Alesy Soares Oliveira


MÍDIAS DIGITAIS: O ENSINO DE HISTÓRIA NO UNIVERSO DA INFORMAÇÃO




O presente trabalho tem como objetivo relatar um projeto ocorrido em sala de aula na disciplina de História que teve por base fundamentada nas mídias e suas aplicações em conteúdo e debates históricos. As novas tecnologias, no âmbito das comunicações, atingiram um grau de desenvolvimento bastante significante neste século. Estas tecnologias, particularmente a internet, ganharam o cotidiano, tornando-se presentes de maneira cada vez mais impactante no mundo. Tendo em vista esse panorama recorreu-se em específico a utilização de  vídeos e plataformas digitais das mais diversas assim como  um produto final de toda a proposta materializada em um podcast.

O projeto proposto iniciou-se em 27 de agosto de 2019, durando até 29 de outubro do mesmo ano, e teve como principal foco a prática docente e a aplicação do projeto de pesquisa na turma do 8º ano no turno da tarde. O projeto foi realizado na Escola Municipal Josafá Sisino Machado criada sob o Ato 942/1997, tendo o Ensino Fundamental I e II autorizado pela Portaria nº 0007/SEMEC/GS de 17/09/97, DOE de 19 de setembro de 1997, situada à Rua Rio Água Vermelha, S/N, no bairro do Parque Industrial/Emaús, município de Parnamirim no estado do Rio Grande do Norte. Funciona em uma sede própria e foi construída com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Dentro da perspectiva do projeto, intitulado “ O uso de mídias digitais como materiais didáticos” obteve-se como produto final a produção de um podcast que mobilizou toda a turma do 8º Ano. A temática desse podcast foi voltada para as independências dos países das Américas. A turma foi dividida em quatro grupos e cada um desses ficou responsável por pesquisar a respeito de um processo de independência de um país americano, que haviam sido estudados previamente.

É pertinente enfatizar que as mídias digitais, ferramentas como podcasts ou vídeos, presentes em diversas plataformas digitais, estão ganhando espaço no contexto escolar sendo coordenadas pelos professores em sala de aula no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Os vídeos são importantes ferramentas por trazerem, em poucos minutos, informações em linguagem dinâmica e mais ilustrativa. Enquanto o podcast, segundo Raone Ferreira de Souza: 

“ permite aos usuários uma maior liberdade na sua relação com o conteúdo, permitindo que seja possível escolher seus programas preferidos sem depender exclusivamente de conteúdos previstos em uma grade de programação. As mídias tradicionais, como o rádio e a televisão, permitem apenas que os usuários recebam passivamente o conteúdo sem, no entanto, estabelecer uma relação interativa.”[Souza, 2017, P. 42-46]

O autor levanta uma questão pertinente, embora as mídias que representam o acesso rápido, fácil , democrático à informação e a comunicação, se  faz  necessário que os conteúdos desse meio também sejam submetidos a críticas. Inclusive, as críticas se configuram como importante espaço de aprendizagem em relação ao contato com a informação e coordenação do conhecimento provindo das análises de fontes, abarcando o conceito pressuposto por uma visão do professor-pesquisador, que notadamente se vale do método de pesquisa como intensificador de habilidades e competências sugeridas no  âmbito escolar.

Fundamentação teórica

A formação da base teórica deste projeto consiste em relatar a dinamização das formas de aprendizado condizente com as modificações da atualidade, além de entender o processo de educação de forma construída, garantindo as ferramentas para o aluno pensar de forma independente.

Seguindo os referenciais teóricos, que guiam a observação aqui presente, temos como base a prática do historiador explicada por Eric Hobsbawn, está sujeita às suas próprias experiências em detrimento do seu lugar privado que “inspeciona o mundo” [Hobsbawn,  1995, P.103]. Dessa forma, o experienciar da questão central do projeto pode ser entendido como o ato de inspecionar o mundo feito pelos alunos, quando compreendem conceitos históricos e se utilizam das práticas produzidas por meio deles.

Por fim, a relação dos alunos com as formas de aprendizado, agora entendidas em diversas linguagens (vídeos, podcasts, dentre outras), direcionam todo o projeto. Entendendo como ponto principal a mudança das noções sobre os mecanismos que, em um primeiro olhar, funcionam como meios de transmissão de informações e, em um segundo, podemos torná-lo um importante aliado na sala de aula transformando e ampliando sua possibilidade de avaliação, se fazendo valer do conhecimento prévio dos alunos.

O ensino de História e suas relações com as novas dinâmicas da sociedade é norte do artigo, coordenando-o para a sua concepção como uma metodologia. Em função dessa busca, por abordagens alternativas no método de ensino, utilizamos as experiências e relatos coletados para compor o projeto denominado, que foi aplicado em uma turma do ensino fundamental da rede pública de Parnamirim-RN no segundo semestre do ano de 2019.

Tratar de ensino-aprendizagem no contexto das mídias digitais é dar espaço para o lugar de fala dos alunos, e se colocar na situação de ouvinte, aprendendo de forma conjunta os conceitos apresentados nas mídias. Nesse sentido, discutir sobre os conceitos e seus significados por meio de fontes históricas (entendendo previamente o significado dessas palavras) sejam elas digitais ou não, produziria uma fonte e um recurso midiático e didático simultaneamente, o podcast, que ilustraria melhor a questão sobre tais conceito.
A turma escolhida em questão  para a aplicação do projeto, o 8º ano, já possuía afinidade para comigo, graças as etapas passadas do estágio supervisionado presente no curso de licenciatura em História que foram inseridas em sua sala. De forma geral, todos os alunos possuem a mesma faixa etária (13-14 anos) e já se mostram familiarizados com a presença de outros profissionais em sala, além do professor responsável pela disciplina.

Ao início das aulas no dia, tratou-se de apresentar a proposta do projeto para os alunos que se mostraram interessados por um “novo tipo de aula” como disseram ao se referir ao projeto explicado. Tendo em vista às demandas da universidade e dos percalços que poderiam acometer a trajetória até o final do projeto em relação ao seu tempo de conclusão, foram estabelecidas prioridades em relação às dificuldades encontradas, tais quais: os inúmeros períodos sem aula que a escola periodicamente era atingida, com a base desses problemas possuindo raízes de natureza externa e que se tornam um empecilho a ser pensando em um trabalho com um tempo limite como este, pois se tratava da última etapa para conclusão de uma licenciatura.

Com o inicio do projeto, foram ministrada as aulas abordando o Iluminismo (séculos XVII-XVIII) situando a turma no contexto do Antigo Regime (XVI-XVIII) e levantando questionamentos a respeito das condições de vida da população da época, levando em consideração as hierarquias existentes naquele período. Para explicar e estimular a curiosidade dos alunos sobre esses assuntos, foi proposto dinâmicas reflexivas, de forma com que eles se imaginassem enquanto sujeitos pertencentes aquele período. Outro método adotado durante essas primeiras aulas foi a organização de trabalhos em grupo voltados para a leitura e discussão de textos em sala, a respeito dos pensadores iluministas e suas principais ideias. Além disso, para reforçar o entendimento da turma aplicamos um jogo eletrônico, de perguntas e respostas, estimulando assim o trabalho  em equipe.

Uma parte importante do projeto foi o momento separado para a explicar os principais objetivos da proposta, o entendimento sobre as ações tomadas e os procedimentos a partir daí. O contato com as fontes e sua formas de apresentação seria exigido em todas as aulas praticamente, com isso entendemos que a leitura e a escrita estariam contidos em todas as etapas do nosso projeto. As mídias digitais são uma forma de comunicação e informação já bastante difundida no mundo, em especial as crianças e adolescentes nascidos na chamada “Geração Z”, que desde os primeiros anos de vida estão em contato direto com a tecnologia e já deram os primeiros passos em uma sociedade globalizada. Dessa maneira, esse auxílio não partiria de um campo incomum para os alunos, teria relação direta com sua vivência e sua abstrações perante sua vida.

Nesse sentido, o conteúdo abordado seria mediado por de discussões que incluiriam as mídias digitais e fontes mais comuns na própria explicação do assunto (que estaria em relação ao contato com esse meio digital) e nas formas de auxílio (no uso de vídeos e podcasts que ilustram os exemplos da aula sobre o conteúdo) tendo como horizonte a produção de um podcast específico que sintetizaria essas questões com posicionamentos, opiniões e relatos desses alunos que participaram ativamente da construção do seu próprio conhecimento e objeto de estudo.

Outra parte importante dessa análise é a presença do livro didático, pois mesmo que o trabalho geral gire em torno da modernização e ampliação das formas de aprendizado, isso não anula as práticas comuns a estrutura da educação, leitura e escrita, dando um valor especial ao livro didático que no decorrer dos anos vem tentando se mostrar atual e prático, com muita informação pedagógica e referências a mídias trabalhadas em nosso projeto. Mais do que isso, ele demonstra que as novas tecnologias também são parte integrante da formação escolar. Porém, Gabriela D'Ávila Schüttz nos alerta que:

“Em todos os casos, independentemente do tipo de mídia, elas podem ser exploradas em sala de aula, desde que sejam tomados alguns cuidados, sobretudo referentes à pertinência e à natureza de cada uma delas em relação aos conteúdos e aos objetivos propostos.” [Schuttz, 2015, P.138]

A autora levanta uma questão  fundamental sobre as mídias apresentadas, pois embora elas representem o acesso rápido, fácil e democrático à informação e a comunicação, é necessário que os conteúdos desse meio também sejam submetidos a uma visão crítica. Inclusive, essas críticas podem servir para que os alunos aprendam também a questionar as fontes que se apresentam no ambiente escolar e em sua vida cotidiana. 

Disponibilidade não quer dizer qualidade; vivemos numa era em que as informações dispersas na rede podem ser utilizadas de maneiras diversas e imprevisíveis, sem ao menos possuir um caráter crítico. Entretanto, mesmo diante deste latente empecilho, essas tecnologias têm se demonstrado bastante inclusivas. Como ressalta Eugênio Paccelli Aguiar Freire:

“A abertura para a possibilidade de realização e acesso a produções atentas hegemonicamente ao interesse espontâneo dos Sujeitos em expressar sua voz, veiculando os diversos temas que permeiam a vida social [...], coloca a tecnologia podcast como um campo rico para o desvelar da pluralidade de vozes, fundamental à educação como ampliação de leitura de mundo”.[Freire, 2013, P. 107]

Levando em consideração a pluralidade de sujeitos que compõem um ambiente de sala de aula, é imprescindível que tanto o professor  quanto a escola apresentam formas para que as crianças e adolescentes possam contar com um mecanismo a mais, para que manifestem seus interesses e habilidades individuais, ao passo em que aprendem.

A realização do projeto

Após concluindo os apontamentos a respeito do iluminismo, tratou-se de trabalhar com a Revolução Francesa (1789) e suas características que em seu âmago traz a discussão da liberdade e dos limites possíveis para cada cidadão (entendendo também qual o significado dessa palavra na época), com isso fora explicando a temática com vídeos e leituras do livro didático. Dito isso, dirigiu-se os alunos uma continuação das atividades ao decorrer das aulas, com o intuito de no final do projeto de construir um podcast que trataria das independências nas américas frente às influências da revolução francesa, com isso dividindo a turma em blocos para o diálogo mais informal sobre cada país (Brasil, Estados Unidos, Haiti e Venezuela). O uso do podcast, justamente no final de todo processo, foi pensado como a melhor alternativa, dada a maior aceitação dessa linguagem para os alunos, que se mostrava uma tarefa nova em sala de aula e de caráter desafiador.
Em torno das dez aulas apresentadas para os alunos, todas tiveram a intenção de avaliar e fazer com que os estudantes entendessem sobre qual o motivo das diferentes formas de avaliação serem propostas, e com isso dar sentido aos processos avaliativos do desempenho escolar. Entendendo esse lugar do pesquisador-professor ou aquele que faz as suas perspectivas com base em seu método, no caso aqui o professor com o aluno, no qual irão construir o conhecimento com base nas demandas do cotidiano dos alunos, Ana Maria Monteiro pontua:

“A partir de demandas emergentes que estão registradas nas diretrizes e propostas curriculares vigentes, exames vestibulares, avaliações sistêmicas, questionamentos dos alunos, tradições escolares, e que emergem dos debates políticos da sociedade da qual estão inseridos”. [Monteiro, 2013, P. 65]

O percurso da turma na descoberta desses novos conhecimentos e nas novas formas de se lidar com o ambiente digital , possibilitou reflexões trazidas por pensadores da educação sobre a perspectiva educacional. O projeto é orientado pelo conceito de aprendizagem destacado por Vygotsky, que dessa forma esclarece que: “o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer”[Vygotsky, 1998]

Dessa forma, o aprendizado precisa ser organizado de forma que na interação do conteúdo feita pelo professor com os alunos,  eles produzam um conhecimento específico para mediar o acesso a diferentes saberes. Os estudantes, por sua vez, devem trabalhar suas ideias baseadas no que foi abordado em aula com os colegas. O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.

Outro aspecto que está intimamente ligado com a aprendizagem, é o ensino, que  na perspectiva de Paulo Freire “não existe aprendizagem , sem ensino” e esse ensino deve estar pautado a contribuir para o aluno “pensar certo” , ou seja, de maneira independente e não apenas repetindo palavras de forma desprovida de sentido. Ainda nas palavras de Freire:
“Pensar certo [...] é uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos, ante nós mesmos. É difícil, não porque pensar certo seja forma própria de pensar de santos e de anjos e a que nós arrogantemente aspirássemos. E difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as facilidades, as incoerências grosseiras.” [Freire, 1996, P. 49]

Dessa maneira, entende-se por meio deste conceito freiriano, que a criação da autonomia do aluno é o  principal objetivo a ser alcançado. O estudante se colocaria no papel de protagonista de sua história e usaria os conhecimentos construídos nas aulas como mecanismo de auto afirmação, enquanto ser pensante  e ativo na sociedade. Com o término da atividade, dois alunos ficaram responsáveis pela distribuição e construção do site (rede social) do podcast, além de seu aporte em alguma plataforma digital, o que foi orientado pelos professorandos, para a disseminação de seu trabalho. Assim os alunos se sentirem bastante realizados com o resultado final de seu esforço visto que todas as aulas caminhavam para esse momento final que em partes pode ser comparado com o do historiador em função de seu tratamento com a fonte, além da perspectiva da pesquisa em sala de aula, graças a seus apontamentos baseados em pesquisas eles conseguiram relacionar os temas estudados com outras dinâmicas de sua realidade social, o que guardada as devidas proporções, pode ser entendido como uma forma de pesquisa histórica, o que é bem importante quando pensamos no valor da experiência dessas ações na escola.

 O experienciar da questão central do projeto pode ser entendido como o ato de inspecionar o mundo feito pelos alunos quando compreendem conceitos históricos. Além disso nossa perspectiva de mundo e as experiências que tivemos no campo pessoal moldam “inevitavelmente a forma como o vemos, e até mesmo o modo como determinamos a evidência à qual todos nós devemos apelar e nos submeter, independentemente de nossos pontos de vista” [Freire, 1996, P. 46].

Essa questão é polêmica, pois, as críticas levantadas contra a história do tempo presente são exatamente relativas à proximidade que os historiadores possuem em relação ao seu objeto. Espera-se que os historiadores mantenham uma distância cronológica do seu objeto de pesquisa para que não ocorram anacronismos e/ou juízos por parte do pesquisador, o que em alguma medida inevitável em sala de aula pois colocações é apontamentos se tornam mais fáceis com uso de analogias das mais diversas e anacrônicas possíveis, mas também a noção sobre a passagem do tempo e a sucessão de eventos  pautados na mudança e permanência, entendendo que alguns exemplos se feitos de má forma ou simplesmente errados podem contribuir para fazer exatamente o que o projeto busca combater, pessoas afogadas em meio a um oceano de informações confusas e inacabadas.



Palavras ifnais

Para todos os fins deste trabalho, a participação dos membros da escola e da universidade foi de uma importância vital para a finalização dessa primeira proposta de análise, deixando claro, que as leituras e o contato com o ambiente escolar e os sujeitos contidos nesse espaço, determinaram as presentes observações e ensejos teóricos que estão contidos neste documento, por fim as experiências conquistadas no projeto foram de muita importância para a formação inicial na docência, elucidando desafios e os benefícios que competem a profissão de professor.

REFERÊNCIAS

Alesy Soares Oliveira, graduado pelo curso de Licenciatura em História pela Univdersidade Federal do Rio Grande do Norte.

FREIRE,Eugênio Pacceli Aguiar. Podcast: novas vozes no diálogo educativo. Interações, n.23, 2013. p. 102-127

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 49


HOBSBAWM, Eric. O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo. Novos Estudos CEBRAP, v. 43, n. 11, 1995. p. 103-12

MONTEIRO,Ana Maria. Narrativa histórica no ensino de história.Fóruns Contemporâneos de Ensino de História no Brasil on-line, 2013.

SCHUTTZ, Gabriela D’Ávila. As mídias e o processo de ensino-aprendizagem em História: relato de uma experiência no ensino médio politécnico em Sapiranga-RS. Revista Temas em Educação, João Pessoa, v.24, n1., jan-jun.2015.p. 138-156

SOUZA, Raone Ferreira de. O Podcast no ensino de História e as demandas do tempo presente:que possibilidades? Transversos: Revista de História. Rio de Janeiro, n.11 dez; 2017, p. 42-62.

VYGOTSKY, L. S.. A formação da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo : Martins Fortes, 1998.

21 comentários:

  1. No inicio do texto fala em "transmissão de conteúdos" e, entretanto, a definição de tal expressão não dialoga com as ideias de Paulo Freire e Vykgotsky, defensores da construção do conhecimento. Como articulaste a prática expressiva com as ideias apontadas pelos autores, durante o projeto?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá , Primeiro agradeço a leitura do meu texto, o que enriquece a escrita a cada nova perspectiva adquirida. A transmissão no texto aparece enquanto forma de caracterização das linguagens trabalhadas, que em sua essência se relacionam na troca de dados e informações. As mídias digitais possuem um papel importante nesse aspecto. No texto está referido "Transmissão de informações" justamente aliado a características desses mecanismos, o que foi explicado no decorrer da prática para os alunos, sendo diferente de uma simples transferência de conhecimento mais aliada a uma educação bancária. Vygotsky orienta o sentido da aprendizagem no trabalho proposto, pois seu conceito de construção do conhecimento, já mencionado por você, foi essencial na atividade, que se valia da interação de métodos, conteúdos e linguagens mais próximo da realidade dos alunos garantindo uma internalização do conhecimento por meio da construção do próprio pelos estudantes. Paulo freire ocorre de forma indireta e direta na escrita e prática de toda ação descrita: indireta, pois sua noção de educação moldou a minhas ações em sala de aula, buscando sempre entender o aluno em sua realidade, e direta , na "Pedagogia da Autonomia" que possui um conceito árduo a se valer, fazer com que o aluno evite simplismos e noções rasas sobre o assunto.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  2. Ficou claro que as mídias e a tecnologias estão chegando de vez nas escolas, universidade no ensino como um todo. Mas a pergunta é quando e qual o momento certo que devemos usar as mídias em videos, áudios e etc em sala de aula?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Diego, agradeço sua leitura. O momento mais correto para o uso de mídias em sala de aula está ligado as "exigências" e necessidades da turma. A turma em questão estava bem ligada com tecnologias, o que é natural para a idade, e a escola apresentava uma sala de multimídias que facilitava o encontro para a atividade, dito isso, não é necessario recursos como mídias digitais para uma boa aula, mas sua realização com esses aparelhos fazem com que a educação comece a ser pensada como parte do mundo das informações, então é ilógico uma escola não trabalhar essas noções quando possui recursos para tal feito. O melhor momento vai depender dessa relação com a escola, alunos e o professor que deve buscar meios para a manutenção de ações do gênero, tentando driblar dificuldades logísticas.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  3. Aimara Bolsi
    No inicio do texto fala em "transmissão de conteúdos" e, entretanto, a definição de tal expressão não dialoga com as ideias de Paulo Freire e Vykgotsky, defensores da construção do conhecimento. Como articulaste a prática expressiva com as ideias apontadas pelos autores, durante o projeto?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Aimara, Primeiro agradeço a leitura do meu texto, o que enriquece a escrita a cada nova perspectiva adquirida. A transmissão no texto aparece enquanto forma de caracterização das linguagens trabalhadas, que em sua essência se relacionam na troca de dados e informações. As mídias digitais possuem um papel importante nesse aspecto. No texto está referido "Transmissão de informações" justamente aliado a características desses mecanismos, o que foi explicado no decorrer da prática para os alunos, sendo diferente de uma simples transferência de conhecimento mais aliada a uma educação bancária. Vygotsky orienta o sentido da aprendizagem no trabalho proposto, pois seu conceito de construção do conhecimento, já mencionado por você, foi essencial na atividade, que se valia da interação de métodos, conteúdos e linguagens mais próximo da realidade dos alunos garantindo uma internalização do conhecimento por meio da construção do próprio pelos estudantes. Paulo freire ocorre de forma indireta e direta na escrita e prática de toda ação descrita: indireta, pois sua noção de educação moldou a minhas ações em sala de aula, buscando sempre entender o aluno em sua realidade, e direta , na "Pedagogia da Autonomia" que possui um conceito árduo a se valer, fazer com que o aluno evite simplismos e noções rasas sobre o assunto.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  4. Parabéns pela iniciativa do projeto, utilizar as novas linguagens tecnológicas para o ensino de história é extremamente necessária, porém gostaria que você falasse um pouco sobre sua formação acadêmica, quais componentes curriculares do curso de história lhe ajudaram a problematizar acerca da utilização de novas práticas que envolvem os recursos midiáticos vigentes na atualidade?
    Outra questão seria como você acha que o curso de história poderia melhorar a formação docente para capacitar de maneira eficaz a utilização desses recursos midiáticos?

    Bruno Márcio Gouveia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Bruno, obrigado pela leitura e pela excelente pergunta. Os componentes curriculares referentes ao curso de licenciatura em História, possui uma dupla orientação, a de pesquisador e a de professor, em relação a docência o curso apresenta algumas matérias que buscam repensar as práticas de educação como ensino de História e outras relacionadas experiência em sala de aula e seus aspectos na didática. Especificamente sobre as mídias digitais na universidade, poucas são as matérias, embora seja um campo que venha crescendo no Brasil. Em projetos paralelos com universidade a algumas relações são feitas com o universo digital, a academia vai ocupando o espaço de fala, que diversas vezes é deslegitimado, produzindo conteúdo sobre questões de História e Educação.
      O curso de História poderia atentar mais a parte de educação que é tida como "a parte chata", e tomar para si os diversos recursos já trabalhados em outros campos do conhecimento. É preciso pensar uma educação atual e compromissada com a sociedade.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  5. Diego Renen Lima de Souza18 de maio de 2020 às 23:15

    Olá, Alesy Soares.

    Ficou claro que as mídias e a tecnologias estão chegando de vez nas escolas, universidade no ensino como um todo. Mas a pergunta é quando e qual o momento certo que devemos usar as mídias em videos, áudios e etc em sala de aula?

    Ass: Diego Renen Lima de Souza

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Diego, agradeço sua leitura. O momento mais correto para o uso de mídias em sala de aula está ligado as "exigências" e necessidades da turma. A turma em questão estava bem ligada com tecnologias, o que é natural para a idade, e a escola apresentava uma sala de multimídias que facilitava o encontro para a atividade, dito isso, não é necessario recursos como mídias digitais para uma boa aula, mas sua realização com esses aparelhos fazem com que a educação comece a ser pensada como parte do mundo das informações, então é ilógico uma escola não trabalhar essas noções quando possui recursos para tal feito. O melhor momento vai depender dessa relação com a escola, alunos e o professor que deve buscar meios para a manutenção de ações do gênero, tentando driblar dificuldades logísticas.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  6. Bom dia, é fato que as novas tecnologias vieram pra ficar e elas tem muito a contribuir com a educação e com o processo de ensino-aprendizagem, mas ainda o chamado "ensino tradicional" é muito forte, como esse ensino tradicional pode contribuir para inserção e uso dessas novas tecnologias?

    Assinatura: Thiago Rodrigues Ferreira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Thiago , obrigado pela leitura do meu texto. O ensino tradicional, vou entender como aspectos que são comuns a cultura escolar por exemplo a figura do professor na frente dos alunos com um quadro, lendo um trecho de algum livro enquanto os alunos copiam o que foi dito , traz consigo noções importantes que são necessárias ainda hoje (leitura,escrita e interpretação) , mas que não fazem distinções sobre o tipo de aluno que está presente ali em sala de aula. Dessa forma as principais Habilidades e competências para a educação podem ser seguidas pela lógica da educação tradicional , entretanto se valendo de novos métodos e com uma pretensão de sempre estar presente no seu tempo, haja vista que estamos ensinando para alunos do século XXI, e precisamos de aulas que correspondam a esse tempo.

      Excluir
  7. Primeiramente gostaria de ressaltar a fluente caminhada do texto apresentado, tendo em vista que percebe-se uma analise detalhada e fiel as observações feitas ao longo do tempo da pesquisa. Pensar o fenômeno tecnológico não é fácil, porque por mais ele se dilata dentro da sociedade, ainda existem pessoas que permanecem excluídas e impossibilitadas de ter acesso. Tendo em vista que seu trabalho aconteceu com uma ligação a escola e a sala de aula, acredito que a proporção desse problema tenha sido até mesmo desconsiderada. Mas gostaria de ouvir um pouco ainda, e até mesmo instigar uma reflexão sobre o seguinte: hoje em dia muitas pessoas tem acesso a tecnologia, assim me refiro mais diretamente a internet, porém não sabem ainda usá-la do modo mais correto, ou seja a favor da sua aprendizagem. Este fato acontece com grande parte dos jovens e adolescentes e até mesmo pessoas que se encaixam em outras faixas etárias. O que a escola poderia fazer para tentar amenizar tal situação? Será que somente a utilização desses meios na sala de aula serviria para despertar o interesse do aluno ou teria que se pensar novas formas de mostrar a valorização das mídias? Poderia acreditar-se talvez em um ensino à distância 100% aproveitável por parte do aluno sem que aja contato com o professor.

    Tobias de Oliveira Coelho

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Tobias, obrigado pelas perguntas, vou tentar ao máximo respondê-las. O uso dos recursos tecnológicos foi um dos temas discutido na fase inicial do projeto, quando trabalhei o sentido da fonte histórica e sobre o universo vasto de informações que o mundo digital proporciona, ficou claro uma necessidade de se discutir os melhores usos dessas ferramentas. O que foi um evento em sala, pois nunca havia uma discussão sobre esse tema na escola, o que parece óbvio, tendo que antes de trabalhar qualquer método, precisa-se ensinar para depois testar. A escola poderia ter mais incetivos em relação a esse campo novo das mídias digitais, o que despertaria mais interesse dos alunos, dado o estado atual da sociedade que se relaciona de forma intrínseca com esse novo campo social. A utilização em si dos meios tecnológicos, não faz nenhum milagre, é preciso conhecer o assunto, estabelecer metas e reguladores para os alunos, além do controle de sala para as atividades desse gênero que rompem com a cultura escolar tradicional, com isso a valorização seria (e é) gradual a partir do esclarecimento dessas novas mídias e as inúmeras possibilidades em nosso cotidiano.
      Sobre o EAD, temo que as experiências estejam acontecendo enquanto estamos debatendo, por ser uma coisa nova, erros e acertos vão ocorrer. Existem exemplos gratificantes na Universidade Brasileira dessa forma de ensino, mas o mesmo na educação básica é questionável, dada a falta rigor, acesso a internet e o esvaziamento do sentindo da escola. O ensino a distância ainda tem muito o que percorrer, basta um comprometimento com os princípios básicos de educação, que sempre deve ser acolhedora.

      Excluir
  8. Olá,

    Caro Alesy, em primeiro lugar eu gostaria de antes da pergunta afim de suscitar o debate, lhe parabenizar pelo enriquecedor e erudito texto para com uma temática tão atual e desafiadora. Minha dúvida diz respeito ao uso, propriamente dito das mídias na salas de aula. Seguindo, nesse sentido, o pensamento freiriano da "democratização" do acesso ao ensino e à educação, quais serão outras possíveis mídias para o compartilhamento das informações criadas em um eventual podcast, por exemplo What'sApp, Instagram e/ou Twitter/Telegram? E nesse caso, você poderia me apontar os devidos cuidados (se existentes) para com essa propagação mais "democrática" do conhecimento?

    At.te

    José Carlos da Silva Ferreira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá José, agradeço a leitura e fico lisonjeado com os elogios. As mídias de transmissão como chamei no texto, foram um ponto importante na discussão que precede a realização do podcast, antes dessa etapa foi feito um trabalho com fontes e a importância do combate às "fake news", em outro momento foi introduzido jogos de perguntas e respostas na plataforma "kahoot" que serviu de ponte para apresentação de outras linguagens como vídeo relacionados a disciplina História , alguns já até conhecidos pelos alunos, ou seja, o contato prévio com esses mecanismos foi um ponto importante e válido na discussão do projeto.
      Propriamente sobre as redes sociais, achei preferível que os alunos tivessem uma conta do projeto no "Facebook" e dessa forma possibilitando o upload do episódio gravado em outra plataforma agregadora de podcast's, o "Spotify", pois muitos colegas de profissão ao fazer esse tipo de atividade percebem um dificuldade em "transmitir" seu projeto para a escola, e mais além, para o mundo, Sendo assim, todos que possuíam um celular ou alguns minutos na sala de multimídia poderiam acessar o podcast da turma, o que me deixou bastante satisfeito.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  9. Prezada Alesy, boa noite!

    Primeiramente, gostaria de parabenizar pelo texto muito bem escrito e pelo tema tão pertinente na atual situação.
    Em razão da pandemia, a Educação tem sido desafiada a encontrar diversos meios para chamar a atenção dos alunos, de forma que o ensino seja de qualidade e, ao mesmo tempo, prazeroso.
    O uso de mídias digitais no ensino de História e demais disciplinas pode ser uma ferramente que tem acalmado e auxiliado para que os alunos não fiquem prejudicados com a falta de aulas presenciais.
    Você acredita que a qualidade do ensino se mantém a mesma, ainda que não haja o contato físico, com a utilização de mídias digitais no ensino da História?

    Ou, ainda, que os alunos possam se interessar mais pelas aulas digitais em razão de estarem trabalhando com um instrumento que faz parte do dia a dia?

    Saudações!


    Luceli Santília Silva de Paula

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Luceli, fico grato pela sua leitura. As mídias digitais são ferramentas que facilitam o nosso dia-a-dia, possuem características dinâmicas e auxiliadoras do ensino-aprendizagem, entretanto seu uso em si não garante uma boa aula. O mundo das informações é vasto e deslumbrante, o que pode afetar a concentração de alguns alunos. Os melhores exemplos de ensino a distância são aqueles que possui um conjunto de aulas presenciais para a consolidação de aspectos da cultura escolar, que é muito importante na educação básica, pois diversos temas da pedagogia surgem a partir dai, como a sociabilidade, formação do raciocínio-logico e a construção de um léxico abrangente na comunicação. Penso que ainda estamos engatinhando nesses aspectos, erros e acertos tem de acontecer para que essa categoria de ensino se enriqueça cada vez mais, tornando-se prazerosa e vantajosa para todos os agentes participantes do processo de ensino.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir
  10. Boa noite, Alesy. Parabéns pelo trabalho.
    Estava refletindo em que medida essas novas tecnologias da informação tomaram o mundo e foram inseridas no cotidiano das pessoas, no Estado onde moro (Alagoas) é um exemplo disso pois 1/3 dos lares não contam com acesso a internet. Outra questão é que as metodologias evolvendo as novos tecnologias da informação e comunicação passaram de uma alternativa para uma obrigatoriedade devido o contexto de pandemia e a proibição das aulas presenciais, nesse sentido acredito que será importante pensar os rumos do ensino de História no contexto pós-pandemia.

    ATT: Cássio Júnio Ferreira da Silva.

    ResponderExcluir
  11. Boa noite, Alesy, parabéns pelo texto. Gostaria de perguntar: hoje ainda muitos professores de História, nao estão preparados para lidar com tecnologias na sala de aula. Na formação inicial, do seu ponto de vista como isso pode ser mudado? E como preparar professores que lidem com alunos que nao tem acesso a tecnologia?

    Ass. Laís Shauany Faustino da Silva

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Laís, Obrigado pela leitura. A classe docente está sendo renovada a cada ano, penso que essas mudanças serão naturais com o tempo, a partir de um momento em que não saberemos onde o mundo digital começa e onde o mundo real termina, a universidade deve formar professores com essas visão atual, pois a necessidade irá bater a porta e o desdém dessa inciativa fará com que os alunos se afastem ainda mais da escola ou até mesmo abandone-a, como já é fatídico em estatísticas de evasão escolar. Sobre a discussão do acesso a internet e outras tecnologias, existe um problema escondido nos argumentos, que é a desigualdade social. Em muitos casos não somente a tecnologia está em escassez, mas recursos básicos como alimentação, moradia e água. Como fazer com que um aluno que não possui nem água potável em casa, preste atenção em uma atividade distante de sua realidade? creio que a resposta não pode ser dada somente pela escola, penso que para sanar esses problemas a introdução de mídias digitais devem servir como ponte para a ligação de um mundo tão próximo e ao mesmo tempo negado pela varias mazelas, muitas de razão históricas, que acometem o povo brasileiro. O estado tem o dever de prover os recursos para a juventude florescer e a escola, que muitas vezes é unica nesse campo de batalha, irá conduzir o aluno para o caminho da cidadania e dos frutos da democracia. Nunca excluir, apenas soma.

      Alesy Soares Oliveira

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.