Davison Hugo Rocha Alves


O ANO DE 1968 NO PARÁ EM QUESTÃO: OS PASSADOS VIVOS E A HISTÓRIA ENSINADA



Em 2018, o presidente Jair Bolsonaro suscita dentro da opinião públicas discussões acerca dos governos militares. Durante as eleições presidenciais deste ano, ele afirma em entrevista que o objetivo é fazer o Brasil semelhante ao que tínhamos há 40, 50 anos. Portanto, estamos falando de 1978, de 1968 período em que o Brasil vivia os anos de chumbo. O discurso possibilita compreender que ele tem uma nostalgia dos governos militares, o período em que o Brasil era governado por militares, momento em que as liberdades democráticas foram cerceadas a partir das ações do presidente da República. Um Brasil antes da constituinte de 1988, que teve como grande marco recente o Ato Institucional nº 5, publicado em 13 de dezembro de 1968, ele faz uso político para construir sua imagem perante a sociedade brasileira.

As questões socialmente vivas são fundamentais para entender o tempo presente, ou seja, são os objetos privilegiados do ensino de História que debatem as demandas de grupos identitários pela busca de direitos sociais em uma determinada sociedade [PEREIRA; SEFFNER, 2018]. Portanto, queremos apresentar neste texto o protagonismo dos estudantes universitários na cidade de Belém a partir do ano de 1968. O documentário foi produzido em rememoração aos 50 anos em 2018 do ano emblemático de resistência a ditadura militar. 

A reflexão teórico-metodológica que pretendemos abordar neste artigo é a construção de uma História escolar que acabe afaste-se de uma perspectiva histórica universalista, ela está voltada para a história do Estado-Nação, etnocêntrica, elitista e recuse o olhar sobre o outro como uma possibilidade de interpretar o passado em sala de aula. O estudo dos regimes autoritários no Brasil e no mundo permite com que o professor esteja sensível a ensinar e abordar temas considerados sensíveis. Os traumas, as violências na História, os acontecimentos recentes são considerados temos vivos dentro do espaço escolar, quando a questão é “delicada em sala de aula, quando o próprio professor pode ser colocado em dificuldade no que diz respeito aos conhecimentos necessários para ensinar, ou em função das reações dos alunos” [LEGARDEZ; SIMONNEAUX, 2006, p. 56].

Na Universidade Federal do Pará os debates sobre a reforma universitária, sobre o cotidiano dos estudantes universitários nas faculdades isoladas, bem como a implantação da Assessoria de Segurança e Informação (ASI) durante a gestão do ex-reitor José Silveira Netto são reflexos da expressão autoritária de controle e vigilância dentro do campus universitário do Guamá [FONTES; ALVES, 2013]. Os estudantes universitários apresentam em suas memórias as vivências sobre a repressão e o processo de modernização autoritária que ocorria durante os anos 1960 nas universidades brasileiras.
O documentário reúne diversos tipos de fontes históricas sobre o ano de 1968. Um olhar sobre a sociedade paraense e suas conexões com os acontecimentos do mundo e do Brasil estão presentes na fala dos estudantes universitários. Segundo Rodrigo Motta [2019, p. 155] as fontes orais permitiram enriquecer o trabalho ao oferecer um contraponto aos dados obtidos nos papéis ou nas imagens digitais. O professor pode apresentar como tema de discussão dentro da disciplina Estudos Amazônicos, haja vista, que os professores da educação básica se queixam da falta de material didático para uso em sala de aula. 

O presente artigo quer fazer uma reflexão sobre o ano de 1968 no Pará a partir de uma produção cultural desenvolvida em comemoração aos 50 anos dos eventos sociais e políticos que culminaram em 13 de dezembro de 1968 com a decretação do Ato Institucional nº 5. O laboratório virtual de Ensino de História possui uma página eletrônica em que está publicado uma pequena produção em  vídeo, ele foi fruto de uma pesquisa documental realizada para construir a narrativa sobre os governos militares no Pará. O vídeo poder ser consultado através do link
https://www.youtube.com/watch?v=AoTt_f5uNuU

O documentário pode ser usado em sala de aula como forma de narrativa histórica a partir da história de vida dos sujeitos que tiveram nos anos 1960 uma relação com os governos militares por meio da ação estudantil na universidade Federal do Pará, ele pode ser um contraponto a narrativa didática presente nos livro didático de História usado pelo professor. Demonstrando que não existe uma única verdade sobre os acontecimentos históricos, mas versões do passado e que assim como o livro didático é feito de diversos documentos e foi escrito a partir da seleção de documentos escolhida pelos autores, o produto cultural também possui uma versão do passado, com a seleção de documentos escolhidos para a construção de sua narrativa. 

O documentário produzido possui como fontes históricas o uso de memórias, de imagens de época, da fotografia, de música usadas de forma intercaladas, com a intenção de construir uma narrativa sobre os governos militares no Pará. O uso de fontes históricas torna a aula de História um espaço de debate e de reflexão sobre determinado processo histórico. A variedade de fontes históricas permite com que o professor de História dialogue com o passado, elas são mediadoras do conhecimento histórico. 
As fontes históricas em sala de aula são consideradas uma possibilidade de produção do conhecimento histórico escolar [CAIMI, 2008]. O debate sobre fonte histórica permite que o professor dinamize as aulas de História ou de Estudos Amazônicos, fazendo com que ele saia do conteudismo e do verbalismo muito marcadamente na disciplina história desde os finais do XIX até o século XX.

Em 2017, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) reafirma a importância de produzir um conhecimento histórico escolar mediado pelo uso de fontes e documentos. O documento legal reafirma que observar e compreender que a história se faz com perguntas. Portanto, para aprender história, é preciso saber produzi-las [BRASIL, 2017, p. 417].
O segundo procedimento diz respeito à escolha de fontes e documentos. O exercício de transformar um objeto em documento é prerrogativa do sujeito que o observa e o interroga para desvendar a sociedade que o produziu. O documento, para o historiador, é o campo da produção do conhecimento histórico; portanto, é esta a atividade mais importante a ser desenvolvida com os alunos. Os documentos são portadores de sentido, capazes de sugerir mediações entre o que é visível (pedra, por exemplo) e o que é invisível (amuleto, por exemplo), permitindo ao sujeito formular problemas e colocar em questão a sociedade que os produziu [BRASIL, 2017, p. 416].  
Podemos perceber que a BNCC possui para o 9º ano uma unidade temática intitulada Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946, ela possibilita que o professor tenha como objeto de conhecimento os seguintes conteúdos em sala de aula: (1) os anos 1960: revolução cultural? (2) A ditadura civil-militar e os processos de resistência (3) A questão indígena e negra e a ditadura. O documento legal reforça uma concepção historiográfica de ditadura e seu apoio civil aos militares que assumiram o poder em 1964.

As notícias jornalísticas de fevereiro de 1968 demonstram a aprovação dos calouros no vestibular, onde naquele período os estudantes representavam apenas 0,5% da população nacional em sua maioria vindos da classe média. Os estudantes estavam reclamando por mais vagas nas universidades e que mobilizavam os estudantes excedentes nos vestibulares.

Em março de 1968 os jornais locais noticiam as reivindicações dos estudantes no Rio de Janeiro, entre elas estavam as reformas do restaurante Calabouço. O local era administrado pelo governo estadual, que ofereciam refeições a baixo custo, depois de passarem pelas reformas o restaurante foi entregue em condições precárias o que levou a novos protestos. No dia 28 de março de 1968 quando os estudantes estavam no restaurante Calabouço para se preparem para um ato público, a polícia militar do Rio de Janeiro invadiu o local e durante a confusão o estudante paraense Edson Luís de Lima Ferreira  foi atingido e morreu no local, até hoje ninguém sabe quem foi o autor dos disparos. A reportagem foi noticiada no jornal Folha do Norte, no dia 30 de março de 1968. O professor Elson Luiz Rocha Monteiro que era estudante em 1968 durante depoimento ao projeto A UFPA e os anos de Chumbo (1964-1985) nos lembra como conheceu o estudante paraense,  ele diz: conheci o Edson Luís nos anos anteriores a 68 em Belém, ele era filho de uma emprega doméstica que trabalhava em uma casa na Arcisprestes. Quando chega a notícia daquele estudante morto, nós vimos nas fotografias, era o Edson Luís.

A memória do professor Aloísio Lins Leal que na época era estudante de matemática da UFPA, em 1968, relembra sobre os acontecimentos no Pará após a morte de Edson Luís, foi bastante noticiado na imprensa jornalística que os estudantes fizeram uma grande mobilização para realizar a missa de 7º dia para o estudante Edson Luís. Como prova dos acontecimentos no Pará foram recortados trechos dos jornais que apresentam as movimentações estudantis em Belém do Pará, elas evidenciam A Guerra em Paz dos Paraenses”, que foi noticiado no jornal A Província do Pará, dia 03 de abril de 1968, Arcebispo celebra dia 4 na catedral missa pela alma do Estudante assassinado no Rio. Houve uma mobilização de carro som na frente de escolas e faculdades durante dois dias. A matéria jornalística apresentando que em Belém os estudantes vão a assembleia legislativa exigindo um posicionamento por parte dos deputados, eles noticiam “Estudantes com vaias e aplausos participam de assembleia e acabam fazendo comício contra legislativo”, publicado no jornal A Província do Pará, em 03 de abril de 1968.

A matéria jornalística mostrando que durante o mês de junho os estudantes foram para as ruas realizar novos protestos que acabaram ocorrendo em diversas capitais do país, as notícias jornalísticas afirmam: Comando reunidos no Rio para conter os estudantes: 48 prisões, publicado no jornal Folha do Norte, em 20 de junho de 1968, os Estudantes ocupam faculdade e aprisionam reitor e vice-reitor no Rio, publicado no jornal A província do Pará, em 21 de junho de 1968, ‘Dois mil jovens lutam com a tropa policial’, publicado no jornal O Liberal, em 22 e 23 de junho de 1968; ‘Quatro mortos e hospitais cheios no Rio’, jornal Folha do Norte, em 22 de junho de 1968 são alguns exemplos.

As imagens das matérias jornalísticas continuam entrelaçadas nas memórias dos estudantes universitários dentro do documentário, como a passeata dos duzentos mil no Rio de Janeiro, publicado no jornal Folha do Norte, em 27 de junho de 1968. O depoimento da estudante Hecilda Mary Veiga para UFPA, estudante de Ciências Sociais da UFPA em 1968 relembrando os eventos, como a passeata dos cem mil no Rio de Janeiro, ela diz: então, parecia que nós estudantes como também tentava fazer os estudantes franceses sobre a liderança do Dany, o vermelho podia mudar o mundo.

O depoimento do estudante universitário Roberto Corrêa que relembra a ocupação ocorrida em agosto de 1968 em forma de resistência ao ex-reitor Silveira Netto na Universidade Federal do Pará, ele diz nós ocupamos a universidade a partir de uma ocupação que começou a partir da faculdade de Química, aí estoura lá, nós vamos fazer a mesma coisa. O depoimento do estudante universitário de medicina Ruy Barata que também nos diz: em 2 de agosto de 1968 nós ocupamos as faculdades, durou 1 mês com todo o povo lá dentro, não era quatro gato pingado, era a massa ocupando a faculdade. O depoimento do estudante Waldir Paiva Mesquita que era estudante de Medicina da UFPA em 1968 demonstrando que a ocupação não era uma proposta do PCB ela era uma consequência das reivindicações menores, era a única forma de obtermos aquilo que nós queríamos.   
A matéria do jornal A Província do Pará de 29 de agosto de 1968 relatando sobre as ocupações na UFPA, em que aparece um estudante universitário pintando cartaz em forma de protesto com o seguinte dizer ‘Arquitetura completamente esquecida! Isto já tem 5 anos de idade ...’. O estudante Waldir Paiva Mesquita continua dizendo que o movimento estudantil era muito aguerrido e com muita garra. O depoimento da estudante universitária Laíse Duarte Salles que era estudante de  em 1968, dizendo que foi fazer uma assembleia, que era uma questão de solidariedade nacional a luta do nosso amigo de 16 anos Edson Luís, que havia sido morto e que isso não podia continuar, pois, já tinha a primeira vítima da ditadura.  
O documentário 1968, 50 anos depois também apresenta o informativo da Agência Nacional possuindo imagens do ex-presidente Costa e Silva e sua comitiva que transferiu provisoriamente o governo federal para a Amazônia, chegando a cidade de Belém para a inauguração do campus universitário do Guamá. A cidade de Belém torna-se a capital federal enquanto o presidente Costa e Silve os ministros visitam a cidade. No discurso oficial o governo vem trazer desenvolvimento para Amazônia.

Segundo Edilza Fontes [2014, p. 286] durante o mês de agosto de 1968 foram ocupadas as seguintes faculdades na Universidade Federal do Pará: Direito, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Química, História, Ciências Sociais, Geografia, Letras e Matemática com exceção das faculdades de Odontologia e Farmácia. Os estudantes universitários estavam protestando por melhores condições de estrutura física dentro do campus do Guamá. Posteriormente, a fim de conter os estudantes considerados como elementos subversivos foi instalada a Assessoria de Sistema de Informações (ASI) dentro da UFPA.

O documentário apresenta matérias jornalísticas que relembra o mês de setembro de 1968, quando ocorreu uma passeata na Avenida Presidente Vargas, os estudantes universitários estavam gritando palavras de ordem contra a ditadura militar, como também está representado nos jornais da época ilustrando o dia da raça na cidade de Belém, como lembra em depoimento o professor Aluízio Lins Leal.

No mês de outubro de 1968 ocorreu o congresso de Ibiúna, que é relembrado pelo depoimento do estudante universitário do curso de Humberto Rocha Cunha a preparação do congresso de Ibiúna foi uma assembleia de portas abertas. O evento está intercalado com a notícia da matéria da revista Veja, que foi noticiado na grande imprensa com o seguinte título Todos presos, assim acabou o congresso da ex-UNE. Os estudantes paraenses que participaram do referido congresso estudantil foram detidos. A repressão amedrontou a grande massa dos estudantes como foi noticiado pela grande imprensa, Estudantes rebelam-se de norte a sul, publicado no jornal Folha do Norte, em 16 de outubro de 1968. No entanto, na cidade de Belém o movimento estudantil volta as ruas, mesmo que em menor número para protestar com os acontecimentos recentes, como os Protestos em Belém visa a soltura dos estudantes, publicado no jornal O Liberal, em 16 de outubro de 1968. O governo militar aperta o cerco contra os estudantes em todo o país.

No mês de dezembro de 1968 também ocorreu uma formatura na UFPA, no momento de colação de grau do curso de Direito, pois, os estudantes teciam diversas críticas ao regime militar imposto em 1964. Os jornais da cidade também noticiam que o evento na cidade de Belém contou com a participação do ex-presidente Juscelino kubitschek, ele havia chegado do exílio. Ocorreu um discurso inflamado contra o regime militar. O professor da UFPA e deputado Camillo Montenegro (ARENA/PA) em entrevista ao projeto UFPA e os Anos de Chumbo (1964-1985) relembra o episódio na Câmara dos deputados quando foi destituída a Comissão de deputados pelo presidente da República Costa e Silva e cassou-se logo em seguida o mandato do deputado federal Márcio Moreira Alves.

Os jovens da geração de 1968 seguiam na resistência contra a ditadura militar, eles não se calavam diante dos acontecimentos turbulentos. Lutavam pela democratização das escolas e das universidades, eles eram contra o acordo de ensino pago, os acordos firmados com as assessorias de governos dos Estados Unidos conhecido como Acordos MEC-USAID, eles sonhavam construir um país igualitário. Um mundo melhor. Termina assim o documentário 1968, 50 depois.     

O uso da história oral é um excelente recurso para a construção da escrita da história dentro do espaço escolar. O documentário 1968, 50 anos depois permite com que o professor de História problematize diversos acontecimentos do ano emblemático de 1968 para os governos militares. As ações estudantis dentro da Universidade Federal do Pará, nas ruas e nos espaços privados demonstram que a sociedade não estava satisfeita com os militares no poder. O uso de trechos de documentários que relembram os embates dos estudantes com os policiais militares. O assassinato do Estudante Edson Luís bastante refletido na historiografia da ditadura militar e suas repercussões na grande impressa e na memória dos estudantes universitários, mostram que a juventude estava em constante debate dentro da sociedade paraense.

O debate sobre o AI-5 e a cassação do deputado Márcio Moreira Alves sendo relembrado pela memória do deputado federal da ARENA reafirmam que os acontecimentos na câmara dos deputados, bem como os olhares sobre os eventos sempre tem algo a nos revelar sobre o passado recente brasileiro. Não era somente a esquerda e os estudantes que faziam oposição as ações arbitrárias do ex-presidente Costa e Silva, mas também dentro do grupo político da situação haviam deputados que estavam descontentes com as medidas do governo. O documentário possibilita contar uma outra versão sobre a ação estudantil dentro do espaço paraense, mesclando diversas fontes como jornais, fotografias, entrevistas, trechos de documentários e música para olhar para o passado recente e fazer uma contra-história a hegemonia dos discursos militares presentes na sociedade brasileira e consequentemente na sociedade paraense.  

As diversas formas de resistências encontradas pelos estudantes universitários, estudantes secundaristas e sociedade civil ao regime militar pode ser percebida no documentário 1968, 50 anos depois. O professor pode usar os diversos tipos de documentos para construir uma história social dos acontecimentos que eclodiram de março a dezembro de 1968 na sociedade paraense intercalando com eventos nacionais e internacionais. O ensino de temas sensíveis requer que o professor tenha a sensibilidade de usar diversas informações para a construção da narrativa histórica, o uso de fontes orais permitem ser uma versão sobre o passado, não como a verdade histórica, mas uma abordagem sobre o tema que está se estudando. Portanto, ele possibilita reflexões diversas sobre o ano de 1968 no espaço escolar.                                                                         

Referência
Davison Hugo Rocha Alves é Docente - Unifesspa

BRASIL. Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Brasília, 2017.
CAIMI, Flávia. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar? Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p.129-150, dez. 2008.
FERREIRA, Marieta. História, Tempo Presente e História Oral. Revista Topoi, Rio de Janeiro, dezembro 2002, pp. 314-332.
FONTES, Edilza; ALVES, Davison. A UFPA e os Anos de Chumbo: A administração do reitor Silveira Neto em tempo de ditadura (1960 - 1969). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 5, n.10, jul./dez. 2013. p. 258 - 294.
FONTES, Edilza. O dever de memória e a documentação sobre a ditadura civil-militar na Universidade Federal do Pará (UFPA). ACERVO, Rio de Janeiro, v. 27, nº1, p. 280-292, jan./jun. 2014 – p. 281.
LEGARDEZ, Alain; SIMONNEAUX, Laurence. L’école à l’épreuve de la actualité: enseigner les questions vives. Paris: ESF, 2006.
MOTTA, Rodrigo. Fontes orais para a pesquisa sobre as universidades durante a ditadura. In: AMATO, Miriam; DELLAMORE, Carolina (org.). Alteridades em tempos de (in)certezas: escutas sensíveis. São Paulo: editora Letra e Voz, 2019.
PEREIRA, Nilton; SEFFNER, Fernando. Ensino de História: passados vivos e educação em questões sensíveis. Revista História Hoje, v.7, nº 13, p. 14-33, 2018.

2 comentários:

  1. Boa noite,

    Primeiramente parabenizar o artigo, leitura que nós faz querer um diálogo muito mais aprofundado sobre o tema, o momento de repressão que vivemos é de suma importância e deve ser sempre lembrado com debates.
    Infelizmente para alguns professores esse momento nem se quer é mencionado. O que poderia ser feito para que esse momento seja debatido em sala de aula ?


    Letícia Monteiro Barros

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  2. Prezada Letícia Barros, obrigado pela leitura do meu artigo. Para além das rememorações e comemorações, o tempo presente torna-se um espaço de diálogo necessário, com informações historiográficas e uso de fontes históricas (filmes, literatura, música, charges, etc..) sobre a ditadura militar e seus efeitos sociais na sociedade brasileira. O professor pode problematizar essas questões sociais. Por exemplo, quando a secretária de cultura vem a público demonstrar ser uma saudosista da ditadura militar em seu momento mais crítico, como os anos 1970 em pleno "anos de chumbo", é de se problematizar e repensar o sentidos produzidos sobre a ditadura militar no nosso tempo. Vivemos em um momento de disputa política sobre os governos militares na sociedade brasileira, que inclusive foi uma das narrativas usadas pelo então candidato e hoje presidente da República durante a eleição de 2018. Podemos utilizar os usos políticos do passado no nosso tempo como ponto de partida para estudar os governos militares.

    Abraços.

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