Emy Falcão Maia Neto e Ana Cristina Pereira Lima

POCAHONTAS (1995), O ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA E OUTRAS APRENDIZAGENS NA EDUCAÇÃO BÁSICA.




Sobre o uso de filmes no Ensino de História, Rosália Duarte escreveu em seu livro “Cinema & Educação”:
 
“Carruagens, naves espaciais, máquinas do tempo; índios, cowboys, prostitutas e astronautas; castelos, cocheiras e albergues; velas e candelabros e até mesmo gestos e falas dos atores carregam as marcas de como a humanidade representa (imagina) sua história, além de serem indicadores das mudanças históricas pelas quais o cinema passou. Um olhar mais atento permite identificar em praticamente qualquer filme conteúdos e temas que interessam ao ensino de História”. [DUARTE: 2009, p. 75]   

Atualmente, não é difícil justificar os usos de filmes nas aulas de história, apesar de ainda existirem alguns preconceitos da escola, de alguns colegas, dos pais e até dos alunos que vem no filme uma forma de “burlar” a “aula propriamente dita”. O cinema, de uma forma geral, possui uma relação consolidada com  o ensino de história, construída a mais de um século. Segundo Circe Bittencourt, em 1912, o professor do Colégio Pedro II, Jonathas Serrano, escreveu em seu “Epítome de História Universal” (publicação que tinha a intenção de servir como um modelo para o ensino de história no período) sobre a necessidade do uso dos recursos fílmicos (documentários e ficções) para o ensino de História. [BITTENCOURT, 2008, p. 371-372]

Não se ignora que esse relacionamento - do ensino de história com o cinema - mudou muito ao longo do tempo. Os usos dos filmes nas aulas de história, assim como o próprio acesso da população aos vídeos, mudaram bastante ao longo do último século. Contudo, isso não significa que o cinema se tornou mais popular e acessível no Brasil. Na verdade, como escreveu Guacira Lopes Louro:

“O cinema possivelmente não ocupa, hoje no Brasil, a mesma posição que ocupava em décadas passadas, mas permanece como uma importante instância formativa. A ele se agregam outros múltiplos meios (entre eles a popular televisão, e em determinados círculos a Internet) que interpelam os sujeitos de formas distintas e que põem em funcionamento estratégias inéditas de regulação social” [LOURO, 2000, p. 443]

Atualmente observa-se um aumento do alcance da televisão e, principalmente, da internet que leva conteúdos audiovisuais a lugares inimagináveis para o alcance das salas de cinema (mesmo que ainda não seja popular e acessível como deveria). Essa mudança traz uma implicação muito significativa para o consumo de conteúdo audiovisual, incluindo os filmes. Vivemos atualmente em uma sociedade em que as pessoas consomem muitos filmes nas televisões - em canais broadcasting ou em cópias (originais ou não) - e na internet (em distribuições legalizadas ou  não).    

Os saberes trazidos pelos educandos, construídos em relações sociais,  são fundamentais para o êxito em um processo educativo, segundo Paulo Freire [1996, p. 30]. Assim, não podemos ignorar que grande parte da “pedagogia cultural” aprendida pelo público regular do ensino fundamental e médio é formada por filmes produzidos por grandes estúdios de cinema norte americanos. 

Nesse sentido, as animações possuem um papel de destaque na formação de crianças e jovens que consomem filmes distribuídos em vídeos na internet e vendidos nas ruas das cidades. A circulação desses filmes é de difícil abordagem, por se tratar de cópias realizadas de forma ilegal - afinal, não deixar rastros (registros) faz parte do sucesso do negócio. Apesar dessa dificuldade, observamos no cotidiano escolar relatos dessa outra “pedagogia”, obtida pela apropriação inventiva e subversiva desses filmes.

Assim, por que não partir em uma aula de história de uma animação, muito provavelmente, já conhecida pelos educandos? Afinal, como escreveu Duarte, em trecho já citado neste artigo: em “praticamente qualquer filme” podemos identificar elementos que interessam à aula de história.

Tomamos para este artigo a animação Pocahontas, dirigido por Mike Gabriel e Eric Goldberg, produzida pela Walt Disney Feature Animation e originalmente lançada nos cinemas em 1995 pela Walt Disney Pictures, que conta a história do “encontro” entre o mundo da ameríndia Matoaka e o do navegador europeu John Smith. Além de ser um filme conhecido pela maioria dos alunos, a escolha dessa animação se deu por possibilitar o debate de conceitos importantes (como os de cultura, de etnocentrismo, de colonização e de gênero) e de questões relevantes para o ensino de história da América. Eis o ponto de início proposto para uma aula de história.

Um “filme de criança”  em sala de aula 

Trabalhar com filmes de animação em sala de aula não significa apenas pegar o projetor e exibir qualquer filme relacionado com o próximo conteúdo a ser vencido. Circe Bittencourt aponta que isso pode resultar em um grande desastre se não forem levadas em consideração as preferências e as experiências dos discentes como espectadores [BITTENCOURT, 2008, p. 375].

Isso não significa que não se possa usar narrativas fílmicas complexas em sala de aula, mas que, para isso, se faz necessário preparar - e isso pode levar algum tempo - o estudante para o que está por vir. Assim, antes de gerar discussão para um conteúdo, tema ou conceito, é necessário começar a ensinar a ver filmes. Como escreveu Rosália Duarte:

“se admitimos que a significação de filmes é gradual e articulada aos modos de ver do grupo de pares e aos diferentes tipos de discursos produzidos em torno dos filmes, faz sentido pensar que é possível ‘ensinar a ver’. Isso implica valorizar o consumo de filmes, incentivar discussões a respeito do que é visto, favorecer o confronto de diferentes interpretações, trazer a experiência com o cinema para dentro da escola.” [DUARTE,2009 p. 67-68]”

A mudança do espaço já ajuda, afinal um filme visto na escola não é igual ao filme visto em casa. A experiência do filme na escola deve, segundo Marcos Napolitano, “propor leituras mais ambiciosas além do puro lazer, fazendo a ponte entre emoção e razão de forma mais direcionada, incentivando o aluno a se tornar um espectador mais exigente e crítico (...).” [NAPOLITANO, 2003, p. 15] Os discentes não ignoram o lugar, mas só isso não é suficiente. A animação “Pocahontas” em uma sala de aula de história deve ser outra coisa! Tem a obrigação de ser diferente do que foi quando visto do sofá de casa. Mas como?

Os documentos (filmes, histórias em quadrinhos e desenhos animados) utilizados em sala de aula não são fontes históricas, mas materiais didáticos, e isso significa que a intenção nesses espaços não é fazer do aluno um “pequeno historiador”, como escreveu Circe Bittencourt [2008, p. 328], mas que ele tenha um contato que pode servir de ilustração, de fonte de informação ou/e “situação-problema”. O historiador, constitui suas fontes, segundo Michel de Certeau [2006, p. 83], a partir de uma “ação instauradora e por técnicas transformadoras”. O que é resultado (ou esperado) de uma trajetória com a ciência histórica. Essa não é a intenção do ensino de história para discentes da Educação Básica. Para Circe Bittencourt [2008, p. 330], os documentos (em seu sentido amplo) devem ser utilizados na educação básica de forma motivadora e que leve ao interesse e à curiosidade, favorecendo a inventividade do aluno .

Assim, um filme de animação em sala de aula é para nós (historiadores e professores) fonte histórica que transformamos em material didático a ser utilizado pelos nossos alunos. Um filme em sala de aula deve ser objeto de uma escolha cuidadosa,  aliando a sensibilidade do discente - observando a familiaridade deles com o universo cinematográfico - e os interesses pedagógicos do docente. [MORÁN, 1995, p. 30]

Quando a animação “Pocahontas” foi lançada, as “animações de princesa” já possuíam um lugar  consolidado nos estúdios Walt Disney, desde a “Branca de Neve e os Sete Anões” de 1937 (responsável pelo seu primeiro grande sucesso de bilheteria e cŕitica). Fernanda Cabanez Breder [2012, p. 31], em sua monografia “Feminismo  e  príncipes  encantados:  a representação feminina nos filmes de princesa da Disney”, definiu tais narrativas como filmes que trazem “garotas jovens, cheias de sonhos, que se destacam por suas personalidades e, principalmente, por por suas belezas (o que remete, bastante, ao estereótipo da Donzela)”. Contudo, Bremer percebeu algumas mudanças nos comportamentos das personagens ao longo do tempo e, por isso, as dividiu em três grupos: as princesas clássicas (1937-1959), as princesas rebeldes (1989 - 1998) e as princesas contemporâneas (2009 - 2012).

Quando a animação Pocahontas foi exibida em 1995, os espectadores já contavam com algumas rupturas significativas das “princesas clássicas” (Branca de Neve, Cinderela e Aurora). Afinal, já estavam acompanhando algumas diferenças no perfil das “princesas” desde Ariel (“A Pequena Sereia” de 1989) e da princesa árabe Jasmine (“Aladdin” em 1992).

Michele Escoura Bueno percebeu nas "princesas rebeldes" da década de 1990  "negociações de significados" que permitem:

"um produto midiático manter sua dimensão prazerosa ao público que o consome, um nível mínimo de contemporaneidade deve estar presente nas narrativas para que, com uma dose de realismo ao melodrama, a trama se torne ainda mais sedutora e agradável à audiência. Neste sentido, quando localizadas temporalmente, não é surpreendente que essas Princesas Rebeldes, personagens produzidas pela Disney já no entremeio da década de 1990, momento após três décadas de maturação dos ideais feministas nos EUA, tragam em suas narrativas elementos de uma feminilidade discrepantes daqueles trazidos pelas Princesas Clássicas da década de 1930 ou 1950."  [BUENO, 2012, p. 46]

Entre os elementos recorrentes nessas narrativas, o conceito de gênero é uma ferramenta importante. A animação Pocahontas também possibilita esse debate. As formas como são representadas os comportamentos masculinos e femininos, em geral, produzem subjetivações nas crianças e nos adultos acerca de papéis sociais esperados, definindo certas condutas e escolhas como “naturais”. Assim, os “mocinhos” aparecem como corajosos, desbravadores e, com o desenrolar da trama, éticos e afáveis – como é o caso do navegador John Smith. Nessa perspectiva, a decisão final de Pocahontas – que recusa o casamento arranjado, mas não segue o destino de seu amado, optando por seu pertencimento étnico – é, aparentemente, uma quebra de expectativa; um desvio do “felizes para sempre”. Isso não é casual.

Durante muito tempo, a mulher que apenas acompanha seu amado, foi um comportamento imposto e naturalizado como “normal”. As tensões em torno dessa conduta esperada não são novas e, por isso, precisam ser consideradas.

O final de “Pocahontas” é um diálogo com processos históricos que envolvem as relações de gênero, o lugar que as mulheres assumem na sociedade contemporânea. Pocahontas decide não seguir viagem com John Smith, por quem havia se apaixonado e que ferido precisava retornar à Inglaterra. O “casamento” - grande “horizonte de expectativa” das princesas Disney até então - não foi alcançado. O “felizes para sempre”  foi outro: impedir “que ambos os povos se envolvam em uma guerra em que nenhum dos lados vai ganhar.” [DUNHAM; LARA, 2011]

A forma como contamos e significamos histórias reais e fictícias tem tudo a ver com o nosso presente, com as preocupações da atualidade. Uma série de alterações sociais, culturais e psíquicas geradas por inquietações das minorias, dos movimentos sociais – especialmente dos movimentos femininas – repercute nas temáticas cinematográficas, na publicidade e na educação. Pocahontas não deixa de ser uma princesa quando nega o casamento. Na verdade, a mensagem de que ela é sujeito de sua própria história, que pode tomar decisões importantes e racionais – e não apenas sentimentais como se essa fosse a única forma de pensar na perspectiva feminina – faz de Pocahontas uma representação mais atual de “princesa”. Ainda que existam muitas permanências sexistas nas formas de elaborar os modelos de “feminino” e de “masculino”, a pluralidade dessas definições e condutas está em constante reformulação. Pocahontas, portanto, é produto dessas inquietações.

Além das questões de gênero, temos na animação o “encontro dos dois mundos”  - do “velho” (a Europa) com o “novo” (América”). A primeira cena do filme se passa em Londres no ano de 1607 com diversos homens se preparando para embarcar em uma expedição para o “novo mundo”. Entres eles está Jonh Smith, navegador experiente conhecido por suas habilidades em “lidar” com os “selvagens” - expressão utilizada pelos navegadores na animação para designar os povos originários da América. 

Para Tzvetan Todorov, esse “encontro” iniciado no final do século XV, mas intensificado no século XVI, marca um momento muito significativo da história: 

“No início do século XVI, os índios da América estão ali, bem presentes, mas deles nada se sabe, ainda que, como é de esperar, sejam projetadas sobre os seres recentemente descobertos imagens e idéias relacionadas a outras populações distantes. O encontro nunca mais atingirá tal intensidade, se é que esta é a palavra adequada. O século XVI veria perpetrar-se o maior genocídio da história da humanidade.” [TODOROV, 2003, p. 5]

No filme temos dois ameríndios feridos (um mortalmente, Kocoum) e um europeu (John Smith). Nele, o morticínio generalizado foi evitado pela intervenção de Pocahontas, mas a animação não pode servir para minimizar as mortes provocadas por esse “encontro de dois mundos”.

Conforme escreveu Manuela Carneiro da Cunha,

Esse morticínio nunca visto foi fruto de um processo complexo cujos agentes foram homens e microorganismos mas cujos motores últimos poderiam ser reduzidos a dois: ganância e ambição, formas culturais da expansão do que se convencionou chamar o capitalismo mercantil. [DA CUNHA 1992, p. 12]

Esses aspectos estão presentes no filme, encarnados no Governador John Ratcliffe que, motivado pela ganância e pelo etnocentrismo, incita os conflitos presentes no filme, incluindo o tiro  que atinge John Smith, mas destinado ao Chefe Powhatan. Este ponto da narrativa é importante e permite debater, de forma inicial, o conceito de cultura, de etnocentrismo e pormenores desse “encontro”.

Pocahontas aparece no filme como agente do diálogo. Em seu primeiro contato com o estrangeiro - possibilitado, na animação, por uma interação mágica do vento/brisa, que é também, manifestação da presença da mãe de Pocahontas - ela confronta os preconceitos trazidos por John Smith. O europeu a chama de selvagem, critica seus costumes (hierarquizando-os) e sua cultura. Nesse momento da animação, Pocahontas, após questionar muitas das afirmações de John Smith, resolve cantar (será que é para ver se assim ele entende?):

“Se acha que eu sou selvagem,
Você viajou bastante...
Talvez tenha razão…

Mas não consigo ver
Mais selvagem quem vai ser...
Precisa escutar com o coração...
Coração...

Se pensa que esta terra lhe pertence,
Você tem muito ainda o que aprender,
Pois cada planta, pedra ou criatura
Está viva e tem alma: é um ser.”
[MENKENDE; SCHWARTZ; MÜNCH, 1995]

Com a música, cuja versão em inglês foi premiada com o Oscar de melhor canção original de 1996, Pocahontas mostrou para o navegador que era possível pensar nos recursos naturais de outra forma, seguindo outra lógica que não aquela dos europeus recém-chegados e que, diferente do que ele havia pensado inicialmente, poderia aprender muito com os Powhatan.

A apreciação destes diálogos e da música possibilita uma reflexão sobre o etnocentrismo. Segundo Everardo Rocha:

“Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomando como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência. No plano intelectual pode ser visto como a dificuldade de pensarmos na diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc.” [ROCHA, 1994, p. 7]

No filme, muitos exemplos desta prática podem ser observados. Mas é preciso entender que a visão etnocêntrica não é exclusiva de John Smith. Todas as culturas produzem etnocentrismos, incluindo os povos ameríndios. Isso também está presente no nosso dia a dia. Reconhecer é o primeiro passo para superar. Para isso, faz-se necessário começar a compreender o “outro” a partir dos seus próprios valores. Um exercício árduo, mas fundamental.
 

Considerações Finais

O ensino de história da América mudou muito nos últimos anos. Hoje a utilização de recursos audiovisuais já não é exceção nas aulas de história, principalmente na educação básica. Contudo, apesar dessas alterações, não é raro encontrar egressos sistema escolar brasileiro que pense no “descobrimento da América” e em Cristóvão Colombo como pontos mais relevantes sobre o assunto, sem se questionar como poderia haver “descobridor” de uma terra habitada por civilizações, tão diversas quanto complexas. Se a história não é o relato da “saga do herói”, como contar outras histórias, com outros objetos e objetivos, a partir de narrativas cinematográficas que exprimem como regra essa “fórmula” nos roteiros?

A escolha da História da América se deu por ser um tema que enfrenta, junto com história da África, um crescente interesse dos docentes e discentes de história, e que pode contribuir para a construção de novas subjetividades com relação aos povos indígenas. Ainda é preciso deslocar as narrativas eurocêntricas, pensando na pluralidade de povos e culturas envolvidas no processo de formação das Américas. Nesse sentido, a utilização de Pocahontas como recurso didático, possibilitou – através da sensibilização fílmica, da empatia e da abordagem lúdica – analisar elementos fundamentais da conquista da América, tais como colonialismo, diversidade cultural, territorialidade e identidades.

Buscamos demonstrar com este artigo que a própria narrativa do filme – a forma como foi construída, a estética das cenas e a trilha sonora - também são objetos de análise em sala de aula. Como veículo de re(formação) de maneiras de ver e sentir, os filmes, incluindo as animações, dialogam com temáticas relevantes no presente; exprimem interesses e representações contemporâneas. Assim, Pocahontas também oportuniza uma reflexão dos sujeitos da história, da condição feminina e de novas formas de representar os modelos de “princesa”.

O exercício de ver e debater uma animação em sala de aula comporta o encontro entre o consumo de filme dos estudantes e o uso educativo que o professor confere a esse consumo. Assim, não é uma tarefa sem complexidade. No debate, há de se notar contradições, permanências, etnocentrismos, naturalização de preconceitos que podem ser revisitados. Desta forma, percebemos que trabalhar com filmes em sala de aula não é tarefa fácil, muito pelo contrário. Exige preparação e pesquisa, mas pode ser uma experiência extremamente exitosa se realizada com seriedade e responsabilidade.

Referências

Dra. Ana Cristina Pereira Lima é doutora em História pela Universidade Federal do Ceará e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, campus Canguaretama, onde leciona no Ensino Médio, na licenciatura em Educação no Campo e na Especialização em Educação de Jovens e Adultos no Contexto da Diversidade.

Dr. Emy Falcão Maia Neto é Doutor em História pela Universidade Federal do Ceará (2015) e professor da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte (SEEC/RN), lotado na Escola Estadual Felipe Ferreira.

BREDER,  Fernanda  Cabanez. Feminismo  e  príncipes  encantados:  a representação feminina nos filmes de princesa da Disney. Rio de Janeiro, 2013.Monografia de  Graduação em  Jornalismo.  Escola  de  Comunicação,  Universidade Federal do Rio de Janeiro

BUENO, Michele Escoura. Girando entre Princesas: performances e contornos de gênero em uma etnografia com crianças. performances e contornos de gênero em uma etnografia com crianças. 2012. 163 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Antropologia Social, Antropologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

CERTEAU, Michel de. A escrita da História. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2006.

DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

DUNHAM, M. L.; LARA, Bergen. Disney - Enciclopédia de Personagens Animados. São Paulo: Babel, 2011.

LOURO, Guacira Lopes. "O cinema como pedagogia". In LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes de; VEIGA, Cynthia Greive (Orgs.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

MARCELLO NETO, Mario. Que Animação!Os desenhos animados e o ensino de história: um diálogo possível. Aedos, Porto Alegre, v. 4, n. 11, p.845-857, set. 2012. Semestral.

MENKENDE, Alan; SCHWARTZ, Stephen; MÜNCH, Telmo Perle. “Cores do Vento”. Pocahontas Em Português. Rio de Janeiro: Walt Disney Records: 1995. CD (3:33 min).

MORÁN, José Manuel. “O vídeo na sala de aula.” in Comunicação & Educação, vol. 1, n. 2, 1995, 27-35. Disponível: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i2p27-35

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 11 edª. São Paulo: Brasiliense, 1994.

TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

25 comentários:

  1. Olá, primeiramente gostaria de parabenizar sobre a escolha do tema e do filme! Apenas gostaria de deixar minha sugestão para complementar a temática, talvez também seja interessante a apresentação de fontes documentais produzidas por viajantes espanhóis que aportaram na América no século XVI, propondo uma uma analise desses relatos sobre os povos indígenas em paralelo com o que é representado no filme, visando um debate sobre o que é representado nessas duas fontes, como o indíena é apresentado e a visão européia sobre a América. Por fim, apenas elogios!
    Gabrielle Legnaghi de Almeida

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    1. Ana Cristina Pereira Lima19 de maio de 2020 às 10:37

      Prezada Gabrielle, obrigada por suas sugestões. Temos feito outras experiências a esse respeito, utilizando relatos de viajantes em oficinas de História. Sua pontuação é pertinente e, claro, vale a pena tentar ampliar o acervo documental.
      Ana Cristina Pereira Lima

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  2. Olá. Primeiramente, parabenizo-as pelo excelente texto. Acho muito importante a utilização de filmes que fazem parte do cotidiano dos alunos em sala de aula.

    Apesar dos filmes fazerem parte do cotidiano dos alunos, há uma certa tendência por eles de não interessarem-se por ver filmes completos em sala de aula.

    Dito isso, minhas dúvidas são: Como lidar com a falta de interesse dos estudantes? Quais estratégias podem ser utilizadas para tornar essa experiência mais agradável? Vocês já fizeram uso desse filme em sala de aula? Se sim, como foi a experiência?

    Abçs!

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    1. Prezada Juliana A. Nunes,

      obrigado pelo seu comentário e por suas perguntas. Vamos à elas (vou alterar um pouco a sequência em que foram feitas para organizar melhor a resposta): eu não tenho tido problemas em exibir filmes inteiros em sala de aula (sou professor de uma escola estadual e trabalho com Ensino fundamental, médio e EJA), essa é uma demanda dos próprios estudantes que reclamam bastante quando, por algum motivo, utilizo apenas um trecho. Penso que isso se relaciona com a escolha do filme e o debate prévio. A escolha deve levar em consideração as demandas dos estudantes e os seus interesses, inserindo os filmes em atividades que sejam significativas para eles. Sempre trabalho relacionando o filme à um projeto que o aluno está realizando na disciplina. Já utilizei Pocahontas em 6 turmas, a primeira vez foi em 2017, e sempre me surpreendo com o resultado. Funciona bem. Espero ter respondido e estou disponível para continuar conversando sobre o tema.

      Atenciosamente,
      Emy Falcão Maia Neto

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  3. Ana e Emy, obrigada pelas reflexões, em especial, no tocante ao ensino de História da América, que a meu ver necessita de maiores investigações. Gostaria de saber se vocês utilizaram Pocahontas em sala de aula na educação básica e quais foram as percepções dos alunos. Grata. Ana Heloisa Molina. UEL

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    1. Prezada Ana Heloisa Molina,

      nós que agradecemos pelo seu comentário e por suas perguntas. Também consideramos o ensino de História da América muito importante e interessante para investigações. Este artigo é o primeiro produto de uma pesquisa que será bem mais ampla. :)
      Já utilizei "Pocahontas" em 6 turmas, a primeira vez foi em 2017. Nessa ocasião fiz um uso bem ilustrativo. Eu achei péssimo, mas, mesmo assim, o filme fomentou dúvidas, questões e exemplos em sala de aula e nos corredores. Aprendi muito. Percebi questões na animação que não havia explorado. No ano seguinte, relacionei o filme com outras questões: o “encontro dos dois mundos”, etnocentrismos, invasão da América, alimentação… Funcionou bem. Espero ter respondido e estou disponível para continuar conversando sobre o tema.

      Emy Falcão Maia Neto

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    2. Caro Emy. Agradeço a resposta e na torcida pela investigação mais ampla. Acaso pensaste em um contraponto com o filme, também da Disney, " O caminho para El Dorado" de 2000? Acredito que possa estimular um bom debate também pela alteridade, estereótipos e pré-conceitos sobre a América. Um abraço. Ana Heloisa

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    3. Obrigado pela pergunta e pelo comentário. Sim. A intenção agora incluir "O Caminho para Eldorado" (2000) e a primeira parte de "Um história de Amor e Fúria" (2013).
      Atenciosamente,
      Emy Falcão Maia Neto

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Primeiramente parabéns pelo excelente trabalho! Creio que seja de grande importância trabalhar com filmes em sala de aula, pois eles dão uma motivação para o aprendizado, além de ser divertido. Recordo dos filmes que assistia nas aulas de História, com minha professora pausando e explicando o contexto por trás de cada cena, mas nunca terminavámos por conta do tempo, então minha pergunta é: Para assistir o filme e explicar o contexto histórico, todas as abordagens e conceitos, quantas horas aulas foram utilizadas? Tendo visto que temos um tempo limitado em sala de aula, para abordagem, explicação e duração do filme.

    E novamente, parabéns pelo ótimo trabalho!

    Cristielle Reis Santos.

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    1. Prezada Cristielle Reis Santos,

      Muito obrigado pela pergunta. O tempo da aula sempre é um problema. Eu costumo utilizar 4 aulas (aqui são de 50 minutos cada) para o projeto todo. Divididas em duas semana. Tento escolher filmes curtos ou que tenham partes “independentes”. No caso de “Pocahontas” são 75 minutos. Então é possível fazer alguns comentários inserindo o filme no projeto abordado e assistir ao filme. Eu sempre peço, no começo do ano, para ficar com as duas aulas seguidas nas turmas. Quando não é possível, troco com um colega. Não é fácil, tento encontrar pontos no filme onde a narrativa faz uma curva para parar. Faço alguns comentários e preparo a turma para retomar o filme na próxima aula. Na semana seguinte, retomo o filme (faço apenas um comentário antes para relembrar). Espero ter respondido.

      Grato.

      Atenciosamente,
      Emy Falcão Maia Neto

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  6. Olá Ana Cristina e Emy Falcão, tudo bom? Primeiro parabéns pelo excelente texto, por conseguinte, acredito que souberam atrelar muito bem a utilização das mídias audiovisuais no ensino de História com a animação/filme Pocahontas (1995). Como percebido ao longo do texto, existem diversas formas de aprendizagem sobre a ótica do entretenimento, ou seja, somos capazes de construir conhecimento sobre um determinado acontecimento da história mediante os personagens que são retratados pelo cinema. No entanto, como vocês bem frisaram, esta ferramenta é algo que exige preparação e pesquisa, porém, ela pode se tornar uma experiência surreal. Desta maneira, lhes pergunto: como trabalhar uma narrativa sobre a colonização inglesa na América do Norte em nosso país, fortemente ligado a um pensamento singular de descobrimento da América?

    Kleitson Emanuel da Silva.

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    1. Ana Cristina Pereira Lima21 de maio de 2020 às 09:14

      Prezado Kleitson, agradecemos seu comentário e oportunidade de diálogo. Sua questão é muito presente, infelizmente, no imaginário dos alunos. Para tratar o filme Pocahontas como material didático foi necessário assegurar dois aspectos: Primeiro, exposição sobre o contexto de colonização das Américas, evidenciando algumas singularidades e, claro, desconstruindo a ideia de descobrimento (nessa hora os alunos falam que tudo que aprenderam no fundamental estava errado!). Exageros a parte, é fundamental encarar alguns conceitos, tais como colonialismo, etnocentrismo e diversidade cultural. O segundo ponto foi explicar que todas as fontes históricas (no início de cada ano letivo isso é retomado com os alunos, mesmo que já saibam que História é ciência e se faz com métodos) são leituras, exprimem uma determinada visão de mundo e não contém a totalidade do assunto. Assim, partimos para o filme, quando, além do conteúdo em si, foi discutido o lugar de produção, o momento de produção e os propósitos comerciais da animação. O bacana é afetá-los dentro de assuntos tão sérios e importantes, mas com uma narrativa lúdica, suave e emotiva. No final, costuma dar certo!!!
      Ana Cristina Pereira Lima

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    2. Agradecido pela sua resposta!

      Kleitson Emanuel da Silva.

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  7. Emy e Ana, parabéns pelo debate realizado e problemática da pesquisa em si. A minha pergunta parte de uma inquietação que muitos de nós professoras(es) enfrentamos. De que modo podemos fazer com que os filmes não sejam vistos apenas como mera ficção? Acredito que uma das respostas passa justamente pela nossa profissão. Todavia, o que mais podemos fazer para que os filmes (inclusive "Pocahontas") possam ser mais analisados?
    Abraços,
    Daniela Melo Rodrigues

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    1. Ana Cristina Pereira Lima21 de maio de 2020 às 09:29

      Prezada Daniela, agradecemos a possibilidade de refletirmos juntos. Concordo com você que para trabalharmos os filmes e outras narrativas é fundamental fazer uso das ferramentas de nosso ofício de historiador(a). Tenho desenvolvido de forma insistente com minhas turmas o debate sobre a produção/intenção/usos e disputas de tudo que elegemos como fontes históricas. A Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB) tem sido fundamental nesse exercício de leitura das fontes históricas; os alunos gostam de participar. Bom, com o filme Pocahontas não foi diferente. Para entendermos a animação para além dos propósitos de entretenimento, é preciso situá-la no tempo/espaço de sua produção, o que revela sobre o conteúdo abordado e sobre quem o produziu. É importante dizer para eles que nenhuma fonte é neutra, que não existem verdades absolutas. Assim, a ficção não estaria em um patamar inferior com relação a outras fontes. Uma carta de Getúlio Vargas e um filme do Mickey Mouse podem ser igualmente utilizados como fragmentos de passado. Bom mesmo é criar perguntas, né? Abraço
      Ana Cristina Pereira Lima

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  8. Olá, primeiramente parabéns pela escolha do tema. Este não é um tema estudado a fundo em nosso país. Quando se pergunta a uma criança qual o que sabe sobre Descobrimento da América, por exemplo, muitas vezes temos como resposta Cristovão Colombo, índios e fim. Mas hoje em dia somos impelidos positivamente a desnaturalizar esse conceito de "descobrimento". E fazer isso mediante a explanação de Pocahontas é excelente, já desenvolvi um projeto em que utilizamos filmes e o resultado assim como o seu foi bem positivo. Agora fica o meu questionamento- Como isso é visto pela direção da escola e pais dos alunos? Pois muitas vezes o professor se reinventa em meio ao conteúdo mas é barrado por opiniões por vezes mais conservadoras. Vocês fizeram reuniões com a direção escolar? Qual o ponto seu ponto de vista acerca da aprendizagem dos alunos antes e depois da exibição de Pocahontas?
    Cordialmente, ANTONIA STEPHANIE SILVA MOREIRA.

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    1. Prezada Antonia Stephanie Silva Moreira,

      Obrigado pela pergunta. Sua questão é bem pertinente. Existe um texto escrito por Mike Petrich, Karen Wilkinson e Bronwyn Bevan, criadores do Tinkering Studio, em que eles abordam justamente a pergunta que escutamos nas escolas: “Parece divertido, mas será que estão aprendendo?”. Quando fazemos algo divertido parece que estamos ultrapassando uma fronteira… O curioso é que “a fusão visual de ‘diversão’ e ‘aprendizagem’ abalou os pressupostos de tantas pessoas sobre o que é considerado aprendizagem, até mesmo de pessoas que apoiam há muito tempo o aprendizado fora do contexto escolar”. Não é fácil abalar esses pressupostos, muitas pessoas se sentem inseguras… Com os filmes, até nem tanto - já que está inclusive na LDB a obrigatoriedade da exibição de, no mínimo, duas horas de filmes nacionais na educação básica pela Lei 13.006/2014 (Pocahonta não é nacional, mas a lei já é uma abertura importante) -, mas quando os projetos envolvem uma pouco mais de atividades “mão na massa”... Tenho um diálogo muito bom com a gestão da escola. Eles confiam muito no meu trabalho, mas eu costumo amarrar e planejar tudo muito bem antes de realizar minhas atividades. O filme utilizado ajuda no debate mostrando um contexto bem mais heterogêneo, com diferentes “colonizadores” e diferentes povos ameríndios. Nesse contexto é bem palpável entender conceitos importantes com o de “etnocentrismo” e “colonização”. Percebo que os estudantes se apropriam desses conceitos na construção das atividades envolvidas (já realizei “estudo dirigido” e “produção de narrativas sobre o que aconteceu depois do filme”). Espero ter respondido suas perguntas.

      Grato.

      Atenciosamente,
      Emy Falcão Maia Neto

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  9. Olá, Emy e Ana Cristina, parabéns pelo texto proposto. Achei interessante, pois também permite sua utilização no ensino superior de Historia, e como docente em História da América tenho utilizado filmes e documentários acerca do encontro de dois mundos. Nesta perspectiva procuro destacar que as diferenças não estão num passado longínquo e sim, por constituírem culturas contemporâneas. É possível na visão das autoras lidarem com a temporalidade e a espacialidade contemporânea do contexto da História da América?
    Ney Iared Reynaldo

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    1. Ana Cristina Pereira Lima22 de maio de 2020 às 10:48

      Ney, agradecemos a oportunidade de diálogo sobre esse tema. Importantíssimo, especialmente no Ensino Médio, trabalhar com as múltiplas temporalidades que perpassam os elementos culturais da colonização e suas implicações na formação étnica dos países colonizados. Como docente do Ensino Médio e da Licenciatura em Educação do Campo tenho tido oportunidade de diálogo com as comunidades indígenas e remanescentes de quilombolas do litoral sul potiguar, região em que trabalho. É preciso empreender esforço teórico e metodológico para não cristalizar a presença indígena e africana no passado colonial. Assim, acredito ser contraproducente estudar a conquista da América sem fazer uma relação com o presente, com as lutas de demarcação das terras, com as resistências cotidianas dos povos indígenas em torno de sua existência física e de seu direito à memória. Há muitas formas de fazer isso. No caso da minha escola, o cacique da aldeia Catu dos Eleotérios – o professor e historiador Luiz Catu – é uma presença constante, contribuindo para entender plural e viva a diversidade cultural que deve ser garantida no tempo presente. Mas a ampliação de nossos currículos e as formas pelas quais isso vai ou não fazer parte de nossa cultura escolar é um ponto de reflexão importante. Ainda que seja de difícil acomodação, é preciso insistir.
      Atenciosamente
      Ana Cristina Pereira Lima

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  10. Sou apaixonada por animações e futuramente farei monografia nesse exato tema: ensino de história, animação e História da América. Gostaria de pontuar esse trecho "Os documentos (filmes, histórias em quadrinhos e desenhos animados) utilizados em sala de aula
    não são fontes históricas, mas materiais didáticos" (p. 3), que logo em seguida vocês enfatizam que o filme é uma fonte histórica para o professor, e não para o aluno. Acredito que dependa da forma como se usar este filme em sala de aula, pois além de um material didático o professor pode mostrar a turma que o filme também é uma fonte histórica do seu tempo, pois é produzido em um contexto específico, por seres humanos e com ideias objetivos a passar através das telas.
    Achei super interessante a questão da discussão de gênero no texto. Leio sobre animações e história e nunca tinha lido sobre a influência do feminismo nos filmes.
    Sendo assim, minha pergunta é: vocês concordam que os filmes também são fontes históricas para os alunos?
    Andressa Alves da Silva

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    1. Prezada Andressa Alves da Silva,

      Obrigado pelo seu comentário e pergunta. Fico feliz que pretenda enveredar nessa área, assim teremos mais oportunidades de interlocução. Eu discordo de você, mas considero sua pergunta extremamente relevante. O trecho destacado é uma citação de Circe Bittencourt que precisa ser pensado com bastante atenção. Os estudantes na educação básica precisam entender o que são as fontes históricas e o seu papel/lugar/importância na escrita da história, mas eles não precisam trabalhá-las. Essa função é nossa. A importância desse trecho é não querer “fazer do aluno um ‘pequeno historiador’". O filme pode ser uma fonte histórica, no nosso artigo ele é, mas não para o estudante na sala de aula. Algo se torna uma fonte histórica com o gesto de separar, reunir e transformar do historiador (como escreve Michel de Certeau no livro “A Escrita da história”. p. 81). Acho que esse é um ponto que se não for abordado com clareza pelo professor na hora do planejamento de uma aula utilizando animação pode gerar frustração mútua (dos estudantes e do docente).

      Espero ter respondido sua pergunta.

      Muito obrigado.

      Atenciosamente,
      Emy Falcão Maia Neto

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  11. Emy e Ana,

    Me encanta a temática de História da América, sobretudo a Pré-colombiana.
    Vou fugir da análise do recurso fílmico para solicitar para vocês uma exposição sobre o conteúdo.

    Qual a recepção/interesse dos estudantes sobre Histórica da América que puderam perceber ao longo da experiência da qual resultou esse texto?


    Adaiane Giovanni

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    1. Prezada Adaiane Giovanni,

      Obrigado pela pergunta e pelo comentário. Também amamos essa temática. Vou responder a sua pergunta a partir das minhas experiências e de forma bem particular. Os alunos na escola em que eu trabalho costumam se interessar muito mais por história do Brasil. A questão é que durante muito tempo, para eles, a separação entre uma história geral (normalmente da Europa) e uma história do Brasil era extremamente rígida. Nesse ponto específico, esses dois mundos se encontram. A maioria deles fica realmente intrigado e curioso com isso. Tento criar em sala de aula essa expectativa… Tem funcionado.

      Grato.

      Atenciosamente,

      Emy Falcão Maia Neto

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