Daiane Arend Flores de Oliveira


POSSIBILIDADES DE USO DO PREZI COMO RECURSO NAS AULAS DE HISTÓRIA




O uso de tecnologias e mídias em sala de aula vem ocorrendo em exponencial crescente, de forma que a educação escolar não pode mais ser pensada sem suas aplicabilidades. As possibilidades de exploração e metodologias diversificadas são muitas, variando conforme as propostas pedagógicas e objetivos que se pretende alcançar; tanto a variedade das mídias quanto das tecnologias são empregadas conforme os interesses pedagógicos vigentes, em prol do desenvolvimento pleno dos alunos.

Muitas vezes confundimos as terminologias ‘mídia’ e ‘tecnologia’, mas a diferenciação é simples: mídia é um termo empregado para designar os meios de suporte de difusão e veiculação da informação (tais como televisão, rádio, jornal) para originar informações por instrumentos, como máquina fotográfica e filmadora; também é entendido por ‘mídia’ as maneiras pelas quais as informações são transmitidas (sendo exemplos mídia impressa, mídia digital, mídia eletrônica), atrelados ao aparato físico ou tecnológico utilizado no registro de informações (videocassete, DVD, CD-ROM). O termo ‘tecnologia’, por sua vez, é empregado para referenciar os mais diversos equipamentos e ferramentas. Logo, entende-se que a mídia é o meio de comunicação fazendo uso da tecnologia para complementar seu processo de propagação.

Uma ferramenta interativa tecnológica que traz grandes contribuições e pode enriquecer de modo significativo as aulas de História denomina-se ‘prezi’, que se revela um recurso utilizado com a informática, como criador de apresentações dinâmicas e criativas. Neste estudo, são apresentadas possibilidades do mesmo, bem como de seus usos na comunicação. Em si toda a interação mediada por computador e ferramentas de web auxilia o derretimento dos preceitos da modernidade. A interatividade proveniente dessa área de conhecimento e ensino pode ajudar a alienar ainda mais ou a recuperar o senso de comunidade através da construção do próprio conhecimento através da facilidade de reação advinda da ação do pensamento, ou seja, a ferramenta ‘prezi’ tem o potencial de religar ou afastar os extremos tênues do conhecimento e da vida em sociedade. Assim, as redes sociais vêm incorporando as comunidades de aprendizagem e as comunidades de uma forma social também. Toda forma de interação derivada de um pensamento conjunto tende a um resultado mais abrangente dos respectivos assuntos abordados. Logo, o prezi tendo contato e sendo usado para fins acadêmicos, cria redes de interação em determinados grupos de pessoas, além de relativizar e sistematizar o conteúdo abordado, deixando margem para a dicotomia homem-máquina e não apenas o uso de metodologias por uma ou outra parte apenas.

As funções de interatividade do prezi estão ligadas as alterações que se pode fazer através das modificações e construções em apresentações predefinidas por um sujeito. Assim, ele também é um objeto de aprendizagem e como tal, proporciona a exploração e interação de uma forma dinâmica, instigante e inovadora, ofertando aos alunos o aprimoramento de suas habilidades e esquematização de saberes.

Um sujeito representa o grupo, este por sua vez interage com o objeto de construção de conhecimento interagindo diretamente nas modificações, ideias e no resultado final do processo coletivo baseado nas tecnologias educativas. Embora, deve-se ter em mente que:

“Contudo as tecnologias educativas não são nem auxiliares técnicos nem a pedra filosofal do processo ensino-aprendizagem. Essas tecnologias são elementos organizadores da ação formadora e das práticas de aprendizagem. Portanto, o estudo das práticas de ensino midiatizado deve apoiar-se na construção de um modelo global dos processos de ensino, integrando essas tecnologias no centro da dinâmica de ação” (Alava, 2002, p. 56).

Alguns parâmetros transformam o prezi em uma ferramenta de assuntos universais, potencializando sua utilização em âmbito acadêmico, pois com possibilidades numerosas de combinações para designar propósitos específicos em suas criações, ele torna-se instigante e pretensioso para alguns fins por ele possibilitados, é também um ambiente muito rico que possibilita a interação, e assim como os softwares educativos, pode-se dizer que é tem: "a finalidade de levar o aluno a construir determinado conhecimento relativo a um conteúdo didático" (Oliveira, 2001, p.73). Logo, o saber pode e deve ser formado através de ações diversificadas, lúdicas, interessantes e que respeitem os interesses e necessidades dos alunos.

O professor Michael Young (2007) citando John White postula que a escola é uma instituição com o intuito de proporcionar a obtenção do conhecimento, sendo que o autor afirma que esta função social vem sendo descuidada pelos poderes que tomam decisões políticas e também por pesquisadores da sociologia da educação, que por sua vez colocam a escola muito além de espaço de produção e propagação de saberes de modo sistematizado.

Atualmente, entende-se que para o desenvolvimento integral do aluno faz-se necessário criar um ambiente desafiador e aberto a questionamentos, que instigue a curiosidade, mobilize seus conhecimentos, mostre suas lacunas e os estimule a eliminá-las, possibilitando a reflexão e compreensão para julgamento crítico e articulado próprio de um cidadão capaz de avaliar, sendo consciente, autônomo e transformador. É importante criar espaço para que os alunos possam ter autonomia para desenvolver suas aprendizagens, colaborando entre si, com respeito mútuo, com liberdade e com responsabilidade, promovendo a troca de experiências entre eles.

O uso do prezi na construção de saberes

O uso das mídias sociais e internet expandem as capacidades de comunicação e a transmissão do conhecimento, de modo que Alves (2013) corrobora ao afirmar que: “as experiências mediadas por tecnologias que utilizam a realidade virtual abrem novas janelas nos processos de criação”. Desta maneira, entendemos que a tecnologia como um todo e suas respectivas mídias e redes possibilitam novas reflexões, experiências e possibilidades expressivas, sendo que a experiência terá impacto na vida de cada usuário conforme suas vivências e subjetividades.

Os sujeitos envolvidos na construção de informações e conhecimento através da ferramenta têm como aliada a rede em sua totalidade, isso os deixa com um grande potencial de informações. A ferramenta proporciona sistematizar dialeticamente esse fluxo de informações, além de exigir atenção, raciocínio, memória e criatividade dos envolvidos, pois inicialmente o prezi tem uma complexidade em seus atributos devido à grande quantidade de recursos disponíveis; sob tal perspectiva, Alava (2002) afirma uqe o uso de recursos aliados a dispositivos midiatizados tornam-se fortes reorganizadores dos fazeres pedagógicos e das escolhas didáticas.

Devido a fatores exteriores ligados a incansável busca por parâmetros de medição e evolução do conhecimento, a internet passou a exercer e proporcionar uma interação crescente no modo de construir o conhecimento através de uma metodologia renovada. Contudo se essa interação não for dosada e tornar-se única na forma de representar as intenções de conhecimento, os sujeitos podem estar relegados ao que Bauman (2001) define como ‘confinamento do próprio eu’.

Em si toda a interação mediada por computador e ferramentas de web auxilia o derretimento dos preceitos da modernidade. A interatividade proveniente dessa área de conhecimento e ensino pode ajudar a alienar ainda mais ou a recuperar o senso de comunidade através da construção do próprio conhecimento através da facilidade de reação advinda da ação do pensamento, ou seja, a ferramenta em questão em nosso texto tem o potencial de religar ou afastar os extremos tênues do conhecimento e da vida em sociedade. Castells (2003) destaca o: “deslocamento da comunidade para a rede como forma central de organizar a interação” (p. 106). Assim, as redes sociais vêm incorporando as comunidades de aprendizagem e as comunidades de uma forma social também.

Em nossa conjuntura com intenso uso de mídias, é importante que os alunos percebam o quão positiva pode ser a colaboração e uso adequado de materiais produzidos por outros, pois, como postula Sérgio Silveira (2006, p. 05) “no mundo das redes, a liberdade ao invés de aumentar simplesmente a competição, está consolidando a colaboração e a solidariedade”, percebe-se que a cibercultura está fortemente empregada em nossas realidades e deve ser empregada com uso benéfico e adequado a todos, favorecendo a criação e autoria a partir de tecnologias digitais. Sobre este aspecto, podemos relacionar a ação discente, pois utilizando recursos e instrumentos que dominam, os educandos tornam-se protagonistas de seus aprendizados, de forma que possam a sentirem-se como parte e autores reais daquilo que interagem, socializam e se apropriam

Quanto ao profissional da escola mais próximo ao aluno, o professor, entende-se que este possui a capacidade de transformar, estimular sujeitos, sendo que a identidade pessoal e profissional orientarão a prática docente. Entende-se que ministrar aulas requer primeiramente o domínio de conteúdo, envolvendo o conhecimento científico organizado em planejamentos, cujas metodologias de ensino utilizadas devem ir ao encontro com o plano de ensino e trazer novas experiências aos alunos; logo, entende-se que o professor deve atuar como mediador, constatando os interesses e necessidades dos educandos, a fim de saná-las, possibilitando  que os alunos sejam os protagonistas de suas aprendizagens, uma vez que os projetos devem partir de temas de interesse ou aspectos de necessidades dos próprios alunos

Toda forma de interação derivada de um pensamento conjunto tende a um resultado mais abrangente dos respectivos assuntos abordados. Logo, o prezi tendo contato e sendo usado para fins acadêmicos, cria redes de interação em determinados grupos de pessoas, além de relativizar e sistematizar o conteúdo abordado. Deixando margem para a dicotomia Homem-máquina e não apenas o uso de metodologias por uma ou outra parte apenas.

Considerações finais

O prezi compreende bem o entendimento de interação aliando tecnologia e aprendizado e conforme Sancho (1999) evidencia que: “o aprender com a tecnologia, parte do pressuposto que o aluno é um sujeito ativo, e que para que exista aprendizagem é necessário o pensar e a reflexão do aluno sobre o próprio processo”. Assim,  complexidade de inúmeras possibilidades de interação relacionadas pelo uso da mediação computadorizada com a curiosidade do aluno formulam uma equação que sistematicamente trás resultados surpreendentes e aguardados, verificando-se que o ‘prezi’ atrai a atenção e propagação do conhecimento na relação um para um, um para todos ou todos para todos.

Postula-se que a centralidade do construção e da aplicação do currículo precisa ser sempre o aluno, ou seja, é muito importante que professores, equipe diretiva, merendeiras, serviços gerais compreendam que o tempo que o educando passa na escola é uma oportunidade dela desenvolver sua cultura e também apropriar-se do patrimônio cultural e científico já produzido pela sociedade. É importante priorizar e permitir as experiências, possibilitando que os educandos vivenciem momentos prazerosos, para que através da ludicidade, construam-se seu entendimento de mundo e ampliem saberes nas diversas áreas do conhecimento. 

O planejamento das ações, verificação da disponibilidade de recursos, constatação de interesses e necessidades dos alunos são essenciais na construção do processo ensino-aprendizado, pois  fundamentam os embasamentos, orientam caminhos e objetivos, possibilitam a análise dos méritos alcançados e etapas com necessidades de alterações; tais procedimentos esmiúçam o que se pretende alcançar, como e por quais razões. Regina Haidt (2004) traz a importância do planejamento pedagógico em suas diversas funções, entre elas supor as dificuldades que podem ocorrer, evitar a repetição mecânica e rotineira das aulas, adaptar a prática às mídias disponíveis e as especificidades discentes dos alunos, ajustar os conteúdos, estratégias pedagógicas e as avaliações aos objetivos. Deste modo, o planejamento seria expresso em um produto, sobre o qual entende-se o “plano”, sendo este o resultado/ registro do processo mental de planejamento.

Pode-se afirmar que longo do tempo, ocorreram muitas mudanças na forma como escola, alunos, professores são vistos e entendidos; a sociedade transforou-se e as propostas político-escolares acompanham estas mudanças. Assim, Young (2007) percebe que o cotidiano escolar acaba sendo um reflexo da forma como cada sujeito que por ele passa carregando sua bagagem, deixa suas marcas e coopera para sua construção. É necessário um olhar individual e ininterrupto sobre cada um dos alunos, verificando também as relações instituídas, bem como análise do ensino.

Acredita-se que a proposta pedagógica desenvolvida nas escolas deve acolher os interesses, as curiosidades dos educandos ao mesmo tempo que proporciona um ambiente seguro, acolhedor e desafiador para que os alunos desenvolvam-se nos mais diferentes aspectos (afetivo, cognitivo, motor e social), pensando-os de forma integral, ou seja, não particionando os conhecimentos de acordo com o tempo disponível. Essa visão também contempla a maneira como os alunos constroem a sua identidade, ou seja, a ação deles sobre o mundo modifica-os e transforma aqueles com quem convivem, tornando-os coadjuvantes na formação de sociedades futuras.

Referências:
Daiane Arend Flores de Oliveira - Mestre em Processos e Manifestações Culturais e licenciada em História pela Universidade Feevale. Professora da Rede Pública Municipal de Taquara/ RS e Rede Estadual do Rio Grande do Sul.

ALVES, Lynn. Games: novo lócus de aprendizagem. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/portal/riomidia/rm_materia_conteudo.asp? idioma=1&idMenu=5&label= Artigos&v_nome_area=Artigos&v_id_conteudo=65515>. Acesso em: 10 fev. 2020.

ALAVA, Séraphin (Org.).CIBERESPAÇO e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais?. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2002.

BAUMAN, Zygmunt; Modernidade Líquida; tradução, Plínio Dentzein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. 258p.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. A ERA DA INFORMAÇAO: ECONOMIA, SOCIEDADE E CULTURA V.1. São Paulo. Editora Paz e Terra. 2003

HAYDT, Regina Célia C. Curso de Didática Geral. Editora Ática. SP.2003.

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<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1202-1.pdf> Acesso em: 10 fev. 2020.

YOUNG, Michel. Para que servem as escolas? Educ. Soc. Campinas, vol. 28, n. 101, p. 1287-1302, set./dez: 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf> Acesso em: 03 jan. 2020.

3 comentários:

  1. Bom Dia, Daiane Arend.

    O Prezi é realmente uma ferramenta fantástica no qual poucos tem o conhecimento, traz recursos maravilhosos que possibilitam a interação do assunto, não somente, mas traz um envolvimento maior do aluno para o conteúdo, rompendo a barreira do tradicionalismo, é um recurso muito eficiente, eu mesmo utilizo em minhas aulas e alcanço resultados bem positivos. Mas podemos notar uma deficiência evidente dentro da graduação, onde somos ensinado a montra slides cheios de regras, limitando o desenvolvimento de tais conhecimentos dos meios de informação, em virtude disso quais seriam as medidas a serem tomada pelas universidades, principalmente nos cursos de licenciaturas? Sabemos das disciplinas que tendem a trazer tais assuntos como por exemplo a Didática, não seria mais proveitoso se pudêssemos esta em frequente pratica de tais recursos?. Parabéns pela pesquisa, devemos dar mais atenção a implementação de tais recursos em sala de aula, tendo em vista o grande aproveitamento que proporciona ao rendimento do aluno.

    Ass: Lucas Gabriel Araújo

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    1. Olá Lucas! Obrigada pelas considerações! Compartilho do teu pensamento sobre certas incoerências que percebemos agora como professores em relação a aspectos que vivenciamos enquanto alunos. Penso que o diálogo entre teoria e prática escolar deve ser constante, assim como o aperfeiçoamento profissional, que atualmente requer o aprimoramento tecnológico. Particularmente, acredito que muitos docentes do Ensino Superior não dominam ferramentas e recursos tecnológicos (o avanço e dinamicidade destes não é alcançada plenamente pelos professores, que precisam dar conta de tantas outras demandas, sem contar que a tecnologia se aprimora em rápida velocidade, tornando conhecimentos obsoletos em um curto espaço de tempo). Penso que seria extremamente proveitoso se nos cursos de licenciaturas, houvessem ao menos duas disciplinas específicas abordando ferramentas e recursos educativos, de forma que tais conhecimentos fossem realmente articulados com os demais componentes ao longo de toda a graduação, de forma que os conhecimentos assimilados por docentes em formação fossem postos em prática constantemente, respaldando interações dinâmicas e inovadoras. Att.: Daiane Arend Flores de Oliveira

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