Elís Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães


A DIFUSÃO DO REVISIONISMO HISTÓRICO NO YOUTUBE E A DESVALORIZAÇÃO DO SABER HISTORIOGRÁFICO E DO PROFESSOR DE HISTÓRIA



Introdução

Neste texto apresentamos um recorte da pesquisa que estamos desenvolvendo sobre o papel desempenhado por conteúdos revisionistas veiculados através do Youtube na construção de uma dada memória social sobre a Ditadura Militar no Brasil. O desenvolvimento da pesquisa tem demonstrado que uma questão latente nos conflitos pela memória do período histórico em questão perpassa pelo desprezo e desconfiança em relação ao saber historiográfico, especialmente pela desqualificação dos professores de História. Em tempos como o nosso em que os avanços das tecnologias da informação e comunicação parecem, ao mesmo tempo, estreitar laços de comunicação e facilitar a divulgação e o avanço científico, parece também dar vazão ao obscurantismo e anticientificismo, consequentemente colocando em dúvida o saber do professor de história e a própria historiografia.

Nessa perspectiva, nos apropriamos da discussão sobre revisionismo histórico e das teorias da memória para analisar os vídeos 1964: o Brasil entre armas e livros e Guia Politicamente Incorreto [ambos disponíveis no Youtube], no que diz respeito a suas narrativas e observamos que os comentários de usuários no site a respeito da ditadura militar no Brasil, em sua maioria, são identificados com esses conteúdos revisionistas, tendo como base uma memória social e coletiva herdada, recebida, apreendida e vivida.

Revisionismo Histórico

O termo “revisionismo histórico” está associado à produções historiográficas do pós-guerra que, embora não correspondam a uma corrente historiográfica específica, possuem características comuns que evidenciam: “o objectivo político subjacente à sua releitura do passado” [TRAVERSO, 2012, p. 158]. Essa releitura estaria, segundo Poggio [2006], comprometida com uma visão conservadora do passado sendo, no plano historiográfico, parte de uma articulação:  “en la compleja estratégia neoconservadora dirigida a atacar no sólo las bases materiales, sino también las posiciones culturales y la fuerza intelectual de la izquierda, entendida en su acepción histórica más amplia” [POGGIO, 2006, p. 200].

Assim, trabalhos que questionam a inevitabilidade da Revolução Francesa bem como o seu caráter burguês [HOBSBAWM, 1996]; obras que versam sobre a equivalência entre nazismo e comunismo ou defendem uma “reabilitação histórica” de Mussolini e Franco [TRAVERSO, 2012;MELO, 2013] transcendendo o campo historiográfico e atuando na “consciência histórica partilhada” pelos membros de cada país, demonstram que: “a sua releitura do passado tem sobretudo a ver, muito para lá da interpretação de uma determinada época, com a nossa forma de ver o mundo em que vivemos e a nossa identidade no presente” [TRAVERSO, 2012, p. 161].

Esses trabalhos revisionistas ganharam força à medida que as políticas neoliberais foram implementadas no globo com o advento de governos conservadores como os de Reagan e Thatcher e do pensamento pós-moderno que declara, no campo das ideais, o fim da história e a democracia liberal como ápice do desenvolvimento político humano [SOUTELO, 2009].

No Brasil, o revisionismo histórico versa, entre outros temas, sobre o período da Ditadura Militar tendo como principais postulados uma análise que prioriza a atuação de agentes políticos; defende a eminência de um golpe de Estado tanto da direita quanto da esquerda; a condenação moral das resistências antes e após o golpe e o apoio massivo da sociedade brasileira aos militares:

“A primeira operação realizada por essa ‘nova’ literatura foi a de deslocar a explicação daquele regime da problemática do capitalismo. Sob o argumento falacioso segundo o qual conectar o processo político à dinâmica econômica seria o mesmo que ‘economicismo’, uma leitura ‘politicista’ veio propor como explicação para o golpe e a ditadura um suposto ‘déficit democrático’ na sociedade brasileira, de acordo com o qual, nos idos dos anos sessenta, tanto a direita quanto a esquerda seriam igualmente ‘golpistas’” [MELO, 2013, p.62].

Essas análises empreendidas a partir dos anos 1990 ganham visibilidade por ocasião dos 40 anos do golpe, em 2004, em um contexto de aumento de uma demanda por História por parte da população de um forma geral [TOLEDO, 2004]. Segundo Malerba [2014], a gênese, no Brasil, dessa demanda social por história surgiu a partir das comemorações do quinto centenário da chegada dos portugueses ao território brasileiro. Na época, o mercado editorial procurou suprir essa demanda com o lançamento de obras voltadas para o público geral, algumas das quais se tornaram bastante populares.

 De forma geral não são obras escritas por historiadores e voltam-se muito mais para o entretenimento do que para análises ou debates historiográficos em si e apresentam narrativas simplistas, focadas em personagens ou processos históricos isolados, com uma análise eurocêntrica e conservadora. O autor atribui essas características a obras como, por exemplo, a coleção Terra Brasilis, do jornalista esportivo Eduardo Bueno que, assim como outros autores desse tipo de literatura, faz questão de se diferenciar dos historiadores de fato, como se fizessem uma história “melhor”. Malerba [2014] ressalta que, no entanto, Bueno não fez pesquisa documental, mas se ancorou em trabalhos historiográficos e cronistas de época para sua produção.

De forma semelhante, o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, do jornalista Leandro Narloch, lançado em 2009 e atingindo grande sucesso de vendas, a ponto de se desdobrar em uma série de “guias politicamente incorretos” e uma série televisiva, vale-se de um “ótimo repertório de livros e artigos de História”[VENANCIO, 2018, On-line]. Especificamente sobre o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasile os livros dele derivados, Malerba [2014] assevera que o autor:

“[…] montou seus guias não como uma narrativa histórica, mas como um mosaico de episódios contados em tom de chiste, de forma pilhérica, picaresca, enfim, de forma anedótica, conceituada como uma narrativa concisa, baseada em uma estrutura dramática de três atos relativos à situação ou exposição, o encontro ou crise e a resolução [que guarda a lição de moral]” [MALERBA, 2014, p. 40].

Dessa forma, o problema não está nas fontes utilizadas nesses trabalhos, mas nas interpretações, omissões, exageros e distorções de forma que a história representada se distancia da complexidade, das relações de causalidade e de crítica às fontes inerentes ao trabalho historiográfico para se transformar em uma história pilhérica, episódica e distorcida.

Aportes básicos da teoria da memória social e coletiva

Nos ancoramos no campo teórico da memória social e coletiva para análise das narrativas contidas nos materiais em estudo, entendendo que o estudo das construções de determinadas memórias e sua transmissão possibilitam a discussão sobre questões políticas e sociais que compõem os projetos de sociedade defendidos por determinados grupos [MAGALHÃES, 2014].

Para Halbwachs [2004], sociólogo francês pioneiro nos estudos da memória em sua dimensão social, o ato de rememorar é consciente e parte do presente em direção ao passado a partir de interesses do agora. Além disso, ainda que a ação de lembrar seja do indivíduo, este só é capaz de fazê-lo ancorando-se em quadros sociais que dão sustentação a essa memória:

“La operación de la memoria supone, efectivamente, una actividad a la vez constructiva y racional de la mente [...] no se ejerce sino en un médio natural y social ordenado, coherente, del cual reconocemos a cada instante en el plan de conjunto y las grandes direcciones” [HALBWACHS, 2004, p.55]

Dessa forma, poderíamos dizer que tanto as narrativas construídas pelos autores dos materiais como os comentários dos usuários recorrem a memórias vividas ou herdadas socialmente e impregnadas de referências a valores conservadores voltados para determinados interesses de releitura do passado.

Revisionismo Histórico veiculado nos vídeos estudados

Com o surgimento do Youtubeesses conteúdos revisionistas passaram a dispor de um canal de divulgação e interação mais direta com o público. Assim como outras mídias sociais digitais, o Youtube dispõe da possibilidade de interação direta entre quem produziu ou carregou o vídeo no site com os usuários que o acessam através dos comentários que podem ser deixados por estes na caixa de comentários dos vídeos. Nesse espaço virtual são abundantes os conteúdos relacionados à história, desde vídeos amadores até videoaulas produzidas por empresas especializadas. Nesse espaço também é possível encontrar conteúdos com amplo alcance, tratando especificamente sobre a Ditadura Militar. Esse é o caso do documentário 1964: o Brasil entre armas e livros [1964, 2019], produzido e veiculado pela empresa Brasil Paralelo e do conjunto de vídeos correspondentes ao episódio sobre a Ditadura Militar da série televisiva Guia Politicamente Incorreto [GUIA, 2017] produzido e veiculado pela emissora History Channel, ambos disponibilizados no Youtube pelas próprias produtoras.

No conjunto de vídeos analisados, constatou-se a presença de postulados comuns também aos trabalhos historiográficos classificados por Melo [2013;2014] e Toledo [2004] como revisionistas. No caso do documentário 1964: o Brasil entre armas e livros a narrativa gira em torno do avanço comunista no mundo pós-guerra e de uma eminente revolução socialista no Brasil encabeçada por agentes soviéticos infiltrados no país. Há uma sobrevalorização da real capacidade de atuação desses agentes em território brasileiro, enquanto a atuação norte-americana aparece essencialmente como uma espécie de “ajuda humanitária” sendo associada a verbos como “salvar” e “proteger”, enquanto os soviéticos são tachados de “furiosos” e o seu regime como “reino de terror vermelho” [1964, 2019].

Já a série Guia politicamente Incorreto é derivada do já citado livro do jornalista Leandro Narloch [2009] que aborda diversos períodos e personalidades da história do país. Centramos nossa análise no episódio correspondente à Ditadura Militar que, assim como o documentário do Brasil Paralelo, centra sua narrativa no combate ao comunismo bem como na condenação moral da luta armada. Também aborda outras questões como o “milagre econômico” e a repressão estatal, porém, embora procure passar a imagem de imparcialidade, a tônica geral é a condenação de uma história escrita pela esquerda e difundida nas universidades e escolas como enfatiza, em mais de um momento do programa, o filósofo Felipe Pondé [GUIA, 2017].

Comum às duas produções em análise está a interpretação de que, apesar de os militares terem vencido os comunistas no campo bélico e político ao tomar o poder em 1964, os primeiros teriam vencido no campo ideológico ao ocupar universidades, meios de comunicação e cultura e a escolas, justificando assim, a historiografia corrente sobre o período que teria produzido uma interpretação calcada na dicotomia entre bem e mal, onde os militares seriam os vilões e os guerrilheiros comunistas seriam os heróis [1964, 2019; GUIA, 2017].

Assim, o saber historiográfico é, em diversos momentos das duas produções, questionado e combatido. Os professores são transformados em doutrinadores responsáveis por difundir uma historiografia de esquerda nas escolas. O teor de combate a essa suposta doutrinação de esquerda é tão acentuado que, no caso do Brasil Paralelo, por exemplo, não só nesse documentário específico, mas em boa parte da sua produção, a empresa vende a ideia de um trabalho educativo em contra partida à educação escolar impregnada pela esquerda, produzindo documentários, cursos e videoaulas: “São mais de 23 cursos que abordam as principais ideias da humanidade, passando por conceitos filosóficos, políticos, históricos, culturais e econômicos” [BRASIL PARALELO, 2020, On-line].

O professor de história e o saber historiográfico a partir dos vídeos e comentários dos usurários

No conjunto de comentários coletados até o momento [duzentos e oitenta e dois, cujos trechos aqui reproduzidos estão referenciados com as iniciais dos usuários], é notável o uso da memória recebida ou vivida como recurso para legitimar as narrativas apresentadas nos vídeos referenciando positivamente o período da Ditadura Militar, mas também para outros aspectos que comparecem nas narrativas dos vídeos em questão, como a maneira como a educação e, mais especificamente, os professores de história são retratados nessas produções.

No episódio sobre a Ditadura Militar da série Guia Politicamente Incorreto, afirmações de que grande parte dos professores de história são de esquerda e por isso mentem sobre o período em questão aparecem logo nos primeiros minutos do vídeo [GUIA, 2017].

De forma semelhante, o documentário 1964: o Brasil entre armas e livros defende que houve uma espécie de infiltração comunista nos âmbitos educacional e cultural, e por isso as escolas e universidades estariam impregnadas de militantes de esquerda difundindo a sua interpretação sobre o período ditatorial militar, chegando a citar pensadores marxistas como Georg Lukács e Antonio Gramsci para “denunciar” uma trama de dominação marxista pelas vias educacional e cultural [1964, 2019].

Já nos comentários comparecem registros que recorrem à memória supostamente vivida para endossar os posicionamentos dos vídeos, desacreditando a educação escolar e os professores de história como demonstra o trecho a seguir: “Espetacular, aprendi nesse documentário o que meus professores nunca sequer mencionaram […]” [S.M.R.C, 2019].

O descrédito em relação à educação escolar somada a uma suposta imparcialidade das obras em questão, como no comentário acima, é recorrente: “Ótimo registro histórico. Aprendi em duas horas o que não me ensinaram nas escolas durante 14 anos […]” [H.M.P., 2019], ou ainda: “[…] a maioria dos professores de historia mentiu para o povo […] nunca ouve ditadura” [WSC T., 2019].

Os trechos citados acima demonstram como os vídeos, além das interpretações revisionistas já citadas, atuam no sentido de deslegitimar o saber historiográfico e o professor de história e encontram respaldo por parte de diversos usurários do Youtube que recorrem à memória para validar os conteúdos dos vídeos.

A título de conclusão

Nesse texto apresentamos um recorte da pesquisa que estamos realizando sobre a relação entre conteúdos revisionistas veiculados no youtube e a reconstrução de memórias coletivas. Nos vídeos analisados, a desvalorização e desconfiança em relação ao saber historiográfico e ao professor de história é um dos aspectos que comparece em suas narrativas e que repercute nos comentários dos usuários.

O desenvolvimento da pesquisa tem evidenciado que os vídeos em questão apresentam um conteúdo ideológico pró-ditadura que acaba mobilizando memórias sociais e políticas, expressas nos comentários dos usuários que, ancorados em seus grupos de referências, utilizam dessas memórias para ratificar as narrativas apresentadas nos vídeos. Assim, no nosso estudo está sendo evidenciado que não podemos perder de vista que há múltiplos grupos sociais disputando o passado a serviço do presente histórico ou, como diria Halbwachs [2004], a rememoração é um ato consciente que reconstitui o passado a partir de interesses do presente.

Referências biográficas

Elís Saraiva Santana é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Memória: linguagem e sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Lívia Diana Rocha Magalhães é doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pós-doutora em Psicologia Social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, vinculada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

Referências bibliográficas

1964 – o Brasil entre armas e livros. Produção: Brasil Paralelo. Brasil, 2019. 2h07min20seg. Disponível em:
https://www.youtube.com/results?search_query=1964+o+brasil  Acesso em: 20 de março de 2020.

BRASIL PARALELO. Site Disponível em: https://site.brasilparalelo.com.br/sala-de-transmissao-a-patria-educadora/?gclid=Cj0KCQjwm9D0BRCMARIsAIfvfIZvhRJgmi2aw_EMls7yS7sdstqMmkOmwOCRD6XspJCpOKMdM8dMVEUaAil6EALw_wcB&ref=W25057821S . Acesso em: 06 de abril de 2020.

GUIA Politicamente Incorreto. Ep. 02 Ditadura à brasileira. Produção: History Channel. Brasil, 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLAr322Yg8UkCQrg8aRip815Qlb9VDczwl Acesso em: 19 de março de 2020.

H.M.P. Re: 1964 - O Brasil entre armas e livros (FILME COMPLETO) 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X_HC8aCrHdA   . Acesso em: 27 de março de 2020.

HALBWACHS, Maurice. Los Marcos Sociales de la Memoria. Trad. de Manuel A. Baeza y Michel Mujica. Barcelona: Anthropos Editorial, 2004.

HOBSBAWM, Eric. Ecos da Marselhesa. Dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo, Companhia das Letras, 1996

MAGALHÃES, Lívia Diana Rocha. História, Memória e Geração: remissão inicial a uma discussão político-educacional. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, nº 55, mar2014 p. 94-103. Disponível em: file:///C:/Users/caion/Downloads/8640463-Texto%20do%20artigo-11022-1-10-20150902%20(1).pdf . Acesso em: 25 de março de 2020.

MALERBA, J. Acadêmicos na berlinda ou como cada um escreve a História?: uma reflexão sobre o embate entre historiadores acadêmicos e não acadêmicos no Brasil à luz dos debates sobre Public History. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 7, n. 15, p. 27-50. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/692 Acesso em: 21 de março de 2020.

MELO, Demian Bezerra de. O golpe de 1964 e meio século de controvérsias: o estado atual da questão. In: MELO, D. B. de. (Org.) A Miséria da Historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014. p.157-188

_______. Revisão e revisionismo historiográfico: os embates sobre o passado e as disputas políticas contemporâneas. Marx e o marxismo, v. 1, n. 1, jul/dez de 2013. p. 49-74. Disponível em:
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NARLOCH, Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. São Paulo: Leya, 2009.

POGGIO, Píer Paolo. Nazismo y revisionismo histórico. Madrid: Akal, 2006.

S.M.R.C. Re: 1964 - O Brasil entre armas e livros (FILME COMPLETO) 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X_HC8aCrHdA   . Acesso em: 27 de março de 2020.

SOUTELO, Luciana de Castro. A memória do 25 de Abril nos anos do cavaquismo: o desenvolvimento do revisionismo histórico através da imprensa (1985-1995). Dissertação de mestrado em História Contemporânea. Universidade do Porto, Porto, setembro de 2009.

TOLEDO, Caio Navarro de. 1964: golpismo e democracia – as falácias do revisionismo. Crítica Marxista, São Paulo: Boitempo, n. 19, 2004. p. 27-48 Disponível em:
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TRAVERSO, Enzo. O passado, modos de usar. História, memória e política. Lisboa: Edições Unipop, 2012.

VENANCIO, Renato.  O Incorreto no “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, 2018. Disponível em:

WSC T. Re: BRASIL, 1968 | DITADURA À BRASILEIRA | GUIA POLITICAMENTE INCORRETO | HISTORY 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=y0-10eThuDE  . Acesso em: 27 de março de 2020.

23 comentários:

  1. Primeiramente gostaria de parabenizar pelo o trabalho e pelos frutos que essa pesquisa irá no futuro representar para historiografia brasileira, para pensar as razões que nos levaram ao cenário social que estamos vivendo atualmente. Acredito que como existia um limite de páginas e palavras, outras discursões foram suprimidas. A qual vocês devem conhecer, mas são oportunas citar, como a influência do guru da extrema direita e vulgo “filósofo” Olavo de Carvalho que influi e inspira a produção do documentário “1964 – o Brasil entre armas e livros”. As ideias revisionistas e conspiratórias que esse sujeito divulga desde meados da década de 1990 em seus cursos e livros contribuíram para a disseminação e reprodução dessas revisões históricas que incitam derrubar a História vigente baseadas em fontes e fatos.
    Ronyone de Araújo Jeronimo

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    2. Caro Ronyone,
      Em primeiro lugar, agradecemos o reconhecimento da relevância da nossa pesquisa. É muito importante e encorajador o retorno positivo diante da publicização do nosso trabalho, especialmente no contexto atual de constante ataque à educação e à ciência como um todo.
      Quanto à influência de Olavo de Carvalho na difusão do revisionismo histórico no Brasil, sem dúvida, ele se constitui como um sujeito representante das ideias dos grupos conservadores, especialmente no que diz respeito aos objetivos por trás da produção do Brasil Paralelo. De fato, a comunicação científica aqui apresentada não nos permitiu desenvolver o papel desempenhado pelo que se convencionou chamar de “olavismo” na difusão do revisionismo histórico sobre a Ditadura Militar no Brasil.
      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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  2. Prezada Elís.. bom dia. Antes de tudo, parabenizo pelo texto e a colocação clara e e engajada do problema. Ao mesmo tempo, parto de uma questão dentro de sua questão para saber seu posicionamento. A questão dentro da questão é a de saber por que estes vídeos, blogs - enfim, estes sujeitos que são conservadores/sem formação em História - são tão ouvidos e escutados enquanto os historiadores profissionais não o são. Há, antes de tudo, uma concorrência pela análise do passado que está sendo muito difícil para os historiadores profissionais competirem. Então, minhas perguntas vão neste sentido: estes blogs, sites revisionistas não devem ser repelidos pela maior participação dos historiadores profissionais neste mundo web? Outra questão é: ao "denunciarmos", nós, profissionais, estes sites e blogs, vc não acha que há certa presunção do historiador em querer que ele, e ninguém mais - a não ser que seja endossado pelo historiador profissional - "faça" história? Afinal, o historiador tem o monopólio do conhecimento do passado? Nossa história é cientifica e metodologicamente orientada, enquanto a de outros públicos não é, e precisamos saber como eles constroem estas histórias? Será que só sabem história por causa destes blogs e sites revisionistas? Estão chegando até eles a "boa história" dos historiadores profissionais? Obrigado e parabéns, outra vez .. Bruno Flávio Lontra Fagundes (UNESPAR-PR)

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    1. Prezado Bruno,
      Agradecemos o reconhecimento do valor da nossa pesquisa. Na atual conjuntura onde o saber científico e escolar vem sofrendo constantes ataques, desde os órgãos que deveriam zelar e gerir a pesquisa e educação no país até de determinados grupos sociais, suas questões são fundamentais.
      Quanto aos seus questionamentos, este é um debate vital e a questão central é justamente quem são os sujeitos que dirigem-se a uma coletividade e com que finalidade. Isso nos remete a dois termos. O primeiro é História Pública, e o segundo termo, esse mais recente, é “divulgação científica”. Este último remete a um trabalho educativo levado a cabo por diversos profissionais da educação e outras áreas, agindo especialmente na internet em sites, blogs, redes sociais e Youtube. Nesse sentido, já existem diversos canais no Youtube de professores de história voltados para o público geral, inclusive de professores pesquisidores que tem se enveredado pelas plataformas digitais, divulgando seus trabalhos e procurando se aproximar de um público mais amplo.
      Agora, sobre a questão do monopólio da produção historiográfica, independente da formação do pesquisador, o trabalho historiográfico deve estar sujeito a critérios mínimos durante a sua produção, garantido a idoneidade e seriedade com que esse trabalho deve ser desenvolvido.
      Atenciosamente,
      Elis Saraiva Santana

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  3. Olá, Elís Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães. Tudo bem? Espero que, em meio ao caos consequente da pandemia, tudo esteja bem com vocês.
    Achei excelente a ideia da pesquisa e muito importante. Em tempos de "digitalização" da História, ocorre uma profusão de narrativas históricas. O que é bom e é ruim. Bom porque permite uma maior aproximação entre a História e outros públicos para além da academia; ruim porque nem sempre o conteúdo produzido é baseado em métodos críticos e rigidez teórica.

    Vi apenas o documentário produzido pela empresa gaúcha, porém, como tive contato com outros temas produzidos pelos que escrevem estes “Guias Politicamente Incorretos”, como Leandro Narloch, julgo que se encaixam, ambos, nas narrativas ruins. Pior do que isto: são narrativas falsas sobre o passado baseadas em negacionismo.

    Por esta razão, será que o conceito revisionismo é o “mais correto” nesses dois casos? Pergunto porque, me pareceu, que o revisionismo é sempre algo ruim e não penso desta forma. Revisar e questionar interpretações consolidadas à luz de novas fontes, novas perguntas, novas perspectivas teóricas, ou novas demandas sociais, é algo que faz parte e é necessário para o saber histórico. A história da ditadura militar, que é o enfoque de vocês, passou por revisões necessárias: o que antes era visto apenas como absoluto protagonismo dos militares, foi contestado por diversos estudos que demonstram a grande contribuição da sociedade civil para a estruturação e manutenção da ditadura, passando, inclusive, por uma revisão da própria nomeação do período (de ditadura militar à ditadura cívico-militar).

    Enfim. Ótima e importante pesquisa. A única questão é referente ao conceito utilizado, tendo visto que conceitos são demasiados importantes para nossa área.

    Abraços.

    Cuidem-se.

    Atenciosamente, Bruno Erbe Constante.

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    1. Olá, Bruno
      Agradecemos sua gentileza, estamos bem, embora bastante preocupadas com a situação sanitária e pública que estamos vivendo. Esperamos que você esteja bem e com a sua saúde preservada. Agradeceremos de igual modo, o reconhecimento da pertinência da pesquisa e ressaltamos a importância dos seus questionamentos.
      De fato, o uso do termo ‘revisionismo histórico’ envolve determinados cuidados para não distorcer o sentido em que é utilizado e para não recair, justamente, numa condenação generalizada de qualquer ‘revisão’ da história, uma vez que este é um exercício inerente ao trabalho historiográfico. O pouco espaço de um texto da natureza que apresentamos acaba exigindo um recorte mais limitado da discussão.
      Na revisão de literatura, que realizamos como base, entre outros autores em Hobsbawm e Melo (ambos listados nas referências do texto), discutimos as imprecisões e as especificidades dos termos revisionismo e negacionismo, mas no texto dessa apresentação específica, não tivemos como priorizar essa discussão.
      Seu comentário traz ainda outra questão importante, que diz respeito à historiografia sobre o período estudado. Por hora, gostaríamos de ressaltar que o termo “civil-militar”, o seu uso e seus sentidos, bem como as consequências de suas interpretações também é uma preocupação da pesquisa. Podemos citar por exemplo, duas acepções distintas, uma elaborada por Dreifuss, ainda nos anos de 1980 e outra presente em trabalhos considerados revisionistas que usam a categoria para o consentimento civil. Na revisão da literatura do trabalho, estamos atentas.
      Os limites desse espaço em que nos comunicamos nesse momento, não permite que façamos uma discussão mais aprofundada, mas agradecemos os comentários oportunos que você fez, nos alertando para sempre buscar esclarecer os usos das categorias analáticas.
      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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  4. Ana Cristina Pereira Lima19 de maio de 2020 às 11:15

    Prezadas Elis e Lívia, a relevância de sua pesquisa é inquestionável. Tenho muita resistência em ler os comentários de conteúdos e/ou reportagens divulgados na internet. Sei que isso me coloca dentro de uma “bolha digital”, mas é uma tentativa de resguardar minha sanidade mental. Uma pergunta: O passado é uma disputa, claro. Mas como historiadores podem “concorrer” com esse tipo de interpretação, numa sociedade que aprecia soluções rápidas para problemas complexos? Temos discutido a importância e os limites daquilo se vai denominando de História Pública. Gostaria que fizessem essa relação entre aberrações de YouTube e História Pública. Ana Cristina Pereira Lima

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    2. Olá, Ana
      Somos gratas por suas contribuições. É de fato particularmente difícil nos debruçar sobre os conteúdos que estamos analisando. Entre outras questões, como o/a professor/a de história é submetido/a a uma espécie de “demonização”. E não só do professor, mas de tudo que está relacionado à ciência e a educação: do livro didático à universidade.
      Sobre a História Pública, esta é uma questão a qual nos aproximamos em um estágio mais recente da pesquisa. Uma incursão inicial nos levou a perceber que a discussão dessa categoria exige muito critério, assim como a de “revisionismo histórico”. Sabemos que a expressão “História Pública” começou a ser utilizada de forma sistemática em um contexto muito específico, dos EUA nos anos de 1970, para designar o trabalho de historiadores que não conseguiam postos em universidades, e por isso passaram a exercer o ofício em outros ambientes como instituições públicas e privadas, corporações e etc. Ao longo dos anos de 1980 e 1990, a discussão sobre o tema se desenvolve também em outros países e chega ao Brasil mais recentemente, de forma que as primeiras obras nacionais sobre história pública são dos anos de 2010.
      A nossa pesquisa objetiva a análise das produções midiáticas, e como já ressaltamos, não se baliza necessariamente no trabalho historiográfico, inclusive colocando em questão o papel do estudioso da perspectiva historiográfica. Ainda assim, trabalhos como o de Malerba (listado nas referências do texto) demostram que é possível a discussão desse “uso da História” sob o prisma da História pública. Estamos em um processo de revisão dessa literatura, e assim fomos cautelosas no texto, quanto a essa relação. Dentro em breve, quiçá em outra oportunidade, possamos conversar mais sobre o tema.
      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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  5. Prezadas Elis e Lívia, primeiro gostaria de parabenizá-las pela pesquisa, com um tema tão recente e tão em alta especialmente na conjuntura governamental do Brasil atual. Sou professora de História da Rede Pública do Distrito Federal ( tenho somente 6 anos de prática docente, ainda não é muito tempo), mas meu primeiro contato dento de sala de aula com essa tema foi em 2018 quando um aluno se recusou a assistir minhas aulas alegando que eu estava doutrinando os alunos da Instituição. Após esse episódio, que achei que seria isolado, me espantei porque esse movimento ''revisionista'' cresce cada vez mais com base nessa conjuntura brasileira que vivemos. O meu questionamento é que gostaria de saber como nós docentes podemos lidar com isso na nossa prática pedagógica, visto de muitos alunos já vem com esse pensamento de doutrinação de casa, pelos próprios pais e ainda temos a internet para inflamar ainda mais. Jessika Vasconcelos de Oliveira.

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    2. Olá Jessika,
      Somos gratas pelo reconhecimento da relevância e urgência do nosso trabalho.
      Entendemos a sua angústia diante do avanço do conservadorismo e entendemos que o revisionismo histórico é uma das faces desse fenômeno. Nesse processo, a educação é atacada em diferentes frentes. Basta lembrarmos do infame projeto Escola sem Partido (!).
      De fato, percebemos que esse ataque não provém somente desses materiais que “concorrem” com a escola, como as produções da Brasil Paralelo, mas parte também de outras frentes, como o governo e as famílias dos estudantes. Atacados por diversos lados, muitas vezes é difícil enxergar um horizonte de ação, mas não devemos desanimar.
      Acreditamos que você já demonstra o caminho. O estudo constante. O domínio dos temas de sua disciplina, sem abrir mão da teoria, da ciência, como também acompanhar as nuances que envolvem a profissão (seus debates públicos) é uma forma de se posicionar. Demonstrar a alunos, pais, direção, etc. que você tem domínio e segurança ao tratar da sua disciplina, com base em estudo, em pesquisa e aprofundamento, não se baseando em discurso de autoridade, mas apresentando-se como intelectual orgânico de seu trabalho. Sabemos que não é fácil, mas continuemos nossa trajetória sem abrir mão do nosso saber historiográfico.
      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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  6. Esse é um dos temas que machucam muito a professores sérios de História, esse revisionismo tosco, mas que consegue um grande alcance devido a sua fácil linguagem, nós os historiadores temos de nos aproximar das pessoas.

    Como vocês acreditam que podemos nos aproximar dos alunos?
    Usando uma linguagem menos academicista? Qual abordagem seria a mais fácil de chegar a uma criança do ensino fundamental 2 sem parecer massante?
    Um abraço e parabéns pelo trabalho.
    Rafael Pereira de Freitas

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    1. Olá, Rafael
      Obrigada por suas palavras.
      De fato, essas são questões importantes. Acreditamos que sua questão aproxima-se do que foi levantado por Jessika no comentário anterior. diante dessas produções que tem ampla difusão e aceitação (o vídeo do Brasil Paralelo passa dos 7 milhões de visualizações!) é preciso repensar como a produção historiográfica chega ao grande público. Essa questão perpassa pela discussão da história pública e da divulgação científica já abordada em respostas a comentários anteriores, além de nos remeter a questão da transposição didática. A abordagem de um tema para turmas da educação básica é diferente de uma produção acadêmica voltada para os pares.
      Precisamos prosseguir pensando em construir materiais e condições para trabalharmos no cotidiano com o estudo constante, atentos às muitas manifestações do fenômeno e, como ressaltamos em resposta ao comentário anterior, precisamos continuar assumindo o papel de professores orgânicos da escola.
      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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  7. Boa noite, Elís e Lívia. A pesquisa de vocês é fantástica, fiquei com vontade de ler mais! Parabéns pelo texto e pela problemática tão importante trazida.
    Me fez pensar: Vocês já levaram a pesquisa para a sala de aula? Exploraram de alguma forma essas diversas narrativas que surgem, principalmente as não especializadas, com os alunos? Se sim, como foi a experiência/metodologia? Se não, como pretendem levar isso para o âmbito escolar?

    Um abraço e parabéns pelo trabalho.
    Gabriella Bertrami Vieira (UEM)

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  8. Olá! Prof. Elís e Lívia.
    Primeiramente gostaria de parabenizar pelo texto e pela escolha.
    Segundo, como já citado no texto "O ato de rememorar é consciente e parte do presente em direção ao passado" do pensador e sociólogo Maurice Halbwachs, a qual lembro da discussão sobre imparcialidade e parcialidade de determinadas fontes históricas na construção de um saber histórico, e isso foi evidentemente discutido e problematização no texto com as análises dos documentários e vídeos, por fim gostaria de saber seus apontamentos acerca dessa "revolução tecnológica" e a grande produção de vídeos com tematicas históricas, como veículos formadores da memória social e coletiva? Como trabalhar esse conteúdo produzido e essa memória coletiva construída muitas vezes pela mídia na sala de aula?

    Novamente parabenizo pelo texto e pela escolha.
    Gabriel Martins da Silva.

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  9. Olá, parabéns pelo texto!
    Vocês já pensarem em estudar a repercussão desses materiais nas escolas?
    Acho que seria bastante interessante, pois observo que os alunos chegam ao ensino superior com muitas ideias equivocadas devido a esse tipo de material. E,hoje isso pode ser observado inclusive nos cursos de História.
    Abraço,
    Tathianni Cristini da Silva

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  10. Boa noite, em primeiro lugar parabéns pelo excelente trabalho!
    Essa triste realidade de preconceito com professores de história nunca foi tão presente como no tempo em que estamos vivendo. Para desmistificar e combater essas narrativas contra os professores de história o quer seria mais viável?
    Aulas dinâmicas e interativas, expondo esses materiais confrontando-os com documentos historiográficos, levando os alunos a tirarem suas próprias conclusões do que foi realmente o período militar no Brasil.
    Amando Silva de Lima Reinaldo

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    1. Olá Amando,
      Obrigada pelo reconhecimento do nosso trabalho.
      Acreditamos que a sua fala já aponta caminhos possíveis para ação dos professores. Aproximar os alunos da prática historiográfica pode ajudá-los a compreender a complexidade do trabalho historiográfico e distingui-los de produções de viés ideológico vendido como trabalho historiográfico.
      Att,
      Elis Saraiva Santana

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  11. Boa noite Elís Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães, primeiramente parabéns pela pesquisa tão importante e tão bem realizada. Vivemos um momento difícil, de ascensão de projetos obscurantistas, de frontal ataque às ciências humanas e a aos profissionais da educação, em particular aos professores de história. Minha questão é sobre a relação de produção em série de conteúdos revisionistas relacionados a História e memória e os projetos políticos obscurantistas que estão no poder, até que ponto e de que formas possíveis o professor de História consegue lidar com essas questões na sala de aula, frente à todas as dificuldades, sabotagens e limitações da educação pública?
    Alaéverton Maicon de Andrade

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    1. Olá Alaéverton,
      Somos gratas pelo reconhecimento da relevância do nosso trabalho.
      A questão levantada por seu comentários é muito pertinente e de difícil resposta. Como mencionamos em comentários anteriores, um caminho possível é o estudo constante. O domínio dos temas de sua disciplina, sem abrir mão da teoria, da ciência, como também acompanhar as nuances que envolvem a profissão é uma forma de se posicionar. Além disso, estar atento a esses materiais que se multiplicam e difundem na internet também é uma forma de conhecer de maneira mais profunda, o problema com o qual estamos lidando.

      Gratas,
      Elis Saraiva Santana e Lívia Diana Rocha Magalhães

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