Adriana Aparecida Pinto e Larissa Klosowski de Paula


“EU APRENDI ISSO NA VÍDEO-AULA”: O CONHECIMENTO HISTÓRICO NA ERA DA VIRTUALIZAÇÃO



Quando se trata da produção de disseminadores do conhecimento histórico, são vastas as possibilidades de plataforma para tal, haja vista a existência de manuais, livros, revistas, jornais, panfletos, entre outras tipologias que podem congregar o que Salles (2014) categorizou enquanto disseminadores. Na atualidade, com o advento da Internet, somou-se a estes disseminadores as chamadas mídias digitais, que congregam blogs, sites, redes sociais, entre outros, que em seus sítios utilizam-se de um recurso bem conhecido na atualidade: as vídeo-aulas.

É notório que estas mídias proporcionam ao conhecimento histórico ganhos e perdas, ao mesmo tempo. Ganhos no sentido de que as perspectivas de alcance desse conhecimento em relação ao sujeito são aumentadas, posto que principalmente as redes sociais são uma realidade no cotidiano. Perdas considerando-se que nem tudo que é propaga por tais meios pode ser considerado como histórico. Partindo desses pressupostos, Malerba (2017) já lançava o questionamento de como os historiadores podem disputar espaço nessas mídias, haja vista o público que elas atingem em magnitude: os jovens. Aqui, amplia-se esse questionamento para também congregar os professores, em exercício em sala de aula, haja vista que as frases “eu aprendi na vídeo-aula”, “tem vídeo-aula sobre isso?”, e demais de mesma significação, ganham espaço e tornam-se realidade também para o professor.

Partindo desses pressupostos, a proposta que segue tem por objetivo promover discussões acerca do recurso das vídeo-aulas e seus reflexos na produção do conhecimento e no ensino de história. Para tanto, considera-se que há especificidades quanto à feitura desse material, caracterizando-o como uma tipologia de produção de conhecimento escolar, nas premissas de Chervel (1990), e que elas impactam das mais distintas formas no ensino de história, posto que transcendem o ambiente de sala de aula e respondem às carências de orientação no tempo advindas do aluno, como dispõe Rüsen (2011). Assim sendo, focar-se-á na seguinte questão: quais as características de uma boa vídeo-aula, considerando-se a história enquanto ciência na perspectiva de Jörn Rüsen?

Para responder a esse questionamento, primeiramente se faz necessário considerar que uma vídeo-aula possui suas particularidades, dentre as quais, destacam-se as inerentes à produção do conteúdo, e a forma de aderência por parte do aluno que as procura. Levando isso em consideração, no que se refere à particularidade do contexto de produção, diferentemente do ambiente de sala de aula, a vídeo-aula possui a possibilidade de edição do conteúdo antes de disponibilizá-lo, bem como de recursos de edição que não se dispõe quando em exercício em sala de aula. São exemplos: a possibilidade de introdução de trilha sonora; a inserção simultânea de imagens e vídeos junto à explicação do conteúdo; a ampliação e destaque de elementos de importância ao contexto de explicação; a não interrupção do fluxo explicativo; a edição de todos os componentes pós factum; entre outros. Assim sendo, cria-se um tipo de aula ideal, cujo a organização do conteúdo, seleção de recursos metodológicos e organização dos mesmos ocorre tal qual elaborado pelo proponente.

Além disso, conta-se com o fato de que a atenção dirigida do aluno está voltada diretamente para o conteúdo, haja vista que o momento fora por ele selecionado; bem como o ambiente e a plataforma de exibição (celular, notebook, computador de mesa, smart TV, entre outros). Além disso, não há os elementos de distração que se encontram na sala de aula, tais como os demais colegas de turma, o desinteresse pelo aprendizado em horário não escolhido por ele, entre outros aspectos.

Assim sendo, quando na procura por material online, o motivador está centralizado sujeito que procura, o que, no entanto, pode não ser o suficiente para tornar o aprendizado significativo do ponto de vista da ciência de referência, haja vista que nem todo conteúdo encontrado corresponde necessariamente a um que seja orientado pelas normativas científicas em relação aos conteúdo. Dessa forma, volta-se ao questionamento: quais as características de uma boa vídeo-aula? E estende-se à questão:  O que transforma a história em ciência que deva ser ensinada?

Para responder aos questionamentos supramencionados, recorrer-se-á às premissas do método histórico, haja vista que, de acordo com Rüsen (2001), mesmo que não se trate de considerar a história ensinada um reflexo preciso da ciência de referência, a história é e deve ser ensinada como tal, haja vista que possui métodos precisos para a pesquisa e produção de seus conteúdos. No que tange à questão dos métodos, vale ressaltar que mesmo estes não compondo uma fórmula unívoca, sua importância é imensurável, já que, de acordo com Grespan (2011, p. 291), foram estes um dos responsáveis por “(...) fixar e resguardar os limites do ‘território do historiador’, ao mesmo tempo em que o promovia à condição de cientista”. Através dos métodos o pesquisador afasta o resultado do seu trabalho da ficção, da literatura e da mera repetição informativa documental, sendo possibilitada a construção, de fato, de um conhecimento acerca do objeto analisado, afastando-se da exacerbada subjetividade. Neste sentido, desde a incursão da escola metódica, dita Positivista,

“O próprio método, portanto, passa a ser concebido como um instrumento de trabalho, como ferramenta que pode ser bem ou mal utilizada, que se deve, de qualquer maneira, aprender a utilizar. Ele tem a ver com o sujeito mais do que com o objeto de pesquisa, mas o sujeito deve acostumar-se a ele, adestra-lo, desenvolvê-lo, treiná-lo.” (GRESPAN, 2011, p. 293)
Mesmo com a incursão das escolas historiográficas posteriores à Metódica, a questão do método e da necessidade das fontes para a construção do conhecimento histórico continuaram baluartes para a história. Assim sendo, quando se trata desse conhecimento em um suporte distinto do convencional, tal como são as vídeo-aulas na atualidade, é imprescindível que estejam explícitos para que se compreenda se o conteúdo proposto está ou não em consonância com a ciência história. Para tanto, faz-se necessário que quem procura tal suporte esteja preparado para identificar a importância desses recursos. A vídeo-aula possui fundamentação em fontes históricas? O produtor e disponibilizador das mesmas possui formação para tal?

Para exemplificar, utilizaremos a vídeo-aula Zé Carioca e a Segunda Guerra Mundial, da seção de história do canal Nerdologia, cujo o conteúdo fora elaborado pelo pesquisador e professor Filipe Figueiredo. Embora não se tenha acesso direito ao currículo do pesquisador, o mesmo é também editor e autor do site XadrezVerbale é graduado em História pela Universidade de São Paulo.

No vídeo analisado, levar-se-á em consideração as concepções talhadas pelo historiador Jörn Rüsen acerca da ciência histórica. Para tanto, o vídeo fora assistido levando-se em consideração as premissas destacadas pelo autor como componentes para a construção do conhecimento histórico, que compreendem as dimensões da experiência, da interpretação e da orientação, para as quais o autor destaca que:

“A competência perceptiva ou embasada na experiência consiste em saber perceber o passado como tal, isto é, em seu distanciamento e diferenciação do presente (alteridade histórica), em vê-lo a partir do horizonte de experiências do presente como um conjunto de ruínas e tradição. A competência interpretativa consiste em saber interpretar o que temos percebido como passo em relação e conexão de significado e de sentido com a realidade (a ‘História’ é a encarnação suprema dessa conexão). Finalmente, a competência de orientação consiste em admitir e integrar a ‘História como construção de sentido com o conteúdo de experiências do passado, no marco de orientação cultural da própria experiência de vida’.” (RÜSEN, In: SCHMIDT, BARCA e MARTINS p. 114)

No que tange à competência da experiência, a vídeo-aula analisada contempla tais premissas à medida em que explana o contexto histórico em sua perspectiva cronológica, distanciando-o do presente do aluno e conclamando que o mesmo compreenda que tal passado aconteceu, de fato, e surtiu efeitos nas esferas econômica, política, cultural e social de sua temporalidade, atingindo-as de maneiras distintas. Para tanto, o autor do conteúdo busca explanar como as relações entre Brasil e Alemanha ocorriam, trazendo dados acerca da exportação de café e algodão; da compra de armas por parte do governo brasileiro; dos acordos firmados entre as nações; das aproximações entre Brasil e Estados Unidos, entre outros aspectos.

Para tanto, o professor se utiliza de recursos já conhecidos dos professores de história, tais como: a clivagem cronológica dos acontecimentos de grande influência, que, de acordo com Schmidt (2012, p. 160) constitui um recurso que “[...] é um dos conceitos fundamentais, elegendo-se um momento como ponto de partida, descrevendo-se a evolução e apontando-se um momento como ponto de chegada” quando se trata da metodologia para o ensino de história; a apresentação do cenário político brasileiro e alemão, que, de acordo com Rüsen (2007a), é basilar quando se trata da história, haja vista que se necessita da explanagem do contexto para a clivagem do campo de experiência que ele possui; a comparação entre as nações, que de acordo com a autora supramencionada permite demonstrar aspectos importantes para a análise dos “porquês” dos fatos acontecerem como o foram e que, nas premissas de Rüsen (2007b), demonstram as possibilidade distintas de análise em relação aos espaços também distintos; a utilização de mapas que ressalta o espaço físico nos quais os fatos se desenrolara, recurso também destacado por Rüsen (2011); entre outros aspectos.

Para fundamentar tais premissas, o autor faz uso de livros, artigos e resenhas, que cita no decorrer da vídeo-aula e disponibiliza na descrição do material. Foram alguns dos materiais consultados pelo professor os livros Os Brasileiros e a Segunda Guerra Mundial, de Francisco César Ferraz, lançado pela editora Zahar em 2005; e A Entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, de Ricardo Seitenfus, da editora EDIPUCRS do ano 2000. Dentre os artigos citados por ele, estão A produção Disney em época de Segunda Guerra Mundial: cinema, história e propaganda, de Alexandre Maccari Ferreira, disponível nos Anais do XXIV Simpósio Nacional de História da Associação Nacional de História de 2007; e As relações diplomáticas entre Alemanha e Brasil no período de 1937 a 1942, de Andrea Helena Petry Rahmeier, publicizado pela Revista História Unisinos, 2013. Além disso, o autor faz uso da resenha de Igor Lapsky e Rafael Araujo, publicada na Revista de História Comparada em 2011, do livro O Brasil e a Segunda Guerra Mundial, da editora Multifoco, lançado em 2010.

Neste sentido, a vídeo-aula apresenta formas para que o aluno compreenda o passado e aumente seus saberes sobre tal, respeitando as relações entre as distintas temporalidades (presente e passado).

Em relação à competência da interpretação, que, de acordo com Rüsen (2011), consiste na operação que dá sentido à experiência, desdogmatizando uma visão pragmática e construída sob apenas uma perspectiva, levou-se em consideração, para abordar essa dimensão, os métodos utilizados em relação à cientificidade do conteúdo apresentado e as formas de apresentação para as quais o professor recorreu. Nessa competência, o autor ressalta a necessidade do clivo das normas científica e da força de exposição, que são cumpridas pelo professor da vídeo-aula à medida em que ele recorre aos procedimentos da pesquisa histórica, como mencionado anteriormente, e expõe os fatos de acordo com os resultantes disso, e não fundamentando em torno de opiniões.

Notou-se que, assim como delimitado por Rüsen acerca da necessidade de se levar os estudantes a levantarem hipóteses sobre o passado e elucida-las dentro do suporte que o aluno tem em mãos, é possibilitado ao aluno, de certa forma, interpretar os dados do passado e analisar as informações construídas a partir dos métodos explanados anteriormente. Isso porque o professor levanta hipóteses acerca do contexto de guerra e as elucida, comprovando-as ou negando-as à medida em que expõe as fontes o referencial consultado; cita as fontes dos dados que menciona, tais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; bem como demonstra algumas outras fontes por intermédio de imagens (tais como jornais da época em discussão e fotografias do período). Além disso, há a indicação, de maneira indireta, outras formas de abordagens do conteúdo, tais como filmes, que são indicados simultaneamente à fala do professor.

No que se refere à competência da orientação, que, de acordo com Rüsen, consiste na que organiza o conteúdo apreendido nas duas instâncias anteriores e permite que o aluno construa uma opinião histórica acerca da temática, orientado, dessa forma, a sua identidade histórica, não se dispõe, dada à plataforma, de dados suficientes que permitam a análise de tal premissa, haja vista que não há, no decorrer da vídeo-aula, atividades que impulsionem os alunos a tal objetivo.

Por fim, importante ressaltar que, seja aula presencial ou na modalidade vídeo-aula, o cerne metodológico da ciência história precisa ser resguardado, posto que a história é ciência tanto na pesquisa quanto no ensino. Assim sendo, respondendo à questão inicial que motivou essas breves considerações, uma boa vídeo-aula, assim como uma boa aula, é aquela que segue os métodos da ciência histórica.

Referências
Larissa Klosowski de Paula: Graduada em história e mestre em ensino pela Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR / Campus de Paranavaí. Doutoranda em História pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino, História e Educação (GEPEHED) da UFGD; e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diversidade do Campo da UNESPAR - Campus de Paranavaí. Bolsista CAPES.
Adriana Aparecida Pinto: Professora Adjunto IV dos cursos de Graduação e Programa de Pós-Graduação em História - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Ensino, História e Educação – GEPEHED, certificado pelo CNPq. E-mail:
adrianaaparecida@ufgd.edu.br

Vídeo-aula analisada:
Filipe, Figueiredo. Zé Carioca e a Segunda Guerra Mundia. Vídeo-aula. 9min06. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MkIaUwpSE3U&list=PLyRcl7Q37-DXmpJEy_fj-HnWtvHuu_Ihi&index=89&t=19s. Acesso em 11/04/2020
Referências
CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa In: Teoria & Educação. N. 2. Porto Alegre: Pannonica, 1990.
MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, nº 74. 2017, p. 135-154
SALLES, André Mendes. Ensino de História, Livros Didáticos e Cultura Histórica. In: OLIVEIRA, Carla Mary S.; MARIANO, Serioja Rodrigues Cordeiro. Cultura Histórica e Ensino de História. João Pessoa, Editora da UFBP, p. 39-64, 2014.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Construindo conceitos no ensino de história: a captura lógica da realidade social. História & Ensino, 2012, 5: 147-164.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende. Jörn Rüsen e o Ensino de História. Orgs: Curitiba: Ed. UFPR, 2011



71 comentários:

  1. PERGUNTA: Para os fins com os quais o texto foi produzido, vocês analisam o que nós poderíamos considerar uma boa video-aula. No entanto, sabemos que nem sempre os alunos se utilizam de um material de boa qualidade na internet dando margem à visões errôneas do passado, como podemos ver atualmente, por exemplo, jovens afirmarem que "nazismo é de esquerda" orientados por teorias que lêem nesse meio digital fazendo com que esse conhecimento adquirido fora da sala de aula volte como objeto de disputa com o professor e não como algo a ser discutido ou melhor interpretado. Minha pergunta é: como lidar com esse tipo de situação dentro do espaço da escola sem desvalorizar as novas metodologias de disseminação do ensino? E como(ou se) a competência da orientação de Rusen pode nos ajudar nessa tarefa?

    RAQUEL FREIRE BONFIM

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    1. Olá, Raquel! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!

      Esse tipo de situação, infelizmente, não pode ser evitado, e nem deve, mas acaba se tornando uma excelente oportunidade para se mostrar ao aluno as "formas" pelas quais a ciência histórica ocorre. E sim, as concepções trabalhadas pelo Rüsen podem colaborar para tal. Isso porque, principalmente no que se refere aos métodos, é notório que vídeo aulas que tentam solidificar inverdades históricas não possuem nem fundamentação teórica consistente, e nem um corpo de fontes que solidifiquem. E é aí que está a oportunidade comprovar para o aluno que a ciência histórica não só existe, como desmistifica determinadas visões sobre o passado. Mas a competência do Rüsen que nos ajuda nessa tarefa está mais ligada com as da experiência e interpretação, do que propriamente com a da orientação. Isso porque será possível comprovar que quem talhou a visão inverdadeira sobre o passado não se baseou em fontes confiáveis, no primeiro momento, posto que é quase impossível se sustentar uma visão, como por exemplo, do “nazismo de esquerda”, por intermédio do que os historiadores escrevem sobre tal, bem como pelas formas de agir no passado e das fontes que deles nos foram relegadas. No que tange à interpretação, é também possível desmistificar tais visões ao passo em que quando se tenta passar uma inverdade sobre o passado, ela não se sustenta perante a variabilidade de fontes sobre o mesmo, pelos sujeitos envolvidos nesse contexto, e nem sobre os acontecimentos em si. É trabalhoso, porém necessário. E te digo que nem todo aluno aceita de primeira, sendo necessário aquele exercício de inverter as posições e pedir para que ele explique, por meios fundamentados, pq aquele posicionamento é verdadeiro.

      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  2. Notoriamente, com a Revolução Digital e a mudança dentro da sociedade, o setor de ensino suplica também por modificações. A par disso, vários elementos surgiram e propiciaram uma adequação às áreas que se interessavam, exemplo disso são as vídeo-aulas, como temática do texto, mas também podcast's, histórias em quadrinhos e jogos. Nesse contexto, o que seria responsável, pontualmente, por diferir esse aprendizado em sala de aula ao aprendizado por vídeo-aula?

    Julia Beatriz Silva Vicente Chaves

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    1. Prezada Julia, bom dia! Muito obrigada por sua contribuição.
      Penso que não seria, efetivamente, diferir, mas sim, agregar, o verbo mais adequado para pensarmos a sua questão. Esses suportes digitais, não são ainda de larga escala e acessibilidade.
      A nosso ver, as vídeo-aulas são mecanismos pedagógicos que complementam os temas escolares, até por possibilitarem a flexibilização dos conteúdos, bem como os jogos digitais que você aponta, dentre outros. O que compromete o uso e um entendimento mais efetivo destes recursos, a nosso ver, são as formas e condições de acesso.

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    2. Olá, Julia! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!

      O aprendizado por vídeo-aula ocorre de uma maneira muito específica, quando se trata de uma vídeo- aula realmente fundamentada. Isso porque, migrando aqui para as considerações de Vygotsky, a atenção dirigida do/a aluno/a está completamente voltada para o momento. Ele/a não está estudando de forma obrigada, não se distrai com o que tem em volta dele, não é interrompido em sua reflexão, quem está “falando” também não o é, e por aí vai. Acredito que, além do que fora ressaltado pela professora Adriana quanto à acessibilidade, há um ambientação diferente do que a que ocorre em sala de aula.

      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  3. Olá !
    Sabemos que existe disparidades entre o Ensino de História na sala de aula, metodologias fracassadas ainda estão vigentes. Ou seja, existem alunos que não são preparados para o uso de novas tecnologias como ferramenta de aprendizagem.
    Como nivelar uma turma que nunca teve contato com essa tecnologia para aprender, interpretar e relacionar com a aula "conversada" e a atualidade ? Visto que devemos traçar a história presente-passado para melhor abordagem !

    JESSICA MONTEIRO VIANA DE ANDRADE

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    1. Olá, Jéssica! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Bom... Antes de se trabalhar com qualquer atividade interligada à recursos tecnológicos, imprescindível analisar as condições do alunado ao recurso, a disponibilidade destes na escola, e os métodos e objetivos almejados pelos docentes em relação à atividade. Embora, enquanto docente, queiramos “salvar o mundo” pela educação, nem sempre os recursos disponíveis contemplam nossas expectativas. Caso seja acessível ao discente o recurso que se quer utilizar, mas este ainda não tenha conhecimento acerca do mesmo, valeria investir em um treinamento dirigido aos mesmos, ou algo do gênero. O que poderia ser realizado perante o estabelecimento de parcerias com instituições de ensino superior, por exemplo, que tenham como colaborar.
      Estamos vivenciando um pouco dessa disparidade que mencionastes com as aulas remotas, vigentes em decorrência da pandemia. Como chegaram de “sopetão”, não houvera tempo para realizar quaisquer que fossem os treinamentos para o uso de tais tecnologias, ou sequer o mapeamento do alunado que possui acesso à mesma, ou que tem o saber sobre a utilidade do recurso.
      Mas em momentos cuja realidade não seja esta, detalhar as condições é necessário antes de qualquer investida.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  4. Prezadas Adriana e Larissa, boa tarde!

    Ao ler o texto acima e assistir a vídeo-aula indicada conclui que a vídeo-aula atende somente à Competência perceptiva, pois não percebi no material analisado as competências interpretativa e de orientação.
    Estou correto em minha ponderação?
    Agradeço pela atenção!

    Helvécio Pinto do Nascimento

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    1. Olá! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Como abordado no texto, a competência da interpretação se cumpre a medida em que, de acordo com as dimensões trabalhadas por Rüsen (2011) para a contemplá-la (a saber: a desdogmatização das fontes pelo uso de variabilidades distintas; a força de expressão das análises; e a sugestão ao levantamento das hipóteses) são realizadas pelo professor/apresentador. Em sua explanação, ele menciona fontes diferentes sobre o fato, argumenta fundamentado na ciência de referência e levanta alguns questionamentos retóricos (posto que não há como ele receber a resposta dos mesmos) no decorrer do vídeo.
      Quanto à orientação, seria necessário analisar teor de exercícios mais elaborados para se traçar algum parâmetro sobre tal dimensão, e uma vídeo-aula não nos dá recursos suficientes para tal.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  5. Parabéns pela comunicação. Pensando a agitação recente dos temas ditadura militar, fascismo e Segunda Guerra, e uma vez que esses formatos de mídia são frequentemente acessados em plataformas como o Youtube, que guia o espectador para vídeos relacionados ao assunto procurado sem critério de avaliação metodológica utilizado por quem o elabora, é possível afirmar que a busca de alunos sem embasamento teórico suficiente por videoaulas pode facilitar compreensões da História cada vez mais populares, como as defendidas por youtubers como Nando Moura e Olavo de Carvalho que, entretanto, não organizam seus discursos sobre o tema de acordo com a cientificidade exigida pela disciplina? A busca por esse formato de aula on-line pode ser considerada como facilitadora da reprodução de afirmações como “nazismo era de direita”, “nunca houve ditadura militar no Brasil” entre outros?
    Atenciosamente,
    Vitória Aparecida do Prado Guedes

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    1. Olá, Vitória! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Se o professor/apresentador da vídeo aula fundamenta seu posicionamento na ciência de referência e utiliza os métodos da ciência histórica, é bem improvável que inverdades sejam validadas. E embora alguns teóricos, como o próprio Rüsen, afirmem que a história ensinada não é uma réplica da histórica acadêmica, é necessário que reconheçamos que partimos de métodos preciso e que a história é uma ciência, e que isso esteja claro para nossos alunos. Os nomes mencionados por ti não seguem tal premissa. Não há fundamentação, não há ciência e sequer, método, em tais sujeitos. Há a necessidade de firmarmos as dimensões da ciência histórica também nas modalidades básicas de ensino, ou corremos o risco que nos tornarmos replicantes, apenas.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  6. Olá, tudo bem? Primeiramente parabéns pelo texto.
    Bom, vídeo-aulas é um dos recursos mais utilizados pelos alunos da educação básica e até mesmo por alunos que estão na graduação, e isso ocorre por que muitas das vídeo-aulas disponíveis nas plataformas digitais, a exemplo o You Tube trabalham os conteúdos com uma clareza que torna mais fácil o entendimento. Nesse sentido, sabemos que existe vídeo-aulas excelentes e que prezam pelas informações e dados históricos, em contrapartida também existe vídeo-aulas que apresentam as informações históricas de forma alterada, ou até mesmo dentro de uma visão errônea. Assim, quais os cuidados que o aluno deve ter na hora de acessar esse tipo de material? E qual seria a melhor maneira do professor da educação básica usar essa ferramenta em suas aulas? Ou melhor construir a sua própria vídeo-aula juntamente com seus alunos? Uma vez que esse é um processo bastante trabalhoso, mas até do que dar aulas presenciais.

    Josefa Robervania de Albuquerque Barbosa

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    1. Olá, Robervânia! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Os principais cuidados estão na relação da dimensão da experiência de da interpretação. E cabe a nós, professores, elucidarmos isso de maneira pontual. O aluno está em processo de formação de seu papel enquanto sujeito da perspectiva histórica, é importante que reforcemos nossos métodos de trabalho enquanto pesquisadores também, pois uma boa aula, presencial ou por meios remotos, pressupõe que estudemos sobre o assunto e nos preparemos, mediados por uma ciência de referência. Neste sentido, quanto à dimensão da experiência, é necessário afirmar que a ciência histórica necessita, primeiramente, de fontes. Não há História sem elas. Essas fontes precisam trabalhadas de maneira elucidativa e por métodos científicos de trato, e isso deve estar claro para o aluno também, posto que não estamos sempre acompanhando o que eles seguem, assistem e se interessam. Respaldados os métodos e a necessidade de fontes, é menos provável que o aluno se convença facilmente de quaisquer discursos que estejam fora dessa premissa.
      Para uso dessa ferramenta em aulas na educação básica, primeiramente se faz necessário que o professor assista a vídeo aula e a escolha de acordo com as premissas de interligação ao conteúdo da aula e a qualidade desta enquanto ferramenta de ensino. Nem todo material é “bom”, haja vista que nem se fundamentam cientificamente. O material que não segue a cientificidade em sua articulação só seria interessante caso o objetivo seja elucidar o que NÃO se deve assistir enquanto vídeo-aula. Outro ponto importante é a análise prévia de se os estudantes têm acesso ao material que se pretende disponibilizar, para que não se recaia no uso de uma ferramenta excludente.
      Já construir a própria vídeo-aula é um processo trabalhoso, que requer, além do preparo de conteúdo, trato acústico, de edição, ambiente preparado, entre tantos outros. E se em locais onde o foco está na EaD esse processo já se perfaz trabalhoso e demorado, imagina com os recursos que muitos de nós, enquanto docentes, dispomos!
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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    2. Prezada Robervania, muito obrigada pela sua participação.
      Suas colocações refletem o enfrentamento dos cursos de formação de professores, que precisam inserir esses conhecimentos em suas plataformas de ensino, para primeiramente, instrumentalizar os professores em relação aos modos como lidar com as ferramentas virtuais/digitais. Não se trata, em nenhum momento, em fazer apologia a tais suportes, tão pouco, secundarizar o papel do professor na intensa e densa relação ensino e aprendizagem. No entanto, o cenário que vivemos atualmente, com a pandemia, exacerbou a virtualização da informação e do conhecimento: Veja, são elementos distintos e de complexidade elevada, no campo epistemológico. Poderíamos levar horas e horas conversando sobre suas questões, que muito nos tocam, como professores, como aprendizes, e como simposistas neste evento. No intuito de objetivar os comentários, entendo que os cuidados que os estudantes devem ter ao acessar o material virtual, com vistas ao conhecimento escolar, ou educativo-formal (entendendo aqui aquele que passa pelo saber escolarizável/escolarizado) passa, sobremaneira, pelo filtro de pais e professores, para não cair no lugar comum, no caso da História, de que "tudo é História".
      Não seria o caso de sinalizar uma "melhor maneira do professor da educação básica usar a ferramenta", pois não se trata somente do uso, mas da seleção de conteúdos, da seleção das ferramentas e dispositivos mais adequados e acessíveis ao grupo de estudantes sob responsabilidade daquele profissional...não basta pensarmos que é só "upar" um vídeo na rede que o conhecimento histórico está lá, prontinho para ser apreendido. Reforço o diálogo que desenvolvemos com outra participante, aqui mesmo neste fórum, a vídeo-aula, pode ser um recurso.

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  7. É muito comum, atualmente, encontrar canais no YouTube onde seus apresentadores não possuem graduação em História, mas se apropriam do conhecimento histórico para produzir conteúdo. Acho super válido quando o autor do vídeo tem a intenção de produzir um bom conteúdo educativo, mas o que me incomoda nesse sentido é, como já citei, a apropriação de um conhecimento cientificamente produzido por quem estuda a área e, principalmente, a falta das referências que o autor do vídeo utilizou. Não obstante, identifico que, em alguns desses casos, esses canais de YouTube são vistos como mais eficazes que os professores em sala de aula, pois os alunos dizem que "aprendem mais" com o YouTube do que com a escola. Como o professor pode utilizar esses criadores de conteúdo a favor de suas aulas, mostrando ao alunado que as aulas da escola são necessárias e, também, mostrando a importância da formação acadêmicas e as referências para a construção do conhecimento?
    Ana Clara Pontes de Araújo

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    1. Olá, Ana Clara! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      O professor pode utilizar esses criadores de conteúdo a favor de suas aulas à medida que recorre ao recurso como complemento do que media em sala de aula, e não sua substituição. Articular os conteúdos do professor, oriundo de uma formação específica para tal, com o dos criadores de conteúdo é complementação, ademais pq as intencionalidades do ensino em sala de aula são distintas daquela mediada pela vídeo-aula, que, nas premissas de Piaget, “transmite” um conteúdo, no intuito ou não de promover uma desequilibração, mas que não necessariamente media a construção desse conhecimento (perspectiva de Vygotsky). Sala de aula é mediação. Embora a vídeo-aula possa dispor de espaço para interação entre as partes, ela não ocorre de maneira concomitante, fato este que diferencia as concepções e que, de certa forma, nos privilegia enquanto quem detém a formação e o espaço de disputa para solidifica nossa posição enquanto profissional. Não que o elaborar de vídeo-aula também não o seja, mas o meio é distinto.
      Apostar no aprendizado medido e construtivo, já demonstra a importância e necessidade das aulas escolares. Selecionar materiais com precisão, ministrar aulas fundamentadas e referenciadas também elucidam a importância da formação acadêmica.
      Se me permite um espaço para relato de experiência, tive alunos habituados com as vídeo-aulas, justamente pelo requisito de escolha do momento de assistir. Quando deixamos claro a cientificidade por detrás da construção do conteúdo, eles próprios filtram com mais precisão os materiais que assistem sem a nossa indicação, optando pelo pessoal que possui formação acadêmica para tal.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  8. De acordo com a leitura do texto e perguntas. Eu acho que é necessário pegar os vídeos com informações erradas e levá-los para a sala de aula. Contraste com os fatos verdadeiros e ensine aos jovens como ler a história corretamente.

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    1. Prezada Maria Isabel,
      excelente provocação. Recentemente li uma publicação sobre os erros do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, em que historiadores fazem uma discussão sobre aspectos da obra que não perfazem ao conhecimento histórico documental. A matéria está publicada na Revista Carta Capital, de 01 de novembro de 2017, vale a pena acessar. No momento estou sem o link, em tela, para te fornecer, porque tenho o costume de imprimir os textos, mas o título é "Um guia para o 'Guia Politicamente Incorreto' da história do Brasil".
      Importa, neste sentido, que o professor, ao fazer a contraposição do que está dado das mídias e a versão histórica ou historiográfica tenha elementos que sejam sólidos, que se assentem em bons argumentos, para não ser descaracterizado por estudantes que tem acesso a diversas mídias, e que, infelizmente, vêem nelas a "expressão da verdade" e não uma possibilidade interpretativa do fato (por vezes muito equivocada).

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    2. Olá, Maria Isabel! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Acredito que sua colocação seja muito válida, pois quando analisamos a questão da avaliação na perspectiva do Luckesi e da Hoffman, por exemplo, um dos pontos ressaltados é o da identificação da lógica do erro, e embora os autores tenham se baseado no contexto do aluno, o material elaborado de maneira equivocada também pode se tornar objeto dessa visão. Identificando e demonstrando onde estão os equívocos e o porquê o são, é possível agregar aos crivos quando na escolha de um material dessa alçada.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  9. Olá, tudo bem? Apreciei com tamanha concentração as informações que você abordou de forma clara e objetiva a cerca do vídeo-aula, o que me fez relembrar um texto muito proveitoso de Marc Prensky a cerca dos chamados nativos digitais e imigrantes digitais. Pois bem, dentro do nosso panorama mundial atual que compreende a questão da Pandemia do Corona vírus vimos no Brasil que as secretarias de educação estaduais, municipais e o ensino superior, orientados pelo Ministério da Educação, realizaram a transposição do ensino presencial para o ensino por meio das mídias digitais afetando milhares de estudantes e docentes por todo o país. Nunca na História desse país houve tantos acessos e produção de vídeos aulas, embora ainda não haja um estudo que demonstre o crescimento exponencial desse tipo de método dentro do contexto da Pandemia, mas o que se percebe é que em um curto espaço de tempo professores precisaram migrar para este tipo de recurso mesmo sem preparo anterior. Especificamente em relação à disciplina de História, como você analisaria o legado ou impacto dos vídeos aulas dentro do ensino brasileiro pós-pandemia? Ou dentro desse contexto, as vídeos aulas seriam deixadas de lado ou elas mais do que nunca vieram para se tornar um recurso bem presente extra sala de aula? Obrigado e parabéns pelo texto!
    Lázaro José Farias Barbosa

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    1. Olá, Lazaro! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Nossa!!! Traçar um “horizonte de expectativas”, nas premissas de Koselleck, para esse momento é bem difícil. Tudo depende das formas pelas quais esses conteúdos estão sendo trabalhados nas vídeo-aula. E confesso que uma das que assisti, ministrada para o ensino fundamental II me deixou um tanto preocupada, haja vista que a história ensinada na mesma se perfazia na repetição, e não na ciência, e isso é um perigo tanto para as poucas aulas presenciais que nos restam, e acredito que mais ainda frente à Pandemia. Isso porque se se validar uma perspectiva de história enquanto repetição, o que impedirá que nossas poucas aulas migrem definitivamente para o modo remoto?
      Por outro lado, é notório que muitos alunos estão sentindo na pele o que é a ausência do professor (ou das “mania de prô”, como viralizou em um áudio de um aluno recentemente). Então permitindo abrir margens para se pensar o futuro, acredito que vai depender muito do conteúdo que perpassará tais aulas.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  10. As tecnologias fazem parte do nosso cotidiano e durante a pandemia se fazem cada vez mais presentes. Como os professores, podem aproveitar as possibilidades que as vídeo aulas trazem para tornar as aulas atrativas, promovendo concentração, interesse e motivação?
    Djenane Ferreira Pena

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    1. Olá, Djenane! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      O potencial desses materiais, os que são fundamentados, podem ser aproveitados à medida em que complementem aquilo que já fora trabalhado pelo professor, ou que puxem a discussão que será realizada por ele. Ademais, algumas ainda podem nos demonstrar certos “padrões de preferência” no que diz respeito à quantidade de acessos que possuem, o que, por sua vez, pode colaborar para que entendamos algumas ferramentas que comumente não utilizamos por conta do curto tempo que dispomos para capacitações nessas veredas.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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    2. Prezada Djenane, bom dia!
      Agradeço a sua participação. Eu acrescentaria, ainda, a preocupação atual que temos vivenciado em vários espaços institucionalizados de ensino, independentemente da classe social e economica a qual pertencem os estudantes, as dificuldades, de várias naturezas, em produzir (por parte dos professores) e acessar (por parte dos estudantes) dos conteúdos veiculados pelas plataformas virtuais. A internet chega, com qualidade, a todos os lugares? Onde resido,por exemplo, já deixei de participar de reuniões de trabalho em decorrencia da ausencia de sinal, ocasionada pelo tempo nublado, chuvoso...enfim. E pergunto: o professor falta às aulas em sua instituição de trabalho quando chove??
      Abraço

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Boa tarde. Parabéns pelo enfoque do texto.
    Em diferentes momentos tenho refletido sobre o uso da tecnologia no ensino de história, e as contribuições são inúmeras. Diante do contexto atual, de pandemia, e as aulas em EAD (falo de toda a rede pública do Paraná) como o professor pode utilizar vídeo aulas em prol da aprendizagem do aluno?

    Carla Cattelan

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    1. Olá, Carla! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Antes de responder a sua pergunta, muito bem colocada, gostaria de destinar algumas linhas aqui para firmar um espaço de defesa para quem está na linha de frente nesse momento tão particular. É mais uma colocação que eu, Larissa, acredito ser necessário fazer do que propriamente uma resposta ou contraposição à sua colocação, tá? (gosto de esclarecer pq por vezes sou entendida, nesse meios de diálogo que não possuem entonação de voz e nem comunicação não verbal, como esnobe, grossa, ou coisas do gênero e isso nunca é a minha intenção)
      O Ensino à Distância (embora seja a nomenclatura que utilizamos nessa realidade de pandemia) não é, conceitualmente, o que os profissionais estão realizando. Isso porque os professores que estão trabalhando com as atividades remotas fazem muito mais do que se espera em um sistema EaD. O EaD fora pensado para ser EaD, o aluno e o docente optam por ele. E a realidade atual não permitiu escolha, preparo e recursos para tal. Quem está à frente como docente está fazendo muito mais: está preparando material constantemente, atendendo pais ao telefone, enviando atividades dia após dia, cuidando das necessidades eventuais daqueles que não têm acesso aos recursos, entre outros. Inclusive em um dos grupos de pesquisa que faço parte, uma das docentes está ela mesma levando atividades nas casas dos alunos que moram no campo e que não têm acesso à internet. E em um sistema EaD, o tutor ou professor jamais teria que se preocupar com tais eventualidades.
      No contexto atual e frente à necessidade das aulas remotas, acredito que as vídeo-aulas prontas não devem substituir a mediação, ainda que distante, do docente para com os alunos. Interessante enviar a vídeo-aula, pois faz-se necessário recorrer às mais distintas formas de se “fazer ouvir”. Mas no entanto, enviá-la em substituição à mediação do professor não me parece interessante à medida que ela não contempla todos os requisitos que o docente possui no ambiente de sala de aula.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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    2. Prezada Carla, acompanho, em boa medida, a explanação de Larissa!!!
      Obrigada por sua participação.

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  13. Parabéns pelo texto! Muito explicativo e conclusivo. Minha pergunta é: Como fazer com que o aluno entenda as diversas esferas da História e do que estamos vivendo por vídeo aulas? Qual o tipo de vídeo aula seria necessário, interativo? Diversificado? Mais explicativo?.

    Mariana Rillary Santiago Dias

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    1. Olá, Mariana! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Para que o aluno entenda as diversas esferas da História, ele precisa, primeiramente, de um profissional que empreenda a mediação entre essas esferas e seu processo de conhecimento. Se não compactuamos que a história é uma ciência, e não uma repetição de fatos, dificilmente nossos alunos terão essa dimensão. E o diálogo fundamentado é nosso aliado nesse processo. Na vídeo-aula analisada, uma das premissas de destaque é que o professor aparenta sempre estar dialogando com os sujeitos, de maneira explicativa e provocativa. E é perceptível que o aluno aprende por mediação, e não por imposição ou transmissão. Então nosso aliado, nesse momento, é este. Tanto para as questões das esferas históricas, quanto para o que estamos vivenciando.
      Mas não me arriscaria a indicar um tipo de vídeo-aula, haja vista que as necessidades das turmas são distintas entre si. Se me permite um exemplo de vivência, ano passado, tive uma turma na qual precisei do auxílio de vídeo-aula gravada por mim, após a aula em sala de aula, e junto ao complemento de outra vídeo-aula; enquanto em outra, com a mesma quantidade de alunos, e de mesma faixa etária, a aula presencial era a única necessária.
      Então vai depender das características de cada turma, dos recursos que dispõem, entre outros aspectos. Mas acredito que a mediação é sempre a melhor escolha quando se trata do ensino e aprendizagem.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  14. ótimo texto!! a minha pergunta é: Com a digitalização da informação e a correria em que vivemos, o estudante que vive em situação de estudo e trabalho, dispõem de pouco tempo para absorver de fato os conteúdos, e tendem a procurar "respostas" rápidas para suas tarefas, deixando assim seu processo de aprendizado muito debilitado. Qual solução você propõem para ajudar a melhorar ou minimizar as deficiências que as pesquisa na web podem causar

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    1. Olá, Rafael! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Nossa... Muito bem colocado! Pq quantas vezes nos deparamos com respostas sem pé nem cabeça em atividades escolares, e com trabalhos plagiados, tanto na escola quanto na academia.
      Acredito, me baseando aqui em Luckesi e na Hoffman, que há um triplo caminho: o primeiro é a análise da elaboração do que estamos cobrando enquanto atividades, se estão permitindo a replicância, se estão adequadas ao tempo de estudo que nossos alunos dispõem, se estamos preparando o material ou apenas replicando de questões disponíveis na Web, entre outros aspectos; o segundo se refere aos crivos de correção, não há como aceitarmos “qualquer coisa” a menos que tenhamos pedido “qualquer coisa”; e o terceiro se relaciona com o feedback: a entrega da correção aos alunos e a discussão dos erros e acertos. Segundo as concepções apropriadas dos autores mencionados, esses passos tendem a diminuir incidências de “respostas rápidas”.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço.

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  15. Olá! Parabéns pelo texto. As vídeo-aulas são bastante atrativas para os estudantes, visto que, a junção de imagens diversas, sons, além da habilidade para a comunicação dos professores acabam conquistando os jovens. Minha pergunta está relacionada ao seu uso com o ensino fundamental: a variedade de plataformas e de vídeo-aulas podem acabar por prestar um desserviço aos mais jovens, que algumas vezes, podem não discernir o que estão assistindo e podem ter uma visão distorcida dos acontecimentos conforme quem os explica. Você acredita que em algum momento, com o avanço no uso de vídeo-aulas, pode ocorrer uma espécie de análise por parte da academia em relação ao tipo de conteúdo ou aos critérios metodológicos que possa ser veiculado nestas aulas dirigida a essa faixa etária?
    Ass. Lucimar Avelino da Silva

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    1. Olá! Tudo bem contigo? Primeiramente, muito obrigada pela sua contribuição!
      Acredito que essa medida mencionada por ti já deveria estar sendo posta em discussão de maneira assídua pela academia. Com mencionado pelo Malerba, precisamos conquistar espaços, e não nos afastarmos deles por não concordamos com a forma. Pois senão concordamos, temos motivação para tal. E calar frente a isso é ser conivente.
      Não há professores se não houverem alunos. Se nossos alunos estão privilegiando tais recursos eles têm motivações para tal. É necessário que entendamos tais motivações, pois como mencionado pelo Giddens (2003), trabalhamos com “partículas pensantes”.
      Mas é lógico que não “operamos no vazio”. Essas discussões têm que ocorrer para que tenhamos suporte para compreender esse processos e galgar de espaço.
      Espero ter contemplado suas expectativas, e estou aqui para o diálogo.
      Abraço

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Olá, quero antes parabeniza-las pelo artigo. Tais apontamentos são úteis quando o professor deseja utilizar ou indicar uma vídeo-aula para o aluno, dessa forma ele/a pode analisar o conteúdo previamente e assim orientá-los para os melhores materiais. Mas, um dos grandes pontos dessa era virtual é a facilidade tanto de acesso quanto de respostas às expectativas de quem procura (encontrar alguém que confirme o que eu penso e não que me ajude a refletir), esse é um dos motivos de canais “bons” e “ruins” atraírem tantas visitas. Dessa forma, mesmo que se estabeleça uma “boa vídeo-aula” os alunos (e qualquer um com internet e interesse) ainda teriam acesso as demais. A questão é, assistir ou não uma vídeo-aula não foge da possibilidade de mediação do professor, ao crer que os alunos procurariam somente pelo que lhes foi orientado e não, também, por suas preferências individuais?
    JÉSSICA DE SOUZA DANTAS

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    1. Olá,Jéssica! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, agradeço pela participação conosco!

      E sim... não podemos controlar o que os alunos assistem ou deixam de assistir enquanto conteúdo online. E nem devemos fazer isso. No entanto, é notório que o "conteúdo ruim" não é cientificamente comprovado. E é nesse ponto que está nosso papel: em explicar como se comprovam os fatos históricos, de acordo com os métodos da nossa ciência. Se mesmo com esse suporte o aluno preferir conteúdos acientíficos, daí, infelizmente, ele está fora do nosso alcance.


      Muito grata pela sua colocação.
      Abraço.
      Larissa Klosowski.

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  18. "Assim sendo, respondendo à questão inicial que motivou essas breves considerações, uma boa vídeo-aula, assim como uma boa aula, é aquela que segue os métodos da ciência histórica." Partindo desta premissa, como faço para conscientizar meus alunos a assistirem conteúdos descentes e que estarão de acordo com os métodos da ciência histórica, pois quando eles estiverem nas plataformas digitais, encontraram diversos influenciadores, que muitas vezes não contribuirão com o aprendizado deles, se eu como professor, quando terminar de explicar determinado tema, indicasse alguns "youtubers/ blogueiros" que contribuísse para fixar o aprendizado, ajudaria?

    Claudio Almeida de Oliveira Junior

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    1. Olá, Claudio! Bom dia! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Indicar conteúdos que conheçamos e que está em acordo com a ciência história é sim uma contribuição. Primeiramente para o aluno, que não recairá aos conteúdos ruins; e depois para nós mesmos, ao passo que enriqueceremos, também, nossas aulas com conteúdos auxiliares.
      Engano nosso acreditar que os alunos não procurarão conteúdos diversos por si só. No entanto, se eles fazem isso em acordo com o critério da ciência, é bem menos provável que se convençam por discursos que não partem do âmbito científico.

      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  19. Parabéns Adriana Pinto e Larissa de Paula, excelente texto!

    O ambiente virtual tem favorecido imensamente o ensino, principalmente com as políticas de isolamento social que vivemos hoje em virtude da pandemia do COVID-19. O ensino à distância é uma realidade de toda uma geração de alunos, dos mais diversos níveis escolares e acadêmicos no país e no mundo.

    As vídeo-aulas, dessa forma estão sendo componentes curriculares necessários, obrigando os profissionais, não só de História, a uma adaptação que foge sua vontade de querer ou não utilizar tal ferramenta de ensino.

    Contudo, algumas desvantagens são expostas, como o próprio interesse do educando em turmas menos maduras. Como lidar com as verificações de aprendizagem dos discentes, evitando que "burlem" as avaliações, copiando textos pesquisados na rede?

    DANIEL FREITAS DE VASCONCELLOS CRUZ

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    1. Olá, Daniel! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Bom... Não podemos evitar que alguns alunos "burlem" as avaliações no momento em que eles fazem isso. Mas se o critério de correção estiver estabelecido aos alunos antes da feitura da atividade, eles, e os pais, estarão cientes de que atividades copiadas serão zeradas... Se me permite espaço para relato de vivência, isso se demonstrou eficaz com a maioria das turmas que ministrei aula. Lógico que no início choveu trabalhos plagiados, tanto na educação básica quanto na superior. Depois de uma saraivada de reclamações de pais, de alunos e de coordenadores, os trabalhos plagiados tenderam a diminuir muito. Confesso que também me utilizei do método "Se vc escrever com suas palavras, acabará escrevendo menos"... Não me orgulho disso, mas foi uma método que deu certo.

      Ter um bom app para identificação de plágio nos trabalhos acadêmicos e solicitar que fossem entregues impressos e enviados por email ajudou bastante no ensino superior. No básico, foi aquela correção mais assídua, digitando partes do texto no "Google".

      Não posso te afirmar serem estes os melhores métodos, mas foram os que se enquadraram na minha realidade de docente com 11 aulas no ensino fundamental, 3 no médio e 12 no superior.

      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  20. Muchas gracias por el texto, muy interesantes sus aportes. De acuerdo con Elizabeth Collingwood, en el siglo XIX se inventa la fotografía y al mismo tiempo cambia el estatuto de la historia proyectándola como disciplina y como ciencia. sin embargo, cambio el tema de la explicación en función del momento que sucedió. En relación con el tema de la enseñanza de la historia, por lo menos en Colombia, se siguieron manteniendo las formas tradicionales de enseñanza que exaltaban a los próceres y los hombres de letras. La pregunta es no será que con la introducción de medios y mediaciones diferentes a la escrita, también esta cambiando el estatuto de la historia y por lo tanto, las formas de enseñanza de la historia?

    El libro que referencio se llama el filo fotográfico de la historia Walter Benjamín y el olvido de lo olvidable

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    1. Olá, Fabián! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Os modos de ensinar a história se alteram em conformidade, de acordo com Rüsen, com as carências de orientação dos sujeitos de determinadas temporalidades. Na atualidade, nossos sujeitos estão mais abertos para o ensino interligado com as mídias digitais, e isso pode ser observado em como os alunos se interessam muito, por exemplo, por jogos digitais com temáticas históricas. Enquanto professores/historiadores, também nos interessamos por temáticas além do tradicional. Acredito que esse movimento é que mantêm a “história viva”.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  21. Olá,ótima escrita e fluidez do texto,parabéns as duas. Realmente as video-aulas são preocupantes, pois nem sempre é um profissional da área ali e com isso pode-se estar assistindo um conteúdo inexato, sem base científica e com referências de má qualidade. E a minha pergunta é : Vocês acham que deveria haver um tipo de verificação por parte das plataformas virtuais para evitar que pessoas não confiáveis, ou seja sem a instrução devida, gravem conteúdos educacionais? e o que poderíamos fazer para dar a mesma sensação de aula ideal para os alunos durante as aulas regulares,levando em consideração que nem todas as escolas do Brasil possuem recursos de mídia e professores que saibam utiliza-los ?

    Izabela Ramos Bispo

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    1. Olá, Izabela! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Acredito que a verificação por parte das plataformas que postam os conteúdos não deva acontecer, pq compete aos profissionais da área tal mediação. As plataformas não foram criadas com o intuito de se dedicar a isso, e acredito que crivar para que não se poste algo, mesmo que isso seja acientífico, ahistórico, nada mais seria que uma espécie de censura. Compete, sim, aos profissionais da área bater de frente com esses conteúdos ruins por meio do diálogo e do ensino de qualidade. Se nossos alunos estão suficientemente preparados para a identificação do que é ou não história, não há a necessidade de censurar um conteúdo ruim: os alunos não recorrerão a ele por escolha.
      Sobre a aula ideal... Bom... um senhor desafio para nós, que lidamos com o sucateamento constante da educação. Confesso que acredito não existir uma receita para isso, haja vista que as realidade escolares são múltiplas e distintas. Talvez uma saída seria a pesquisa junto aos alunos acerca dos interesses sobre a forma de interpelar a história, e, quando possível, dispor desses meios para o ensino. As mídias são sim de interesse dos alunos, mas também o é aulas que os solicitem ser "sujeitos", produtores de conteúdos, mesmo que de maneira caligrafada, mas com o indicativo de que seria um texto para um blog, para uma página no facebook, entre outros.
      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  22. Ei, boa tarde.

    Dentre o texto, percebe-se a relação em que fizeram entre os conhecimentos populares ocasionados pelas mídias sociais e o conhecimento Histórico, por conseguinte, analisa a História pela perspectiva de Rusen, definindo a História como ciência.
    Na Alemanha Nazista (1933-1945) queimaram livros, compêndios e artigos, deformando compreensões e ocasionando o revisionismo histórico. Nesse sentido, criou-se filmes e documentários de doutrinação. Na Guerra Fria, os jornais americanos culpabilizavam os russos por vários motivos, sejam econômicos ou políticos. O próprio canal Futura, legitima vozes e silencia outras para analisar a educação brasileira, segundo Marlucy Alves Paraíso, no artigo Currículo da Tv.

    Dado a exemplificação, as mídias sociais e informacionais são instrumentos de doutrinação. Segundo Umberto Eco, por mais do rigor metodológico, a construção de um texto se deriva de fontes, porém, a narrativa utilizada pode ou não ser tendenciosa.

    Professora Adriana e Larissa, até que ponto um professor pode utilizar uma vídeo-aula para ensinar sobre determinado contexto, levando em conta os pressupostos estabelecidos anteriormente?

    Desde já, muito Obrigado!

    Matteus Vieira Rodrigues

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    1. Olá, Matteus! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Concordo contigo no ponto em que as mídias podem ser, e são, utilizadas como meios de doutrinação. Mas elas também carregam aspectos interligados à busca por quebra de padrões, liberdade de expressão, e luta em favor de minorias, haja vista a quantidade de periódicos e jornais que tivemos, na própria história do Brasil, que iam contra aos padrões sociais estabelecidos; às músicas ambientadas e disseminadas no período ditatorial; às denúncias às mazelas sociais abordadas em documentários, em folhetins; entre outros.
      Em relação ao contexto alemão que citastes, o qual o próprio Rüsen aborda como privilegiando um aprendizado “capenga e unilateral”; e que, se formos estabelecer um parâmetro a grosso modo, Paulo Freire também destaca (não no mesmo contexto, claro) como “não libertador”, a característica de diferenciação que prevalece faz jus ao esclarecimento dos sujeitos para pensar a história enquanto fruto de atos humanos, ligada à contextos específicos e que atingem de maneira distinta sujeitos históricos diferentes (negros, mulheres, indígenas, e outros).
      Não só em se tratando das vídeo-aulas, mas para ensinar sobre determinado contexto, de acordo com o Rüsen, um dos pontos principais consiste em demonstrar como esse “contexto” era “sentido” pelos sujeitos que dele faziam parte, o que o autor chama de “multiperspectividade ao nível dos sujeitos” e “multiperspectividade ao nível do observador”. Essa vídeo aula, quando fundamentada na ciência histórica, cumprirá com os requisitos de demonstrar como um mesmo contexto histórico atingiu os sujeitos de seu tempo de maneira distinta. Bem como o será também em uma aula presencial.
      Daí fica a questão: “Todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”. O mesmo vale para vídeo-aulas e aulas presenciais: a forma de trabalhar os conteúdos, é inclusiva ou excludente?

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.

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  23. Parabéns pelo texto, diante da tecnologia que estamos submetidos, avançando cada vez mais, as vídeos aulas tem sido uma das formas mais diretas do aluno aprender mais, mas isso depende do interesse do aluno. Como, em sala de aula podemos demonstrar a importância dos estudos fora da escola, utilizando as vídeos aulas?

    Pâmela Cristina de Sousa Lelis

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    1. Olá, Pâmela! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Acredito que o primeiro ponto seja desmistificar que estudar “é chato”, pq não é. O conhecimento liberta e os jovens compreendem isso. Quando o professor incentiva o estudo fora dos muros da escola por meios alternativos e, por vezes, conversa um pouco com os alunos sobre isso sem forçar, a postura dos alunos muda. Nesse processo, conhecer o aluno é uma boa, posto que conhecendo-os, conseguimos incentivar o estudo pelos meios que eles se sentem mais interessados.
      Agora na questão de como daríamos conta de todo esse processo de incentivo, de maneira específica, para cada aluno, numa conjuntura que solapa o professor de atividades, que não fornece estrutura para tal e que ainda remunera de uma maneira que temos que nos atolar de atividades para conseguir galgar de condições mínimas, é que consiste no verdadeiro desafio.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  24. Antes de qualquer coisa parabenizo as autora pelo excelente texto. Tendo em vista que o aluno nem sempre possui o conhecimento necessário para distinguir se uma vídeo aula foi embasada em fontes históricas e ministrada por alguém com formação e competência, levando-se em consideração o grande número de conteúdos disponibilizados na internet, gostaria de saber qual seria a melhor forma de solucionar essa questão? O mais adequado seria que o professor recomenda-se vídeo aulas específicas para os alunos ou ensinasse-os a escolher seus materiais de pesquisa complementar à sala de aula?

    Rayra Torquato de Lima

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    1. Olá, Rayra! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Essa questão só pode ser solucionada se o professor, em sala de aula, também ministra uma aula fundamentada na ciência e explica os “andaimes” pelos quais se chega aos resultantes daquilo que ensina. O aluno esclarecido quanto a isso dificilmente se deixa levar por visões da história que não contemplam a ciência. Haja vista o nosso próprio processo de formação...
      Nós, enquanto docentes, precisamos formar o aluno para a ciência da história, na verdadeira perspectiva do letramento histórico mesmo, tal como o fomos.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  25. Boa noite, antes de tudo gostaria de parabenizar as autoras pelo trabalho.
    Pensar sobre o ensino de história e como aplica-lo é uma tarefa que requer comprometimento e criatividade para superar os tantos obstáculos que se opõem ao mesmo, e no texto de vocês notou se isso na proposta, bem como nas reflexões realizadas, entretanto, me senti curioso quanto a aplicabilidade da proposta, haja vista, que outra dificuldade na ministração dos conteúdos se faz no tempo, que sabemos que é reduzido, em outras palavras, minha pergunta é: Como conciliar teoria com prática dentro da estrutura do ensino ?
    att. João Marcelo Dutra Araujo

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    1. Olá, João! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      A prática do fazer da história, como os professores de introdução aos estudos históricos, teorias da história, entre outras, tanto gostam de abordar é que não se faz história sem fontes. Mesmo que trabalhemos no ensino básico com meios mais explicativos da história, ainda não fugimos das fontes. Dada a nossa estrutura de avaliação (ainda tradicional), há a necessidade dos alunos realizarem atividades em sala de aula. Nesse momento, temos a oportunidade de usar esse tempo para exercícios que se fundamentem no uso de fontes, e alguns livros didáticos trazem, inclusive, seções de atividades onde as fontes históricas são os meios que “puxam” a atividade. Apostar nesse tipo de atividade pode colaborar para que a teoria e a prática sejam alinhadas quando no ensino de história.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  26. Boa noite, parabenizo pelo texto e pela disposição das autoras em dialogar com todos os interlocutotes que aqui se manifestaram.
    Eu trabalho na Educação Básica e me deparo sempre com o desafio de cumprir com plano de curso com uma carga horária limitada. Além disso, no tocante a alguns temas a vídeo-aula faz uma abordagem sucinta e fico com a sensação de que o tema não foi devidamente abordado. Como usar a vídeo-aula como estratégia que me permita enfrentar o desafio da carga horária sem perder a qualidade da abordagem de determinado tema histórico?

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    1. Olá! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      E é mesmo um desafio lidar com o plano da disciplina e carga horária diminuta que dispomos.
      As atividade extra classe podem, como abordastes, auxiliar nesse processo como ferramentas complementar aquilo que não dispomos de mais tempo para abordar. Acredito que a escolha de materiais que contemplem o máximo possível de dimensões a serem compreendidas seria uma boa escolha. Por um lado, mais trabalho para o professor para a seleção de materiais, por outro, ganho do aluno que poderá ter acesso a um material de qualidade e que complementará aquilo que fora trabalhado pelo professor.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  27. Me desculpem, pois esqueci de assinar a última pergunta.

    Helvécio Pinto do Nascimento

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    1. E como eu fui respondendo pergunta por pergunta, acabei não mencionando seu nome na resposta anterior!

      Então eu desculpo se me desculpares também!

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  28. Boa noite, primeiramente parabéns pela construção do texto.
    Acredito que as mídias sociais é uma metodologia cada vez mais discutida no âmbito do ensino escolar, e adotado como prática dentro da sala de aula. Julgando as limitações dos discentes, bem como o docente. No contexto atual, em que o país enfrenta uma crise econômica, política e sobretudo, social, a metodologia de videos-aulas, modalidade EAD estão ganhando mais força, aderência, o que julgo pertinente. Mas, adotar esse método de ensino - presencial ou virtual - contempla o aprendizado de todos os estudantes? Digo, existe alunos que não tem acesso a internet, computadores, tablet, e até mesmo aparelho cecular android.

    abraços
    Érica de Oliveira Santos

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    1. Olá Érica! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Acredito que não contempla pq o planejamento inicial não era esse. Diferentemente das atividades remotas, que é o que estamos a fazer diante da pandemia, a Educação à Distância propriamente dita fora pensada para ser como é: só adere quem realmente quer esse tipo de metodologia.
      Já para as atividades remotas, não houvera escolha. Não houvera tempo de preparo dos docentes e discentes, nem dos recursos disponíveis para tal. E a problemática reside nesse ponto. Confesso que acredito ser de extrema dificuldade contemplar, em tão pouco tempo, o aprendizado de todos os estudantes, que intencionavam, bem como os docentes, a dialogicidade do ensino presencial.
      Mas como não tivemos o cancelamento dos exames que por vezes nos servem de régua para medir essas premissas, acredito que teremos a comprovação de que não se contemplou o necessário quando sair o resultado...

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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  29. Ótimo texto!

    Acredito que é de suma importância respeitar, utilizar e seguir os chamados métodos de ciência histórica. No entanto, seria possível deixar para trás a burocracia historiográfica e através de uma nova abordagem honesta, contemporânea e atualizada voltada para contextos mais periféricos visando desconstruir e contribuir para uma nova perspectiva sobre o sujeito histórico?

    Att.

    André Santana Vieira

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    1. Olá, André! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Burocracia e método, na história, são dimensões completamente distintas. Método diz respeito ao alicerce da nossa ciência, que embora seja o percalço, é distinto dependendo do que se quer interpelar junto às fontes. Os métodos, de acordo com Bloch, Rüsen, e demais teóricos da ciência histórica, se modifica de acordo com as carências de orientação dos sujeitos. E, dessa forma, são honestos ao passo em que permitem elucidar questões relacionadas aos sujeitos de seu tempo; são contemporâneos pq não há como se olhar para um problema que parte de um sujeito do presente com um viés que não se entrelaça com a temporalidade do mesmo; são atualizados pq caminham junto às descobertas e inovações dos meios de se pesquisar. E isso tudo se interliga com o sujeito que pesquisa e com a sua temporalidade. As carências de orientação, conforme aborda Rüsen, são do presente do sujeito que pesquisa. Não há como fugir disso.
      Agora burocracia não muda: é estanque, a mesma, sempre, em qualquer circunstância, independente do sujeito. Funciona da mesma maneira para quem é negro, pobre e favelado, e para quem é rico, branco e mora em Nova York.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.

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    2. Prezado André, bom dia! Reforço o agradecimento de Larissa, à sua contribuição e provocação. :)
      Ao sugerir o "deixar para traz a burocracia historiográfica", a que você busca se referir? Larissa dialogou contigo em uma perspectiva dissociada dos conhecimentos. Mas podemos entendê-la como estruturante ou estruturadora dos modos de produção do conhecimento histórico, seria isso?
      Se sim, a discussão formalizada nas obras Domínios da História e Novos Domínios da História, nos auxiliam no entendimento desta superação, que aparentemente, se entendi bem sua preocupação, você propõe?!
      As outras formas de produção do conhecimento histórico, não contemplariam esta honestidade pela qual você anseia? Penso que sua questão passa ainda, pela importante discussão no campo histórico, relacionada à divulgação científica, o que vai ao encontro das formas de produção e circulação do conhecimento histórico, na suposta era da virtualização, se assim a pudermos chamar. São ótimas inquietações, para os historiadores do tempo presente se debruçarem, não é mesmo!!!

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  30. É de suma importância que um professor tenha a capacidade de se renovar no quesito de metodologia de ensios, mas levando em conta que a maioria dos alunos no Brasil não tem acesso a tecnologias e muitas vezes o próprio governo não ajuda nesse tema, quais métodos o professor poderia usar para introduzir os alunos a essas metodologias tecnológicas?

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    1. Olá! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      É comum atrelarmos o conceito de tecnologia apenas com meios midiáticos, tipo celulares, computadores e coisas do gênero. No entanto, até mesmo a nossa escrita é uma tecnologia. Se não há formas de uso dos meios tecnológicos mais de “ponta”, talvez a saída seja trabalhar com os mais tradicionais, mas lembrando das plataformas digitais. Exemplo disso pode ser observado nos nossos materiais didáticos e em suas modificações no decorrer dos anos: inserções de tabelas, mais imagens, janelas de explicativas, box de conteúdo; entre outros. Esses meios, de uma forma ou de outra, também não estão dispostos nas plataformas digitais? Por exemplo: nomes de autores, em textos de algumas mídias digitais, não são linkados à textos explicativos sobre o sujeito? E nos materiais didáticos não temos alguns desses nomes, também, ticados, em destaque, com um bloco explicativo ao lado ou no verso da página, cumprindo a mesma função dos links em textos digitais?
      Agora se se almeja a prática nos meios tecnológicos propriamente ditos, há a necessidade de maiores investimentos em educação para que o letramento digital seja, de fato, uma realidade.
      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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    2. Prezado/a participante, boa tarde!
      Como sinalizamos em outros momentos, sua questão é parte das inquietações da atualidade, de modo muito mais intenso e denso, ainda que com poucas respostas. Sinto como se estivéssemos em uma fase de testagem...arriscadíssima, inclusive, mas enfim...
      Partilharei com você o que tenho lido, visto, ouvido e acompanhado em relação à sua preocupação.
      A tese de doutorado da prof. Marcela Albaine trata, com maestria, dos modos pelos quais podemos inserir os jogos digitais no contexto de sala de aula. Há outros textos, resultantes de pesquisas desenvolvidas nos mestrados profissionalizantes vinculados ao ProfHistoria que tem também apresentado produtos interessantes e, o mais importante, exequíveis, do ponto de visto do planejamento escolar, para inserir as tecnologias e as redes sociais como aliadas ao Ensino de História. Neste caso, em especial, trata-se de uma dissertação de mestrado em que o professor utiliza-se do Whatts App, para promover jogos e pesquisas em História, envolvendo professores e estudantes de uma escola pública. Fantástico. Super trabalhoso, pois envolveu uma rede de conhecimentos, entrelaçamento de propostas de ensino de outras áreas (disciplinas), mas os resultados, segundo o artigo, foram bastante satisfatórios. Se me permite citar a referencia segue - Revista História Hoje, v. 5, nº 10, p. 159-179 - 2016:

      O WhatsApp como extensão da sala de aula: o
      ensino de História na palma da mão
      Cristiano Gomes Lopes/Braz Batista Vas

      De modo mais objetivo, para finalizar e, se voce quiser, continuarmos a conversar, é essencial, a meu ver, um estudo das possibilidades e potencialidades do local em que se insere a sua atuação docente. So assim será possível e adequado avaliar as formas mais adequadas para implementar ideias.
      Abraço fraterno e obrigada pela sua contribuição.

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  31. É de suma importância que um professor tenha a capacidade de se renovar no quesito de metodologia de ensios, mas levando em conta que a maioria dos alunos no Brasil não tem acesso a tecnologias e muitas vezes o próprio governo não ajuda nesse tema, quais métodos o professor poderia usar para introduzir os alunos a essas metodologias tecnológicas?

    Jose Ramon Vieira Soares

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    1. Prezado José, bom dia! Obrigada por sua contribuição.
      É a questão fulcral do momento. Todos os profissionais que não atuam, diretamente vinculados aos cursos já caracterizados com o suporte Educação à Distância, a julgar pelas diversas manifestações que nos antecederam, neste fórum, bem como em outros espaços que tem se preocupado em dialogar sobre o tema. Outro dia, assisti a uma Live que tratava das implicações do ensino tecnologizado, no contexto atual. O professor lembrou, oportunamente, das aulas do Telecurso Segundo Grau, que foi se modificando, para Telecurso 2000, e outras frentes de trabalho que faziam, mediante as tele-aulas, a transmissão de conteúdos, inclusive de natureza profissionalizante, aos grupos que se inscrevessem, ou que estivessem vinculados ao Sistema S.
      Veja bem, não se trata de fazer apologia a essa abordagem de ensino, mas dar elementos para a nossa reflexão!
      Pensar historicamente, e temos obrigação de fazer isto, por formação, profissão e consciência política, nos imputa também a responsabilidade de entendermos as ferramentas de ensino e aprendizagem no seu tempo. O "velho" quadro de ardósia, talvez, não caiba nas áreas mais urbanizadas, mas e em espaços rurais? E nos próprios espaços urbanos em que nem o sistema de energia elétrica funciona bem, conquanto a rede de serviços vinculada aos sinais de internet. É extremamente falacioso, como você mesmo evidencia na sua proposição, considerar a plena abrangência dos recursos tencológicos, para o ensino, porque os estudantes conseguem, por vezes, ter um Smartphone "melhor" do que o de seus professores...Questões para professores do tempo presente, caríssimo!!!

      Abraço fraterno!

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  32. Olá!
    Numa reflexão mais específica a jovens estudantes ddo Ensino Médio, estamos caminhando para a implantação do Ensino Médio Inovador onde o protagonismo juvenil passa um dos principais conceitos norteadores do processo de ensino e aprendizagem.
    Nesse sentido de reflexão sobre a qualidade das video aulas gostaria de propor duas reflexões:
    A primeira sobre o nosso papel de educadores mediadores do processo. Neste sentido a importância de repassar ao estudante o caminho do método científico, fundamental para a análise crítica do conteúdo pesquisado e assistido;
    O segundo é, se nós estivermos no protagonismo do processo de ead, a responsabilidade de produzir um material de cunho científico e didático metodológico que permita ao estudante alcançar a criticidade no protagonismo do seu processo de aprendizagem.

    Maria Juscelia Sabai Muller

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    1. Olá, Maria! Tudo bem contigo?

      Primeiramente, obrigada por participar conosco!

      Incentivar o estudante ao método científico, acredito, é imprescindível para que ele seja, de fato, sujeito, protagonista, da história. Repetidores de conteúdo não são protagonistas: perpetuam mazelas e apagamentos.
      Confesso que, sobre o EaD, não acredito ser, ainda, a melhor proposta para a educação, haja vista as carências de ambos os lados (professores e alunos) em relação ao acesso e ao letramento digital. No entanto, inegável que esta realidade está posta e que precisamos e precisaremos sempre lidar com ela.

      Espero ter atendido às suas expectativas quanto à resposta.
      Abraço.
      Larissa Klosowski

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    2. Maria Juscelia, bom dia!
      Questões extremamente pertinentes ao nosso tempo e contexto histórico educacional (do tempo presente)! Agradeço a sua contribuição!
      Vamos lá: Inovação tem sido intimamente vinculado à tecnologia, e esta tecnologia associada à informática, mas precisamos, a meu ver, dissociar isso. Ao menos nós ligados direta e/ou indiretamente à educação.
      Então, conforme você oportunamente sinalizou, "o nosso papel de educadores mediadores do processo", continua sendo o mesmo, MEDIAR!! A interface com os recursos é um aprendizado que bate à nossa porta há algum tempo, e que temos recuado, em vistas da falta de condições, de acesso, tanto por parte da escola, como dos estudantes, das famílias, da estrutura educacional, enfim, de todos os envolvidos no processo educativo institucionalizado.
      Contudo, isso, a meu ver, de modo algum, invalida ou inviabiliza a produção do conhecimento pautada por métodos científicos. O debate não é recente. Lembra da produção de jornalistas sobre fatos históricos, que alcançou mais "adesão de leitura" do que a dos historiadores de ofício? Então!!! O que ocorre atualmente, com os blogs de História passa pela mesma leitura. Nesse sentido, as discussões propostas para o ensino de História, via Jorn Rusen, nos representam, em boa medida.
      Cabe aos cursos de formação de professores, a meu ver, rediscutir a formação dos estudantes das licenciaturas, alinhando as formas de produção e circulação do conhecimento cientifico, porque ciência é ciência, independente do suporte que lhe for dado a ler (ver Chartier, 1990) Um bom exemplo centra-se, na atualidade, nos blogueiros de História: Alguns tratam o conhecimento histórico com ironia, sem grande aprofundamento, uma espécie de caricatura. Outros, no entanto, estudam, para além das estratégias de comunicação oral e visual, o conhecimento histórico, e o transmitem, com aporte diferenciado! Devemos aprender, sempre, com quem tem a nos ensinar, como frisavam Paulo Freire e Cora Coralina. Abraço fraterno e obrigada!!!

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