O USO DE TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA E OS IMPACTOS NA APRENDIZAGEM HISTÓRICA
O
desenvolvimento da História enquanto ciência ao longo dos séculos XVIII e XIX
trouxe importantes debates sobre o trabalho do historiador e seus métodos. O
movimento positivista apresentou debates acerca da objetividade científica da
História, defendendo que a sociedade poderia ser estudada como a natureza,
regida por leis naturais. O historicismo por sua vez, ainda que vinculado
fortemente às instituições, trouxe uma visão histórica dos fenômenos humanos,
colocando em xeque a equivalência de método com as ciências exatas. O marxismo
ampliou todos esses debates ao colocar em evidência que o ponto de vista de uma
determinada classe impacta diretamente na sua forma de compreender o mundo e,
que por esse mesmo motivo, a sociedade seria repleta de contradições internas,
fruto da luta de diferentes classes [LOWY, 1992].
Todas
essas visões de mundo, acompanhadas de diferentes metodologias, ajudaram a
definir a ciência histórica, diferenciando-as das demais ciências e
impulsionando o aprofundamento de questões teóricas, metodológicas e didáticas
da mesma. Subsequente à estes “ismos”, vemos um novo movimento historiográfico
no século XX através da Escola dos Annales, que voltou a buscar aproximação com
outras áreas, ampliou as fontes utilizadas, tirando o foco somente das
oficiais, mudando não só de perspectiva como também, dando ênfase em uma
história-problema. O novo leque de opções apresentados pelos Annales enriqueceu
o trabalho historiográfico e potencializou as práticas didáticas de História no
que diz respeito ao trabalho com fontes históricas.
O
desenvolvimento de pesquisas de ensino de História acompanhou esse
desenvolvimento historiográfico. Longe de transpor as pesquisas da academia
para a sala de aula, os novos problemas levantados por elas, assim como muitas
de suas fontes, puderam ser utilizadas de forma mais atrativa no ambiente
escolar. A tecnologia facilitou o trabalho com imagens, filmes, músicas, obras
de arte e mesmo com documentos oficiais, permitindo uma aproximação dos alunos
da evidência, estimulando de sobremaneira a interpretação e desenvolvimento da
consciência histórica. Contudo, para que muitas dessas possibilidades acima
mencionadas sejam efetivas, é necessário não somente um planejamento pedagógico
pertinente, como também, de estrutura material para sua realização. Nesse sentido,
a tecnologia aparece como uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo que
facilita esse contato não o democratiza.
Apesar
disso, atualmente a tecnologia é um grande desafio na sala de aula. Além de
concorrermos com o uso de smartphones, a demanda por sua incorporação de
ferramentas tecnológicas vem muitas vezes da escola, assim como a demanda de
interdisciplinaridade. Contudo, como articular a interdisciplinaridade e novas
tecnologias de forma a aprofundar o conhecimento histórico, sem abrir mão da nossa
metodologia? Quais as possibilidades e desafios encontrados em diferentes
espaços educacionais?
Esta
comunicação tem como objetivo discutir essas questões com base em experiências
realizadas no ano de 2019 em duas escolas públicas, durante a prática de
docência obrigatória para os cursos de licenciatura de História. Uma delas,
escola periférica do município de São José dos Pinhais - PR, com turmas de 6o
ano do Ensino Fundamental e, a outra, uma escola federal do centro de Curitiba
- PR com turmas do 1o ano do Ensino Médio e Técnico. Em ambas turmas foi
utilizado o período de 2 horas-aula para o desenvolvimento do planejamento, que
em decorrência da diferença dos níveis escolares tiveram conteúdos diferentes,
embora com resultados que dialogam.
As
questões suscitadas e as conclusões a que chegamos neste artigo partem do
conceito de aprendizagem histórica (o objetivo a ser perseguido pelo ensino de
história) tal como formulado pelo arcabouço teórico da Educação Histórica,
especialmente pelo britânico Peter Lee [LEE, 2016]. De acordo com ele, aprender
história pode ser comparado ao processo de alfabetização: assim como aprendemos
palavras que nos ajudam a interpretar e a nos expressar em nossa língua,
aprendemos história quando nos apropriamos das ideias-chave que embasam o
conhecimento sobre o passado. Essa ideias ficaram conhecidas como categorias do
pensamento histórico, tais como evidência, mudança, empatia, narrativa, etc.
Aprender história é, portanto, apreender o funcionamento dessas categorias e instrumentá-las
para conhecer o passado, sendo por isso indispensável o contato com fontes
históricas e com a própria ciência da história. É por isso que Peter Lee
entende como objetivo central do ensino de história promover o que ele chama de
literacia histórica, que poderíamos entender também como alfabetização
histórica, algo muito diferente do que convencionalmente somos levados a crer,
a saber, que os professores de história tem o papel de simplificar os conteúdos
produzidos na academia. Além disso, para Lee a aprendizagem histórica só
acontece de fato quando o sujeito é capaz de modificar a sua própria percepção
do mundo em que vive, de forma mais complexa e racional.
Partindo
desta abordagem teórica é que os conteúdos das aulas foram pensados. Com as turmas
de 1o ano o conteúdo preparado foi referente ao Islã, previsto no material
didático aprovado pelo PNLD mas, bem pouco explotado por este. Tendo a
instituição uma ótima estrutura física e de equipamentos, foi possível preparar
um material diferente para as aulas e bastante visual. Para iniciar o debate
uma pergunta foi lançada aos alunos: “Quando você ouve as palavras: árabe, Islã
e muçulmano, que imagens vêm à sua cabeça?”. Nas duas turmas o resultado
inicial foi bastante semelhante, associações a grupos terroristas, eventos como
o atentado às torres gêmeas, Alcorão, fundamentalismo, foram bastante comuns.
Na sequência uma série de desenhos (carnaval, música, praia, futebol e mulher
semi-nua) foram apresentados no projetor e os alunos questionados novamente: “A
qual país você acha que as imagens abaixo se referem?”. A resposta foi unanime:
“Brasil”. A partir desta ideia, foi desenvolvido o conceito de estereótipos,
pensando inicialmente se eles se sentiam representados por aquelas imagens e se
acreditavam que todo o Brasil, de norte à sul tivesse os mesmos gostos. Feito
isso eles foram questionados novamente sobre por que então, temos tantos
estereótipos sobre árabes e muçulmanos em nossa mente, associando-os à eventos
terroristas.
Para
refletir sobre o conceito, alguns materiais audiovisuais foram usados para
pensar a representação dos povos e do oriente médio nas artes e mídia.
Inicialmente foi assistida a abertura do filme Aladdin, com ênfase na legenda da música inicial: “Noite na
Arábia”. Na letra algumas estrofes criam um estereótipo das pessoas e do
ambiente, conforme os trechos: “Imagine um lugar muito longe daqui / Com
camelos pra passear / É uma imensidão, um calor e exaustão / Como é bárbaro o
nosso lar”, que foram discutidos com os alunos e debatidos juntamente com os
conceito de bárbaro e civilizado.
Antes
de adentrar no conteúdo foram esclarecidas algumas palavras que podem gerar
confusão como: árabe, Oriente Médio e muçulmano e depois foram trabalhados de
maneira mais detida elementos básicos da cultura islâmica, de seu surgimento
até sua expansão. Como forma de aproximação do presente os alunos foram
confrontados com dados estatísticos sobre o islamismo hoje no mundo e
questionados: “Mas mesmo com tantos adeptos, qual o motivo de tanta islamofobia?”.
E,
para explicar o conceito de islamofobia foi passado um pequeno trecho do
documentário “Filmes Ruins, Árabes Malvados: Como Hollywood Vilificou um Povo”
que se dedica a explicar este conceito através do cinema de Hollywood, em como,
e porque os americanos representaram os árabes de maneira tosca e perigosa.
Assistido e debatido o trecho, o conceito de “Orientalismo” de Edward Said foi
explicado aos alunos para pensar de que forma este campo de estudos contribui
com a reflexão acerca dos estereótipos em relação aos povos do Oriente.
Por
fim, foi realizada uma leitura conjunta da reportagem “A intolerância religiosa
na visão de muçulmanos que vivem na periferia de São Paulo”, publicada em
janeiro de 2019 no jornal on-line Brasil de Fato e foi proposta a uma
atividade. Nela, o objetivo era que os alunos relacionassem os conceitos de
orientalismo e islamofobia, utilizando o filme e a reportagem como fontes de
análise e, podendo também pesquisar nos seus celulares com acesso a internet da
instituição.
Os
resultados se mostram muito efetivos, indo ao encontro aos pressupostos da
educação histórica, estimulando principalmente o desenvolvimento do conceito de
segunda ordem “empatia”, que diz respeito à capacidade dos alunos de
compreender as diferenças históricas evitando os julgamentos característicos do
senso comum. Nas respostas das atividades foi comum ver que muitos alunos
reconheceram seus preconceitos iniciais sobre o assunto, identificando através
da aula uma reflexão positiva e de mudança sobre suas próprias posturas. Apesar
de trabalhar com fontes contemporâneas para estimular o desenvolvimento de uma
consciência histórica mais complexa, as respostas utilizaram muitos elementos
históricos para explicar o presente e, articularam acontecimentos locais (como
o recorrente ataque à terreiros de umbanda no Brasil e Curitiba) com o global
(atentado às torres gêmeas, conflitos atuais do Oriente). Nesse sentido, os
exemplos utilizados e as construções narrativas recordaram muitos elementos
visuais da aula que foram utilizados inclusive em aulas posteriores. A resposta
às tecnologias utilizadas na sala, se mostraram portanto, bastante vantajosas
no que se refere ao ensino e aprendizagem históricas.
Com
as turmas de 6º ano, o objetivo das aulas partiu dos conteúdos relativos à Roma
antiga e, da discussão sobre o consumo de água dessa população em comparação
com a nossa relação com esse recurso natural (novamente o local e o global
articulados). As aulas foram programadas com base em um estudo exploratório
realizado previamente com a metodologia da “chuva de ideias” [BARCA, 2004]
sobre o conceito de meio ambiente. Novamente partindo dos pressupostos da
educação histórica, as aulas privilegiaram o trabalho com as fontes e buscaram
aproximar os conteúdos da experiência real dos alunos. Com vistas a lograr esse
objetivo, utilizaram-se duas fontes de suportes diferentes: um trecho de cartas
trocadas entre o imperador Trajano e Plínio, o Jovem, governador da província
da Bitínia; um pequeno vídeo com imagens do jogo Assassin’s Creed Odissey, que
mostrava a construção de um aqueduto.
Por
último, a ideia era apresentar aos alunos um roteiro organizado no Google Maps que mostra a trajetória
percorrida pela água no município de São José dos Pinhais, desde a captação na
bacia do rio Miringuava, passando pelas estações de tratamento, e chegando na
escola que frequentam diariamente. Pensava-se que assim eles poderiam ter uma
maior dimensão das diferenças e semelhanças entre o consumo de água nos antigos
romanos e em nossa sociedade. Ao final das aulas foi solicitado uma atividade
na qual se pedia aos alunos que, através de um pequeno texto ou de um desenho,
relacionassem o consumo de água dos antigos romanos com o que eles mesmo
experimentam cotidianamente, estabelecendo semelhanças e diferenças.
Após
a reflexão sobre essa experiência, concluímos que ela apresentou mais fracassos
que logros, especialmente se compararmos com a experiência com as turmas de 1o
ano do Ensino Médio. Os alunos do 6o ano mostraram ter entendido as diferenças
técnicas relativas à captação e distribuição da água entre os dois contextos
históricos, mas muito pouco além disso. O trabalho com as fontes não foi bem
executado, em parte por problemas técnicos e em parte por descuido em relação
aos objetivos da aprendizagem histórica [AUXILIADORA & SCHMIDT, 2009], a
saber, o de promover a literacia histórica, ou seja, a alfabetização histórica
dos alunos.
Os
problemas técnicos são típicos da infraestrutura de escolas periféricas: neste
caso, não havia projetores nas salas da aula, o que nos levou a desenvolver a
atividade na única sala que possui computadores (uma espécie de laboratório de
informática, conhecida como sala multimídia, e bastante disputada pelos
professores), que deve ser reservada junto à direção com pelo menos uma semana
de antecedência. O computador conectado
ao projetor era bastante ultrapassado, e durante a apresentação dos slides
desligou duas vezes, o que comprometeu o tempo da aula e diminuiu a
concentração dos alunos. Isso nos mostra os limites materiais da tecnologia em
sala de aula, que - assim como tudo na forma social em que vivemos - atinge de
maneira desigual os diferentes estratos da sociedade.
Tanto
esse problema quanto os outros, contudo, se relacionam diretamente com a
incompreensão da cultura da escola por parte do professor - nesse caso, do
estagiário [FORQUIN, 1993]. A escola constitui uma das principais bases sobre a
qual se ergue a aprendizagem histórica, sendo tarefa do professor estabelecer
uma compreensão sólida tanto do funcionamento da escola quanto da cultura
histórica experimentada pelos alunos (carências de orientação, preocupações com
o presente, etc.). O trabalho ficou incompleto também devido ao fato de que
apenas uma análise prévia sobre as ideias históricas dos alunos foi incapaz de
apreender a totalidade dessas questões, que exigem constante revisão e reflexão
de propostas. Além disso, a
inexperiência própria de professores em formação fez com que a atividade com
fontes não fosse tão bem executada, o que levou, em certo sentido, a que os
alunos as interpretassem - especialmente o jogo de videogame - como uma
ilustração da realidade. A aprendizagem histórica pautada na ciência de
referência, pelo contrário, pressupõe exatamente a quebra dessa concepção do
senso comum, que confunde o passado em si com os vestígios que deles chegaram
até nós.
Ao
fim destas duas experiências com condições materiais e sociais bastante
diferentes do espaço escolar, podemos realizar alguns apontamentos no que se
refere ao uso de mecanismos próprios da ciência histórica e da educação
histórica na sala de aula, bem como sobre o alcance e os limites da tecnologia.
Nem todas as escolas e instituições de ensino tem tecnologias disponíveis para
potencializarem suas práticas pedagógicas - como a dificuldade encontrada por
escolas rurais. Os escassos recursos precisam ser muitas vezes divididos entre
diferentes professores e disciplinas, sendo que muitas vezes sua existência não
se traduz necessariamente em bom funcionamento, seja pela condição dos
equipamentos ou conexão de internet (segundo o PISA de 2015, o Brasil tem a
segunda pior conectividade dentre todos os países avaliados).
Outro
ponto a ser destacado é que a tecnologia por si só não promove a aprendizagem
histórica. Ela é sim uma ferramenta importante, mas deve estar articulada aos
objetivos específicos do ensino de história. Dessa forma, existem limites
materiais de sua efetividade e também limites epistemológicos, ligados
diretamente à proposta de aprendizagem histórica que se tem em mente. Isso significa
que nenhuma tecnologia é capaz de apresentar o passado tal como ele foi,
limitando-se a servir de recurso pedagógico para o professor, que deve
estabelecer seus próprios objetivos. Considerando portanto esses dois pontos,
quanto às turmas de 1o ano do Ensino Médio, a reflexão histórica expressa nas
atividades correspondeu aos objetivos previamente estabelecidos de quebra de
estereótipos e empatia com o “outro”. Dessa forma, percebe-se que o ensino de
história transformou de fato o modo com que os alunos enxergam o mundo ao seu
redor, o que significa que houve aprendizagem histórica. Contudo, cabe uma
reflexão sobre o objetivo alcançado e apreensão da atenção dos alunos ter sido
possível também por condições de funcionamento da escola e também da tecnologia
disponível.
Já
a experiência com a escola de São José dos Pinhais demonstrou que o uso da
tecnologia pode, inclusive, comprometer a aprendizagem histórica quando não é
utilizada de maneira articulada aos objetivos da didática da história. Sempre
corre-se o risco de que a interatividade que os efeitos audiovisuais
proporcionam sejam interpretados pelos alunos como o próprio passado, e isso
não é aprender a pensar historicamente. Qual é a diferença fundamental entre
uma aula tradicional em que o professor transmite aos alunos as respostas sobre
o conteúdo, geralmente através de afirmações sobre o passado que são colocadas
no quadro e devem ser decoradas, e uma aula na qual as mesmas informações (as
verdades que devem ser decoradas) são expostas em slides coloridos, com imagens
e vídeos? Pensar sobre essa questão é de vital importância para refletirmos
quais os objetivos do ensino de história e também para avaliarmos a forma pela
qual esse conhecimento é apreendido pelos alunos.
REFERÊNCIAS
Albano
Gabriel Giurdanella, Bacharel e Licenciado em História pela UFPR
Mayla
Louise Greboge Montoia, Bacharela e Licenciada em História pela UFPR
BARCA,
Isabel. Aula oficina: do projeto à avaliação. In: JORNADA DE EDUCAÇÃO HISTÓRICA, 4., 2004, Braga. Anais. Braga: Centro
de Investigação em Educação (CIED), Universidade do Minho, 2004, p. 131-144.
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e
epistemológicas do conhecimento escolar. Artes Médicas, 1993.
LEE, Peter. Em direção a um conceito de
literacia histórica. Educar em Revista,
n. SPE, p. 01-14, 2006.
LEE, P. J.; ASHBY R. Empathy, Perspective Taking, and Rational Understanding. In: DAVIS,
O. L.; YAGER, Elizabeth A.; FOSTER, S. J. Historical empathy and perspective
taking in the social studies. Lanham,
MD: Rowman and Littlefield, 2001.
LOWY,
Michael. Ideologias e ciência social:
elementos para uma análise marxista. Editora Cortez, 1992.
PEREIRA, Júnia Sales et al. Empatia
histórica em sala de aula: relato e análise de uma prática complementar de se
ensinar/aprender a história. História
& Ensino, v. 17, n. 2, p. 257-282, 2012.
PORTAL IEDE. Iede Pauta nº 2: Pisa e o uso de internet nas escolas brasileiras.
Disponível em: <https://www.portaliede.com.br/iede-pauta-no-2-pisa-e-o-uso-de-internet-nas-escolas-brasileiras/.
Acesso em: 12 de março de 2020.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora Moreira dos
Santos. Cognição histórica situada: que aprendizagem histórica é esta?. Aprender História: perspectivas da educação
histórica, v. 3, p. 21, 2009.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; URBAN, Ana
Claudia (org.). O que é Educação
Histórica. Curitiba: W.A. Editores, 2018.
Sabe-se que é garantido por lei a autonomia dos professores em sua aula. Como dito no texto, muitas escolas cobram o uso de tecnologia em sala, porém essa cobrança não fere a autonomia? E quando o professor não sabe manusear dos artifícios?
ResponderExcluir-Marcella Andrade Gomes
Esse tipo de cobrança fere, no limite, a autonomia do professor em sala de aula. De todo modo, nos tempos atuais passa a ser uma exigência cada vez mais básica e necessária da própria formação docente. Assim como o professor precisa dominar as principais ferramentas de sua ciência de referência (teoria e método), articuladas a uma estratégia didático-pedagógica, o domínio de instrumentos como computadores e reprodutores de imagens é cada vez mais básico. Nesse sentido, não se trata apenas de que essa cobrança fere a autonomia, mas de uma demanda que se impõe aos professores de modo impessoal, e que não pode ser simplesmente ignorada. Para citar um exemplo: há cinquenta anos atrás a exigência de que o professor dominasse minimamente o manejo do quadro e giz se impunha sobre as vontades individuais desses profissionais, e isso não configurava necessariamente uma interferência em sua autonomia. Sua pergunta retoma a importância da capacitação e formação continuada dos professores, que visa não somente atualizações em seus conhecimentos sobre a sua ciência, mas também questões desse tipo.
Excluir- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
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ResponderExcluirOlá, Albano e Mayla!
ResponderExcluirA leitura do texto de vocês me levou a resgatar certos aspectos da minha formação. Era crítico feroz do ensino tradicional e entendia que o uso das “novas” tecnologias resolveria o problema do ensino/aprendizagem da história. Mero engano. Mas a prática me levou a ser crítico do meu ato de ensinar ao mesmo tempo que me levou a ressignificar constantemente o ensino da disciplina e o uso das tecnologias. A minha questão é a seguinte: comumente o ensino de História é limitado semanalmente entre 1h40min e 2h30min de aula, diante disso, como tem sido a discussão no campo teórico da relação entre uso de tecnologias, o trabalho com fonte histórica e o conteúdo a ser ministrado? Digo, o que é efetivamente proposto para a superação dos desafios dessa relação?
> Paulo Roberto Martins da Silva
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá, Paulo. Efetivamente a limitação de tempo é um desafio enorme e de difícil superação, ainda mais se levarmos em consideração a enorme quantidade de conteúdos previstos pelos currículos e programas escolares. O que os pesquisadores da Educação Histórica têm sugerido é que se definam prioridades a partir das carências dos alunos, mesmo que com isso alguns pontos sejam minimizados ou deixados de lado. O que a experiência desses pesquisadores demonstra é que a tentativa de "ensinar" tudo e cumprir rigidamente com os programas leva a não aprendizagem histórica no sentido explicado nessa comunicação. Durante o trabalho sobre um conteúdo específico (Grécia antiga, por exemplo) sempre surgirão nos alunos demandas de maior interesse, e o papel do professor seria canalizá-las através das fontes disponíveis para desenvolver a consciência histórica dos alunos. Não adianta apenas partir do que o professor considera como relevante (sugiro a leitura do texto de Peter Seixas sobre significância histórica, no qual ele mostra como o que é significativo na história para alguns alunos pode não ser para outros). Quanto ao trabalho com fontes, ele deveria fazer parte de todo e qualquer tipo de aulas, sendo a tecnologia mais ou menos utilizada a depender dos fatores concretos que possibilitam ou não o seu uso em determinadas escolas. Sem as fontes não há história, isso é uma máxima tanto para a pesquisa quanto para o ensino de história. O texto de Seixas pode ser encontrado aqui: http://www.socialstudies.org/sites/default/files/publications/se/6101/610105.html
Excluir- Albano Giurdanella e Mayla Greboge.
Muito esclarecedor.
ExcluirNão há outro caminho: a seleção é um princípio essencial de nossa prática.
Sobre o texto de Seixas, apesar da distância geográfica da pesquisa, ela apontou circunstâncias de ensino, que sem dúvida, devem ser consideradas em nossas realidades educacionais.
Um abraço fraterno!
Obrigado Paulo pelos comentários. Abraços.
Excluir- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Nesse momento de pandemia, onde a tecnologia estar sendo o meio mais viável para o ensino. Qual importância do professor aprender à manusear os instrumentos tecnológicos?
ResponderExcluirEleilda da Silva Santos
Olá Eleilda, sua questão toca num assunto fundamental em tempos de pandemia: o uso da tecnologia na educação. Começaríamos a sua questão pontuando primeiramente que a tecnologia é o “meio mais viável” para alguns, tendo em vista que muitos alunos não possuem acesso à internet e internet de boa qualidade. Segundo que, conforme defendido ao fim do texto, acreditamos que a instrumentos tecnológicos são apenas um meio, uma ferramenta que pode potencializar o ensino, não devendo, ser o meio primordial de ensino e aprendizagem históricos.
ExcluirNo momento extraordinário que vivemos, a tecnologia tem sido uma grande aliada para que os professores consigam minimamente continuar “mostrando serviço”. Nesse sentido, os professores que conseguem dominar ferramentas como o Google ClassRoom, aplicativos de web conferência e outros básicos como email acabam tendo alguma vantagem sobre aqueles que não estão habituados. Dominar alguns desses recursos permite portanto, que os professores se reinventem algumas de suas práticas de ensino.
Contudo, alguns elementos destacados no texto podem ser ampliados para uma reflexão em nosso contexto, especialmente sobre o uso improvisado de recursos tecnológicos na educação. Se a educação já estava sendo sucateada no espaço público ou hiper mercantilizada no espaço privado, as soluções educativas passam longe de uma modernização tecnológica improvisada, sobre a qual só saberemos os efeitos na aprendizagem quando tudo isso acabar.
Sendo mais objetivos, manusear ferramentas tecnológicas facilitam alguns tipos de comunicação e trazem dinamicidade para as aulas, mas em tempos de pandemia são um formato não democrático de ensino.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
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ResponderExcluirOlá bom dia, Sem duvidas ainda vivemos um grande distanciamento dos meios de tecnologias em nossas escolas publicas, os recursos de tecnologia da informação são escassos, mas esse não é o único problema, diante da nossa realidade em que se refere a preparação dos professores, será que eles estão realmente capacitados para uso de tal ferramenta?, levando em consideração o conhecimento de professores mais antigos que se recusam a utilização de tais recurso, muitas vezes por comodismo ou mesmo falta de conhecimento. Quais seriam as medidas adotadas para tal inclusão?
ResponderExcluirAss: Lucas Gabriel Araújo
Olá Lucas. Achamos muito pertinente suas questões e nós também pensamos muito nisso. É realmente necessário levar em consideração diferentes gerações de professores, suas preferências e até mesmo sua autonomia em sala. Sabemos portanto nem todos estão capacitados e familiarizados com alguns recursos tecnológicos. Nesse sentido, muitos cursos de formação continuada ofertados pelas prefeituras, municípios tem tentado fazer essa inclusão. Acreditamos que essa medida é um passo fundamental.
ExcluirAlbano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Bom dia. Em relação a esse trabalho ele é muito interessante pois, esse texto dialoga com a questão das tecnologias contextualizadas com o processo de aprendizagem da disciplina de História. Neste sentido, esse artigo busca entender a influência que as tecnologias podem ter para uma aprendizagem, no que tange os conteúdos da disciplina de História.
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa
Olá Francielcio.
ExcluirObrigada! E sim, buscamos entender os possíveis usos e limitações da tecnologia na aprendizagem histórica.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Quais os benefícios e os malefícios de se ministrar aulas de História, contextualizadas mediante o suporte das tecnologias??
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da costa.
Entre os benefícios citaríamos a dinamicidade, a possibilidade de atrair a atenção dos alunos e, demonstrar como a tecnologia pode ser uma ferramenta útil também para estudar (estimulando até mesmo o uso fora da escola de maneira mais crítica). Entre os malefícios desse tipo de abordagem poderíamos pensar na possibilidade de distração da turma ou de alguns alunos com a ferramenta utilizada e, pensando no professor, a inconstância desse tipo de de material que pode em muitos casos deixar o professor na mão (sendo sempre importante ter consigo uma segunda opção, o que pode dar inclusive maior trabalho).
ExcluirAlbano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Realizar um ensino da disciplina de História com o uso de tecnologias, é considerado uma metodologia didática inovadora??
ResponderExcluirAssina: Francielcio Silva da Costa.
Olá Francielcio.
ExcluirPara um aluno periférico ou rural, que pode não ter acesso à algumas tecnologias em casa é inovador no sentido de novidade (o mesmo vale para professores que permanecem ligados a um tipo de ensino mais tradicional), não o sendo para alunos/professores já familiarizados. No âmbito aprendizagem podemos pensar esse uso como recente e também inovador. Recente porque somente há poucos anos as escolas públicas investiram em laboratórios e TVs por exemplo, e relativamente recente também no debate historiográfico acerca da incorporação de fontes como as audiovisuais nos estudos. E inovador não tanto pelas ferramentas em si (filmes, google, jogos) mas, pela compreensão dos impactos na aprendizagem histórica para além dos materiais tradicionais.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDe acordo com o que foi explanado no que concerne à temática em pauta, para além dos contextos elucidados, quais as possibilidades de inserir as tecnologias de informação e comunicação como ferramentas didáticas em sala de aula nas escolas brasileiras?
ResponderExcluirVanessa da Silva
Olá Vanessa.
ExcluirPensando na realidade brasileira de modo geral sabemos que qualquer dessas sugestões é bastante complicada. Mas, considerando que, em alguns casos os alunos tem smartphones e acesso à internet podemos usar tanto essa tecnologia para pesquisas rápidas em sala (até para ajudá-los a encontrar sites seguros e com informações confiáveis) como para consulta de materiais e debate. Eu (Mayla) tive uma experiência com turmas de ensino médio onde o uso do próprio whatsapp funcionava como meio de comunicação entre os alunos e professor; como espaço para compartilhamento de atividades de seminário ou power points previamente as apresentações e links de vídeo, texto, notícias que podereiam ser do interesse de todos. Contudo, apesar de ter ocorrido em uma escola pública do município sabemos que ela se apresenta como possibilidade, mas que não reflete de modo algum o todo.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Obrigada, pela pertinente explicação. Penso que as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) deveriam ser pautas em destaque no nosso sistema educacional, para possibilitar aos estudantes o acesso às diversas ferramentas inerentes as tecnologias de ponta. Pontuo também uma formação para professores saberem lidar com as TICs, para que possam interagir de acordo com o contexto dos alunos na era digital. Em suma, presumo que isto depende de governos que visem melhorias para a educação básica em nosso país.
ExcluirVanessa da Silva
Infelizmente, a maioria das escolas públicas não possuem ferramentas tecnológicas e nem professores proficientes na área. Por isso, é preciso que governos direcionem políticas de melhorias para Educação, sendo esta uma dentre tantas pautas.
ExcluirVanessa da Silva
Sim, Vanessa, sem dúvida nenhuma esse assunto deveria ser uma pauta educacional a resolver em conjunto com a capacitação dos professores. E como você bem colocou esta é apenas uma dentre tantas outras pautas, a começar pela estrutura básica das escolas que variam muito, especialmente conforme nos distanciamos das escolas "centrais".
ExcluirAlbano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
olá boa tarde. Estamos diante de varias dificuldades nesse período da pandemia quando se trata de cumprir um calendário através de aulas online. Dificuldades por parte do educadores e corpo discente como já mostrado. A preocupação é, estamos vivenciando as condições de vida de muitos alunos que não tem um celular, computador, tablet, outra dificuldade é o acesso a internet,muitos tem, e quando tem não funciona, sabemos que tem suas falhas. A questão é vamos voltar para sala de aula, alguns animados, entusiasmados pelo ensino a distancia, e outros decepcionados porque não tiveram acesso a um celular, tablet ou computador. Será que vamos conseguir ter um bom desempenho em sala de aula pós pandemia e esses alunos obter um bom desempenho no processo de ensino aprendizagem?
ResponderExcluirAluizia, rsepondendo sua pergunta bastante diretamente, pensamos que não. A questão das aulas à distância na pandemia tem revelado as profundas desigualdades existentes nos alunos, ainda mais quando comparamos o ensino privado ao público. No caso do Paraná, alguns professores amigos nossos têm comentado sobre a ineficiência das aulas à distância, que eles vem sendo obrigados a experimentar. Quando tudo volte à "normalidade", com certeza esse tempo de paralisação para muitos vai fazer diferença e afetar a relação ensino aprendizagem. Talvez um parâmetro interessante para analisarmos essas questões seja o próprio ENEM desse ano, caso realmente se confirme sua aplicação. Claro que analisar a aprendizagem apenas pela nota em uma prova pode não levar a conclusões certeiras, mas poderemos observar como se comporta a assiduidade dos alunos, que muito provavelmente se verá afetada.
Excluir- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
As transformação tecnológicas tem afetado diretamente as salas de aula, pois crianças e jovens passaram a ter maior acesso a informação e isso de certo modo trouxe um lado positivo para o ensino ja que o mesmo pode ser diversificado como vocês mesmos introduziram na sua pesquisa, tornando-se novas referencias para a produção de conhecimento. Sou aluna de Licenciatura em historia, atualmente no 7° período, e por ja ter feito a disciplina de ensino de historia ficou impossível não lembrar da autora Circe Bittencourt quando ela fala em seu livro "Ensino de Historia: Fundamentos e Métodos" sobre as novas tecnologias, ela diz que um dos problemas decorrentes da tecnologia nas escolas relaciona-se ás desigualdades das condições de trabalho e da realidade escolar brasileira, o uso de computadores pode ser capaz de erguer barreiras entre os que tem acesso e os demais alunos de escola periférica, e ficou nítido pra mim durante a leitura que vocês apresentaram exatamente essa diferença abordada pela autora, pois no meu pensar, assim como a tecnologia pode trazer benefícios ela também se transforma em um instrumento de exclusão social e cultural, situação essa que atinge os alunos e as diversas gerações de professores.
ResponderExcluirDeusilvania Gadelha Martins
Exatamente, Deusilvânia. Essa nossa experiência comprovou na prática aquilo que aprendíamos na academia sobre a desigualdade existente entre as escolas, especialmente quando comparadas sob a ótica centro-preiferia.
Excluir- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
As transformação tecnológicas tem afetado diretamente as salas de aula, pois crianças e jovens passaram a ter maior acesso a informação e isso de certo modo trouxe um lado positivo para o ensino ja que o mesmo pode ser diversificado como vocês mesmos introduziram na sua pesquisa, tornando-se novas referencias para a produção de conhecimento. Sou aluna de Licenciatura em historia, atualmente no 7° período, e por ja ter feito a disciplina de ensino de historia ficou impossível não lembrar da autora Circe Bittencourt quando ela fala em seu livro "Ensino de Historia: Fundamentos e Métodos" sobre as novas tecnologias, ela diz que um dos problemas decorrentes da tecnologia nas escolas relaciona-se ás desigualdades das condições de trabalho e da realidade escolar brasileira, o uso de computadores pode ser capaz de erguer barreiras entre os que tem acesso e os demais alunos de escola periférica, e ficou nítido pra mim durante a leitura que vocês apresentaram exatamente essa diferença abordada pela autora, pois no meu pensar, assim como a tecnologia pode trazer benefícios ela também se transforma em um instrumento de exclusão social e cultural, situação essa que atinge os alunos e as diversas gerações de professores.
ResponderExcluirDeusilvania Gadelha Martins
Exatamente, Deusilvânia. Essa nossa experiência comprovou na prática aquilo que aprendíamos na academia sobre a desigualdade existente entre as escolas, especialmente quando comparadas sob a ótica centro-preiferia.
Excluir- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Além dos problemas técnicos nas escolas periféricas citado no texto, acredito que vai mais alem as dificuldades do uso de tecnologias em sala de aula. Temos uma internet precária no país, o despreparo de muitos professores em lidar com a tecnologia até na academia. Percebo que tem muitos alunos nas universidades, principalmente no curso de história, que não sabem nem mexer em um projetor, já existem jogos voltados para a educação pra ser utilizados na sala de aula, programas desenvolvidos para educação onde muitas escolas particulares já utilizam. Perante as tantas dificuldades com o uso da tecnologia na educação, no ensino de história nas salas de aula, não perceberam ao decorrer da sua pesquisa, uma necessidade de uma mudança no currículo do curso de história, podendo acrescentar uma disciplina voltada a tecnologia? Ou acham que não há necessidade, porque ao logo do tempo, acreditam que os novos estudantes ao entrarem na universidade poderão estar familiarizados com a tecnologia?
ResponderExcluirAlain Marcelo Nascimento dos Santos
Olá Alain.
ExcluirRealmente, as dificuldades tocam diferentes níveis da educação e precisam ser pensados a vista disso. E sim, percebemos que mesmo com muitas pesquisas inovadoras na educação, ainda utiliza-se muito do tradicional: o livro didático e quadro de giz. Não que haja problema em utiliza-los mas, pensando que temos um grande horizonte de possibilidade a vista, talvez seja a hora de investir em melhores estruturas garantindo o básico para então, pensar no acesso a novas ferramentas e com boa internet. Não podemos contar com a possibilidade dessa familiarização apenas na universidade, mesmo porque nem todos conseguem chegar até lá diante das muitas dificuldades de percurso. Diversas pesquisas na educação tem mostrado como os livros didáticos embora sejam muitas vezes os únicos livros aos quais os alunos tem contato, deixam a desejar, sejam excluindo a diferença, não tocando em temas espinhosos ou mesmo com o trabalho de fortes. Para além disso, uma grande dimensão mercadológica tem circundado estes materiais, perdendo o foco na educação e nos objetivos da aprendizagem histórica.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, boa noite!
ResponderExcluirSou professora e trabalho com alunos autistas. Infelizmente, estamos passando por um momento difícil e muito delicado, onde nós professores estamos tendo que nos organizar, fazer o uso da mídia, da tecnologia, enfim, da era digital como um todo para repassarmos os conteúdos para nossos alunos. É uma coisa muito desafiadora, pois particularmente eu nunca tinha parado em frente a uma câmera para gravar uma aula para meus alunos.
Então minha pergunta é:
Como posso fazer, ou o que posso usar, quais ferramentas devo utilizar para me auxiliar e ajudar ainda mais alunos autistas a compreenderem de uma forma mais esclarecedora os assuntos abordados? Pois percebo que por meio de vídeos, eles não conseguem se concentrar e prestar a atenção necessária.
Maria Huberlândia Luz da Silva
Olá Maria.
ExcluirSua pergunta destaca um assunto fundamental que tem sido negligenciado em tempos de pandemia, nos quais o que vemos é uma improvisação pedagógica que não dá conta de todos e, na maioria dos casos não se preocupa em incluir. Quanto aos alunos com autismo, sem dúvida os desafios devem ser ainda maiores.
Infelizmente essa é uma pergunta para a qual não estamos aptos a responder. Para além da pouca ênfase dos cursos de graduação nessa área, sabemos que as necessidades desses alunos variam e, da mesma forma as metodologias aplicadas com eles. Quanto aos cursos de formação para este trabalho, acredito que tampouco previram essa possibilidade de um ensino à distância para alunos autistas, tornando ainda mais difícil o trabalho.
-Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
O AUTOR FALA QUE O ENSINO DE HSTÓRIA ACOMPANHOU A TECNOLOGIA, MAS A TECNOLOGIA APARECE COM DOIS GUME, POIS AO MESMO TEMPO QUE FACILITA NÃO DEMOCRATIZA? COMO ISSO OCORRE?
ResponderExcluirHEINZ DITMAR NYLAND
Olá Heiz.
ExcluirConforme apresentado no texto, nós consideramos a tecnologia uma faca de dois gumes pois, ao mesmo tempo que permite uma aula mais dinâmica e com fontes diversas, nem todas as escolas e alunos tem internet e estrutura para esse acesso.
- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
COMO O USO DA TECNOLOGIA PODE COMPROMETER A APRENDIZAGEM?
ResponderExcluirHEINZ DITMAR NYLAND
Olá Heiz.
ExcluirEmbora não seja esse o foco do nosso trabalho, acreditamos que o uso da tecnologia por si só não resolve a aprendizagem, sendo apenas uma ferramenta que utilizada sem um devido planejamento pedagógico pode não resultar no desenvolvimento da consciência histórica.
- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Olá Heiz!
ResponderExcluirFicou bem claro no seu trabalho que a tecnologia por si só não proporciona o aprendizado, comungo da idéia que ela é apenas uma ferramenta que deve estar articulada a objetivos da disciplina de História, caso contrário ela vai servir simplesmente para reproduzir um ensino tradicional e descontextualizado
Você evidencia ótimas reflexões em seu texto sobre como a tecnologia pode ou não contribuir para aprendizagem histórica do aluno. Fiquei instigada em saber um pouco mais sobre os resultados de sua pesquisa. Porque você acredita que com as turmas de Ensino Médio os resultados foram mais satisfatórios?
Marcela da Silva Soares
Olá Marcela.
ExcluirAmbos resultados são também reflexos da própria estrutura das escolas que eram em si bem diferentes. Quanto ao trabalho com os alunos do ensino médio, é preciso destacar que para além da estrutura completa da escola, os resultados foram muito positivos pelo interesse dos alunos no tema, pela reflexão pessoal dos mesmos e talvez pela idade, um pouco mais maduros para pensar sobre o assunto e apresentar uma mudança de perspectiva. Sem dúvida os maiores resultados dessa pesquisa em específico referem-se a essa consciência de grande parte dos alunos que perceberam comportamentos e preconceitos pessoais, entendendo-os historicamente como uma construção.
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Obrigada pela resposta, me perdoe cometi um equivoco no inicio da minha pergunta.
ExcluirMARCELA DA SILVA SOARES
Prezados, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirO compartilhamento das experiências e das leituras de vocês me foram muito importantes. Realmente, o uso da tecnologia, apesar de ser uma metodologia inovadora e atraente, deve ser observada criticamente, com planejamento e desenvolvimento de estratégias para que seja realmente um elemento para ampliar horizontes de aprendizado, pois do contrário, corre-se o risco de se tornar mais do mesmo.
Outro ponto que vocês tocaram, e que gostei, foi sobre o acesso. Tudo bem é importante e, se utilizada de forma integrativa é muito relevante, mas e o acesso? Temos aí outro problema. Temos dificuldades logísticas e práticas enormes no dia-a-dia das escolas.
Nessa ótica de uso da tecnologia no aprendizado de história, vocês acham que seria importante e viável a criação de cineclubes nas escolas de ensino médio? Digo isso porque nem sempre é possível trabalhar longas em aulas de 50 minutos, mas em uma estrutura de cineclube, se tornaria mais fácil.
Outra pergunta: gostei muito da experiência de vocês com relação ao Islã. Acho a temática muito importante e ainda dotada de preconceitos enraizados. Vocês acham importante trabalhar a animação Persepolis?
Olá Adriano, obrigada!
ExcluirSinceramente nunca havíamos pensado na criação de cineclubes dentro das escolas mas, achamos muito interessante, porque com uma diminuição cada vez maior das aulas de História sempre temos que fazer recortes e nisso perdemos muito da potencialidade do audiovisual.
Quanto à segunda pergunta sobre o Islã, felizmente uma série de materiais como Persepolis tem contribuído substancialmente para quebrar esses preconceitos e desenvolver mais empatia com o outro. Portanto, seria sim, muito importante trabalhar materiais como esse que possuí diferentes formatos, assim como a história semelhante no filme/desenho "A ganha-pão" ou relatos de mulheres como do livro "As mulheres de Cabul".
Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirO estágio é um momento importante para a reflexão histórica do professor em formação.
Foi falado no texto em cultura escolar e depois da situação que estamos vivendo com o Covid19 nosso mundo virou de cabeça para baixo. Vocês estão acompanhando essas mudanças na cultura escolar? Imaginam que aquilo que foi descrito existirá numa outra vivência?
Abraço,
Tathianni Cristini da Silva
Boa noite, Tathianni.
ExcluirSem dúvidas essas modificações terão reflexos na cultura escolar, já que esta se configura enquanto uma relação professores-alunos e se forma no cotidiano da vivência. Se o que você se refere com descrito for a relação ensino aprendizagem e sua mediação pela tecnologia, pensamos que ela sim seguirá sendo importante e merecerá novos estudos no pós pandemia.
-Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Olá, parabéns pelo texto elucidativo e necessário.
ResponderExcluirSou professora recém formada e compartilho das experiências e angustias citadas. Na conclusão do texto, os autores levantaram um ponto extremamente importante que é : os recursos tecnológicos utilizados sem teoria histórica e metodologias aplicadas não difere de uma aula tradicional, na qual o estudante é mero receptor passivo das informações e não há a construção de uma consciência histórica. Questiono, será que essa problemática não diz respeito, um pouco, da falta de ferramentas pedagógicas por parte dos professores? Será que em muitos casos a conhecimento não é efetivamente compartilhado por uma questão de transpor da teoria para a prática? Será que não nos falta mais teorias pedagógicas e didática para compartilhar o ensino de história com nossos alunos?
Abraco,
Amanda Cristina Souza dos Santos.
Boa noite, Amanda.
ExcluirNo texto tentamos mostrar como, em nossa análise, o principal problema não é a falta de ferramentas pedagógicas, mas sim aquilo se visa com o ensino de história juntamente das dificuldades materiais e das desigualdades existentes entre as escolas. Talvez nos falte pensar mais enquanto professores historiadores a partir de nossa própria ciência, em detrimento das teorias pedagógicas sobre o processo de aprendizagem. O professor de história também produz conhecimento, não se limita a transpor pedagogicamente conteúdos formulados na academia.
- Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia
Parabéns pelo texto, ótima pauta levantada, principalmente em tempos de pandemia. Gostaria de saber se para vocês a utilização de tecnologias em sala de aula aproxima mais o aluno para o aprendizado?
ResponderExcluirAtt, Julia Piovesan Pereira.
Boa noite, Júlia.
ExcluirComo comentamos no texto, a utilização da tecnologia por si mesma não garante a aprendizagem, estando portanto sujeita ao uso que se dá por parte dos professores. Se ela for bem utilizada (como meio e não como fim em si mesma), com certeza ela tem potencial para aproximar os alunos do aprendizado.
-Albano Gabriel Giurdanella e Mayla Louise Greboge Montoia.
Acredito que durante essa pandemia conseguimos ter uma pequena percepção das dificuldades que serão enfrentadas para a inclusão do ensino a distância atravé da tecnologia, entretanto, pouco está sendo discutido a inclusão de pessoas com deficiência nesse novo modelo de ensino. Gostaria que comentasse um pouco em relação a isso.
ResponderExcluirAtt: Bruno dos Santos Pedro.