importância de usar determinada ferramenta para o aprendizado. (Acredito que este momento de pandemia servirá para os alunos compreender o uso do celular para além da distração). Para fugir do "algo a mais" o professor pode utilizar as ferramentas de forma avaliativa também, ou seja, contribuirá para agregar conhecimento, mas ele também será um produtor de conteúdos, um sujeito ativo no seu processo educacional. Em relação ao uso do podcast tudodtudo da faixa etária que está trabalhando: se for entre alunos que trabalham de Ensino Médio, Jovens e Adulto ou graduação pode ser uma ótima opção,por permitir que ouçam o conteúdo fazendo outras atividades, mas com alunos de Ensino Fundamental, penso que não há muita eficácia, pois a maioria não tem o hábito e nem paciência para ficar ouvindo conteúdos. Sobre a visualização prévia do conteúdo, a "sala de aula invertida", pode ser uma excelente ferramenta para trabalhar. Isso evita as leituras em sala de aula e já vai direto ao debate, mas tudo isso depende de uma construção da sua metodologia em sala de aula junto com os alunos. Talvez, na primeira vez tenha certa resistência, mas a partir do momento que eles percebem que é interessante, a metodologia passa a ter maior aceitação.

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