Allef de Lima L. Fraemanm Matos


HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO  ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA: O USO DAS HQS NA SALA DE AULA



 O Ensino de História está passando por um processo de expansão com inserção de novos conteúdos e introdução de novos recursos didáticos na sala de aula. Os alunos do século XXI convivem com uma vasta rede de informações, presentes através de Site de Pesquisa, Redes Sociais, Imagem, Serviços de Streaming, Películas e Histórias em quadrinhos, que podem ser usados na sala de aula.

 Na medida em que o professor diversifica as fontes, ele dinamizar a prática e democratiza o acesso ao saber. Dessa maneira, como aponta Fonseca (2003), a diversificação das fontes na sala de aula, permite o confronto e o debate de diferentes visões.

Ao incorporar diferentes linguagens no processo de ensino de história reconhecemos não só a estreita ligação entre os saberes escolares e a vida social, mas também a necessidade de (re) construímos nosso conceito de ensino e aprendizagem. (FONSECA, 2003, p. 164).

 A partir da perspectiva de Fonseca, podemos compreender que existem diversos tipos de documentos que servem como fonte de informação de fatos históricos, sendo interessante levar aos discentes tais materiais para serem explorados a fim de extrair informações e coletar dados a respeito do conteúdo programático da aula em questão, como aponta Bittencourt:

 Contos, lendas, filmes de ficção ou documentários televisivos, músicas, poemas, pinturas, artigos de jornal ou revista, leis, cartas, romances são documentos produzidos para um público bastante amplo, que pode por intermédios do professor e seus métodos, se transformam em material didático. Eles não são necessariamente produzidos pela indústria cultural e podem ser selecionados de diferentes formas, de acordo com a opção de trabalho ou dos projetos pedagógicos da escola. (BITTENCOURT, 2004, p. 297).

 Nessa compreensão, os métodos de ensino têm que se articular com os novos recursos didáticos, pois como destaca Bittencourt “as transformações tecnológicas têm afetado todas as formas de comunicação em que se encontram introduzindo novos referenciais em relação à produção do conhecimento” (Ibidem,p. 297).

Assim, temos que perceber quê; a inclusão de novos recursos pedagógicos na sala de aula trata-se de uma opção metodológica, que amplia o olhar do professor, e torna o processo de produção do conhecimento dinâmico e flexível, permitindo alcançar o objetivo do ensino de História da contemporaneidade, formação do cidadão político, por conseguinte, a História deve contribuir para formação de um cidadão crítico.


Desenhando um conceito de histórias em quadrinhos

A primeira tentativa de analisar de forma acadêmica as histórias em quadrinhos desabrochou a partir dos estudos de Will Eisner, com publicação do livro Comics and Sequemtial Art (Quadrinhos e Arte Sequnecial), de 1985. Originalmente, o livro foi escrito como uma coletânea de ensaios publicados na revista  The Spirit. A publicação do livro é também um reflexo do curso sobre arte sequencial ministrado por Eisner, na  School of Visual Arts, em Nova York. Will Eisner aponta que a publicação do livro tinha como objetivo: “Aborda os princípios e as práticas da forma de arte mais popular do mundo de maneira estimular e pragmática tanto para estudante como profissional da área” (EISNER, 2010, prefácio. X).

No livro, Eisner compreender os quadrinhos como arte sequencial, ou seja, uma história narrada através de sucessões de imagens. Sendo assim, nas palavras de Eisner, As histórias em quadrinhos empregam uma série de imagens repetitivas e símbolos reconhecíveis. Quando são usadas vezes e mais vezes para expressar ideias semelhantes, tornaram-se uma linguagem. E essa aplicação cria a “gramatica” da arte sequencial (Ibidem, p.02). 

A singular estética da Arte Sequencial como veículo de expressão criativa, uma disciplina distinta, uma forma artítica e literária que lida com a disposição de figuras ou imagens e palavras para narrar  uma história ou dramatizar uma ideia (Ibidem, prefácio, p. IX)

Contudo, Scott Mcloud, destaca que definição proposta por Will Eisner de Arte sequencial, para descrever as Histórias em quadrinhos, é conceituação extremante neutra, em questão do estilo e qualidade do assunto (MCLOUD, 1995, p. 05), pois ela  também pode ser aplicada a outras mídias, como animação , storyboards, manuais de intuições. Já que, não adianta duas imagens sem que o leitor conclua o que está acontecendo na transição dos quadros.

O Mestre Will Eisner usa o termo arte sequencial para descrever para as Histórias em quadrinhos. Tomadas individualmente, as figuras não passam disso... Figuras. No entanto, quando são partes de uma  sequência só de duas, a arte da imagem  é transformada em algo mais: Arte das histórias em quadrinhos (Ibidem, 1995,p.  05)

Ou seja, a narrativa nos quadrinhos não é criado em um único quadro, mas combinação deles. E para Scott Mcloud, esse processo é chamado de “Conclusão”.  De acordo com Daniel Brandão, esse fenômeno ocorre “na cabeça do leitor quando ele passa o olho pela sarjeta (ou “calha”, aquele espaço vazio entre os quadros), é o que dá unidade e sentido à narrativa sugerida pelas imagens. O autor imagina as cenas e as apresenta para o leitor, mas é o leitor que dá movimento, voz e sons à história” ( BRANDÃO,2018, p. 36).
Todavia, apesar dos quadros unidos criarem a narrativa, eles  precisam de um ponto de referência para criar uma coesão entre as imagens.  Como é de praxe, essa coesão costuma acontecer por um personagem que aparece em diversos quadros. Como destaca Harry Morgan, esse personagem oferece um ponto de referência para o leitor, permitindo que ele compreenda a lógica narrativa da obra.    

Scott Mcloud é outro teórico da linguagem dos quadrinhos, que propôs uma definição diferente Will Eisner.   Em 1994 lança o livro Undertanding comis (Desvendando os quadrinhos), que tinha como objetivo revisar o conceito de quadrinhos, defendido por Will Eisner, pois de acordo com Mcloud, se as pessoas não compreendiam as HQs, era porque tinham uma definição muito superficial sobre eles, então era necessária uma conceituação mais adequada para objeto. 

Para Mccloud, histórias em quadrinhos podem ser compreendidas como: “imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinada a transmitir informação e/ou produzir uma resposta no espectador” (MCCLOUD, 1995, p. 9). Nesse aspecto, entende-se que as Histórias em quadrinhos são duas ou mais imagens, possuindo textos escritos ou não, colocados uma ao lado da outra em sequência com objetivo de passar uma determinada informação ao espectador. 

As definições de histórias em quadrinhos, não se restringiram apenas as conceituações de Will Eisner e Scott Mcloud, outros pesquisadores também aventura-se nessa jornada.

Fábio Paiva vai ter uma definição sobre quadrinho diferente das defendidas por  Mcloud e Einser. Paiva aponta que as HQs são um tipo de arte específica.  “Não é literatura, não é pintura nem desenho, e sim uma junção de varias expressões artísticas, mas que forma outra que se diferencia das demais. É uma linguagem e também uma forma de comunicação, além de ser um meio de entretenimento” (PAIVA, 2017,p. 27).

O conceito de História em Quadrinho, apresentado por Paiva, não prioriza uma definição técnica como nas propostas Einser e Mcloud. Para o autor, os quadrinhos  recebem influência de diferentes gêneros artísticos e   ao mesmo se diferencia, já que , cada uma destas formas de expressões artísticas contribuem para à criação de um gênero novo, as Histórias em quadrinhos. 

Waldomiro Vergueiro afirma que as histórias em quadrinhos constituem um sistema narrativo composto por códigos verbais e visuais, e que cada um desses códigos, ocupa dentro dos quadrinhos, um papel reforçando um ao outro e garantindo que mensagem seja transmitida com plenitude (VERGUEIRO, 2016, p, 31.).

Outra definição considerada apropriada é de Barbara Postema, A autora vai apresentar os quadrinhos como uma forma de arte e narrativa, ressaltando a sua  interligação entre o texto e imagem, e os elementos que compõem uma HQ.  Os elementos dos quadrinhos são parcialmente pictóricos, parcialmente textuais, e por vezes um híbrido dos dois.  Esses elementos incluem as imagens dos quadrinhos; as molduras; balões de fala e as próprias palavras (POSTEMA, 2018, p. 15).

Em suma, podemos afirmar que não existe uma definição consensual a respeito das histórias em quadrinhos, que existe, são elementos característicos essências presentes nas definições: sequência de imagens (arte sequencial), a presença ou não de textos, relação harmoniosa entre texto e imagem, a narrativa da história, contada por justaposição de imagem. Esses elementos contribuem para as diversas definições de história em quadrinho presente na contemporaneidade. Mesmo com essa  heterogeneidade conceitual  , as histórias em quadrinhos  transformaram  um elemento que extrapola mídias e culturas, transmitindo conceitos, aspectos culturais e informações científicas, e podem ser usados como um recurso didático. 


O uso das histórias em quadrinhos no ensino de história antiga

As histórias em quadrinhos hoje representam uma mídia de grande penetração popular, como destaca Fábio Paiva, até os “menos atentos se deparam diariamente com imagens relacionadas aos personagens clássicos dos gibis, quando não, com os próprios apresentados nos produtos mais diversos, desenhos animados, comerciais e nas próprias HQs” (PAIVA, 2017, p. 46-47). Barbara Postema ressalta ainda que, “os quadrinhos uma das formas mais populares e penetrantes da nossa era visual” (POSTEMA, 2018,  p. 17). Tanto que os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino de História ressaltam a importância do professor saber utilizar diferentes fontes e recursos tecnológicos para construção do conhecimento histórico.

Certamente as Histórias em quadrinhos na contemporaneidade, virou um elemento que extrapola mídias e culturas, transmitindo conceitos, aspectos culturais e informações científicas. Souza Neto afirma, que as HQs:

Emergem como poderosos elementos para o aprendizado [...], pois estão repletas de inquietações, servem às comemorações e rememorações da realidade, propiciam novas estratégias de ensino e a produção de conhecimento histórico [...] (SOUZA NETO, 2016).

Assim como Denise Maria Margonari e Amaro Xavier Braga Jr. corroboram com a utilização das Histórias em quadrinhos em sala de aula. Para os autores, os quadrinhos são ótimos recursos pedagógicos, pois são ferramentas inseridas no cotidiano dos estudantes. Partindo desta perspectiva, Vergueiro e Santos discutem, que os usos das histórias em quadrinhos possibilitam o incentivo à leitura, o aprendizado de línguas estrangeiras, além do debate sobre determinados temas.

As histórias em quadrinhos também podem ser aproveitadas em diversas aulas de maneira interdisciplinar e transdisciplinar, tornando aprendizagem prazerosa e reflexiva. E conforme Fábio Paiva destaca, os quadrinhos são instrumentos que podem ser usados na educação, “especialmente como uma ferramenta interdisciplinar e transversal e como um gênero textual, no que se refere ao ensino e aprendizagem das linguagens” (PAIVA, 2017, p. 70).

Já para as aulas de História, em especial o Ensino de História Antiga, as histórias em quadrinhos de Asterix fornecem material para o desenvolvimento de conceitos históricos, podem ser usados para ilustrar informações textuais e visuais da vida social de comunidades passadas.   . 

Asterix foi criado por René Goscinny (escritor) e Abert Uderzo (desenhista). A primeira aparição do personagem foi na revista francesa Pilote em 1959, e sua primeira história em quadrinhos foi publicada em 1961, com o título de Astérix le Gaulois (Asterix, o gaulês). As histórias em quadrinhos e Asterix ocorrem no período da República romano, no ano de 50 a.C., e tem como contexto histórico conquista da Gália, por Júlio César.

Os quadrinhos produzidos por René Goscinny e Albert Uderzo remetem a Roma Antiga, e permitem debates e questionamentos conceituais nas aulas de História Antiga. Nos Álbuns, Asterix, o Combate dos chefes; Asterix, o domínio dos deuses; Asterix, o gaulês; Asterix, o legionário; Asterix nos Jogos Olímpicos é possível problematizar os conceitos de Estado, Império, aculturação e expansionismo, civilização, barbárie e cidadania romana e romanização.

 Essas Histórias podem ser utilizas para debater o conteúdo da Roma Antiga para o 6.º ano do Ensino Fundamental II, como, servir de ponto de partida para discussões conceituais importantes presentes na disciplina, e conforme Vilela explica algumas HQs, “têm como fonte de inspiração, culturas e civilizações que existiram na antiguidade, podendo se constituir num excelente ponto de partida para debater e questionar conceitos” (VILELA, 2016, p. 110).

Outra maneira de utilizar as HQs de Asterix na sala de aula é analisando como registros da época que foram produzidas. Pois, toda obra de ficção histórica fornece mais elementos com seu período de produção em que a época pretende representar.   Nas Histórias em quadrinhos de Asterix não são diferentes, encontramos nas histórias,  informações a respeito da  época que foi produzida   e elementos culturais da sociedade contemporânea. Vilela salienta que no álbum Asterix entre os bretões são possíveis encontrar informações que remetem a símbolos e costumes da Inglaterra do século XX.

A carroça de dois andares (alusão aos ônibus de dois andares muito comuns nas ruas de Londres); o quarteto de bardos bretões que arranca gritos e suspiros das jovens bretãs (que são, nada mais, nada menos, os Beatles caricaturados); o fato de os bretões “ falarem ao contrário” colocando os adjetivos sempre antes dos substantivos (as “romanas patrulhas); e de interromperem os combates com romanos para tomarem “quente água”, uma brincadeira com o hábito inglês da hora do chá. (Ibidem, p. 112)

Os anacronismo presentes nas histórias em quadrinhos de Asterix podem ser aproveitados no Ensino de História, pelo próprio fato de proporcionar  aos  estudantes exemplos para compreenderem a noção de anacronismo. Dessa maneira, cabe ao professor mediar à leitura das histórias quadrinhos, chamando atenção para os anacronismos presentes na obra, assim, como aponta Vilela,  “os ‘erros’ podem servir como ponto de partida para informações historicamente corretas, contribuindo para construção do conhecimento.” (Ibidem, p. 121).

Ou seja, cabe ao professor informar para os alunos que as histórias em quadrinhos, analisadas durante atividade educacional proposta pelo docente, refletem mais o tempo que elas foram produzidas, que o período que propriamente propôs a discutir, e são obras de ficção, não tendo responsabilidade de ser fidedignos aos acontecimentos históricos por ele abordados, evitando assim, que o aluno tome a obra utilizada como algo condizente com a realidade.

Além disso, é importante à identificação do material adequado para cada turma, pois sabemos que as histórias em quadrinhos são uma linguagem autônoma, que existem vários gêneros para diferentes públicos, faixas etárias e que são publicados de diferentes maneiras.  E ao utilizar as HQs na sala no ensino de História, é interessante que o professor procure aplicar atividades diversas: leitura da obra; analise e interpretação dos signos presentes nas histórias em quadrinhos; discussão conceitual; estimular os alunos a produzir suas próprias histórias em quadrinhos sobre as problemáticas discutidas durante aula.


As possibilidades dos quadrinhos na sala de aula

A aplicação das histórias em quadrinhos enquanto consolidação do conteúdo abordado na sala de aula pode ocorrer de diversas maneiras e práticas.  No primeiro momento, antes da realização da atividade com as HQs, podem ser usado o livro didático ou outros textos complementares para aprofundar os conceitos e os fatos históricos presentes nas revistas. Em seguida, podemos entregar as revistas em quadrinhos selecionados para cada grupo composto de cinco integrantes. Os grupos irão fazer as leituras dos quadrinhos apontando os fatos históricos e os conceitos presentes na obra.  

Outra  experiência possível de atividade, é utilização de fotocopiadora(  optamos por esse recurso  devido a sua praticidade). Essa atividade tem por finalidade reproduzir os quadrinhos com os balões apagados e propor para os alunos criem os diálogos baseados nos conteúdos discutidos na aula. Como destaca Pereira:

Neste recurso, foram contemplados balões preenchidos de forma incompleta e balões totalmente vazios, tendo o aluno que procurar a informação, nas páginas indicadas em cada uma das Bandas Desenhadas, de forma a preenchê-los. Esta BD apresentava ainda balões por preencher, que não apelavam ao conhecimento histórico dos alunos, mas à sua criatividade ( PEREIRA, 2017, p. 64)
  
A partir da produção das histórias em quadrinhos, pode ser instalado um acervo, Gibiteca Escolar, um espaço destinado ao armazenamento e leitura das histórias em quadrinhos (NOGUEIRA, 2015, p 90). O acervo pode conter as histórias em quadrinhos produzidos pelos próprios alunos ou recolhidas em bancas de revistas, ou sebo. Os professores podem programas visitas periódicas ao espaço, com objetivo de promover debate ou leitura individual e compartilhada.

Uma forma de prática de realizar leitura compartilhada das histórias em quadrinhos é selecionar alguns alunos para interpretar os personagens das revistas.  Cada estudante selecionado fica incumbido de ler as falas, como se estivesse interpretando uma peça de teatro, e caso a história tenha um narrador, um dos alunos podem ficar encarregado de ler as legendas (VILELA, 2019, p. 83).  A seleção dos alunos para participar atividade, pode ocorrer por meio de sorteio, para evitar o questionamento que  determinado aluno foi favorecido na atividade.  Posteriormente, o professor poder ser feito um revezamento entre os alunos em uma atividade semelhante.

Sendo assim, como destaca Vergueiro, não existem regras para utilização das HQs, “o único limite para seu bom aproveitamento em qualquer sala de aula é a criatividade do professor e sua capacidade de bem utilizá-los para atingir seus objetivos” (VERGUEIRO, 2016, p. 26). Ou seja, os limites do emprego dos quadrinhos em sala de aula, são os limites da criatividade de cada professor.

Considerações finais

As histórias em quadrinhos são ferramentas ricas em conteúdo, e podem para ser utilizadas no Ensino de História Antiga, contribuindo para dinamização da aula e renovação do processo de Ensino-aprendizagem.   Partindo das percepções discutidas no trabalho, temos que compreender as HQs como um instrumento educacional de potencial abrangente, que permitem, com seu uso, as integrações entre as diferentes áreas do conhecimento e mídias, possibilitando nas instituições educacionais, um trabalho interdisciplinar e com diferentes habilidades interpretativas.
Logo, podemos perceber que as histórias em quadrinhos, são mais uma ferramenta pedagógica para usa na sala e podem tornar cada vez mais difundidas na medida em que seu uso e aceitação estejam presentes no cotidiano das intuições educacionais.

 

REFERÊNCIAS


BITTENCOURT, Circe. O ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRANDÃO, Daniel. A linguagem dos quadrinhos. In: NETTO, Raymundo; VERGUEIRO, Waldomiro. Coleção Quadrinhos na Sala de Aula: estratégias, instrumentos e aplicações.  Fortaleza, CE: Fundação Demócrito Rocha, 2018, p. 33 – 48.
EINSER, Will. Quadrinhos e Arte sequencial. São Paulo: Msrtins Fontes, 2012.
 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de e história: Experiências, reflexões e aprendizagem. Campinas, SP: Papirus, 2003.
MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 1995.
NOGUEIRA, Natania A. S. Gibiteca: possibilidade de criação e uso no trabalho pedagógico  com crianças, jovens e adultos. In: NETO SANTOS, Elydio dos; SILVA, Marta Regina Paulo da (orgs.). Histórias em Quadrinhos e práticas educativas: os gibis estão na escola, e agora?. São Paulo: Criativo, 2015, p. 89 – 101.
SOUZA NETO, Ensino da História Antiga e arte sequencial: Esboços introdutórios. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli.; CREMA, Everton (orgs.). Para um novo amanhã: visões sobre aprendizagem histórica. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição LAPHIS/Sobre Ontens, 2016.
PAIVA, Fábio.  Histórias em quadrinhos na educação. Salvador : Quadro a Quadro, 2017.
PEREIRA, Juliana Martins. Banda Desenhada e o Cartoon no processo de ensino-aprendizagem de História e Geografia. Porto, 2017. Relatório (Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário). Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
POSTEMA, Barbara. Estrutura narrativa nos quadrinhos: construindo sentido a partir de fragmentos. São Paulo: Peirópolis, 2018.
VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das Hqs no ensino. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (orgs.). As Histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto.  2016,  p. 7 – 29.
VILELA, Tulio. Os quadrinhos no ensino de História. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (orgs.). Como usar as Histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto. 2016, p. 105 – 130.
______. Quadrinhos de Aventura. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo (orgs.).Quadrinhos na educação.  São Paulo, Contexto, 2019, p. 73 – 102.

30 comentários:

  1. Pergunta: Conforme a argumentação de Scott Mcloud citada no texto, um dos problemas da leitura de HQs antigamente era a definição superficial que os leitores tinham das mesmas. Com base nisso, como, ao trabalhar com quadrinhos em sala de aula, o professor pode contribuir e/ou estimular os alunos a realizarem leituras de HQs não apenas com esses olhares superficiais, mas sim de uma forma mais complexa, que considere, por exemplo, os aspectos de produção e contextos das HQs? Em poucas palavras, como o professor pode incentivar para que os alunos se tornem leitores ‘’ativos’’ das Histórias em Quadrinhos?

    Ass: Gabriel Silvestre Ferraz

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    1. Olá, Gabriel. Agradecido pela sua pergunta. Algo importante que devemos fazer
      antes de utilizarmos qualquer nova mídia ou fonte em sala de aula é fazer
      uma sondagem com os alunos com o objetivo de se familiarizar com a
      realidade deles. Uma das grandes vantagens de se utilizar HQs no ensino de
      História é que geralmente elas fazem parte do cotidiano dos discente.
      Contudo, se a turma na qual você pretende utilizar esse material não tem o
      hábito de leitura dessas histórias ou até mesmo não gostam, o uso deve moderado, pois o que seria uma possibilidade de aproximar a História com o
      aluno pode acabar tendo o efeito contrário. Isso se aplica tando ao Ensino
      Fundamental II quanto ao Ensino Médio.

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  2. Primeiramente parabenizo pelo ótimo trabalho, sou um grande fã e colecionador de quadrinhos, tem alguns arcos fechados do universo DC que podem ser utilizados na sala de aula, como por exemplo watchmen, que trabalha muito bem vários contrastes de uma sociedade caótico, queria saber como poderia aplicar essa sequência de HQs no ensino médio, principalmente no que se refere a guerra fria e todo o clima de tensao?

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    1. Esqueci de me apresentar, meu nome é Marcos Vinicius, sou da universidade Nilton Lins, Manaus AM.

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    2. Meu nome completo: Marcos Vinicius Alves da Silva

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    3. Obrigado pela sua pergunta, Marcos. É importante que o professor se planeje
      para utilizar HQs em sala de aula, fazendo uma exposição sobre o tema
      trabalhado e que utilizando-as como material complementar. E, desse modo,
      relacioná-las com textos teóricos, seja o livro didático ou outro material de
      cunho acadêmico levado à sala de aula pelo professor.

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  3. Pergunta: Para utilizar todas essas abordagens e conceitos, quantas horas aulas foram utilizadas?
    Haja visto que temos um tempo limitado em sala de aula, para abordagem e apresentação dos temas.
    E gostaria de lhe parabenizar pelo seu trabalho.
    Rafael Pereira de Freitas

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Obrigado pela sua pergunta, Rafael. Foram utilizadas 4 aula. É importante que o professor se planeje
      para utilizar HQs em sala de aula, fazendo uma exposição sobre o tema
      trabalhado e que utilizando-as como material complementar. E, desse modo,
      relacioná-las com textos teóricos, seja o livro didático ou outro material de
      cunho acadêmico levado à sala de aula pelo professor.

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    3. Muito obrigado pela resposta. Gostei muito do seu trabalho.

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  4. Allef de Lima, primeiramente parabéns pela pesquisa e pelo texto.
    Gostei muito da sugestão de usar os quadrinhos com os balões apagados para a proposição de criação de diálogos.
    Tive uma experiência usando o quadrinho 300 de Esparta, que é um quadrinho que em muito destoa daquilo que nos propõe a historiografia sobre antiguidade, mas acredito que é papel do professor destacar equívocos, anacronismos, enfim mediar a relação. No caso de você, como pensa o uso em sala, de quadrinhos que não priorizam o conhecimento histórico em sua construção. É possível se trabalhar com esse tipo de quadrinho e conseguir produzir conhecimento?

    Eva Dayna Felix Carneiro

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  5. Obrigado pela sua pergunta, Eva. A possibilidade de realizar uma aula, interdisciplinar com os quadrinhos, além daanálise linguísticas as HQ, podem retratar o vestuário, o mobiliário, a
    decoração das casas e o estilo arquitetônico daquele período no qual os
    quadrinhos estão sendo baseados.

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  6. Primeiramente parabéns pelo texto enriquecedor e criativo com um ótimo tema. Pergunta: acredito que, com a limitação de tempo de aula que o professor tem disponível, fica bem difícil elaborar uma atividade complexa envolvendo todos os alunos, como por exemplo a encenação de certos trechos do quadrinho utilizado,devido a isso cabe ao professor decidir elaborar algo mais Objetivo. Qual seria a atividade, em sua visão, que facilitaria a administração do conteúdo utilizado?

    Ass: Davi Matheus Nascimento Morais

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    1. Obrigado pela sua pergunta, Davi. É importante que o professor se planeje para utilizar HQs em sala de aula, fazendo uma exposição sobre o tema trabalhado e que utilizando-as como material complementar. E, desse modo, relacioná-las com textos teóricos, seja o livro didático ou outro material de cunho acadêmico levado à sala de aula pelo professor.

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  7. Pergunta: A respeito das definições e importância do uso dos quadrinhos em sala de aula, em sua opinião, qual a melhor forma de trabalhar os HQs em sala de aula? Sendo proveitoso para todos envolvidos.

    Ass: Davi Matheus Nascimento Morais

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  8. Allef de Lima, parabéns pelo ótimo trabalho! Fiquei encantada pela dinâmica da leitura compartilhada, tenho certeza que os alunos devem adorar! Sou apaixonada por HQs, estou no início da minha graduação em História (Licenciatura) e planejo utilizá-los em minhas aulas. Então minha pergunta é: Gostaria de saber, em sua percepção, qual foi a HQ que obteve um resultado maior que o esperado ao trabalhar com os alunos? Levando em conta a disposição dos mesmos, a diversão e o resultado do trabalho?

    E parabéns novamente pelo trabalho!

    Cristielle Reis Santos.

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  9. Olá Allef.

    Inicialmente quero te parabenizar pelo texto e pela discussão com os teóricos do universo das HQ - Will Eisner, Scott Mcloud, estes já clássicos, e nomes da nova leva de pensadores das HQ's como Fábio Paiva, Waldomiro Vergueiro e Barbara Postem. Esta articulação é sempre muito bem vinda. E como você frisou, a discussão no universo HQ é enorme e não há uma definição consensual das histórias em quadrinhos. Bem, agora a minha questão: Como podemos identificar esteriótipos de povos e culturas do passado presentes nas Histórias em Quadrinhos? Obrigado.

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  10. 1- sou a favor das novas metodologias e ideias que ajudem no fácil aprendizado e agreguem na educação, porém existem uma parcela da sociedade que tem resistência em relação à essas novas modalidades, visando esse cenário qual a melhor maneira de combater esses pensamentos conservadores?

    2- os quadrinhos sempre fizeram maior sucesso entre os fãs no decorrer do tempo, mas simultaneamente a tecnologia cresceu também a nível global, nesse sentido como manter o interesse e a atenção desses alunos nessa metodologia dinâmica?
    [‎22‎:‎21, ‎19‎/‎05‎/‎2020] Wanderson Souza: 3- As HQS são uma grande ferramenta quando falamos de ensino com o lúdico, pode ser trabalhado em todas as séries? Se atentando que nem em todas as etapas os alunos sabem ler direito.
    [‎22‎:‎22, ‎19‎/‎05‎/‎2020] Wanderson Souza: Wanderson Souza da Costa , universidade Nilton Lins AM

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    1. Olá, Márcia. Obrigado pela sua pergunta. Cabe o sistema educacional reformular-se, transformando a educação em uma coisa mais dinamizada, para que toda a população possa utilizar ela. E não ser reduzida ao simples "passar de ano", como vem sendo pensada em algumas escolas, quando o conhecimento é visto como produto, sendo enfatizados os resultados da aprendizagem e não do processo.

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  11. Olá, tema interessantíssimo!

    Acredito que a utilização de HQs em aulas de História contribui bastante no processo de ensino-aprendizagem. É interessante a citação a Fábio Paiva no seu texto, quando afirma que HQ, “Não é literatura, não é pintura nem desenho, e sim uma junção de várias expressões artísticas, mas que forma outra que se diferencia das demais”. Dada a sua experiência com quadrinhos, você diria que as especificidades desta forma artística pode ter vantagens sobre as demais, quando aplicada em aulas de História?

    Dalgomir Fragoso Siqueira

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    1. Olá, Dalgomir. Obrigado pela sua pergunta. A possibilidade de realizar uma aula, interdisciplinar com os quadrinhos, além da análise linguísticas as HQ, podem retratar o vestuário, o mobiliário, a decoração das casas e o estilo arquitetônico daquele período no qual os quadrinhos estão sendo baseados. As HQs contribui para o desenvolvimento de uma inteligência mais complexa e sistêmica, como ressalta Gazy Andraus (2011).

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  12. Olá! Prof. Allef.
    Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pelo texto é pela escolha.
    Pergunta: Podendo utilizar-se como opção as histórias em quadrinhos como uma ferramenta construtiva para o ensino de história[ isso com seu devido planejamento], gostaria de saber qual seria seu olhar acerca do uso de charges em sala de aula e seu estilo satírico como ferramenta agregadora para levantar discussões e análises, propiciando de inicio um diálogo mais crítico do que utilizado com HQs?
    Gabriel Martins da Silva.

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  13. FRANCIELE APARECIDA DE ARAUJO21 de maio de 2020 às 11:58

    Olá Allef, parabéns pelo texto!!
    Gostaria de acrescentar uma sugestão de trabalho com HQ, que é a possibilidade dos próprios alunos criaram suas HQs. Existem vários sites e um deles é o Pixton, que oferece esta possibilidade de trabalho com os alunos também. O site possui cenários e personagens prontos, mas também é possível personalizar para aqueles que tem mais habilidades. Com está ferramenta é possível criar a HQ da turma com o tema sugerido, configurar, imprimir e disponibilizar para eles como material de estudo.
    O conteúdo de História Antiga faz parte do componente curricular do 6°ano (alunos na faixa dos 10 aos 12 anos). Por mais que eles estejam acostumados com a leitura da HQ, percebo que há uma grande dificuldade em relacionar a HQ ao conteúdo. Qual a sua sugestão para trabalhar com está faixa etária?

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  14. "Logo, podemos perceber que as histórias em quadrinhos, são mais uma ferramenta pedagógica para usa na sala e podem tornar cada vez mais difundidas na medida em que seu uso e aceitação estejam presentes no cotidiano das intuições educacionais."

    Olá Allef, tomei a liberdade de pegar o último parágrafo da sua conclusão para fazer meu comentário sobre seu texto.
    Interessante seu textos e suas propostas sobre o uso das HQs como material didático auxiliar no ensino de história antiga em sala de aula.Como você mesmo disse,neste processo de expansão e inserção de novas tecnologias,as HQs são mais uma ferramenta.
    Um detalhe que eu gostaria de ressaltar na sua conclusão é "...na medida em que seu uso e aceitação estejam presentes no cotidiano das intuições educacionais."
    Como auxiliar de biblioteca escolar de uma rede pública,que fui durante quatro anos,posso te garantir que esta aceitação não é tão fácil por parte dos docentes.Durante a minha experiência como auxiliar de biblioteca,pude perceber a falta de interesse dos professores na utilização de materiais auxiliares em suas aulas de História.A maioria se apegava,por obrigação, aos livros didáticos; quanto aos livros literários só eram procurados,às vezes,em situações específicas.Raramente se via um professor trabalhar com HQs ou qualquer outro tipo de material.
    Acredito que, deve-se partir de uma conscientização dos docentes sobre a utilidade e necessidade de outros materiais didáticos em suas aulas.Mas nada adiante se não houver uma vontade por parte do professor de sair do comodismo.

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  15. Boa tarde Allef, parabéns pelo artigo, seu tema é bastante interessante pelo fato de eu gostar muito de quadrinhos ( hqs), no entanto eu gostaria de saber como seria aplicada a metodologia e linguagem bem acessível e dinâmica para que esse aluno pudesse participar com mais frequência em sala de aula?

    André Sales Mileo

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  16. Boa tarde! Sou a Yasmim Careta Santos, adorei a inclusão de todas essas plataformas no meio estudantil, entretanto gostaria de saber se há alguma forma de legitimar a utilização das HQ's nas escolas? Não só como algo adicional

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  17. Olá, Alef. Gostei muito do seu trabalho e inclusive me lembrei das HQ's Bórgia ( Jodorowsky e Manara), que aliás é um conteúdo bem restrito a um público de maior idade e que merece ser cuidadosamente analisado pelo professor, como você colocou no texto. Nesse sentido, quais os desafios para se utilizar HQs com temáticas mais polêmicas dentro da sala de aula?

    At.te

    José Carlos da Silva Ferreira

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  18. Allef de Lima, parabéns pelo excelente texto. Como uma grande admiradora de quadrinhos/HQs, sempre achei o máximo usá-los em sala de aula, inclusive, como graduanda de História e futura professora, pretendo trazer para a sala de aula diversas ferramentas interativas que auxiliem os alunos na aprendizagem, como por exemplo, os quadrinhos/HQs que independe do gênero sempre abordam questões sociais,etc. Gostaria muito de não só levar tais materiais para a sala de ula, mas produzir com os alunos quadrinhos que retratem fatos e questões históricas para a melhoria do saber, você acha que seria possível essa produção?

    Vanessa Furtado Moye

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