Daiane dos Santos Piassarollo


A FOTOGRAFIA COMO EXPERIÊNCIA HISTÓRICA




O texto apresenta uma reflexão sobre uma atividade educativa, realizada durante a 18ª Mostra de Produção Universitária da Fundação Universidade do Rio Grande - MPU FURG, a qual visa estimular a troca de saberes, experiências e estudos nas diferentes áreas do conhecimento e caracteriza-se pela interação entre os participantes, pela articulação entre teoria e prática e a construção conjunta de conhecimentos. A proposta realizada no campus da FURG, ofertada aos alunos da mesma, apresentou fotografias da cidade do Rio Grande, a partir de um folheto digital e de um aplicativo com recurso em realidade aumentada [RA]. Além da observação das imagens, a oficina intitulada A FOTOGRAFIA COMO EXPERIÊNCIA HISTÓRICA, proporcionou teorizar sobre o uso da imagem fotográfica como instrumento de pesquisa da História, apresentando um breve histórico da fotografia, bem como suas trajetórias e representações. A experiência teve duração de 3 horas, realizada no dia 08/10/2019, no turno da tarde e contou com a participação de 6 alunos de diferentes cursos, como: História, Educação Física, Geografia, Artes e Pedagogia.

A relevância dessa atividade está na apreciação iconográfica através do uso da tecnologia, proporcionando o desenvolvimento de uma prática educativa, que viabiliza o entendimento de que os objetos produzidos em outros tempos são suportes para experiências na atualidade. Dessa forma, objetivamos dar visibilidade às potencialidades de experiências com o passado, a partir do olhar sensível para fotografias da cidade, contribuindo para a construção do conhecimento histórico. Assim, pretendemos alcançar os objetivos, aliando conteúdo e tecnologia, através de um recurso que amplie as possibilidades dessa experiência. Nessa atividade, empregamos a abordagem teórica a partir de um trecho do texto introdutório do livro Fotografia & História de Boris Kossoy [KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.p.35-37].

Fotografia: o arquivo do mundo
Como aponta Charles Monteiro, desde a Pré-História as imagens acompanham o processo de hominização e de socialização do homem, já que “antes de apreender e de interpretar o mundo por meio de códigos escritos, o homem desenha, pinta e educa o olhar através de imagens” [2013, p. 4]. Assim sendo, as sociedades vêm produzindo considerável material imagético, possibilitando olhares e diálogos de grande valia para a construção do conhecimento histórico. Dessa forma, as fontes imagéticas constituem-se um meio de conhecimento e acesso ao passado, pois segundo Caio César Boschi, “as imagens são sempre importante fonte informativa da época, das pessoas e da sociedade em que foram produzidas” [2007, p. 37].

Nesse sentido, destacamos a imagem fotográfica, que comporta as distintas formas de representação dos indivíduos e das sociedades, como recurso potente para as aprendizagens históricas. Pois, a fotografia, como entende Ana Maria Mauad “assim concebida como forma de olhar o mundo pelos olhos da modernidade – um meio técnico de dar forma ao mundo por meio de imagens – é uma imagem ato – uma reserva de memória – o arquivo do mundo” [2014, p. 117].

Dada a sua característica de evidência, de prova do real, a fotografia “de forma testemunhal, nos mostra em seu conteúdo uma parcela da realidade congelada no espaço e no tempo possibilitando a reconstituição de aspectos vários da cena passada” [KOSSOY, 1980, p. 41]. Na mesma direção, Lucia Santaella aponta que “aquilo que vemos em uma foto não é uma imaginação, um sonho, uma recordação, mas a realidade em estado de passado. Disso decorre a função da fotografia como documento daquilo que passou e que a evanescência do tempo levou” [2012, p. 84].

Desde sua origem, a fotografia é tomada como recurso que comporta a realidade, no qual representamos o mundo e a nós mesmos, é recurso de amplas possibilidades de utilização pela História. Além da característica que as constituem como prova da verdade, as imagens fotográficas, segundo Boris Kossoy, nos mostram um fragmento selecionado da aparência das coisas, das pessoas, dos fatos congelados num dado momento de sua ocorrência e não se esgotam em si mesmas, pois, ao contrário, são o ponto de partida, “a pista para tentarmos desvendar o passado” [2009, p. 21].

Desse modo, a imagem gravada pela ação da luz sobre uma superfície sensibilizada quimicamente, registra imagens que poderão desencadear construções e leituras múltiplas. Nesse âmbito, buscamos oferecer uma oficina, que de forma breve, permitisse leituras, interpretações e aprendizados através da fotografia e da utilização de recursos tecnológicos.

A possibilidade de ofertar uma atividade na MPU coincidiu com a conclusão, no mesmo ano, da pesquisa de mestrado da autora, no Programa de Pós-Graduação em História – Mestrado Profissional em História, Pesquisa e Vivências de Ensino-aprendizagem [PPGH-FURG]. O trabalho intitulado HISTÓRIA, MEMÓRIA E FOTOGRAFIA: RECONHECIMENTOS E RE-MEMORAÇÕES SOBRE O PASSADO produziu um recurso educativo, na forma de um folheto digital que apresenta imagens fotográficas atuais como referência para visualização de fotografias históricas, através de um APP com aplicação tecnológica de realidade aumentada, que na oportunidade da oficina ora relatada fora utilizado como forma de contribuir com as aprendizagens históricas.

A fotografia como experiência histórica: uma imersão em realidade aumentada
Ao proporcionar-nos uma nova linguagem visual, o invento da fotografia originou novas formas de representação dos indivíduos e das sociedades, tornando-se elemento de conhecimento e acesso ao passado. As imagens fotográficas concebidas em outras épocas documentam situações, cenários, estilos de vida, gestos e atores sociais e constituem-se importantes fontes para reconstituição histórica.

Essas imagens apresentam informações de realidades vividas em outros tempos, registros que podem ser rememorados posteriormente. Nessa direção, Mauad aponta que “a imagem fotográfica permite a presentificação do passado, como uma mensagem que se processa através do tempo” [1996, p. 10].

Ainda que apresentem elementos para o conhecimento das sociedades, há de se atentar para metodologias que considerem a compreensão das particularidades da linguagem fotográfica. Segundo Kossoy seus conteúdos jamais deverão ser entendidos como meras ilustrações ao texto, ao contrário:

“As fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tenta sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para a decifração de seus conteúdos e, por conseqüência da realidade que os originou” [KOSSOY, 2001, p. 32].

A partir desses entendimentos a oficina teve sua concepção de forma que teoria e experimentação proporcionassem interatividade e possibilitassem despertar reminiscências, interpretações, questionamentos e sentimentos. Assim, num primeiro momento utilizamos de metodologia expositiva e teórica, abordando sobre como a fotografia se constitui fonte de conhecimento histórico. Para tal, apresentamos em slides os tópicos: Breve histórico da fotografia e A fotografia: suas trajetórias e representações. Na seqüência discorremos sobre o texto já referido de Boris Kossoy, com intuito de contribuir com as aprendizagens sobre os entrelaçamentos da fotografia e da História e fomentar percepções sobre distintas interpretações que as imagens fotográficas podem suscitar.

No seguimento foram distribuídas imagens fotográficas reproduzidas em tamanho 10x15cm, impressas em papel fotográfico fosco, que originalmente fazem parte do acervo da Fototeca Municipal Ricardo Giovannini, e que foram anteriormente disponibilizadas em mídia digital para utilização na já referia pesquisa de mestrado e que compõem o APP desenvolvido durante a mesma. Cada estudante recebeu 2 fotografias para observação, do total de 17 imagens utilizadas no aplicativo. Tais imagens apresentam prédios históricos, ruas, praças, pessoas, evidências da conformação do espaço urbano ao longo dos tempos e que datam a partir do final do século XIX.

Orientados a observarem as imagens, alguns minutos depois, os participantes da oficina teceram suas observações,compartilhando o entendimento da transposição do tempo, através das mudanças pelas quais a cidade e seus habitantes conformam. Seus comentários disseram respeito às mudanças arquitetônicas, detalhes de vestimentas, modelos de carros, lembranças e tentativas de localização geográfica e temporal.

Enfim, a última prática dessa atividade consistiu na apresentação de fotografias da cidade do Rio Grande a partir do folheto digital e do aplicativo. Nessa proposta de interatividade oportunizamos uma experiência com recurso em realidade aumentada, proporcionando o acesso às imagens que compõem o acervo de um museu. Ronald Azuma define a RA como uma experiência imersiva que sobrepõe elementos virtuais ao ambiente real circundante, gerando a ilusão de que esses objetos virtuais existem nesse espaço [2018]. Seu funcionamento se constitui na apresentação de um marcador [imagem que serve como referência para a posição do objeto virtual] no campo visual da câmera. Logo, o sistema, através do aplicativo, detecta e rastreia os marcadores, projetando os objetos virtuais sobre a marca, e este por sua vez pode ser visualizado simultaneamente ao ambiente pelo observador através da tela do dispositivo. Um marcador geralmente é uma imagem geométrica que serve como um código e, também, uma referência para a posição e orientação da câmera [MACEDO; SILVA; BURIOL, 2016].

Para a imersão nessa vivência, o usuário deve instalar o aplicativo em seu celular, que é disponibilizado através de um link ou de um QR code. Assim, ao abrir o aplicativo APP e apontar a câmera para as imagens do folheto [marcadores], que neste caso, utilizamos imagens da atualidade, inicia-se uma varredura para o reconhecimento dos marcadores, que são referenciais para a projeção da informação virtual [as fotografias do acervo da Fototeca]. Como podemos visualizar abaixo, uma página do folheto digital na tela do computador, apresenta uma vista aérea do Mercado Público de Rio Grande, no ano de 2014 e a frente apontando para a mesma, o celular com o APP ativo após rastrear o marcador, adiciona a imagem do mesmo local, porém esta imagem teve seu registro no passado [fig.1]:

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Fonte: arquivo pessoal

Alguns participantes receberam em seus celulares o folheto e baixaram o APP pelo QR code, além disso, para agilizar a experiência e permitir o acesso de todos, o folheto foi disponibilizado para visualização num notebook também. E dessa forma, ainda que motivados pela possibilidade de interação a partir de seus celulares, todos optaram por acessar a experiência pelo computador para que fizéssemos de forma conjunta, enquanto alguns esperavam para completar o download do APP em seus aparelhos. De tal modo, ao observar o folheto oportunizamos a visualização de fotografias elaboradas na atualidade, que funcionam como marcadores para o reconhecimento da câmera do dispositivo. Dessa forma, assim que reconhecidas pelo aplicativo, a projeção de outra fotografia na tela conforma a experiência, na qual é possível a partir de uma imagem do presente, conhecer uma fotografia do passado que teve sua ocorrência no mesmo espaço ou em situação semelhante.

As reações quanto à experiência foram positivas, no sentido de entrosamento, deslumbramento e aprendizagem. Todos reagiram de forma participativa encerrando a atividade com entendimento a respeito dos temas abordados e com a sensação da vivência numa situação inusual, já que, a incorporação de elementos virtuais no mundo real apresenta uma dimensão singular, pois “Os objetos virtuais exibem informações que o usuário não pode detectar diretamente com seus próprios sentidos” [SOUZA et al., 2016, p. 793]. Nessa proposição, o observador, visualiza um objeto de museu, sem a presença física nesse espaço, mas, numa possibilidade de interação a partir de um recurso tecnológico. Desse modo, utilizar esse recurso para as aprendizagens oferece oportunidades de interação dos sujeitos com objetos originados no passado, promovendo a participação e autonomia nesse processo.

Encerrando a atividade discutimos sobre os comentários anteriores referentes às imagens impressas e a respeito da experiência com as imagens fotográficas através do aplicativo, na qual os estudantes fizeram as relações de transposição temporal das fotos analisadas, identificando as suas mudanças e permanências, percebendo a fotografia como uma experiência histórica. Como aponta Mauad:

“Nunca ficamos passivos diante de uma fotografia: ela incita nossa imaginação, nos faz pensar sobre o passado, a partir do dado de materialidade que persiste na imagem. Um indício, um fantasma, talvez uma ilusão que, em certo momento da história, deixou sua marca registrada, numa superfície sensível [...]” [MAUAD, 1996, p. 98].

Detonadoras de informações e sentimentos sobre o passado e constituindo-se potencialidades para a aprendizagem histórica, as fotografias imersas em recursos tecnológicos constituem propostas que aliam conteúdos com a tecnologia e são oportunidades para promover o conhecimento e propagá-lo.

Considerações finais
Ainda que, constituam-se objetos instigantes por natureza, nessa proposição, não só a fotografia, mas também a tecnologia conformam a proposta de uma atividade estimulante. Buscamos proporcionar uma atividade interativa com objetos produzidos em outros tempos, a partir de um instrumento que possibilitasse vivências e experiências com o passado e, portanto, propiciasse a aprendizagem histórica. Ponderando que a visualização dos elementos adicionais, no caso da RA baseada em marcações ocorre no momento que o dispositivo móvel reconhece as marcas estabelecidas, concebemos que uma forma de proporcionar uma experiência histórica, com fotografias, deveria oferecer situações, nas quais fosse possível observar as mudanças temporais e espaciais. Assim, as imagens foram selecionadas de modo que pudessem proporcionar o entendimento da transposição do tempo, através das mudanças pelas quais a cidade e seus habitantes conformam. Ronald Azuma destaca que a combinação de real e virtual deve propiciar uma experiência significativa, de forma que a adição da realidade aumentada possa complementar a própria realidade, conformando um novo tipo de experiência que é mais persuasiva do que a realidade por si própria ou o conteúdo virtual por si mesmo [2015].

Dessa forma, entendendo a fotografia como representação do real, como uma fonte histórica que demanda interpretações e leituras, os alunos puderam interagir, compreendendo as transformações e permanências ocorridas durante o tempo. Conforme Jörn Rüsen, as imagens têm de constituir fonte de uma experiência histórica genuína, devem, pois, “admitir e estimular interpretações, possibilitar comparações, mas sobretudo fazer compreender a singularidade da estranheza e o diferente do passado em comparação com a experiência presente, e apresentar o desafio de uma compreensão interpretativa” [2010, p. 120]. Ao oportunizar o processo de ensino e de aprendizagem da História por meio da fotografia e de recursos tecnológicos, entendemos que é possível ampliar a compreensão e incitar experiências históricas.

Nessa direção, os objetivos de contribuir com as aprendizagens sobre os entrelaçamentos da Fotografia e da História e de proporcionar e dar visibilidade para as experiências visuais, estéticas, afetivas e históricas, integrando as novas tecnologias da informação e comunicação [TIC’s] foram atingidos satisfatoriamente, na medida em que, cada participante interagiu, questionou, rememorou e percebeu as potencialidades de experiências com o passado.

Considerando que, cada vez mais os aparatos tecnológicos estão inseridos no cotidiano e admitem finalidades diversas, constituem estes, possibilidades de desenvolver atividades educativas, integrando-as às novas tecnologias da informação e comunicação. As potencialidades proporcionadas pelos recursos tecnológicos estimulam a imaginação e possibilitam que o conhecimento seja construído dentro de um contexto interativo. Dessa forma, verifica-se uma contribuição para uma maior interação e autonomia no processo de aprendizagem e o incremento da experiência histórica.

Referências
Daiane dos Santos Piassarollo é Graduada em Educação Artística Licenciatura Plena-Habilitação Artes Plásticas, em Artes Visuais - Bacharelado e Mestre em História pela FURG.

BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007.

KOSSOY, Boris. A fotografia como fonte histórica: introdução à pesquisa e interpretação das imagens do passado. São Paulo: Museu da Indústria, Comércio e Tecnologia de São Paulo, 1980.

______. Fotografia& História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.

______. Realidades e ficções na trama fotográfica. 4.ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

MACEDO, Alex de Cassio; SILVA, João Assumpção da; BURIOL, Tiago Martinuzzi. Usando Smartphone e Realidade aumentada para estudar Geometria espacial. Novas Tecnologias na Educação, v. 14 Nº 2, dez. 2016.

MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: fotografia e História – interfaces. Tempo. Rio de Janeiro, vol. 1, p. 73-98 dez, 1996.

______. Como nascem as imagens? Um estudo de história visual. História: Questões & Debates, Editora UFPR, Curitiba, n. 61, p. 105-132, jul./dez, 2014.

MONTEIRO, Charles. A pesquisa em História e Fotografia no Brasil: notas bibliográficas. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p.169-185, dez. 2008.

RÜSEN, Jorn. O livro didático ideal. In: SCHMIDT, M. A; BARCA, I.; MARTINS, E. R. M. (Orgs.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Ed. UFPR, 2010.

SANTAELLA, Lucia. Leitura de Imagem. São Paulo: Melhoramentos, 1ª edição. 2012.

SOUZA et al. A realidade aumentada na apresentação de produtos cartográficos. Bol. Ciênc. Geod., sec. Artigos, Curitiba, v. 22, n 4, p.790 - 806, out - dez, 2016.

28 comentários:

  1. Olá Daiane!

    Primeiramente, parabéns pelo trabalho. Fico feliz em encontrar aqui produções sobre fotografia e história! Ao seu ver, a percepção de entendimento da proposta foi mais evidente em alunos de algum curso em específico?


    Cordialmente,


    Bruno de Oliveira da Silva.

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    1. Olá Bruno! Os estudantes dos cursos de Artes e de História mostraram-se mais participativos. Obrigada pelas observações!

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  2. Boa tarde!
    Gostaria de saber se você percebeu durante a oficina algum tipo de estranhamento dos participantes em utilizar a fotografia como fonte histórica, ou isso é algo que ainda precisa ser bastante difundido?
    Maria Izeth Braga Beltrão

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    1. Olá Izeth! Na proposta oferecida não houve estranhamento, os participantes mostraram-se bem participativos e receptivos tanto quanto às questões teóricas, quanto à prática.

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  3. Olá, Daiane!

    Parabéns pela pesquisa e pela imersão na interface entre a história e a fotografia. No intuito de oferecer estímulo ao estudo de história e torná-lo ainda mais instigante, seria possível aplicar as ferramentas da oficina no ensino básico das escolas públicas?

    Grato,

    Vinícius Henrique Martins Monteiro.

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    1. Olá Vinícius! Eu penso que utilizar recursos tecnológicos no ensino básico das escolas públicas pode proporcionar o desenvolvimento de atividades educativas mais estimulantes. As experiências proporcionadas pelos recursos tecnológicos estimulam a imaginação e possibilitam que o conhecimento seja construído num contexto interativo, contribuindo para uma maior interação e autonomia no processo de aprendizagem da história. Obrigada pelas considerações.

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  4. Olá, Daiane.

    A fotografia é uma experiencia histórica como mostra brilhantemente seu trabalho. Quando apresentarmos em sala de aula uma fotografia histórica, qual o modo certo de descreve-lá?

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  5. Diego Renen Lima de Souza18 de maio de 2020 às 23:22

    Olá, Daiane.

    A fotografia é uma experiencia histórica como mostra brilhantemente seu trabalho. Quando apresentarmos em sala de aula uma fotografia histórica, qual o modo certo de descreve-lá?

    Ass: Diego Renen Lima de Souza

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    1. Olá Diego! A maneira de analisar uma imagem é concebida de formas distintas por vários autores. Alguns aspectos podem ser identificados,como descrição física, composição, conteúdo ou assunto. No entanto, Martine Joly ressalta que uma análise não deve ser feita só por fazer, mas ao serviço de um projeto [1994]. Portanto, a análise deve ser elaborada conforme o projeto desenvolvido e suas especificidades.

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  6. Parabéns por esse tema da fotografia. É uma ferramenta de fundamental importância no Ensino de História. Como diz, Sebastião Salgado, um dos grandes fotógrafos do Brasil, a fotografia é a alma e os olhos para você decifrar o que existiu por trás de cada imagem. É um recurso de primordial importância que deixa os alunos com uma percepção mais aguçada e os fazem ficarem mais atentos na sala de aula, ou até mesmo nas exposições expostas na escola.

    Valéria Cristina da Silva - Graduanda no curso de História - UERN.

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    1. Olá Valéria! Sim, a fotografia constitui possibilidade de investigação e descobertas significativas no processo de ensino e de aprendizagem da História. De modo também estimulante os recursos tecnológicos, podem incitar experiências históricas, ampliando a percepção dos alunos. Obrigada pelas observações.

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  7. Alou Daiane. Parabéns pela proposta utilizando fotografias como fonte. Poderia relatar como os participantes dessa interação reagiram frente às mudanças da paisagem urbana? Como você mencionou o trabalho do prof. Charles Monteiro, que há muito investiga Porto Alegre e suas mudanças e percepções em diferentes suportes (literatura, fotografia), quais as contribuições desse autor para seu trabalho? Grata. Ana Heloisa Molina. UEL

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    1. Olá Ana Heloisa! Os participantes observaram através do APP e das fotografias impressas as mudanças e também as permanências da paisagem urbana da Cidade de Rio Grande, de forma muito participativa, demonstrando as percepções verificadas durante a oficina. As observações diziam respeito, por exemplo: as vestimentas, aos modelos de automóveis, a arquitetura. Dessa forma, contribuimos com a experiência através do olhar para fotografias tanto atuais, quanto históricas. Nesse sentido, muito contribui as percepções do autor Charles Monteiro, com relação a interpretação do mundo por meio do olhar através de imagens. Gratidão pela contribuição.

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  8. Géssica Cristiane Ferreira Pinto19 de maio de 2020 às 20:31

    Olá! Parabéns pelo trabalho Daiane, muito bom usar essa ferramenta (fotografia) para o aprendizado dos alunos. Eu queria saber se o app QR Code precisa de internet para abrir os arquivos? e se os alunos diveram dificuldades para acessar. Por exemplo, se fosse aplicar essa ideia na escola pública nem todos os alunos tem celular ou acesso a internet como fazer nessa situação? Obrigada! E parabéns pela temática desenvolvida

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    1. Olá Géssica! O APP que faz a leitura das imagens não precisa de internet depois de instalado. Durante a oficina foi disponibilizado para os participantes o QR code para instalação do APP e devido a instabilidade da internet e visando agilizar o processo para não estender o tempo da atividade, optamos pela experimentação através do computador e celular, que estavam previamente preparados para a interação. Acredito que esse tipo de atividade pode ser proposta na escola pública, desde que elaborado conforme os recursos disponíveis e suas possibilidades. Se a escola possuir um computador para a observação das imagens que funcionam como marcadores (também existe a opção da utilização de imagens impressas como marcadores) e um celular ou tablet (com o APP instalado) já é possivel projetar experiências com realidade aumentada. Gratidão

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  9. Olá Daiane, muito bacana sua atividade e as relações diversas com a fotografia. Um ponto me chamou atenção em seu texto, ao se deparar com o estado e percepção sobre a fotografia , e com isso, sua natureza enquanto fonte historiográfica. Você poderia explicar um pouco como fez essas relações sobre a fotografia enquanto fonte histórica na exposição?

    Parabéns pelo trabalho.
    Alesy Soares Oliveira

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    1. Olá Alesy! Num primeiro momento da atividade foi apresentado aos participantes um breve histórico da fotografia. Entender a origem da imagem fotográfica é de suma importância para a percepção da sua característica de representação da realidade. A imagem gravada pela ação da luz numa superfície sensível atesta a existência de fatos, pessoas, acontecimentos. E assim, como vestígio de épocas e acontecimentos, que pode fornecer informações sobre o passado, como bem aponta Caio Boshi a fotografia se constitui fonte histórica. Outro autor que ressalto é Boris Kossoy, que fora apresentado aos estudantes através da leitura de um trecho do seu livro Fotografia & História e que permitiu ampliar as percepçoes sobre a fotografia como fonte da História. Gratidão

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  10. Bruno Moreno Soares
    Boa noite! Foi um belo trabalho desenvolvido por vocês. Trabalhar com fotografia é sempre bom. Por demonstrar mudanças ocorridas em anos ou décadas, dependendo do tempo que a foto foi tirada. As fotos utilizadas por vocês foram de acordos com que perfil? mais envolta do publico alvo ou a seus critérios.

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    1. Boa noite Bruno! Justamente para demonstrar as transposições ocorridas ao longo do tempo, a escolha das imagens ocorreu conforme a viabilidade de fotografar nos locais, de forma que possibilitasse essas percepções. Assim, conforme a seleção de fotografias disponibilizadas pela Fototeca, escolhemos as que mais permitiam verificar as mudanças e também permanências ocorridas. Gratidão

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  11. Olá Daiane, excelente pesquisa, parabéns. A fotografia realmente tem um poder imenso com relação ao tempo, ela o paralisa. Hoje, com o advento da tecnologia é muito fácil registrar os momentos, outra coisa que chega com a tecnologia é a facilidade de manipulação de imagens. Como ensinar história para as gerações futuras através de imagens? Tendo em vista que há uma facilidade para manipulá-las. Como comprovar sua veracidade?

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  12. Olá Daiane, parabéns pelo trabalho, muito interessante mesmo. Já trabalhei um pouco com imagens, mas não especificamente com fotografias. Recentemente iniciei uma pesquisa sobre um monumento em minha cidade, hoje parcialmente destruído, cuja memória está sendo perdida, e encontrei algumas fotos antigas espalhadas em diversos suportes em que o tal monumento aparece, sem data ou identificação. Vc acha que mais leitura nesses teóricos da fotografia me ajudaria a traçar uma linha cronológica? Me desculpe a pergunta de cunho pessoal, mas seu trabalho me levou a pensar sobre um aspecto sobre o qual não havia pensado antes.
    Ass:
    Gisele Oliveira Ayres Barbosa

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    1. Olá Gisele! Muito pertinente tua reflexão. Os teóricos aqui mencionados são referências no entendimento da fotografia como fonte histórica. Através desses e de outros autores entendemos que com a ampliação dos campos de pesquisa historiográfica, através do surgimento da Escola dos Annales foi possível adotar noções mais abrangentes de fonte histórica. Assim, ao admitir o status de documento, a fotografia deixa de ser mero instrumento ilustrativo de pesquisa para incorporar sentido na produção de conhecimento. Contudo, Maria Eliza Linhares Borges aponta para a necessidade de metodologias adequadas e o cruzamento com outros tipos de documentos. Acredito que tais autores muito podem contribuir com esses entendimentos, no entanto, para traçar uma linha cronológica, penso que outras fontes como documentos escritos e fontes orais aliadas às imagens fotográficas podem resultar bons frutos.

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  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. Boa noite! Adorei sua abordagem a respeito da importância da fotografia dentro da história, isso me lembra o livro "1984" de George Orwell, o personagem principal critica como as fotografias e as notícias são modificados pelo representante da época, retirando as evidências que algo ocorreu. Com base nas suas pesquisas, acredita que se não houvesse fotografia não haveria história?

    Yasmim Careta Santos.

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    1. Boa noite Yasmim! De forma resumida, podemos dizer que a História é fruto da interpretações de documentos, que são os materiais que fornecem os vestígios sobre os quais historiadores compõem seus discursos históricos. Nesse sentido, tudo que fornece informaçoes sobre o passado e que aos olhos dos historiadores carreguem vestígios de épocas e acontecimentos constituem fonte histórica. Sendo assim, ainda que a fotografia carregue muitas evidências, a História pode ser narrada a partir de tantos outros documentos como cartas, músicas, obras de arte, fósseis, testemunhas. E ainda, o cruzamento de várias fontes permite ampliar as compreensões dos fatos passados.

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  15. Boa noite! Primeiramente, parabéns pela oficina ministrada e consequentemente o texto que divides conosco sobre o "entrelaçamento" entre história e fotografia, e a perspectiva da fotografia como fonte histórica. Sabemos que a fotografia nos revela um tempo (passado), uma imagem capturada que nos fornece indícios de um determinado cenário, mas, é importante que saibamos em quais condições históricas esta fotografia foi produzida (época, fotografo, ângulo, os elementos capturados e etc.), para compreendermos sua lógica de produção e circulação. Mas, algumas não nos fornecem estes indícios, como então discuti-la ?


    Abraços.
    Érica de Oliveira Santos.

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    1. Boa noite Érica! Muito pertinente tua contribuição. A fotografia é um instigante documento, que possibilita muitas interpretações. Alguns autores indicam o cruzamento de fontes para a produção de conhecimento. Portanto, outros indícios, como os testemunhos podem contribuir nessa discussão.

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