Carlos Alexandre Souza Prado


O CONHECIMENTO ESTÁ A UM CLICK: O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA




Vivemos hoje no século da informatização, onde estamos cercados pelas tecnologias e a internet é sem dúvida uma das maiores invenções dessa era digital. A internet proporcionou um “encolhimento” do mundo, podemos nos comunicar com pessoas a quilômetros de distância, até mesmo em outros países, ter informações em tempo real, o que antes levariam dias ou até semanas. Informações chegam de todo lugar, a todo o tempo é a chamada globalização da informação e isso gera um impacto dentro da sociedade e consequentemente dentro das escolas. As crianças do século XXI são bombardeadas por informações a todo o momento, pela TV, videogames, internet. E chegam as escolas com essa sobrecarga de informação, não é mais como antigamente quando as crianças iam com a cabeça “vazia” e na escola recebiam as informações e ali começavam seu processo de construir o conhecimento. A sociedade mudou, o mundo mudou, e cabe à escola acompanhar essas mudanças, sendo assim a escola tem o papel de preparar os jovens para se inserirem dentro desse mundo tecnológico, compreender esse mundo e principalmente a sociedade dentro dele.

O uso das tecnologias digitais dentro do sistema educacional traz consigo mudanças dentro do processo de ensino-aprendizagem e na relação aluno-professor. Sabemos que o computador somado com a internet é um dispositivo de acesso a informações ilimitadas, assim Pierre Lévy (1999) aborda sobre a relevância do uso do computador:

“Um computador conectado ao ciberespaço pode recorrer as capacidades de memória e de cálculo de outros computadores da rede (que, por sua vez, fazem o mesmo), e também a diversos aparelhos distantes de leitura e exibição de informações. Todas as funções da informática são distribuíveis e, cada vez mais, distribuídas. O computador não é mais um centro, e sim um nó, um terminal. (...) No limite, há apenas um único computador, mas é impossível traçar seus limites, definir seu contorno. É um computador cujo centro está em toda parte e a circunferência em lugar algum, um computador hipertextual, disperso, vivo, fervilhante, inacabado: o ciberespaço em si.” [LÉVY, 1999, p. 44]

Percebemos a relevância que o computador tem dentro do processo do conhecimento, mas não é apenas o computador em si que vai fazer a diferença, o jovem precisa fazer uma seleção das informações, retirando aquilo que é importante para seu conhecimento, deixando as informações “não importantes” de lado. Mas um jovem sozinho não tem experiência para fazer essa seleção, ai que entra o papel do professor que vai orientar esse aluno, ensinando ele a como selecionar essas informações, a “navegar” na internet, saber onde buscar e como utilizar essas informações em seu processo de conhecimento:

“[...] o aluno que aprende a pesquisar, aprende a habilidade mais básica para sua permanente renovação profissional, sem falar naquela de estudar melhor e aprender de maneira reconstrutiva; não vem à instituição para escutar aula, tomar nota, fazer prova, mas para reconstruir conhecimento sistematicamente; este tipo de aluno tem peso no futuro do país e é a fonte principal para a instituição de novas vocações docentes.” [DEMO, 2004, p. 116]

Assim o uso das tecnologias da informação e comunicação, podem proporcionar melhorias dentro do sistema educacional, existem inúmeros softwares educacionais, jogos educativos, que podem ser usados nas aulas como ferramentas pedagógicas para estimular o aluno e seu interesse no conteúdo. Existem milhares de sites e blogs com conteúdos educacionais espalhados na internet, onde o aluno consegue ter acesso com apenas um click. Mas seria ingenuidade nossa pensar que apenas o uso do computador dentro das escolas seria o suficiente para resolver o problema da educação existente no Brasil, tem que haver uma mudança estrutural dentro do sistema educacional, mudar as formas de se pensar a educação e todo o processo de ensino-aprendizagem que temos hoje, assim a inserção das tecnologias digitais dentro das escolas não são uma tarefa simples, precisa haver uma preparação e estrutura para se aproveitar o máximo que essas novas tecnologias têm a nos oferecer.  E essa tarefa não cabe somente aos professores, mas é necessária toda uma colaboração e troca de saberes entre professores, gestores, diretores e alunos:

“Para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na escola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade.” [IMBERNÓN, 2010, p. 36].

O uso das tecnologias digitais proporciona uma mudança significativa dentro da sala de aula, onde aluno e professor passam a interagir de uma nova forma, intermediados pela tecnologia, pois “a sala de aula não é apenas um espaço onde transmite informações, mas onde uma relação de interlocutores constrói sentidos.” [Bittencourt, 2012, p. 57]. A inserção das tecnologias digitais dentro da escola não fica restrita apenas no uso do computador ou de programas educativos, existem outros aparelhos que vieram junto com esse avanço tecnológico, e que podem ser usadas em favor da educação, como na utilização de data show para passar um slide, de uma caixa de som para ouvir uma música, ou até passando um trabalho pra casa indicando sites e artigos onde os alunos possam conseguir as informações, contribuindo diariamente para o processo de ensino-aprendizagem. As tecnologias digitais sendo utilizadas com os objetivos pedagógicos podem ser um grande auxiliador no processo do conhecimento, mas é preciso uma boa relação entre o professor e aluno:

“A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursos tecnológicos na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.” [MORAN apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04].

Um aluno consegue fazer toda uma pesquisa sem sair de sua casa, na internet encontramos livros digitalizados, artigos, acervo de jornais, imagens, enfim uma gama de documentação que antes precisaríamos ir a inúmeros lugares físicos para conseguir, e às vezes nem assim se conseguia. O aluno não fica mais “preso” apenas no livro didático, ou naquilo que o professor ensina em sala, ele próprio agora tem esse “poder” de ir além e conseguir informações que antes eram inacessíveis, não que o livro didático e o professor perderam sua importância, pelo contrário ainda são essenciais dentro desse processo, mas agora contam com a ajuda da internet. Essa que por sua vez nos proporciona um oceano de informações e cabe ao professor assim como uma bússola, guiar os alunos rumo ao mundo do conhecimento.

As tecnologias digitais tomaram conta das nossas vidas, estamos rodeados, até mesmo sufocados por tanta tecnologia, cada dia surgem novos aparelhos com o intuito de facilitar e agilizar até as nossas mínimas práticas cotidianas, vivemos uma vida digital, em um mundo digital. Porém hoje a escola funciona como uma “barreira” quando os alunos passam pelo portão todo esse mundo tecnológico, onde eles estão crescendo fica para trás. É como se os alunos estivessem entrando em uma máquina do tempo, voltando para um tempo que eles não conhecem, para um sistema de ensino que não desperta seu interesse e que não faz parte de sua realidade. O fruto disso é o distanciamento do ensino do contexto de crianças e jovens, que por consequência acabam enxergando a escola como algo desinteressante. O aluno do século XXI precisa ser estimulado, desafiado e as tecnologias podem e devem contribuir muito nesse sentido, faz parte da função primordial da escola formar cidadãos que compreendam e interfiram na sociedade em que vivem, porém como fazer o aluno compreender esse novo mundo, utilizando um sistema educacional que não o prepara para tal?

Não estamos falando aqui de distribuir mais computadores, tablets, acesso livre a internet com banda larga, liberar o uso ilimitado dos celulares em sala, enfim de lançar essas tecnologias na escola por si só e achar que o problema será resolvido. As tecnologias precisam ser inseridas do ponto de vista pedagógico, com objetivos e metas que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem. Trazer essa realidade digital para dentro das escolas é um passo fundamental nesse processo de atrair o interesse dos jovens para o ensino na sala de aula, é utilizar as tecnologias que eles tanto usam e conhecem, para fazer com que eles aprendam os conteúdos que eles ainda não conhecem. As tecnologias digitais fazem parte das nossas vidas e se a escola continuar nesse caminho cada vez mais distante dessa realidade, as consequências serão negativas, pois quanto mais tempo passa, mais os jovens perdem o interesse e a vontade de ir para a escola.

O uso das Tecnologias Digitais no ensino de História
A disciplina de História é uma das que mais tem a ganhar com a inserção das tecnologias. O ensino de História ainda continua predominantemente com um caráter factual, narrativo e positivista, e isso tem desestimulado tanto alunos, quanto professores. [Ferreira, 1999]. Aquele velho modelo tradicional e positivista de se ensinar apenas os grandes feitos e heróis fizeram a disciplina de História se tornar algo repetitivo e de certo modo algo “chato” para os alunos, mas parece que alguns professores ainda não perceberam, ou se perceberam não fazem nada para reverter isso.

Mas claro que mudanças têm sido feitas dentro da disciplina para tentar reverter esse modelo tradicional de ensino, alguns livros didáticos recentes já trazem os conteúdos de outras formas, com uma linguagem mais simples, textos resumidos e objetivos, o que acaba instigando mais os alunos, e trazem até sugestões de livros, filmes e sites onde o aluno possa pesquisar. O professor de História também tem tido mudanças em seus métodos de ensino, mas essas mudanças ainda são poucas comparadas com o real potencial dessa disciplina para os alunos:

“Mudanças foram sentidas e devemos nos congratular com todos os que, individual ou coletivamente, contribuíram e têm contribuído para a melhoria do ensino de História em todos os níveis. No entanto, no que se refere à prática cotidiana do professor de 1º e 2º graus, isto é, àquela instância denominada sala de aula, de um modo geral as mudanças ainda não são satisfatórias.” [BITTENCOURT, 2012, p. 55].

E assim como em todas as outras disciplinas, o uso das tecnologias digitais nas aulas de História é fundamental para auxiliar essas mudanças que a disciplina necessita. O aluno já chega à escola com o pensamento de que História é apenas contar o passado, algo distante do cotidiano deles e isso somado com uma aula no velho modelo tradicional, provocam de vez o desinteresse do aluno. Sendo assim a disciplina de História corre um sério risco de se tornar algo obsoleto o “ensino de História tem que avançar e se modernizar, acompanhando a tendência da sociedade, que vem sofrendo um ritmo lancinante de modificações, senão estará fadado a transmitir ideias e conhecimentos ultrapassados” [Ferreira, 1999, p. 146]. Também é verdade que muitas escolas públicas brasileiras ainda não possuem todo esse material didático e tecnológico, os programas do Governo ainda estão longe de atingir todas as escolas, assim essas se veem com um ensino ultrapassado, mas acabam dando permanência nesse ensino por falta de estrutura e investimento do Governo.

O professor precisa estar preparado para saber lidar com essas tecnologias e como as utilizarem para ajudar no processo de aprendizagem, pois senão corre o risco de em vez de aliada, fazê-la se tornar uma inimiga no ensino da disciplina. Podemos dizer que as tecnologias são como uma espada de dois gumes, com a mesma intensidade com que elas ajudam no processo do conhecimento, elas também pode prejudicar esse processo. Existem muitas informações na internet e muitas delas não são verdadeiras, se o aluno não souber como e onde pesquisar corre o risco de adquirir informações equivocadas é ai que entra o professor como um orientador. Sabendo-se como utilizar, as contribuições das tecnologias digitais para a educação são inúmeras:

“As TIC trazem o mundo para o ambiente educativo, de forma interativa. Os alunos e os professores são agentes a interagir com estes recursos, despertando o interesse e a vontade de aprender sempre, funcionando como um agente motivador. Não há limite(s) para o que pode ser feito na área educativa e da história.” [FERREIRA, 1999, p. 148].

Segundo Marc Bloch [2001], a história tem por objeto o homem e por isso ela é a ciência que estuda os homens no tempo. Estudar história atualmente não é mais apenas “decorar” nomes e datas, ou só aquilo que se diz “importante”, é analisar toda a conjuntura, a sociedade, o cotidiano, a economia, a política, os costumes, enfim entender como aqueles fatos ocorreram e as mudanças que eles trouxeram. O que os novos historiadores chamam de a história vista de baixo, ou a história dos vencidos. Já que teve mudanças na maneira de como estudar a história, consequentemente teríamos mudanças na maneira de ensiná-la nas escolas. O ensino da disciplina deveria por objetivo, despertar no aluno seu censo crítico sobre a sociedade em que vive, e fazê-lo se sentir um sujeito histórico, pertencente e, portanto, atuante dentro da sociedade e do meio em que vive. Fazer o aluno compreender sua realidade é o primeiro passo para fazê-lo compreender o passado. Já que o presente nada mais é que filho do passado.

Nesse contexto, a sociedade do século XXI é a sociedade da tecnologia e informação e um dos desafios do ensino de história hoje, seja talvez despertar nesse aluno “digital” um interesse pelo estudo histórico:

“Constitui-se hoje, para os educadores do ensino fundamental e médio, um desafio muito grande ensinar alunos que têm contato cada vez maior com os meios de comunicação e sofrem a influência da televisão, rádio, jornal, vídeo-games, fax, computador, redes de informações e etc. Como produzir uma boa aula? Como sair do tradicional giz e “cuspe”? Como romper com as imposições de um ensino que parou no tempo?” [FERREIRA, 1999, p.144]

As contribuições que as tecnologias, e em especial a internet tem para o ensino de História são inúmeras. O professor já no Ensino Fundamental pode trabalhar com fontes e documentos que antes eram inacessíveis. Por exemplo, hoje alunos do Ensino Fundamental tem acesso às tragédias gregas que estão digitalizadas e disponíveis na internet, antes o acesso a essas tragédias eram difíceis até mesmo para estudantes da Graduação. Esse acesso rápido a esses documentos contribuem e muito para tornar as aulas de História mais dinâmicas, ricas e atrativas para o aluno. Segundo Ferreira [1999, p. 146] “é necessário, portanto, que os professores de história passem a compreender que os processos de inovação, derivados do emprego dos recursos tecnológicos, servirão para oxigenar a prática docente.” Elaborar aulas dentro dos laboratórios de informática é outra maneira bastante didática de estimular os alunos e de utilizar esse espaço que em muitas escolas ficam apenas como enfeite, o computador no ensino de História deve ser utilizado para:
“- desenvolver habilidades como criatividade, coordenação motora, percepção visual e auditiva;
- motivar a pesquisa;
- pôr os alunos em contato com a realidade através do programa (software) escolhido;
- organizar as informações;
- classificar dados;
- traçar croquis, esboços e desenhos (fazer mapas, plantas da realidade estudada e outros);
- organizar a vida escolar;
- produzir trabalhos escolares, através de softwares de planilhas, banco de dados e processadores de texto;
- elaborar gráficos estatísticos;
- fazer apresentações mais dinâmicas.” [FERREIRA, 1999, p. 35].

Mas apenas introduzir o computador não significa melhorias na qualidade do ensino, o professor precisa ter o domínio dos conteúdos e das metodologias que pretende aplicar, desenvolvendo assim o conhecimento histórico. Fica assim então posto de que as tecnologias (computador, internet, etc.) são de grande auxilio para o estudo da História e, principalmente, na questão de estimular os alunos. Existem jogos com conteúdos históricos que podem ser utilizados pelos professores como, por exemplo: God of War (que retrata sobre a mitologia grega), Call of Dute (que retrata o período da segunda guerra mundial) e Age os Empires (que trazem os períodos da idade antiga, média e moderna), entre outros que podem ajudar nesse processo de aprendizagem histórica. Claro também que os livros didáticos e o professor não ficaram ultrapassados, devem sim passar por esse processo de modernização que a sociedade vive, mas seus papeis dentro da estrutura escolar e do processo de ensino continuam com a mesma importância.

Trazer algo novo sempre é uma tarefa difícil, principalmente quando mexe com toda a estrutura de ensino. Mas no mundo de hoje com todas as tecnologias que nos cercam fica meio que impossível à escola querer perpetuar aquela velha prática de ensino deixando o avanço tecnológico da sociedade do lado de fora dos muros, já que os alunos vivem praticamente dominados por essas tecnologias quando estão fora da escola. Sendo assim e como já foi mencionando ao longo da pesquisa as tecnologias utilizadas com objetivos pedagógicos pode ser uma ferramenta didática incrível, em especial para o ensino de História, esta que deve ficar atenta para as mudanças que vem da nossa realidade e, assim, possibilitar o aluno a conseguir compreender, interpretar, criticar, qualificando-o nesse processo para tornar-se um cidadão ativo, consciente e preparado para as relações trabalhistas que essa realidade impõe. [Ferreira, 1999]

Referências
Carlos Prado é graduado em Licenciatura em História pela UNEB [Universidade do Estado da Bahia].

BITTENCOURT, Circe (org.). O Saber Histórico na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2012.

BLOCH, Marc. “A história, os homens e o tempo”. In: Apologia da História ou O ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001, pp. 51-68.

DEMO, Pedro. “Iniciação científica: razões formativas.” In: MORAES, Roque de; LIMA, Valderez M. do R. (Org.). Pesquisa em sala de aula: tendências para a educação em novos tempos. 2 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p. 103-126.

FERREIRA, Carlos Augusto Lima. Ensino de história e a incorporação das novas tecnologias da informação e comunicação: uma reflexão. Revista da História Regional. v.4, n.2, 1999. Disponível em:

IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MORAN apud MAINART, D. A.; SANTOS, C. M. A importância da tecnologia no processo ensino – aprendizagem, 2010. Disponível em: http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_1201.pdf



18 comentários:

  1. É mais que evidente, conforme destacado no texto que a incorporação da tecnologia não resolverá as problemáticas do ensino de História, entretanto, ignorar esse recurso também se mostra equivocado diante das mudanças do século XXI. Em minha prática, sempre considerei incluir games nas aulas, porém, sempre tive receio de fugir da "prática historiográfica escolar". Diante da sua pesquisa, identificou alguma prática pertinente para a inclusão de games nas aulas de História?
    - Paulo Roberto Martins da Silva.

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    1. Inicialmente gostaria de agradecer pela pergunta, de fato as vezes ficamos com receio de trazer uma nova metodologia, ainda mais quando falamos das Tecnologias Digitais, nós professores de História sofremos ainda mais, pois muitos ainda pensam que a disciplina é apenas decorar nomes e datas e, portanto,apenas aulas expositivas já basta. Precisamos mudar isso, sabemos do potencial que um aula de história bem planejada pode ter para os alunos, temos varias ferramentas hoje para nos auxiliarmos nessa tarefa e os games podem ser de grande contribuição. Não tive ainda a oportunidade de trabalhar com games em minhas aulas, mas tenho colegas que usaram de games em suas aulas e que os resultaram foram bem satisfatório. Os alunos não só aprenderam o conteúdo trabalhado como tiveram mais interesse nos conteúdos seguintes. Penso que a utilização dos games vai depender do conteúdo e do game a ser utilizado, mas que o uso dele será uma novidade e um atrativo para os alunos, portanto amigo não fique com receio, acredito que você planejará uma excelente aula e enriquecerá ainda mais a disciplina. Abraços!
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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    2. Muito agradecido pelo retorno, Carlos!
      Vou aproveitar a quarentena, atualizar as leituras (no simpósio está cheio de novas ideias) para pensar na alternativa.
      Um abraço fraterno!

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  2. Olá, Carlos Alexandre Souza Prado.

    Como comentei em outro texto, acredito que hoje em dia é impossível não levarmos em consideração a Internet, bem como as tecnologias digitais, pois, como afirma Carlo Ginzburg em conferência proferida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2013, salvo engano, vivemos na “Era Google”.

    Porém, como você destacou, introduzir estas tecnologias não é sinônimo de melhoria na qualidade do ensino de História. Também acredito que, em tempos de conectividade 24/7, os “métodos tradicionais” são necessários para nos desligarmos do mundo digital. A pergunta que faço é: como conciliar estes dois mundos, o virtual e o físico, em uma sala de aula? Como demonstrar, além da potencialidade das tecnologias digitais, a importância de nos desligarmos destas em certos momentos?

    Abraços.

    Cuide-se.

    Atenciosamente, Bruno Erbe Constante.

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    1. Gostaria de iniciar agradecendo pelo comentário, muito pertinente seu questionamento. De fato apenas introduzir as tecnologias não é a solução, as tecnologias devem ser utilizadas como auxilio, um material didático no processo da aprendizagem. O ciberespaço é um ambiente de aprendizagem incrível, onde os jovens aprendem e também ensinam durante todo o tempo, mas o ciberespaço não pode substituir a sala de aula física, o quadro, o giz, o contato humano com o professor e os colegas ainda são fundamentais no processo do ensino e aprendizagem. Conciliar os dois mundos não é uma tarefa fácil, principalmente para essa nova geração de jovens que vivem conectados o tempo todo. Como professores devemos compreender esses dois mundos, saber utilizar cada um deles na hora certa, sempre pensando na aprendizagem dos alunos. Como menciono no texto, as tecnologias, em especial a internet,possuiu uma enorme potencialidade para a educação, mas também pode prejudicar o processo de ensino.Sendo assim, é de suma importância a utilização das tecnologias, mas também de outras metodologias tradicionais, sabendo conciliar esses dois lados só temos a enriquecer nossas aulas e, principalmente, o processo de ensino e aprendizagem.
      espero ter respondido sua pergunta, obrigado!
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  3. O texto nos instiga a repensar a forma como a história é ensinada nas escolas nessa nova era "digital", nesse sentido gostaria de inquirir o autor se, na sua prática como docente, conseguiu motivar os seus alunos e suas alunas a pesquisar em sites e/ou organizar pesquisas nesse sentido. Ou, se ainda for discente, se durante sua graduação teve algum tipo de experiência envolvendo o uso de tecnologias no ensino? Faço tal pergunta pois seu texto se enriqueceria com mais exemplos práticos, para além do uso dos games em sala de aula, mas o parabenizo pela reflexão, bem pertinente nesses tempos. Mônica Karawejczyk

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    1. Agradeço pelo comentário e pela pergunta,nos tempos atuais temos que refleti bastante sobre a inserção das Tecnologias Digitais dentro do ambiente escolar, essas tecnologias fazem parte da vida dos jovens, então também devem fazer parte do seu processo de ensino e aprendizagem. Tenho pouco tempo de experiência na docência, mas sempre procurei trazer essas novas metodologias para dentro da sala de aula,além de usar a internet para planejar minhas aulas,sempre indico sites e blogs que eu confio para meus alunos. Também gosto de propor pesquisas que estimulem meus alunos a pesquisarem em vários meios e a produção de documentários ou videoaulas. Em relação aos games, ainda não tive a oportunidade de por em prática em sala, mas tenho intenção e planejo utilizar em breve, afinal é uma nova metodologia que tem muito a contribuir. Obrigado!
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  4. Olá, parabéns pela reflexão, que é de extrema importância hoje. Sabemos que, como você bem destacou, a internet deve ser uma ferramenta usada em sala de aula, tanto em História, quanto nas outras disciplinas. Porém, ela deve ser utilizada de forma consciente e visando a melhora da aprendizagem do aluno. Minha pergunta é em relação ao momento atual da pandemia do COVID-19: você acredita que as aulas a distância, como estão ocorrendo em muitos pontos do país, farão com que tanto professores, quanto alunos se integrem mais dessa tecnologia e facilite seu uso adequado quando as aulas voltarem? Uma outra questão que surge com o vírus é a dificuldade de acesso de muitas crianças e jovens à internet em casa. Essa é uma questão que também deve ser pensada pelos professores ao darem tarefas que necessitam da internet. Gostaria de saber sua opinião quanto a se você trabalha em uma escola com alunos em situação de vulnerabilidade social sem acesso a internet, que outras ferramentas de ensino poderiam ser utilizadas?

    Assinado: Bárbara Birk de Mello

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    1. De fato o mundo todo foi pego de surpresa com a pandemia da COVID-19, o que fica evidente nesse momento e o despreparo do nosso sistema de ensino perante a essa nova demanda, as aulas online foram impostas de um dia para o outro, sem planejamento e estrutura adequada. Isso tem provocado uma rejeição muito grande por parte dos alunos, que criticam cada vez mais as aulas EaD, meu receio é que com essas aulas acontecendo sem o planejamento adequado faça com que a rejeição sobre o uso das Tecnologias Digitais no ensino aumentem. Mas também penso que pode ser uma grande oportunidade para o desenvolvimento de mais pesquisa e, consequentemente, de mais investimento nessa área. Muitos jovens não tem acesso a computador e nem internet em casa, sendo assim, a escola deve fornecer esse acesso, de início precisamos de mais laboratórios de informática nas escolas e, principalmente, mais cursos de qualificação para os professores na área. Como ainda estamos um pouco longe dessa realidade, cabe a nós professores buscarmos alternativas e uma que eu uso muito é a de levar filmes, vídeos, textos, etc. Materiais que me faça sair do livro didático e recorrer a outras fontes para o conhecimento do aluno. Mas ainda acredito no potencial das tecnologias na educação e que esse momento difícil vai passar em breve.
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  5. Realmente vivemos em um mundo informatizado, onde as informações chegam de uma maneia muito rápida. E o professor muitas vezes não consegue acompanhar este ritmo por vários fatores que inclusive você citou no texto, mas ao mesmo tempo vejo os alunos (mesmo quando o professor usa a tecnologia digital no ensino) logo cansado, não tem “paciência” em fazer “leitura”, parar para analisar e contribuir com o aprendizado. Portanto vejo que temos um longo caminho e não tem como fugir das tecnologias digitais, assim como o professor além de ter de trilhar este caminho, tem que ter didática, tem que buscar sempre a qualificação profissional, para trabalhar com o ensino de história.

    Luciana Martinez de Oliveira Costa

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    1. Muito obrigado pelo comentário,temos sim um longo caminho a percorrer, as mudanças não ocorrerão de um dia para o outro, temos que ter paciência e, principalmente, vontade de continuar nesse caminho. Precisamos fazer a nossa parte como docente, nos qualificando e buscando novas metodologias junto as Tecnologias Digitais.
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  6. Excelente texto!

    Para introduzir tecnologias em salas de aula, e para que os professores consigam auxiliar seus alunos na hora de utilizar essas tecnologias, é preciso que esses professores tenham o conhecimento e habilidades necessárias. Porém, principalmente em áreas mais carentes, esses professores na maioria das vezes não possuem esse tipo de habilidades. Como isso poderia ser resolvido?

    Att.
    Ana Letícia Fernandes Lopes

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    1. Primeiro gostaria de agradecer pela pergunta. De fato não é apenas introduzir as Tecnologias de qualquer jeito dentro das escolas e esperar que vai dar certo, precisamos tanto de escolas equipadas com as Tecnologias e, principalmente, de professores qualificados para utiliza-las. Esse é um dos maiores problemas que enfrentamos atualmente, penso que uma mudança importante poderia ocorrer dentro dadas Universidades, os cursos de Licenciatura já poderiam inserir dentro de sua grade pelo menos uma disciplina que preparasse os futuros professores a lidar com as Tecnologias de forma pedagógica. E também o governo poderia disponibilizar mais cursos de extensão para qualificar os professores que já estão formados. As Tecnologias estão em constante mudança e nós professores precisamos sempre está acompanhando esse processo e trazendo isso para nossas aulas.
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  7. Boa noite, gostei muito da escrita do texto e as informações presentes, deixo aqui meus parabéns.
    Gostaria muito de saber se você não acha válido que o Estado inclua junto com o uso de tecnologias em sala um curso preparatório para os professores usarem esses materiais, uma vez que temos um grande número de professores que não estão acostumados. Você acha válido?
    LOHANA DE MELO ALVARES

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    1. Obrigado por ter lido meu texto e pelo questionamento. Acho valido sim que o Estado promova cursos de qualificação pra prepararmos os professores que não estão acostumados com o uso das Tecnologias, mas penso que a mudança principal deva ocorrer dentro das Universidades, nos cursos de Licenciatura. Se estamos formando professores para lecionar em turmas com alunos dessa nova geração tecnológica, precisamos preparara os professores para saberem lidar com esses alunos, nesse novo mundo. Então cursos devem ser criados, mas principalmente investir na formação inicial dos professores frente a essa nova demanda do século XXI.
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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  8. Parabéns pelo texto!

    O uso e domínio das TIC é de fundamental importância para eficacia do processo de ensino aprendizagem nos dias atuais. A grande questão é fazer com que essa gama de possibilidades e estruturas cheguem de forma justa a todas as camadas da sociedade, outro fator relevante é a produção e atualização de materiais voltadas para a quebra de paradigmas no ensino de historia. Existem muitos trabalhados voltados para a reescritura digital da historia levando em conta as novas abordagens da historiografia?

    Att.
    André Santana Vieira

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  9. Olá ! Gostei muito do seu texto e minha dúvida é: em tempos de pandemia e isolamento social, como superar problemáticas referente ao acesso à tecnologia sem perder a qualidade do ensino de História?

    Cordialmente,

    Mauricio Ribeiro Damaceno

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    1. Gostaria de iniciar agradecendo pela pergunta, de fato esse é um problema que precisamos discutir e resolver, as Tecnologias Digitais só tem a contribuir com o ensino de História, porem para atingir os objetivos pedagógicos precisamos está em um ambiente, no caso a escola, bem estruturado com laboratórios de informática. Muitos jovens não possuem acesso a computador e nem internet em suas casas, então cabe a escola promover esse contato. Para tal o investimento em educação, tanto na compra de equipamento como na qualificação dos professores são fundamentais para inserimos as Tecnologias em nossas aulas sem perder a qualidade do ensino.
      ass: Carlos Alexandre Souza Prado

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