Adaiane Giovanni


UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA ARTICULANDO ENSINO DE HISTÓRIA E NOVAS TECNOLOGIAS




Conhecendo o projeto

Neste artigo compartilhamos a experiência desenvolvida no projeto “WebQuest e ensino de História: o caso de Vila Rica do Espírito Santo” vinculado à Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR).  Esse projeto tem como uma das preocupações refletir sobre as potencialidades das novas tecnologias no ensino de história, principalmente no que diz respeito ao uso da metodologia WebQuest. Iremos neste texto, apresentar apenas a primeira etapa do projeto que tinha como um dos objetivos o mapeamento sobre como os estudantes interagem com as tecnologias e os recursos tecnologias que consideram potencializadores do processo de produção de conhecimento histórico escolar. Buscamos, também, trazer uma proposta de metodologia para o uso das tecnologias no ensino de história.


O projeto iniciou em meados de 2018, realizando um levantamento bibliográfico da temática tecnologias na interface com o ensino de história.  No ano seguinte foi realizada a tabulação de dados obtidos por meio de questionário aplicado em 5 cidades em um projeto anterior ao ano de 2018 intitulado “A WebQuest no ensino de História”, dentre as quais, destacamos neste texto o Colégio Santo Ignácio de Loyola – da cidade de Fênix, no interior do estado do Paraná para o desenvolvimento da primeira etapa.

Essa parceria possibilitou à Universidade estreitar um diálogo com a escola bem como ampliar as relações sociais com os estudantes, ao considerar as suas experiências de vida na relação com as tecnologias tanto no espaço escolar como não escolar. Acreditamos que ao incluir a dimensão cultural dos estudantes envolvidos no projeto, compreendemos melhor a sua realidade social bem como superamos as tendências instrumentais que desconsideram o fazer dos sujeitos.

Na primeira etapa da pesquisa, após levantamento bibliográfico analisamos dados de questionário com questões abertas e fechadas, aplicado aos alunos pautado nos eixos: novas tecnologias de informação e comunicação; tecnologias e ensino de história; metodologias de ensino dos professores de história, pois acreditamos que as experiências vividas pelos estudantes fornecem elementos necessários para avançarmos no debate sobre o uso das novas tecnologias no ensino de história e indicativos para construirmos práticas de ensino de história mais interativas e inventivas  (GALZERANI, 2008a).

Sendo assim, neste artigo apresentamos as experiências dos estudantes com a integração das diferentes tecnologias no cotidiano e no espaço escolar.  Dos 59 estudantes matriculados no 9º ano do ensino fundamental – séries finais –distribuídos no período matutino e vespertino, tivemos a participação de 54 estudantes respondendo o questionário. 

Depois de sistematizar os dados, realizamos uma análise quantitativa e qualitativa das respostas dos estudantes. Fundamentamos a pesquisa a partir dos pressupostos teórico-metodológicos de Edward Palmer Thompson (1981) baseado no diálogo entre sujeito e objeto no processo de produção de conhecimento histórico, ou seja, apresentaremos uma análise dialógica na relação com as experiências dos estudantes.

Acesso e integração dos estudantes com as novas tecnologias

O primeiro questionamento realizado buscava compreender as percepções e acesso dos estudantes com a rede de internet em suas residências e no espaço escolar e a relação do uso da internet para fins educativos. Chama atenção o fato de que o meio pelo qual acessam internet em casa está majoritariamente conectada ao uso dos Smartphones, pois 81% dos investigados responderam que é este o recurso que possuem em sua residência. Temos vivido uma nova fase das mudanças tecnológicas com a entrada da chamada tecnologia digital.

O impacto da tecnologia digital é extremamente representativo em nosso contexto, pois, como destacou Tavares (2012, p. 301), “[...] é inegável que as transformações tecnológicas, aliadas à crescente produção de equipamentos e programas em atendimento às demandas de mercado, vêm fazendo uma significativa alteração de usos, costumes e práticas, especialmente entre os mais jovens”. Esta é uma realidade cada vez mais comum.

Quanto à frequência com a qual utilizam a internet para auxílio nos estudos, apenas 14% que aqui representam 8 estudantes, afirmaram utilizar ‘sempre’ este recurso para os estudos. A maioria dos estudantes (68%) assinalaram que sempre utilizam a internet para outras atividades, que não envolvem os estudos como: redes sociais, jogos e site de notícias.

Esse modo dos estudantes se relacionarem com as tecnologias é questionável, pois qual o motivo que se apropriam dos recursos tecnológicos para o lazer e não para fins educativos? Uma questão cultural? Ou um problema mais complexo relacionado com as dificuldades no processo de ensino e aprendizagem?

Pudemos perceber que o meio pelo qual acessam internet em casa é através dos Smartphones, pois 81% dos estudantes possuem apenas este recurso em sua residência. Será esse o obstáculo para apropriar-se das tecnologias para fins educacionais?





As novas tecnologias no espaço escolar: uma realidade ou utopia?

Para compreender a relação entre as tecnologias na interface com o ensino de história foi importante alguns questionamentos para os estudantes, entre eles, o uso da sala do laboratório de informática na escola.

A maioria (74%) dos estudantes afirmaram que às vezes o laboratório de informática é utilizado no ensino de história. Essa questão levanta várias problemáticas necessárias para serem refletidas. Primeiramente é importante destacar que os laboratórios de informáticas são frutos da política pública educacional de inserção de tecnologias na rede de ensino no estado do Paraná chamado Proinfo. Tal programa também foi responsável pelo processo de formação dos professores para utilizar os computadores durante as suas aulas. Para a concretização desse projeto, foram implantados nos Estados dentro dos núcleos regionais de educação, os Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE, um grupo constituído de educadores e por especialistas em informática e em “sistemas” de tecnologias para a implementação no espaço escolar.

O NTE atua na escola no processo de inclusão digital, na orientação aos educadores quanto ao uso do computador no laboratório de informática e na manutenção do equipamento. Porém, o número de escolas a serem atendidas é maior em relação ao número de pessoas do NTE em cada Estado, isso significa que nem todos os professores puderam participar do processo de formação quanto ao uso de tecnologias.

Além disso, existem professores que participaram, mas destacaram que são formações corriqueiras, superficiais e meramente técnicas, sem comprometimentos com os fins pedagógicos, ou seja, distante das metodologias de ensino necessária para a especificidades das disciplinas (FRANÇA, 2009; 2015).

Em outras palavras, podemos compreender que os formadores do NTE se utilizam das mesmas metodologias de ensino para todos os professores, independente da área a que estes pertencem. Portanto são cursos de informática que “treinam” os docentes para trabalhar com as máquinas.

Instruí-los sobre o uso das máquinas – o conhecimento superficial do hardware e dos softwares industrializados disponíveis em cursos de curta duração, para o adestramento tecnológico, ou mesmo em séries de cursos para a aquisição da fluência digital. Consideram também que é suficiente o simples treinamento para a utilização dos principais programas: processadores de textos, programas básicos do Office e softwares educativos (KENSKI, 2003, p.77).

É sabido que formações isoladas, esporádicas e instrumentais/técnicas não levam a “mudanças substanciais no meio educativo, principalmente, se for apresentada ao grupo de professores de maneira estanque e desligada da prática pedagógica realizada na escola” (BEHRENS, 1999, p.115).

Além do possível problema pedagógico quanto ao uso do laboratório de informática por parte dos professores na escola, temos ainda aqueles relacionados às questões estruturais como a falta de computadores suficientes para todos os estudantes, ou muitas vezes o laboratório não tem acesso a rede de internet dificultando também a realização de aulas  na sala de informática.

Essas questões foram pontuadas como uma das possibilidades para entendermos a baixa frequência do uso do laboratório de informática apontado pelos estudantes, já que entendemos que dificuldades de ordem pedagógica por parte dos professores por conta de formações instrumentais ou questões estruturais podem contribuir para essa situação apontada pelos estudantes, entre outras possíveis que não foram investigadas nessa pesquisa.

Apesar de 92% dos estudantes considerarem a internet como importante para potencializar o processo de ensino e aprendizagem, no entanto, o uso das tecnologias não garante uma mudança substantiva no modo de ensinar e aprender, visto que  podemos trabalhar com metodologias inovadoras, mas o modo de concebê-las e utilizá-las ainda são pautadas em práticas  tradicionais/instrumentais (FRANÇA, 2009). A inserção das tecnologias em sala de aula não deve acontecer sem análise crítica, para que os docentes e estudantes  não reproduzam, por meios tecnológicos, os “velhos” métodos tradicionais  (BITENCOURT, 2011; FERREIRA, 2004; MONERO, 2010).

Por outro lado, sabemos que a utilização de tablets e computadores em sala de aula pode ser uma alternativa integradora dos alunos com o ensino. Entretanto, é preciso ter claro que a tecnologia não é a única resposta às necessidades que visualizamos no contexto da sala de aula, pois não basta ter a tecnologia se ela não é utilizada pedagogicamente. Ela é uma ferramenta que viabiliza novas práticas educativas, mas a questão central é como fazer isso se efetivar, com vistas a uma produção de conhecimento histórico escolar crítico e reflexivo.

Entendemos que os docentes devem responder as demandas sociais do tempo presente e buscar caminhos formativos, mas não podemos esquecer de alguns questionamentos importantes: “Mudar como? Mudar para onde? Aonde queremos chegar? Estamos fadados a “ter que” usar tecnologia? Para quê, exatamente? Entendo que precisamos achar um “caminho do meio” quando o assunto é tecnologia: nem as “lamentações nostálgicas”, nem os “entusiasmos ingênuos” (COSTA, 2015, p. 249).

Recursos tecnológicos no ensino de história: meios de reprodução ou produção de conhecimento?

Os estudantes compartilharam experiências significativas que viveram no ensino de história articuladas com recursos tecnológicos como os filmes, documentários e minisséries. Interessante essa resposta pelo fato de que ao falar abertamente sobre a disciplina, vários estudantes responderam abordando a prática da professora e a utilização do vídeo nas aulas como potencializadores no processo de ensino e aprendizagem.

É importante ressaltarmos que os filmes, documentários e minisséries circulam por diferentes canais de comunicação e podem ser entendidas como linguagens mediadoras e produtos culturais que produzem saberes, no sentido em que fazem circular representações sobre épocas históricas, modos de vidas, relações sociais, organizações políticas e questões econômicas.

Porém, essas diferentes linguagens foram criadas para objetos de consumo, cabe ao professor junto com seus alunos construírem relações de diálogo entre sujeito (estudantes) e objeto (filmes, documentários e minisséries) durante o ato de produção de conhecimento histórico (THOMPSON, 1981) para promover uma experiência de encontro entre as experiências dos estudantes e outras experiências, outros tempos e espaços. “Uma experiência de encontro com o passado através da leitura de seus traços é significativa, se e quando nos desloca de nosso presente, isto é, quando nos traz estranhamento e nos leva em busca de outra temporalidade”. [...] É no estranhamento, nas asperezas, nos silêncios, momentos de suspensão do sentido, que podemos flagrar as fendas na narrativa historicista (KOYAMA, 2015, p. 316).

Esses procedimentos teórico-metodológicos inspirados em Thompson (1981) pode ser um dos caminhos para potencializar leituras plurais do passado na relação com o presente e promissor para um ensino de história na interface com as novas tecnologias de informação e comunicação.

A metodologia da WebQuest como potencializadora no processo de produção de conhecimento histórico escolar

A partir do mapeamento das experiências dos estudantes sobre a integração das tecnologias em seu cotidiano e no espaço escolar e as potencialidades dos recursos tecnológicos no ensino de história, pudemos conhecer os sujeitos com quem dialogaríamos na segunda parte do projeto de pesquisa bem como partir da sua realidade escolar.

Portanto, na segunda etapa do projeto, propomos a construção e desenvolvimento de WebQuest junto com esses estudantes sobre a história local. Segundo Cainelli e Oliveria (2011, p. 131), a relação com o saber implica relação com os “lugares, com a escola, com os professores, com os alunos, com os pais, mas é determinada pelo próprio sujeito, na medida em que aprende a se apropriar do mundo e nele constituir-se como sujeito”.

Partimos antes para conhecer seus conhecimentos prévios sobre a história do seu município e depois colocamos em ação essa metodologia na interface com o ensino de história. Para esse artigo, vamos apenas apresentar a metodologia da WebQuest, quanto a construção e desenvolvimento com os alunos dessa atividade educativa será objeto de análise em outro texto, pois temos uma limitação de páginas para a publicação nesse simpósio.

A WebQuest foi criada em 1995 e, paulatinamente, tem sido objeto de investigações na área da educação sobre aprendizagem colaborativa. No ano de 2014, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná propôs cursos sobre tecnologias móveis para os professores da rede, considerando a utilização desta metodologia (TAVARES, 2012). Essa inclinação ao seu uso pôde ser tomada como uma legitimação para a continuidade dos estudos.

A WebQuest é elaborada pelo professor com questões e tarefas a serem solucionadas pelos alunos na pesquisa de fontes, como: livros, artigos, vídeos, sites e demais documentos de informação.

Para a atividade ser considerada uma WebQuest é necessário que seja composta por algumas etapas, a saber: (i) introdução ao tema, com objetivo de preparar a proposta e fornecer informações gerais; (ii) a tarefa com linguagem simples, para estimular o aluno a desenvolvê-la; (iii) o processo no qual o aluno deverá se orientar para a realização da tarefa; (iv) os recursos caracterizados como pistas disponíveis na web para a produção do conhecimento; (v) a avaliação, que fornece ao aluno os indicadores qualitativos e quantitativos referentes à atividade proposta; e (vi) a conclusão, que propõe um desfecho da proposta  sobre o que aprenderam, mas que também aponta para a continuidade da investigação  (BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2012).

Esses são elementos base, mas não anulam a possibilidade de outras inserções criativas e inventiva dos estudantes e professores. A metodologia possibilita uma aproximação dos alunos com as tecnologias, um maior acesso à informação e visa promover aprendizagem colaborativa. O trabalho com a WebQuest é de cooperação em grupo e da participação direta na construção do conhecimento, sendo a fonte histórica elemento essencial nesse processo.

Caimi (2009) e Bittencourt (2005) ressaltam a importância do uso das fontes históricas em sala de aula para favorecer o desenvolvimento do pensamento histórico e o entendimento do processo de produção do conhecimento, rompendo, dessa forma, com o verbalismo, a reprodução e a memorização nas aulas de História, possibilitando a formação de um estudante ativo, ou seja, produtor de conhecimento.

A proposta de estudo com a metodologia WebQuest surgiu do contato com investigações desenvolvidas em duas Universidades brasileiras. A primeira, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, sob coordenação das professoras Keila Grinberg e Anita Almeida, com textos publicados sobre o tema e o desenvolvimento do projeto “Detetives do Passado”. (ALMEIDA; GRINBERG, 2009). A segunda iniciativa que estimulou esse projeto de pesquisa foram experiências desenvolvidas sobre WebQuest na Universidade Federal do Maranhão – UFMA, pelo professor João Batista Bottentuit Junior.

Com inspiração nas duas iniciativas apresentadas, um caminho foi construído até chegar a esse projeto de pesquisa “WebQuest e Ensino de História”, inclusive vivendo uma experiência de construção e desenvolvimento de WebQuest durante a realização de uma pesquisa de mestrado. 

A metodologia WebQuest vem sendo desenvolvida em vários países em diferentes áreas de conhecimento. No entanto, ainda temos poucas notícias de experiências e estudos sobre esta metodologia nas escolas públicas brasileiras. Enfim, associar História e recursos tecnológicos, levando em consideração fatores como distanciamento geracional entre alunos e professores, limitações técnicas das instituições e formação para esta área, é um desafio significativo, mas que podem ser superados em um trabalho coletivo no espaço escolar.

Algumas conexões possíveis entre ensino de história e novas tecnologias

Com essa experiência vivida nesse projeto “WebQuest e Ensino de História” compreendemos o ensino de história no diálogo com as novas tecnologias distantes dos modelos racionais/instrumentais, em que o passado por meio dos recursos tecnológicos é apresentado de modo estanque, com atividades descritivas e desvinculados das experiências dos estudantes, ainda comum pelas tendências hegemônicas de ensinar história. 

Acreditamos na potencialidade das novas tecnologias quando esta ferramenta possibilitar uma produção de conhecimento histórico escolar tecido por relações dialógicas, coletivas (THOMPSON, 1981). Defendemos que as práticas de ensino de história  no diálogo com as tecnologias pode ser promissora se: a) estimular um pensamento histórico- coletivo, polissêmico, relacional, questionador  b) promover uma formação de estudantes capazes de se reconhecerem no  tempo e no espaço; c) instigar os estudantes  se constituírem na relação com o “outro”; d)  desnaturalizar os sofrimentos humanos (próprios e alheios), na construção de relações mais solidárias e autônomas (GALZERANI, 2008; 2013).

Enfim, acreditamos na potencialidade das novas tecnologias, a partir de metodologias  que estimulem nos estudantes (re) inventar narrativas que tragam à tona os conflitos, os silêncios, as resistências e as contradições sociais, pois  no seio dessas narrativas a contrapelo, percebemos que emergem o insignificante, o miúdo, as diferenças, as exclusões, bem como as identidades plurais (FRANÇA, 2018, PAIM, 2005). Defendemos práticas de ensino de história que dialoga com o passado na relação com o presente em busca de uma sociedade mais inclusiva, democrática, igualitária e sobretudo, humana.

Referências
Adaiane Giovanni, mestra em Sociedade e Desenvolvimento pela Universidade Estadual do Paraná - campus de Campo Mourão. Professora colaboradora na mesma instituição e das séries finais do Ensino Fundamental na rede privada de ensino.

ALMEIDA, Anita Correia Lima de; GRINBERG, Keila. As WebQuests e o ensino de história. In: ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca. A escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009, p. 201-212.

BEHRENS, Marilda. Formação Continuada e a Prática Pedagógica dos professores. Curitiba: Champagnat, 1999.

BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de História do Brasil. História em sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. p.185-204.

BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4ed. São Paulo: Cortez, 2011

BOTTENTUIT JUNIOR, João Batista; COUTINHO, Clara Pereira. Recomendações de qualidade para o processo de avaliação de WebQuests. Ciências & Cognição, v. 17, nº 1, p. 73-82, 2012.

CAIMI, Flávia Eloísa. História escolar e memória coletiva: Como se ensina? Como se aprende? In: MAGALHÃES, Marcelo; ROCHA, Helenice; GONTIJO, Rebeca (Org.). A escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. p. 65-79.

CAINELLI, M. R; OLIVEIRA, S. R. F. A relação entre aprendizado histórico e formação histórica no processo de ensinar história para crianças. In: CAINELLI,  M. R; SCHMIDT, M. A. M. S (Org.). Educação Histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011, p.123-139.

COSTA, Marcella Albaine F. Ensino de História e tecnologias digitais: trabalhando com oficinas pedagógicas. Revista História Hoje, vol. 4, nº 8, p. 247-264

FERREIRA, A.A. Apropriação das novas tecnologias: concepções de professores de História acerca da informática educacional no processo ensino - aprendizagem. Belo Horizonte, 2004.130f. Dissertação (Mestrado em Educação Tecnológica) - Centro Federal de Educação Tecnologia de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2004.

FORTUNA, Cláudia Prado; Galzerani, Maria Carolina Bovério. Práticas de Memória, Tempo e Ensino da História. In: Ernesta Zamboni; Maria Carolina Bovério Galzerani; Caroline Pacievith. (Org.). Memória, Sensibilidades e Saberes. 1ªed. Campinas: Átomo & Alínea, 2015, p. 39-48.

FRANÇA, C.S. Possibilidades e limites na construção do conhecimento histórico escolar em conexão com o mundo virtual. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Estadual de Londrina, 2009.

FRANÇA, Cyntia Simioni. PAIM, E. Memórias e Narrativas Benjaminianas. In: Elison Antonio Paim; Pedro Mülbersted Pereira; Ana Paula da Silva Freire. (Org.). Diálogos com Walter Benjamin: memórias e experiências educativas. 1. ed. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2018, v. 1, p. 9-335.

GALZERANI, Maria Carolina Bovério; PARDO, Maria Benedita Lima; LOPES, Amélia (Org.). Uma “nueva” cultura para laformación de maestros: es posible? Porto, Portugal: Ed. Livipsic/AMSE-AMCE-WAER, 2008.

GALZERANI, Maria Carolina Bovério. Escola e conhecimento de história e geografia: disciplina acadêmica e educação das sensibilidades. Antíteses, vol. 6, n 12, p 126 a 147, jul/ dez 2013.

KENSKI, V.M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

KOYAMA, Adriana Carvalho.  Arquivos onlineação educativa no universo virtual. São Paulo-SP: Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP), 2015.

MONEREO, C. (Org.). Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p.66-96.

PAIM, Elison Antonio. Memórias e experiências do fazer-se professor. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2005.

TAVARES, Célia Cristina da Silva. História e Informática. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Novos domínios da história. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 301-317. 

THOMPSON, Edward Palmer. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1981.

27 comentários:

  1. É sabido que existe uma resistência ao uso de novas tecnologias em sala de aula, resistência essa que está ligada ao fato de que essa tecnologia um dia possa substituir o professor.
    Como é possível quebrar essa resistência?
    Djenane Ferreira Pena

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    1. Olá Djenane,
      Grata por sua participação.

      De uma maneira bem objetiva (em relação ao seu questionamento) tenho um posicionamento sobre a dinâmica da resistência ao uso dos recursos tecnológicos em sala de aula: a meu ver, está mais para a dificuldade na utilização, a falta de preparo, do que propriamente dito o risco de substituição do/a docente pela ferramenta. Então o que fazer? Buscar apresentar as tecnologias como recursos que somam, que contribuem. E compreender que a boa utilização das mesmas reforça a importância da figura do/a professor/a, não o contrário.

      Adaiane Giovanni

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  2. De acordo com o texto, pude observar que há uma resistência do uso de memes por parte de alguns professores mais tradicionais. Mas, e no caso quando a própria instituição escolar critica essa metodologia? Teriam alguma sugestão de como proceder?

    Grata, desde já,
    Anna Elisa da Silva Gomes Mastrangelo

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    1. Anna Elisa,

      Novas ações geralmente trazem consigo algumas resistências/ desconfianças.
      Devemos levar em consideração que a produção do conhecimento histórico - e aqui discuto o escolar - é fruto da interação de atores diversos. Instituição, estudantes, docentes (...) sendo assim, inevitavelmente há um jogo de interesses envolvido, que deve ser tomado como um desafio e não uma barreira intransponível. Agora respondendo diretamente sua pergunta eu diria que é necessário o diálogo, a apresentação de um bom plano de trabalho docente onde as ferramentas/recursos sejam indicados, para que se reconheça a sua contribuição para aprendizagem de determinado tema.
      Os recursos devem somar, se isso estiver claro na proposta docente, acredito que os impedimentos quanto ao uso dos mesmos se apequenam.

      Adaiane Giovanni

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  3. Favor desconsiderar a pergunta anterior, realizada por mim, pois foi enviada para o texto errado. Desculpe o engano.

    Atensiosamente,
    Anna Elisa da Silva Gomes Mastrangelo

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    1. Anna Elisa,

      Eu quis contribuir com o debate.
      Espero que não se importe.

      Adaiane Giovanni

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  4. Querida, Adaiane!

    Gostei muito da sua pesquisa em desenvolvimento e fiquei interessada para saber sobre a sua proposta da webquest. Elas seriam feitas pelos alunos? Ou os professores construiriam as webquest para os alunos realizarem? Quanto ao tema, compreendi que será focalizada a história local. Gostaria que comentasse um pouco sobre esse segundo momento do projeto.
    Abraço
    Cyntia Simioni França

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    1. Doce Cyntia,

      Obrigada por sua presença aqui neste espaço, valiosa presença.
      Serei objetiva na resposta, dado o adiantar do tempo.

      1. A WebQuest é produzida pelo docente, pois pode identificar qual o objetivo a ser perseguido (em termos de conteúdo), mas outro caminho é partir do conteúdo e solicitar aos alunos a construção da atividade.

      2. Sobre a temática de história local, destaca-se o interesse em divulgar, dar a conhecer a riqueza da história da região que na mesma medida que tem inestimável valor, é também desconhecida (Vila Rica do Espírito Santo - a cidade espanhola do século XVI - atual Fênix -PR)

      Quero poder compartilhar esses anseios com maior profundidade com você, tão breve seja possível.

      Adaiane Giovanni

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  5. Primeiramente parabéns pela pesquisa e pelo texto, Adaiane.

    Existe uma série de dificuldades relacionadas ao uso dessas tecnologias em sala, temos os problemas estruturais como vocês bem identificaram e também aqueles relacionados ao pouco treinamento por parte dos professores relacionados a estes usos, haja vista que incluir a tecnologia não necessariamente significa a adoção de uma metodologia ativa. Assim, além das WebQuests, que sugestões outras vocês dariam para o uso produtivo das tecnologias no processo de ensinar e aprender?

    Eva Dayna Felix Carneiro.

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    1. Olá Eva,

      Obrigada pelas considerações.
      Concordo plenamente com seu apontamento: "incluir a tecnologia não necessariamente significa a adoção de uma metodologia ativa".
      Sabemos que além da dificuldade para instrumentalização das ferramentas, há também a desarticulação em relação ao que eu arrisco chamar aqui de objetivo didático. Neste sentido, considero que o aprender e o ensinar pautado na utilização dos recursos tecnológicos para atingir resultados, gerar envolvimento das partes e não se apresentar como mais do mesmo, passa necessariamente por uma melhor articulação entre os agentes envolvidos. Não tenho uma resposta final, mas eu acredito que o bom planejamento e as condições estruturais básicas garantidas podem contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos em questão.

      Que as experiências possam ser partilhadas para que juntos possamos descobrir e/ou abrir caminhos.

      Adaiane Giovanni

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  6. Seu artigo relata a experiência no projeto WebQuest. No primeiro momento expõe a pesquisa que realizou com os alunos, sobre o uso de tecnologias com objetivos de aprendizado dos alunos e a resposta que muitos utilizam as tecnologias para outros fins, menos para o seu aprendizado.
    Isto de certa forma é assustador no meu ponto de vista. Se pensarmos que estes alunos são considerados uma nova geração chamados por John Palfrey e Urs Gasser (2011) “nativos digitais”, isto é nasceram com a tecnologia. Mas não tem a conscientização de que esta tecnologia pode contribuir também para o seu aprendizado.
    Vejo também que esta geração muitos não paciência, para eles é tudo muito rápido (se empolgam e logo cansam), Por isso, seu artigo fez pensar em um texto da Antropóloga Paula Sibilia - Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão - quando fala do aluno entediado. Por isso pergunto qual foi maior dificuldade em trabalhar o projeto com WebQuest – as dificuldades com os laboratórios de informáticas e o acesso a internet ou envolver os alunos no projeto? Ou se teve outras dificuldades?

    Luciana Martinez de Oliveira Costa

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    1. Olá Luciana,

      Sou grata pela sua interação.
      Vou buscar ser objetiva quanto aos seus questionamentos.
      1. Sobre a utilização dos recursos: mais do que pensar que os alunos desconsideram a utilização para o auxílio na aprendizagem, talvez nesse ponto da pesquisa ficou destacado que utilizam mais para outros fins. O caminho aqui é ir pela via das oportunidades. Se utilizam para outros fins, podemos adaptar para fins de aprendizado.
      2. Sobre o questionamento final: a maior dificuldade ao longo da experiência com essa metodologia foi com a estrutura limitada nas instituições de ensino. Poucos computadores, ou falta de internet de qualidade. Diante disso, me questionei muitas vezes: se utilizássemos mais esse espaço nas escolas, teriam eles condições melhores?

      Por fim, mesmo na adversidade, posso garantir que valeu a pena.

      Adaiane Giovanni

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  7. Parabéns pelo artigo professora, ainda mais que ele traz uma real experiência passada por alunos e professores com o projeto WebQuest. Mas, lendo e relendo o texto – observo e posso estar enganada -, mas todos esses sistemas digitais parecem diferentes, mas desembocam no que o professor tem de mais fundamental: o repasse criativo de seu conhecimento.
    Portanto, retorno uma das perguntas que a senhora mesmo faz no artigo: Estamos fadados a “ter que” usar tecnologia?
    Betsy Bell Praia Morais

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    1. Olá Betsy,

      Obrigada pela presença.
      Não defendo uma uniformização da prática pautada tão somente na utilização dos recursos tecnológicos. Os considero importantes e marcadores desse tempo, ou seja, já não podem ser negligenciados. Mas com muita convicção eu digo: "não temos essa obrigatoriedade". Sabemos que são propostas e possibilidades. Se não forem bem articuladas as tecnologias, com o objetivo do conteúdo, por exemplo, anulam-se a si mesmas.

      Que possamos contribuir sempre com esse debate.
      Obrigada.

      Adaiane Giovanni

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  8. Olá, Adaiane. Parabéns pelo trabalho encorajador. Acredito que em um mundo cada vez mais conectado nós enquanto professore(a)s também temos de nos reinventar e buscar na formação continuada metodologias e ferramentas que possibilitem um ensino de história com produção de significado para o público alvo.

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    1. Olá Keren,

      Obrigada pela sua fala.
      Os desafios nos colocam em marcha.
      Buscamos sempre contribuir para aprendizagem significativa e, temos recursos que podem contribuir nesta ação.

      Que possamos reinventar a prática sem desconsiderar a base que nos trouxe até aqui.

      Adaiane Giovanni

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  9. Olá, Adaiane, parabéns pelo trabalho.
    Sem dúvidas é muito importante pesquisas que pensem na potencialidade destas novas tecnologias para Educação, não podemos mais lamentar pelos alunos que não temos mais, os tempos são outros. A grande maioria dos alunos estão conectados à internet quase que o tempo todo, e como sua própria pesquisa constatou, quase nunca esta conexão está articulada a pesquisas escolares, mas nosso papel enquanto educador está justamente também nesta constatação, e nesta tomada de consciência.
    Utilizar da mediação para aproveitar as riquezas que a internet oferece e desenvolver situações de aprendizagem significativas pode ajudar a estreitar o distanciamento do meu aluno com a disciplina de História. Gostaria de saber se você conseguiu evidenciar na sua pesquisa se a WebQuest possui potencial para este estreitamento?

    Marcela da Silva Soares

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    1. Olá Marcela,

      Obrigada pela participação.
      O meu contato com a WQ é anterior a essa pesquisa. Posso partilhar contigo que sim, a metodologia tem esse potencial, pois leva os estudantes a acessarem sites diversos com os quais muitas vezes já interagiram, mas na atividade a utilização se dá em função da aprendizagem. Ou seja, o docente tem papel central na organização da proposta via WebQuest, pois os recursos a serem disponibilizados são de sua escolha. O que se torna uma oportunidade de associar as práticas cotidianas dos estudantes à prática docente.


      Adaiane Giovanni

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    2. OBRIGADA PELA RESPOSTA.
      MARCELA DA SILVA SOARES

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  12. Bom dia, excelente texto!
    Nesse cenário de implantação de recursos tecnológicos proposto, como fica ou seria a inclusão desses recursos em uma escola situada em zona rural, onde quase não se tem acesso a internet e as ferramentas para o uso do webquest, por exemplo, são limitadas?

    José Júlio dos Reis Matos

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    1. Olá Júlio,

      Obrigada pela participação.
      Na região onde pude aplicar a metodologia, nesta pesquisa e em outros momentos, o público alvo estava concentrado na cidade, não tinha turmas rurais.
      Mas gostaria de destacar que adaptações podem ser feitas, de modo que o estudante possa trabalhar offline, por isso nas WebQuests que criei, deixei a possibilidade de download (ao menos parcial do conteúdo), para a continuidade dos estudos em casa, no caso do estudante não possuir internet. Outro recurso, é o uso do celular (considero aqui também a possibilidade de alguém não possuir), mas surge como possibilidade.

      Adaiane Giovanni

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  13. Como otimizar o processo ensino aprendizagem através das novas tecnologias, incentivando o aluno a se tornar um sujeito ativo na construção do conhecimento?

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    1. Olá Márcia,

      Para otimizar, precisaremos passar a utilizar de fato as tecnologias. Penso que ainda estamos muito distantes de uma "consistência" que possa nos permitir apontar caminhos para o seu aprimoramento, mas defendo que mesmo timidamente, utilizando-as, poderemos pouco a pouco dar aos estudantes uma certa centralidade no processo, gerando autonomia e em se tratando de História, conferindo significado aos temas abordados.


      Adaiane Giovanni

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  14. Como superar o distanciamento geracional entre alunos e professores, as limitações técnicas das instituições e a formação específica de profissionais nesta área?

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  15. Olá Márcia,

    a superação passa por admitir que em termos de recursos tecnológicos, estamos falando de espaços-tempo não hierarquizados, ou seja, se como docente eu não aceitar que em dado momento algum aluno dominará melhor a ferramenta que estou utilizando como suporte do que eu, certamente eu terei que reavaliar muito bem meu lugar de fala e meu lugar no processo de ensino-aprendizagem. Digo isso, por compreender que mais do que nunca precisamos avançar para a mediação, de fato e não apenas nos artigos que versam sobre as questões didáticas.

    Sobre questões técnicas e de formação (penso que faz parte da pauta de luta pelas políticas educacionais mais assertivas).

    Adaiane Giovanni

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